A história de Ana e Luca escrita por marlia


Capítulo 8
Capitulo 7




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Manhã de domingo, Teresina ensolarada, o calor começando a tomar conta da cidade. A Avenida Frei Serafim sem transito, raras pessoas esperando o ônibus, diferente dos outros dias da semana em que o movimento de carros começa cedo, paradas de ônibus lotados, pessoas em pé sob o sol, ou apressadas levando seus filhos ao colégio e indo trabalhar. Ana aproveita a tranquilidade da manhã para observar a beleza da Avenida, o canteiro central arborizado, as casas antigas... No final da Avenida, a Igreja de São Benedito, abençoa o contorno para retornar na pista contrária.

Ana olha o filho pelo retrovisor, o menino se benze toda ver que passa em frente a uma igreja, como padre ----- ensinou a ele, Francisco nunca se esquece de suas orações quando vai dormir ou quando acorda padre ---- só não conseguiu que o menino tivesse paciência para assistir a uma missa.

– Padre --- deve estar me esperando para a missa de domingo. – o menino fala sorrindo, se divertindo com a preocupação do padre para que ele frequente a missa.

– Menino! – Ana reclama com ele. – Respeite o padre. – ela fala segurando o riso com a expressão do filho.

– Mãe, vai demorar muito. – ele olha pela janela. – Aqui é longe do rio.

Francisco adora ir para o sitio de Fábio, foi a última coisa que ele falou antes de dormir, e a primeira ao acordar. Ana pegou o caminho mais distante, não pelo fato de gostar de passear pela Frei Serafim, mas por estar protelando a hora de buscar Luca no hotel, esta se sentindo fraca para lidar com a situação. Ela acelera o carro, não faz sentido o que esta fazendo.O último sinal da avenida passa, ela desce a rua ao lado da ponte e entra na Avenida que acompanha o rio.

– O hotel. – Francisco fala animado no banco de trás. – Nós vamos entrar?

– Não. – ela responde fazendo uma ligação no celular – Vou avisar a Sandra de que estamos aqui, e eles veem nos encontrar.

O menino se mexe na cadeirinha, não se conforma com a resposta da mãe, e olha curioso para o hotel, sempre se impressionou com seu formato de pirâmide agora que tinha a oportunidade de entrar, a mãe não ia deixar.Ver Sandra e Luca saindo, faz Francisco desistir de entrar no hotel naquele momento, porque finalmente iam para o sítio. Sandra senta ao lado dele e cumprimenta o menino.

– Tia Sandra, porque demorou tanto?

Sandra sorri e beija o menino. Não tinha como não se apaixonar por aqueles cabelos encaracolados.

– Francisco, o que tem de tão especial nesse sitio para você estar tão ansioso para chegar lá?

– Thor. – ele fala como se Sandra soubesse do que ele está falando. – Ele gosta de brincar comigo. Eu também gosto de brincar com ele. – ele olha pela janela para ver onde está – Mas eu tenho que tomar cuidado com ele, Thor já está velhinho.

Luca olha para Sandra, esperando ela traduzir o que o menino havia dito. Conviver com o menino nesses últimos dias, frequentar sua casa, brincar na rua, acompanhar suas estripulias, é uma experiência acima das expectativas de Luca, ele esperava um menino mais calmo, cheio de manias, mimado, como muitos meninos criados somente pela mãe, mas Francisco é diferente, imprevisível, a todo momento ele inventa uma brincadeira nova, tem um jeito diferente de ver as coisas do cotidiano, suas opiniões são bem embasadas para a idade dele. Sandra já o elogiou por raramente falar palavras erradas no português.

– Bambino, esse cachorro é de que raça? – Luca pergunta em português. O menino olha para Sandra, e a Senhora explica para ele o que é raça.

– Mãe, o que é o Thor?

– Um mastiff. – Ana responde sem se distrair no volante.

Luca olha para ela enquanto responde, depois volta sua atenção ao menino.

– Não conheço essa raça? – fala Sandra.

– Já ouvi falar. – Luca fala – Mas não lembro sua aparência. Ele é grande?

O menino estende os braços o mais que pode.

– É muito grande, muito. – ele exagera na expressão e no tom de voz. Luca olha para ele achando que o menino está exagerando, mas Francisco pensa que ele ficou preocupado – Ele é meu amigo. – fala querendo tranquilizar Luca.

