A história de Ana e Luca escrita por marlia


Capítulo 7
Capitulo 6




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Três dias. – Ana pensa – Três dias que passaram lentos. – suspira.

Sandra está se divertindo aprendendo a fazer paçoca de carne de sol com Graça. Sandra ri quando Graça coloca a carne dentro do processador para moer, bendizendo a Deus por não precisar mais bater a carne no pilão. Graça tinha convencido Ana a fazer um almoço especial para o sábado, afinal, iam ter convidados, e Francisco estava feliz nos últimos dias com a companhia de Luca, não podiam decepcionar o menino. Ele não falava em outra coisa senão no seu novo amigo, e quanto mais o menino se apaixonava por Luca, mais ela se afligia com a presença dele, e se arrependia de ter permitido a aproximação.Fábio apoiou sua decisão de permitir essa aproximação, disse que de qualquer maneira Luca vai acabar procurando a justiça para assumir legalmente o filho e tentar vê-lo mais vezes, e a boa vontade de Ana vai ser vista com bons olhos pelo Juiz.

– Oi! Estou entrando!

Marcia entra sorridente na casa, joga sua bolsa sobre o sofá e vai entrando sem cerimônia.

– Bom Dia a todas! – ela sorri para as três mulheres. – Graça! Esse cheiro maravilhoso... Paçoca de carne de sol! – sua animação parece mexer com o ambiente, e tira Ana de seu estado de desalento, e ela dá um sorriso.

– A Senhora quer experimentar? – Graça fala tirando uma porção da panela com a colher, a moça corre para ela com a mão aberta.

– Delicia. – ela fala com a boca cheia.

Ana apresenta Sandra para a amiga. Elas trocam beijos na face.

– Eu vim convidar vocês para passar o dia amanhã em minha casa. – ela olha para Sandra – Você vai amar, é um sitio maravilhoso, a casa é grande se você quiser pode dormir à tarde, tem piscina, uma varanda enorme para descansar em uma rede, tem muita árvore, lá é mais fresco do que aqui na cidade.

– Se o Senhor Luca aceitar, eu vou ter o maior prazer.

– Que ótimo. Meu marido vai convencer ele a ir, ele é bom nisso. – ela pega na mão de Ana – Eu vou roubar ela um pouquinho. – Fala sorrindo para Sandra e Graça, e se afasta puxando Ana.

– Eu vi Luca lá na frente jogando bola com os meninos da rua. É muito... – ela passa a mão na frente do corpo e faz uma expressão safada. – Gato. – a amiga franze a testa para ela. – Como estão as coisas entre vocês dois? Já conseguiram conversar sem brigar? – ela desanima com a expressão de Ana. Sabe que está sendo difícil para a amiga reviver todos aqueles sentimentos que ela guardou durante tanto tempo, mas Fábio tinha pedido para ela tentar começar um relacionamento amistoso com o pai de Francisco.

– Eu tento olhar para ele e pensar em alguma coisa para dizer... Mas não sai. – ela tenta não passar para a amiga sua aflição, mas é impossível, vê-la ali na sua frente, deixa ela livre para desabafar. – Eu não consigo olhar para ele e não sentir mágoa, está sendo difícil para mim ter ele por perto. – ela para de falar para não deixar as lágrimas caírem de seus olhos.

– ÔH, amiga. – Márcia tenta consolá-la – Amanhã, no sitio, eu vou estar sempre perto de você, e vou tentar te ajudar.

– Não tem nenhum paciente seu internado?

– Não. – ela fala sorrindo – meus anjinhos estão todos bem, em casa... Tem o Francisco, vamos ter que ficar de olho nele para não aprontar nada na piscina.

– Thor já está muito velho para as brincadeiras dele. – Ana sorri – Eu fico com pena, Thor adora o Francisco, mas não aguenta correr atrás dele muito tempo.

– Meu bebezinho está velho... Está na hora de comprar um cachorro para Francisco, um animal novo vai ajudar ele a gastar energia.

– E a acabar com o resto da mobília da casa. – Anaresmunga.

– Você está exagerando. – Marcia balança a mão na frente dela – Eu tenho que fazer compras. – ela suspira desanimada. Se eu não chamar o Fábio, ele vai passar o resto da manhã jogando bola com os meninos. – ela caminha para o portão na frente de Ana. – E ainda temos que ir almoçar com meus pais.

Os gritos se espalham pela rua, já são quatro adultos misturados aos meninos, aumentaram o tamanho do campo para caber todos os jogadores, e os meninos se espalham entre os adultos tentando pegar a bola e driblar. Francisco está no gol, apesar de parecer grande na frente da pequena trave, Ana tem medo que ele leve uma bolada forte e fica apreensiva quando a bola se aproxima de seu gol. Márcia resmunga um “ai”, também preocupada, mas quando os jogadores se aproximam do gol dele, Luca se adianta para ficar ao lado do menino, e vendo a bola ser chutada, Luca suspende o menino e rebate a bola com o pé. Os meninos reclamam. O pai de João Vitor grita, chamando os meninos para continuar a brincadeira, e o jogo continua.

– Correndo desse jeito, Fábio vai ficar molhado de suor. – Márcia reclama enquanto vê o marido correr de um lado para outro na rua.

Cláudia sai no portão de casa e chama pelo marido.

– Oba! Minha deixa. – Márcia fala esperando o jogo parar.

Animado com a brincadeira, o pai de João Vitor grita para a mulher sem parar de jogar.

– Mais um pouquinho meu bem.

