Um futuro incerto, mas repleto de amor escrita por Beniteiras


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Desespero total para Benita!



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Ben tinha acabado de deixar os meninos da escola e voltou para casa correndo para falar com Anita a sós, no caminho Pedro tinha comentado que o casarão, milagrosamente, estaria vazio na parte da tarde: Pais trabalhando, Sofia e Flaviana na Barra, Meg no Salão e Victor e Giovana envolvidos com a banda. Assim que chegou em casa ele percebeu algo estranho, a porta entreaberta, uma caixa caída no chão ... e aquele som perturbador.

–- Anita, Anita ... Anita – Ben batia desesperadamente na porta do banheiro

–- Abre a porta! O que está acontecendo, porque você está chorando tanto e aquela caixa? Anita! Abre a porta deixa eu te ver! – gritava o garoto

A porta se abriu e ele viu a namorada em pânico e pálida pelo mal estar recente.

–- Princesa o que é isso? Você está gelada e tremendo – falou ele a abraçando com força

–- Ben, eu não posso mais ... chegou a hora de te contar, estou no meu limite – disse Anita soluçando.

–- Contar o que? Fala meu amor, estou preocupado

–- Vem comigo, vamos lá no quarto eu não quero e não posso ficar sozinha e tenho que te mostrar algo que está lá em cima.

–- Claro, claro, vem cá, vamos lá, mas antes bebe alguma coisa, eu vou preparar um copo de água com açúcar para você – disse Ben zeloso.

Chegando ao quarto e já mais calma, Anita abriu a caixa de joias e entregou ao namorado os bilhetes que ela havia guardado ali.

–- Mas o que significa isso? -- perguntou Ben olhando os papéis e sem entender muita coisa

–- Eu venho recebendo estes bilhetes há mais ou menos um mês, todos em tom de ameaça, mas não quis te preocupar. Achei que não tinha tanta importância e você já estava encarando tanta coisa – disse a menina

–- Anita porque isso? Até quando você vai continuar me escondendo as coisas? – perguntou Ben incomodado

–- Já falei que não tinha dado tanta importância, achei que poderia ser algum fã do Antônio que estivesse fazendo essa brincadeira de mau gosto de perseguição. Por isso que andei vasculhando aquela página dele na internet para tentar achar uma pista que me levasse a essa pessoa – respondeu Anita

Nessa hora um filme passou na cabeça da menina e ela se apavorou novamente com as lembranças, chantagens e ameaças e começou a chorar.

–- Hoje eu tenho certeza! .... Foi ele, foi ele Príncipe ... o tempo todo ele ... sempre ele – repetia Anita aos prantos.

–- Princesa, ele quem? Me explica!

–-Você não está vendo? O Antônio, o desgraçado que arruinou a minha vida e continua me atormentando.

–- Anita calma, respira e pensa comigo. O Antônio morreu, o Hernandez estava lá e viu quando a cabana explodiu com ele lá dentro – Ben tentou tranquiliza-la

–- Eu sei ... não sei exatamente como, mas isso aqui hoje foi ele. Ben, a perícia foi inconclusiva, eles ainda não tem cem por cento de certeza de quem é aquele corpo – rebateu Anita

–- Príncipe, quem mais além daquele monstro ia saber que você tinha o apelido de sapo nos Estados Unidos? Qual fã lunático saberia que você é o meu Príncipe Sapo, o amor da minha vida? E qual admirador teria o interesse de me mandar essa encomenda? Este sapo morto é uma ameaça velada a você e eu não vou suportar mais isso – desabafou Anita muito nervosa

–- Isso tudo até faz sentido, mas não tem como ser – insistiu o garoto

–- Ben, você leu todas as mensagens! E todas elas se referem a formar família. Durante aquele meu noivado com o Antônio em seus devaneios ele sempre falava em constituir família, era uma obsessão e era sempre eu, ele, o Palhares que ele acredita ser o pai dele e a Tita.

Esse último nome caiu como uma bomba para Ben, que na hora arregalou os olhos e levou as mãos à cabeça, parecia realmente assustado.

–- Tita! Você falou Tita? Ela também estava incluída nos planos da Antônio? – perguntou Ben

–- Sim sempre, na verdade ela parecia ser a única pessoa que amolecia o coração dele, chego a pensar que o afeto por ela era ou é verdadeiro, se é que existe alguma verdade naquele monstro.