A rua chama a atenção de Francisco, os carros passando lembra sua brincadeira favorita quando está passeando com a mãe, acenar para os passageiros dos carros que passam por eles. E não demora muito, Ana começa a ouvir algumas buzinas em resposta aos acenos do menino. Rostos divertidos sorriam para eles.

– O que está acontecendo? – Luca fica intrigado. – Porque as buzinas?

– Francisco está se divertindo com as pessoas.

Ele olha para trás e começa a observar o menino. Toda vez que um carro emparelha com o deles, Francisco acena para os ocupantes do veículo, e as vezes manda beijo para as mulheres mais sorridentes.

– Esse menino... – ele suspira voltando a olhar para frente.

Ana diminui a velocidade e entra em um pequeno acesso coberto de seixos, e para em frente a um portão. Um Senhor corre para abrir.

Ela abaixa a janela.

– Bom diaseu Valdeci.

O Senhor acena com a cabeça, e dá a mão quando vê Francisco atrás. O menino grita o nome dele.

Ana segue pelo caminho de seixos ladeado por uma cerca viva de hibiscos. Poucos metros depois, ela para em frente casa. Grande e avarandada, tanto no andar térreo, quanto no superior. Varias janelas envidraçadas abertas e uma enorme porta. Um enorme cachorro, de cor avermelhada, sai pela porta abanando o rabo.

– Thor! – Francisco grita e solta o cinto da cadeirinha. A mãe abre a porta e ele salta para fora.

– Ana, é segura sair do carro? – Sandra pergunta sem coragem de abrir a porta.

– Thor não é agressivo, e já está muito velho para perseguir alguém. – Ana responde sorrindo.

Francisco agarra o cachorro que se deita no chão para receber carinho do menino.

– É muito grande mesmo. – fala Luca. Para tranquiliza-lo, Sandra repete para ele o que Ana havia lhe falado. Luca se aproxima devagar do cachorro, Thor olha para ele e não se incomoda com sua presença, continua brincando com Francisco.

– Que bom que chegaram! – Marcia sai pela porta da sala. – Vamos entrar, Fábio não pode ficar muito tempo sozinho na churrasqueira. – ela sorri – Ele quer saber mais que o churrasqueiro. – Luca sorri para ela e gesticula para que vá na frente – Francisco, não esqueça as regras da casa da tia, nada de brincar longe do olhar dos adultos. – o menino passa correndo por ela com Thor logo atrás dele. – E nada de correr dentro de casa. – ela grita.

A varanda da parte de trás da casa é ainda maior, cheia de redes e cadeiras, saindo dela um gramado decorado com muitos canteiros redondos espalhados, no meio, um caminho de tijolos se destaca no meio do verde da grama. Depois de algumas palmeiras, a piscina e o apoio com churrasqueira, área coberta e banheiro. Francisco corre pelo gramado com Thor.

Fábio e Luca sentam em uma mesa com Sandra na frente deles.

– Senhora, espero que goste de beber? – Fábio pergunta a Sandra.

– Não se preocupe comigo, eu posso acompanhar vocês.

O churrasqueiro coloca na frente deles cerveja e carne fatiada, e educadamente, abre a lata de cerveja de Sandra e coloca em um copo.

– Não vamos esperar que ele faça a mesma coisa com a gente. – Fábio brinca com Luca – Não temos o mesmo charme.

O churrasqueiro sorri, e volta ao seu trabalho.

Sem graça, Sandra traduz para Luca. Ele dá uma gargalhada e toma o seu primeiro gole, direto na latinha.

– Pensando assim, é melhor que ele não me sirva.

Uma conversa diferente, e divertida quando vista de fora. Português, italiano, italiano, português. Apesar de falarem línguas diferentes, e ter Sandra no meio, não intimida os dois, um assunto completa o outro e a conversa não para.

Ana e Márcia conversam sentadas na beira da piscina, vigiando Francisco brincando com sua boia. A proximidade com que as duas estão sentadas, o sorriso fácil, a atenção que uma dá a outra, mostra o quanto são achegadas. Entre as duas, a conversa sempre corre fácil, não falta assunto, falam desde o sapato que estão usando até seus problemas no trabalho. As duas parecem sempre combinar, vestidas de biquíni com um short, aproveitam o sol para se bronzear um pouco enquanto Francisco está dentro da piscina. Márcia sentada de frente para a área de apoio, sempre que pode, observa Luca.