Márcia olha para Ana e faz um bico, não queria ser a esposa que estragou a brincadeira dos meninos. Ana dá uma gargalhada. Fábio passa pelas duas correndo.

– Segura ai amor. – ele fala jogando a camiseta.

A expressão de surpresa de Márcia faz Ana rir novamente.

– Eu tinha que ir escolher um presente de casamento. – Cláudia fala se aproximando das duas.

– E eu, fazer compras. – Márcia fala balançando a camiseta suada do marido.

– Acho bom vocês esquecerem – Ana sorri das duas – Vai ficar para a parte da tarde. – ela olha a empolgação dos adultos – Se eles aguentarem.

Luca também está empolgado, sua camisa já está jogada por cima da trave, e ele fala com os meninos do time dele como se os garotos em italiano como se fosse a língua deles, e os meninos parecem entender o que ele quer. A alguns anos Ana não o via sem camisa, estava mais forte, com os músculos mais trabalhados e sem barriga, longe de ser o rapaz magro e sem músculos que conheceu. Fábio também tem os músculos trabalhados, diferente do pai de João Vitor e do pai de Mateus, que apesar de não serem gordos, já mostram a barriga de cerveja.

– Eles não vão demorar para se cansar. – Ana consola as duas.

– Seu namorado – Claudia fala para Ana, – e seu marido – fala para Márcia – parecem mais preparados, mas meu marido, daqui a pouco vai ficar com língua de fora.

– Ele não é meu namorado. – Ana protesta. As duas ficam caladas com a resposta seca dela. Sem graça ela tenta amenizar a situação – É só um amigo. – fala sem graça.

– Seja o que for, ele é um gato. – Márcia fala e pega no braço de Cláudia. Ela sorri concordando.

– E ele falando em italiano... – Cláudia completa.

– Eu não acredito que vocês estão falando nisso. – Ana fala sorrindo.

– O Jair não precisa saber disso. – Cláudia fala sorrindo. – Se ele me ouvir, é capaz de sair do jogo e ir para casa, zangado.

– O Fabio não, a noite ele me pega com mais vontade. – Márcia fala – pra mostrar que é meu maridão.

Ana e Cláudia sorriem do jeito que ela fala.

– A gente não precisava ouvir isso. – Ana fala sorrindo.

– Antes meu marido fosse assim, é melhor do que ficar emburrado com ciúmes.

– Ah! Meu marido...

Marcia fala sobre o marido com um certo orgulho e assunto não falta, Fábio é apaixonado por ela, e tem confiança no amor dos dois, por isso reage diferente ao ciúmes. As histórias de Claudia são mais passionais, a beleza dela chama a atenção dos homens na rua e isso deixa o marido enciumado. Ana tenta prestar atenção ao que as duas estão falando, mas há algum tempo ela não se interessa pela vida amorosa de ninguém. Algumas vezes já sentiu inveja da amiga e do relacionamento dela com o marido, mas esse sentimento não a deixa feliz. Olhar para seu filho se divertindo na frente daquele gol é bem mais interessante. O menino se mexe imitando um goleiro profissional quando a bola se aproxima. Ele abre os braços e dobra levemente os joelhos. Fábio olha para mim e sorri, ele adora Francisco, e se diverte com tudo o que ele faz, quando estão juntos, ele estimula a imaginação do menino. A bola passa ao lado do gol, e Francisco corre para busca-la, joga ela para Luca e senta encostado em uma das traves. Fábio volta correndo quando o vê sentado, ajuda ele a levantar e pega o menino no colo, Francisco se escora no ombro dele, está visivelmente cansado. Fábio grita para todos pararem o jogo e avisa que vai sair, depois de algumas reclamações, decidem encerrar o jogo.

– Alguém não aguentou o pique. – Fábio fala enquanto passa Francisco para os braços de Ana.

– Mãe, eu não aguentei o pique. – o menino se ajeita no colo da mãe. – Tio Fabio, Tio Luca, eu não consigo mais jogar. – ele fala em português.

Fábio passa por ele e bagunça seus cabelos, pega sua camiseta da mão da esposa e passa o braço em volta dela. Márcia reclama com o marido e o afasta, ele está muito suado para abraça-la. Luca fica ao lado de Ana.

– Está cansado?

O menino balança a cabeça. Luca olha para Ana, a expressão em seu rosto está leve, seus lábios estão levemente curvados por um sorriso, ela olha para ele sem franzir o cenho ou puxar os lábios com reprovação.

– Vamos entrar, vocês precisam beber alguma coisa. – Ana fala em português e depois repete em italiano.

– Eu preciso de uma cerveja. – Fábio responde – Uma cerveja. – ele fala para Luca.

– Si, una birra. – Luca se anima com o convite.

– Eu não tenho cerveja em casa. – Ana avisa em português e italiano.

Os dois reclamam alguma coisa, e Fábio tem a ideia de sair para comprar.

– Não, amanhã vocês podem tomar cerveja juntos, hoje nós ainda temos muito que fazer.

Ana traduz para Luca, ele concorda com Márcia, e pergunta a Fábio onde eles podem ir para beber juntos. É a deixa que Fábio precisava, assim não ia precisar convencer Luca a ir a casa dele, e o convida para passar o dia em sua casa, onde Francisco pode se divertir na piscina.

O menino parece despertar no colo da mãe.

– Vamos tio Luca. –ele fala animado, em português – Você vai conhecer o Thor.

Ana traduz o que o menino fala. Não tinha como Luca negar, e ele aceita o convite.


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Notas finais do capítulo

garota em chamas e helena - espero que gostem.



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