Meus guardiões - entre o bem e o mal escrita por Gato Cinza
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura
– Sakura
Ergui a cabeça olhando para a porta, há um passo dela estava o homem de cabelos vermelhos de restaurante.
– Você é o homem do restaurante, o que faz aqui? Também se feriu?
Ele deu um leve sorriso.
– Quer ficar ai sentada me fazendo perguntas ou quer ver sua mãe?
– Claro! – me levantei e corri para a porta.
Parei e olhei para papai que ainda rezava. Fui até ele e o chamei.
– Ele não vai te ouvir Sakura. Vamos.
Eu queria que papai viesse comigo ver mamãe, mas ele nem se moveu quando toquei no braço dele o puxando, foi uma sensação estranha tocar e sentir meu pai sem que ele nem me sentisse. Que tava rolando comigo?
– Por que papai não veio?
– Ainda não sei nem porque estou te levando. Isso vai me causar problemas. Principalmente se te verem, mas a culpa foi minha de interferir devia ter ficado onde estava, alias eu nem devia ter ido até aquele restaurante.
Ele falava em tom calmo e suave e eu tentava acompanhar seus passos rápidos pelos corredores ele segurou minha mão e de repente estávamos dentro da sala de operação, os médicos pediam coisas e os enfermeiros e auxiliares entregavam mais rápidos que eu podia acompanhar. Havia tubos finos na boca e nariz de minha mãe, eu queria me aproximar para ver o que estavam fazendo com ela, mas o ruivo não deixou.
– Não devia estar aqui, contente-se em apenas observar.
Como eu podia me contentar sabendo que mamãe estava sendo operada? Um bip e a maquina fez aquele típico sinal de fim de vida que passa em filmes. Eu dei um passo para frente ele me segurou. Os médicos falavam e se amontoavam com coisas que nem sei para que serve em segundos outro bip e mamãe estava bem, continuaram trabalhando. Eu dei um suspiro de alivio quando ouvi o bip-bip da maquina.
Minutos depois apareceu do nada um homem – devia ser homem pela altura e formato do corpo – encapuzado usando um manto marrom escuro que cobria os pés e escondia as mãos. Não tinha algo que eu pudesse chamar de rosto, haviam dois pontos brilhantes amarelo como o sol onde devia ser os olhos e um contorno descarnado onde deveria ser a boca.
– O que é aquilo? – perguntei assustada e curiosa para o ruivo.
– Pode vê-lo?
– Claro que posso eu não sou cega – parece que já tive aquela conversa uma vez.
– Aquilo é um Seifador.
– Que é isso?
– Um Guia de Homens eles levam as almas dos mortos para o mundo dos mortos.
– Mas não tem nenh... – então entendi era minha mãe que ele havia vindo buscar.
Senti as lagrimas subindo á meus olhos.
– Deixa ela – eu ia para cima do homem marrom, mas o ruivo não deixou.
– Sakura, não pode impedi-lo
– Então impeça você, faça alguma coisa
– Não se pode interferir nos assuntos da morte, é hora de sua mãe partir quer que te leve de volta para junto de seu pai?
– Não – respondi chorando, queria ver aquilo.
Levou mais alguns minutos para que a maquina bipasse pela ultima vez, vi minha mãe se levantar e ficar ao lado do homem marrom, ela parecia mais feliz do que jamais vi.
– Mãe.
Ela me olhou, veio até mim e tocou meu rosto com um sorriso depois sumiu junto do Seifador. Os médicos e enfermeiros ainda tentavam reanima-la, queria gritar que aquilo não funcionaria, mas eles não me ouviriam. Senti algo me puxando e acordei ao lado de meu pai que ainda orava.
– Pai, a mamãe ela – eu continuei chorando.
– Foi só um sonho Sakura – me respondeu meu pai me abraçando.
Não foi um sonho coisa nenhuma, menos de dez minutos depois meu tio Kabuto veio dar a noticia da perda.
...
– Sakura você tem vir – Ino e Hinata tentavam me fazer sair da capela e ir para o salão onde velavam por minha mãe.
– Vamos deixa-la depois ela se despede da mãe sozinha – disse Naruto puxando a gêmea pelo braço.
Fiquei sozinha chorando por ela, não queria ver nenhuma daquelas pessoas que me diriam palavras de consolo que não me consolaria em nada. Fui até a janela o dia estava azul e feliz como se nada tivesse acontecido.
– Por que não salvou ela? – perguntei de forma acusadora olhando para o céu.
– Não se pode interferir nos assuntos da morte, eu já te disse isso – me disse o ruivo que estava sentado do lado de fora debaixo da janela.
– Que faz ai?
– Estou te ouvindo. Você devia ter ido com suas amigas.
– Eles não entendem, eles não viram e não sabem como é.
– Sabem sim... Naruto e Ino perderam a mãe quando nasceram só a conhecem por fotos.
– Tem uma madrasta que os adora.
– Nenhum desses que estão lá se despedindo de sua mãe viram o que você viu, mas já viram coisas semelhantes, seu tio Kabuto se culpa por não ter conseguido salvá-la. Seu pai por não tê-la feito feliz como ela merecia. Sua avó por perder a única filha viva com quem mal se relacionou nos últimos 12 anos. Seus amigos por não serem capazes de te confortar. Acha mesmo que nenhum deles conhece o que esta sentindo Sakura?
Meu coração se apertou ouvindo ele falar com doçura e tristeza.
– Vou me despedir dela – dei uns passos e voltei – por que você não entra?
– Não posso entrar ai – ele se levantou e olhou para a capela – ainda posso ouvir os lamentos de cada um deles.
Olhei para trás eu não ouvia nada.
– Adeus Sakura – o olhei, mas ele já tinha sumido, entrei no salão meu pai me abraçou controlando as lagrimas de forma invejável.
Ouvi as palavras de consolo e pêsames de pessoas que nem conhecia, então fui até minha avó materna que eu nunca havia visto pessoalmente e a abracei, Ino, Naruto e Hinata se juntaram a mim, ficamos ali nos despedindo em silêncio de minha mãe...
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T BRV
^^