– Inacreditável... – Márcia resmunga enquanto olha para a mesa. – Luca só olha para Francisco. – Ana olha para a mesa, e a amiga continua – Ele não tem curiosidade em olhar para você?

– E porque ele teria?

Márcia se meche inquieta, não acredita no que a amiga está falando.

– Porque você é uma mulher linda? – ela fala fazendo parecer obvio – E com esse corpão a mostra, esses cabelos... – ela analisa a amiga. – Você devia tirar esse short e ficar só de biquíni, vai chamar mais atenção.

Ana para de balançar as pernas dentro da piscina e fica séria.

– Você ficou louca? – balança a cabeça – Pra que chamar a atenção dele? Ainda mais desse jeito... Ele vai pensar que eu estou querendo alguma coisa com ele.

– E não está? – ela não espera a amiga falar, sua expressão de pouca paciência mostra que ela não tem interesse na conversa, mas Márcia insiste, está curiosa para saber o que a amiga sente em relação a Luca. – Não é possível que você não sinta nada quando vê Luca. Ele marcou sua vida, foi seu primeiro homem, é pai de seu filho. – ela faz balança a mão em frente ao seu corpo – e é um gato. Eu não vejo você olhar para ele.

– Oh amiga! – ela fala imitando o jeito de Márcia – O gato me jogou para fora da vida dele sem ao menos se preocupar como eu me sentiria. – ela olha para Luca – olhar para ele não me diz nada, e ele também não está nem aí para mim, como você mesma já percebeu.

Márcia não tinha como retrucar, Ana tinha razão, a separação foi traumática para ela, e pelo jeito como Luca se comporta, ele não se arrependeu nem um minuto pela sua decisão. Insistir nisso só vai machucar a amiga.

– Eu só queria que vocês ficassem mais chegados... – Ana franze a testa – Tá bom, eu queria que vocês voltassem a se apaixonar, ia ser fantástico, a solução perfeita para o caso de vocês... Você podia se permitir...

– Se eu me permitir. – ela fala olhando séria para a amiga – Nós vamos ficar juntos, curtir alguns dias, e ele vai embora. – ela faz uma pausa e abaixa a cabeça. – Compromisso não combina com sucesso, não é uma coisa bem vista pelas fãs.

O silêncio pesado faz o barulho de Francisco ficar mais alto, Ana volta a se distrair batendo os pés na água evitando olhar para Márcia ou para a mesa. Pensar em passar pela rejeição de Luca novamente não é algo que ela queira arriscar, sua vida está bem agora, tranquila, e é assim que ela quer que continue.

– Vamos esquecer isso. – Márcia tenta animá-la. – Francisco venha abraçar sua mãe, ela está precisando de carinho.

O menino bate os pés até a borda da piscina e abraça as pernas da mãe.

– Mãe, eu amo você. – ele fala sorrindo.

– Eu também te amo. – ela fala passando a mão na cabeça do menino. – Está quente – ela fala e começa a jogar água. Márcia faz o mesmo. Francisco fecha os olhos e fica pedindo mais.

Luca para de falar enquanto vê a brincadeira dentro da água. Ainda não viu o filho triste ou quieto, está sempre sorrindo, cercado por pessoas que gostam dele.

– Francisco é apaixonado pela mãe. – Fábio fala. – Você já o viu cantar para ela?

Luca olha para ele enquanto Sandra traduz.

– Canta? – Luca fala e sorri – O que ele canta?

– Ele inventa músicas. – Fábio responde depois de Sandra traduzir. – E não escolhe lugar, pode ser no shopping, na rua, em casa. Uma vez, no shopping, ele chamou a atenção de algumas pessoas com seu show, foi até aplaudido.

– Já sou fã desse menino! – Sandra fala animada, esquecendo-se de traduzir para Luca. O rapaz faz uma expressão engraçada para Fábio e gesticula na direção de Sandra, fazendo a Senhora sorrir.

– E se pedirmos para ele cantar? – Sandra pergunta a Fábio depois de traduzir.

– Esquece, ele não vai te atender. – Fábio segura o sorriso – Francisco age por inspiração. – ele não se segura com a reação de Sandra e começa a rir.