–- Anita, hoje eu estava na praça com as crianças e na hora que fui deixa-las na escola o Pedro me disse que teve a impressão que tinha alguém nos vigiando e isso foi um pouco antes desta caixa ter sido entregue aqui pelo que você falou. Não é possível! – tentou negar Ben

–- O Pedro, sempre ele, foi o único que percebeu as más intenções daquele psicopata, não sabe como eu me arrependo de nunca ter dado atenção as suspeitas dele, com exceção daquele dia na praça em que ele desvendou o mapa da bomba, sempre encarei as suposições dele como fruto da imaginação fértil. – confessou Anita

–- Princesa isso é muito sério e surreal, não sei como agir, ao mesmo tempo que não podemos guardar isso só para a gente também não sei como contar, quem vai acreditar nessa história? Nosso pais? O Hernandez? A polícia?

–- Talvez só o Pedro ... mas ele é só uma criança e ironicamente o mais sábio da família – disse Anita

–- Meu Deus, se isso for mesmo verdade eu me pergunto o que que eu fiz de errado para gerar tanto ódio nele .... meu irmão. Eu amava ele, de todos os meus irmãos ele era o mais próximo de mim, foi com quem eu cresci e dividi descobertas de moleque e de adolescente – disse Ben desolado

–- Nada príncipe, você não fez nada ... o Antônio que nasceu torto, ou talvez tenha visto ainda muito novo aquilo que deveria ser o mundo dele, pai e mãe, lhe virarem as costas. Ele escolheu esse caminho, a vida deu uma nova chance e ele não aceitou, em vez de aproveitar a sorte que teve em ter vocês na vida dele, ele preferiu nutrir o ódio e a inveja – resumiu Anita

Nesse momento Ben se sentou na cama e desabou, ele se permitiu chorar como ainda não tinha feito nestes meses todos de angústia, que começaram no dia em que recebeu o vídeo com a ameaça. Diante do desespero do amado Anita até se acalmou um pouco para poder consolá-lo, ela percebeu que teria que ajuda-lo.

–- Princesa me desculpe por tudo, eu te amo tanto ... mas esse amor não foi capaz de impedir o maior sofrimento da sua vida. Eu fui o responsável, devia ter enxergado do que o Antônio era capaz, para me atingir ele destruiu você – disse Ben visivelmente abalado, mas continuou

–- Em uma de nossas brigas você disse que eu era o culpado por tudo de ruim que aconteceu na sua vida desde que eu coloquei os pés no Grajaú

–- Por favor meu amor esquece tudo que eu te disse naquela época, eu fui muito burra – pediu Anita com lágrimas nos olhos

–- Mas você tem razão, ele já tinha aprontado antes perseguindo a Meg quando estávamos juntos. Porque que eu insisti e trouxe aquele desgraçado para perto de você?– falou o garoto

–- Ben por favor não se culpe, você não é responsável por nada, ou melhor é sim, responsável por ter dado sentido a minha vida. Agradeço todo dia a sorte de ter esbarrado em você naquela loja em Miami, ali você me roubou de mim para sempre. Agradeço mais ainda o dia que você entrou por aquela sala .... tão lindo e me trazendo esperança. – se declarou Anita

Ela parou de falar a começou a distribuir beijos pelo rosto do namorado: na boca, nas bochechas, no nariz, na testa ... e entre cada beijo ela repetia um Eu Te Amo em tom suave e baixo.

–- Também te amo muito princesa, muito, muito muito

–- Então vamos parar com isso, acho que o Antônio vivo ou morto já se divertiu muito com o nosso sofrimento – sugeriu Anita

Os dois se deitaram e ficaram abraçados por um bom tempo, o medo, o terror e a angústia tinham abrandado e eles pareciam estar cada um em seu porto seguro, como se nada mais pudesse abalá-los.

–- Princesa! Pega estes cartões que eu vou lá pegar aquela caixa, vamos agir, acabou! Se vivo estiver o Antônio vai ter o que está pedindo há tempos. – disse Ben se levantando.

Autora: Carol


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e obrigado por acompanhar. Até breve!



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