Meus guardiões - entre o bem e o mal escrita por Gato Cinza


Capítulo 35
Em caso de duvidas, improvise.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Sasuke

Sasuke afastou Temari o máximo que pode dos amigos. A loira era realmente muito veloz e ágil desviava com facilidade dos golpes de Sasuke, em imaginar que ele nem mesmo estava armado. Sim fora uma terrível impudência de sua parte deixar suas armas em casa, mas não podia se lamentar pelos erros cometidos.

Temari estava com seu estoque de lâminas quase esgotadas o anjo era surpreendentemente rápido, e para irrita-la mais acabara de notar que eles estavam longe dos humanos. Abriu seu leque aparando um soco de Sasuke e girou o corpo para se livrar de outro golpe, mas foi um movimento tardio, sentiu o impacto do chute do moreno lhe atingir na barriga.

Sasuke fechou as mãos formando um só punho para golpear a loira que estava arqueada se recuperando do chute que ele dera, mas antes de atingi-la com seu segundo golpe ele foi atravessado por uma lança fina exatamente no braço, sua pele começou a queimar como se tivesse sido atingindo por aço em brasa. Desferiu o golpe na loira com metade da força prevista e no segundo seguinte fora lançado contra um muro.

O anjo se ergueu com alguma dificuldade mirando a face coberta por uma mascara de seu agressor. O homem era esguio, tinha cabelos ruivo-escuros, os olhos visíveis através da mascara eram castanhos e ele segurava uma espada de lamina dourada. Sasuke desarmado ficou parado esperando um movimento do ruivo, mas ele parecia entretido em analisar o anjo.

Temari foi a primeira a atacar, aproveitando-se da distração causada por Sasori. Sasuke foi atingido por uma das laminas do leque da loira e desviou dos golpes seguintes. O moreno atingiu um soco no rosto da demônio que gritou furiosa revelando uma aparência nunca imaginada pelo anjo.

Os olhos da loira assumiu uma tonalidade completamente vermelho-sangue, os dentes se tornaram maiores e muito mais finos que os que os de um lobo, dois pares disformes de chifres cresceram em sua cabeça, seu rosto de distorceu na face horrenda de uma gárgula e um par de asas fino e transparente cor de pele rasgou as costas da demônio, asas enormes e fortes que em um abrir e fechar podia causar uma ventania destrutiva.

Sasuke se sentiu diminuto ao vê-la, além de desarmado ele estava desprovido de todas suas habilidades angelicais desenvolvidas nos seus anos de existência enquanto estivesse preso em Konoha. Este dia esta muito longe de melhorar, pensou ele. No momento seguinte sentiu-se lançado contra um poste que caiu com o impacto. O anjo se levantou fazendo esforço para não cambalear, precisava terminar logo aquela batalha antes que morresse.

Temari voou em direção ao anjo que estava se levantando, porém antes que enfiasse as garras no tórax do anjo algo a atingiu entre os olhos. Temari ficou momentaneamente cega e caiu. Ouviu alguém correr e parar ao seu lado, pelo reflexo dourado ela soube que era Sasori.

– Esta briga não te pertence andante, vá embora – gritou ele.

Sasuke não se virou, mas reconheceu a voz sussurrante e melodiosa que respondeu.

– Ela ia mata-lo.

– Essa é a intenção – disse Temari tentando focalizar o rosto da criatura de cinza e marrom.

– Uchiha não passa de um humano enquanto Konoha estiver sitiada, peça para sua mãe desfazer o feitiço que paira sobre a cidade e poderá lutar com o Uchiha até a morte. Se assim o quiser. Entretanto, eu não estou tão debilitada quanto ele.

Sasuke olhou para Esperança. Quem era aquela garota para falar daquele modo seguro e despreocupado com um demônio?

Temari de um passo em direção á Esperança, mas Sasori a segurou e sussurrou algo apenas para ela ouvir. Os olhos da loira se arregalaram e pararam fixos na figura que mal conseguia enxergar, via o cachecol cinza em volta do pescoço e o manto marrom, mas não conseguia distinguir mais que cores. Voltando á sua forma humana comum, Temari desapareceu com Sasori.

– Quem é você? – perguntou Sasuke encarando a garota de marrom.