Francisco sai da piscina e corre pelo jardim gramado, Thor olha um bom tempo para o menino com um olhar alerta, e quando ele some atrás de uma palmeira o cachorro corre para encontrá-lo.Com o menino longe da piscina, Ana e Márcia se sentem livres para sentar junto com os outros. Márcia senta ao lado do marido, não deixando opção para Ana, fazendo a moça sentar ao lado de Luca.

O corpo tenso, a expressão assustada e o jeito tímido de Ana demonstram o desconforto que a proximidade com Luca está causando. Desde que ele apareceu novamente em sua vida, ela tinha evitado ficar tão perto dele, intencionalmente manteve distancia, evitou ao máximo falar com ele, e não teve dificuldade para se manter longe, Luca ajudou muito, se dirigiu à ela para perguntar o indispensável para seu relacionamento com Francisco.A presença de Sandra ajudou muito a manter a distância entre os dois, e graças a sua mediação as brigas entre os dois diminuíram, a Senhora conseguiu fazer com que os dois ficassem envergonhados ao brigarem, terminando assim com a única coisa que fazia os dois ficarem mais próximos.

O comportamento de Luca é bem diferente, está tranquilo, relaxado, se sentindo à vontade na casa de Fábio, a presença de Ana ao seu lado não muda seu comportamento, não parece fazer diferença para ele se ela está ali ou não, não tem motivo para falar com ela, muito menos para olhá-la. Todas as vezes que Ana participa da conversa, ele se cala, ouve o que ela diz, mas não vira o rosto para olhar para ela, nem ao menos faz algum comentário sobre sua opinião.

Márcia fica inquieta com a situação, pensou que em um grupo de conversa, onde todos estivessem se divertindo, os dois interagiriam. Mas os dois não estavam cooperando, e o jeito retraído da amiga esta tirando ela do sério, Ana não costuma ser assim quando está em uma roda de amigos, pelo contrário, é brincalhona, divertida. Sandra olha para ela, a Senhora parece estar também sentindo o clima da mesa. Ela tem uma idéia e sorri discretamente para a Senhora – Ana tem que ficar de olho em Francisco. –olha para Luca – Ana pode servir de intérprete para Luca.

Ana olha desconfiada para amiga. Luca olha para ela sem entender.

Sandra levanta as sobrancelhas.

– Claro! – A Senhora explica a situação para Luca e levanta. Luca sorri sem jeito.

Márcia não faz conta do olhar que o marido lança para ela, encaixa seu braço no braço de Sandra e sai conversando com a Senhora.

A mesa fica silenciosa, Ana olha para a cadeira vazia onde Sandra estava com vontade de pular para ela, aumentando sua distância de Luca, mas vai parecer muito óbvia sua mudança de lugar. Luca, toma demoradamente todo seu copo de cerveja. O mal estar que a saída de Sandra causa entre os dois é evidente. Fábio não se intimida.

– Eu e Francisco torcemos pelo Vasco da Gama. – Fábio faz Ana sorrir, ele sorri de volta. Por influencia dele o menino tinha se tornado vascaíno, já que a família da mãe toda torce pelo Fluminense. – Você torce por qual time?

Ana traduz para Luca, e pela primeira vez, desde que ela sentou ao lado dele, Luca teve que olhar para ela.

–Vasco... O time preto e branco da colcha no quarto de Francisco?

– Sim. – Fábio responde depois de Ana traduzir – Eu dei a ele a colcha, as almofadas, a cortina. – ele debocha de Ana, a moça balança a cabeça.

– O quarto ficaria mais bonito vermelho, verde e branco. – Ana retruca, e explica para Luca o que está acontecendo, o rapaz ri.

– Ficaria mais bonito azul, preto e amarelo.

Ana traduz para Fábio e acrescenta. – Inter de Milão.

Luca olha surpreso para ela, não esperava que ela lembrasse o time de coração dele, então, mas do que ele, ela guarda muitas lembranças do tempo em que namoravam.

– Claro! Só agora eu entendo porque Ana tem uma blusa da Internazionale. – Fábio entrega ela, propositalmente a entrega para ver a reação dos dois. Mas Ana demora para traduzir. Luca olha para ela esperando para saber o que Fábio havia dito. E pela primeira vez ela olha dentro dos olhos de Luca, e traduz a frase de Fábio. Luca e lembra que ele havia comprado a camisa para ela, quando a levou para assistir a um jogo da Internazionale. As cenas daquele dia passam rapidamente em sua cabeça, os dois uniformizados, a vitória, a comemoração na praça... Lembra que foram embora cedo, estava zangado porque os rapazes puxavam a trança de Ana, sempre que passavam pelos dois... Luca desvia o olhar, e toma um gole de cerveja ao lembrar que Francisco pode ter sido gerado naquele dia, os dois tinham bebido e fizeram amor no quarto de Ana, escondidos de Pedro e Rodrigo... Ana acordou ele antes de amanhecer, para que fosse embora...

