Meus guardiões - entre o bem e o mal escrita por Gato Cinza


Capítulo 5
Uma longa conversa bem confusa


Notas iniciais do capítulo

boa leitura



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– Oi Sakura – diz o ruivo parado no muro do cemitério.

Faz mais de dois meses que mamãe morreu hoje seria o aniversario dela, faria 34 anos se estivesse viva, vim lhe trazer flores. Desde que conversei com o ruivo na capela não o vi mais até hoje é claro.

– Que faz aqui? – pergunto entrando no cemitério ele me segue.

– Vim te perguntar algumas coisas, quero que você responda a verdade e só a verdade.

– Não costumo mentir, mas se tenho que responder para você me diga ao menos seu nome, não posso conversar com um estranho.

– Não sou um estranho Sakura, sou seu amigo.

– Um amigo sem nome? Prefiro ter um amigo sem palavras assim saberia se devo ou não confiar.

– Você é mais gentil quando esta com medo. Mas eu não posso te dizer meu nome, nenhum deles deve ser pronunciado por você.

– Que quer me perguntar? – disse colocando as flores em pequenos vasos ornamentais que enfeitavam o tumulo de minha mãe.

– Quero saber se você pode ver coisas que outras pessoas não parecem perceber sempre ou se é apenas quando estou com você.

Me levantei e olhei em volta, sim eu podia ver os mortos e as outras coisas que não tinha certeza de que era pelo cemitério, nas ruas em todos lugares.

– Comecei ver eles depois que você apareceu, nunca antes.

– Depois de mim nessas ultimas semanas?

– Sim.

– Então antes nunca havia notado nada de diferente?

– Errr, ah não.

– A verdade Sakura.

– Nada de diferente, nunca.

Menti, na verdade desde os oito anos tenho sempre a sensação de que tem olhos me olhando sem eu ver, ouço sussurros que não são apenas ventos em folhas e as vezes quando olho em espelhos é como se visse outras pessoas, mas quando me viro nunca tem ninguém.

O ruivo ficou me olhando em silêncio por um longo tempo como se tivesse em duvida sobre minhas palavras, mexia a boca como se brigasse com alguém, fazia caretas como se estivesse em uma briga em que estava perdendo.

– Você não tem sobrancelhas – disse o fazendo sair de seu transe ou seja lá o que ele estava fazendo. Colocou a mão acima dos olhos.

– Defeito de fabrica

– Por que pinta os olhos? – perguntei saindo do cemitério

– Não pinto coisa alguma, nasci com isso acho que me deram essas marcas no lugar das sobrancelhas.

– Que significa essa tatuagem em sua testa?

– Esta fazendo perguntas demais Sakura.

...

Caminhamos em silêncio por um tempão e acabei indo parar em frente da casa da Ino. Atravessei a rua e me sentei no gramado da praça olhando para a casa de minha amiga, talvez eu almoçasse com ela afinal era sábado e eu havia estado um pouco distante dela desde que minha mãe se foi.

– Gaara.

– Hã?! – respondeu o ruivo que se sentara ao meu lado meio confuso.

– Você não tem nome para mim então vou te chamar de Gaara, era nome de meu gato de estimação ele era um gato persa vermelho para mim ele sempre foi alaranjado o nome significa especial.

Ele ficou em silencio por um tempo apenas me observando.

– Por que acha que sou especial Sakura?

– Não conheço ninguém mais que possa me tirar de meu corpo e nem entrar em corpos de outras pessoas.

– Eu não devia ter feito aquilo.

– Eu sei você disse isso no hospital se não tivesse feito eu estaria morta e mamãe viva, não é verdade?

– Não sei Sakura, as coisas acontecem como devem acontecer não se pode saber o que aconteceria se não tivessem acontecido como aconteceram.

– Por que você fala assim? Não entendi o que disse.

– Entendera quando tiver que entender. Quero te pedir uma coisa Sakura – eu olhei para os olhos verdes dele – quero que você mude.