–Vermelho e verde, azul e preto. – Fábio debocha dos dois – Francisco escolheu preto e branco.

Depois de ouvir a tradução de Ana, Luca resmunga um palavrão, gesticula, e começa a rir.

Ana procura Francisco próximo a piscina e não vê o menino, olha e direção da casa, e nada. Quando o filho some, Ana fica apreensiva, não tem como ela prever o que ele vai aprontar, se ela vai ter que correr com ele para a urgência. Francisco já foi tantas vezes para a urgência que já conhece todos os técnicos em radiologia da clinica.Tinha ficado de olho nele o dia inteiro, no minuto em que desviou o olhar para Luca, o menino sumiu. Com o coração batendo forte, ela olha para o fundo da piscina... O alívio a faz leva a mão no peito... Apressa o passo em direção ao jardim, não ver o menino correndo não é um bom sinal, ela chama o nome dele enquanto atravessa o gramado, seu coração acelerado, o medo de ver o filho em uma situação difícil não deixa ela pensar direito no que fazer. Depois da terceira vez que ela grita seu nome, o menino responde, e ela consegue encontrá-lo, sentado, encostado em uma palmeira, com Thor deitado ao seu lado. Enquanto se aproxima, Ana olhaansiosamente para o menino, procurando algum ferimento, se ajoelha a sua frente, passa a mão em seus braços, e em sua cabeça, o medo de perder o filho estava deixando ela neurótica.

– Aconteceu alguma coisa? – ela fala ajeitando os cabelos dele, achando estranha sua palidez – Porque está aqui sentado?

Francisco não responde, olha para Luca.

– Aconteceu alguma coisa? – Luca se agacha ao lado dela. – Porque ele está pálido?

Francisco sorri, achando engraçado a preocupaçãodos dois. Thor levanta a cabeça para conferir Luca, como não vê nenhuma reação perigosa nele, abaixa a cabeça e descansa sobre a perna do menino.

– Filho, você está bem?

– Estou cansado, não quero mais brincar...

Ana fica apreensiva com a resposta do filho, nunca tinha ouvido ele falar desse jeito. Ela olha para Luca.

– Venha. – ele fala pegando o menino no colo – Vamos comer carne assada e tomar um refrigerante. – ele olha para Ana – Quando estiver descansado, você volta a brincar.

Francisco se acomoda no colo de Luca enquanto eles caminham pelo gramado de volta ao apoio.

– O que ele tem? – Fábio acha estranho a moleza do menino.

– Estou cansado tio.

– Isso é novidade para mim – Fabio brinca com ele – Eu devo chamar tia Márcia para examinar você?

– Não, eu vou comer carne e beber, depois eu volto a brincar. – ele bate na mesa e olha para o churrasqueiro – Una birra! – ele usa a mesma entonação de voz de Giovani.

Francisco não perde seu humor, ele se diverte quando faz as pessoas rirem. Sua brincadeira deixa a mãe mais relaxada, Ana não tem o costume de ver o filho quieto, cansado de brincar, mas os últimos dias tem sido diferente para ele, Luca deixou a vida dele bem agitada.

– Um refrigerante. – Ana coloca o copo na frente dele.

– Quando tiver idade, eu e seu tio Fábio levamos você para tomar uma cerveja.

Francisco sorri, olha para Fábio para confirmar, o tio balança a cabeça. A idéia de tomar cerveja pela primeira vez com os tios deixa ele empolgado, só homens fazem isso juntos, vai poder participar da conversa... A mãe balança a cabeça negando...

– Droga! – ele reclama, a mãe não ia deixar, e cruza os braços.

– Ana, não faz isso! – Fábio reclama dela segurando o riso.

– Ele ficou tão feliz. – Ana começa a rir – Eu não resisti.

Luca abraça o menino, brinca tentando fazer com que ele desfaça a cara emburrada, mas a mãe tirou ele do sério.


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