– Não, eu gosto da minha casa e gosto também de minha escola e de meus amig...

– Não esse tipo de mudança, quero que você mude o que você é, quero que seja outra pessoa. Assim você não vai mais nos ver.

Outra pessoa, quem? Não ia mudar coisa nenhuma só por que um fantasma mandava, ah é ele não era um fantasma.

– Eu me lembrei de você de um sonho que eu tive, mas que não foi um sonho. Eu tinha oito anos. E você disse que eu não devia me lembrar. Pode me fazer esquecer de novo como fez antes e eu não mudo gosto de ser assim.

– Sakura, entenda que se você continuar vendo as coisas que vê pode se colocar em grande perigo e eu não posso te proteger o tempo todo e nem de tudo.

– Posso fazer aulas de defesa e meu pai pode me contratar seguranças.

– Sakura! Entenda as coisas deste lado funcionam diferente, se algo vier atrás de você balas e socos não irão de proteger você nos vê e quando os outros perceberem isso eles virão atrás de você como vampiros vão atrás de sangue. Eu não sei o que você é não quero que tenha problemas até eu saiba por que você é assim.

– Eu nasci assim não é culpa sua ou minha.

– Você não compreende. – ele ficou aborrecido e arrancou um tufo de grama com as unhas – já ouviu falar em sobrenatural?

– Claro fadas, unicórnios e elfos quem nunca ouviu falar.

– Isso são faz de conta, eu estou falando de Fantasmas, Bruxas e... demônios.

– Claro que já, esqueceu que posso vê-los? - Ele sorriu e acenou – eu sei o que é você Gaara.

– Sabe? – me olhou como se eu tivesse o acusado de um crime – como pode saber? Não tem medo de mim?

– Não, por que teria?

– Sakura – ele segurou minha mão – o que acha que eu sou?

– Um anjo.

Ele teve um ataque de risos, não um riso feliz e sim um riso irônico cheio de escárnio.

– Por que acha que sou isso?

– Estava ao meu lado quando eu acordei no hospital. Possuiu o corpo de meu pai para me defender lá no restaurante, eu tinha duvida se era você, mas papai tem olhos castanhos e foi sua voz que me pediu desculpa quando mamãe se feriu. Apareceu no hospital quando eu orava e me levou para ver minha mãe. Conhece a vida de meus amigos e a minha. Aparece sempre que eu preciso de alguém para conversar.

– Sim parece que eu faço isso mesmo, eu não fui ao hospital por você fui buscar uma... coisa que havia fugido de mim, ouvi sua mãe orando de uma forma que ouço só quando alguém realmente que algo entrei para ver. Ela parecia disposta a qualquer coisa para que você acordasse por um minuto pensei que ela fosse fazer um pedido para...

Ele suspirou e balançou a cabeça como quem afasta uma ideia ruim e continuou.

– Me distrai observando as fraquezas de vocês foi quando você acordou. No restaurante eu fui por que queria ver se ia te acontecer algo, na verdade passei o seu 12º aniversario te seguindo esperando que algo inusitado acontecesse...

– Que esperava?

–... para provar que estava no mundo errado, esperava um par de asas, antenas, uma cauda ou quem sabe não mudasse de cor e ganhasse tentáculos – disse rindo de mim – agi por impulso quando aquele homem te bateu o corpo de seu pai era o que estava mais perto dele então eu... eu não devia ter feito aquilo, me desculpe por sua mãe.

– Ninguém pode intervir nos assuntos da morte – disse eu, ele concordou com um aceno.

– Bom Sakura eu não sou um anjo, na verdade é quase ofensivo para mim ser comparado a um.

– Se você não é um anjo é o que?

– Sakuuura! – gritou Ino descendo do carro do pai e vindo correndo me encontrar. Naruto veio logo atrás.

Olhei para Gaara, mas ele já tinha sumido.


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