– Sou a Esperança, vai dizer que nunca ouviu falar em mim? A única coisa que ficou na caixa de Pandora, encolhida e assustada. Mas não gosto de falar sobre mim, você consegue se curar sozinho?

Sasuke conseguia, mas levaria horas para se curar enquanto estivesse preso do lado de dentro da cidade. Foram para o hospital, Sasuke não conseguia imaginar que criatura era Esperança. Ela tinha alma, podia sentir a tristeza emanada pela aura da garota, mas o demônio de cabelo vermelho pareceu reconhecê-la e a chamou de Andante. Andantes não eram coisas boas, os humanos chamavam de espectros e espectros em geral não possuíam almas. Então o que era Esperança?

Pov's Sakura

Estávamos lavando a louça do almoço quando a porta começou a ser socada. Apressei-me em ir abrir, os outros que estavam espalhados pela casa se “materializaram” na sala assim que coloquei a mão na maçaneta. Olhei para Hinata que ainda estava dormindo no sofá, e eu que achava que vampiros tinham audição aguçada. Naruto entrou um tanto abatido em casa.

– O que foi? – perguntou Ino

– Onde estão Gaara e Karin? – perguntei olhando para fora

– Gaara apenas me acompanhou até aqui, disse que voltava logo. A Karin foi morta.

Naruto foi até a cozinha e enfiou a cabeça dentro do refrigerador, nenhum de nós dizemos nada, talvez ainda esperássemos que ele se virasse rindo de nossas caras ou que Karin entrasse o xingando por alguma brincadeira idiota, mas os minutos se passaram e Naruto ficou ali com a porta da geladeira aberta enquanto seus olhos marejados fitavam o gelo formado no fundo do refrigerador.

– Karin... – Ino encostou a cabeça no ombro do irmão – Como aconteceu?

Naruto relatou que pouco depois de deixarem o hospital, Karin quis ir ver se tinha alguém vivo no bairro dela.

– Então nós resolvemos ir, tínhamos bastante tempo podíamos ir até o limite da cidade depois – dizia Naruto controlando a voz - Na volta Karin estava falando sobre os mortos, nós encontramos alguns deles, mas eles estavam apenas mortos, sabe.

– Apenas mortos? – interrompeu Tenten

– Sim, caídos no chão mortinhos, mortinhos e mortos. Achamos que finalmente tínhamos nos livrados deles então corremos para poder contar às pessoas que os mortos não estavam mais andando. Quando chegamos perto da floricultura encontramos Shikamaru. Ele estava ferido e perguntamos se precisava de ajuda.

– Shikamaru é um traidor – falou Kiba socando a mesa - Estava com aquela louca que atacou o Sai, e também machucou o Akamaru.

– Cala a boca Kiba – mandou Ino irritada – Continue Naruto.

Naruto nem mesmo parecia se importar em ser interrompido, o que na minha opinião era muito estranho. Nunca tinha visto meu amigo daquele modo.

– Shikamaru estava diferente, nem parecia se importar com o braço sangrando apenas riu da gente e disse que devíamos parar de nos esconder e te entregar Sakura.

Senti um pânico crescente quando Naruto ficou em silêncio me olhando, parecia estar tomando uma decisão muito grave. Então fechou a geladeira e se sentou no chão olhando para os pés.

– Ele queria que entregássemos á tal Temari, disse que se você e Hinata continuassem contra Lolita íamos...

– Lilith – o corrigi

–... pagar por tudo. Começando por Konoha que ia virar uma cidade fantasma, esquecida do resto do mundo. Gaara disse para ele que Lolita...

– Lilith

–... era problema dele, e que nem você e nem Hinata iam se aliar á ela. Então Shikamaru atacou Gaara com uma pedra, acho que o seu namorado ia matar Shikamaru por que ele estrangulou nosso amigo até que eu e Karin conseguimos fazê-lo soltar. Enquanto eu afastava Gaara, Karin foi ajudar Shika que estava tentando se recuperar.

Naruto parou de falar. Escondeu o rosto nos braços. Olhei para meus amigos, todos olhavam ansiosos para Naruto, levou um tempo para ele voltar a falar.

– Karin gritou, eu virei para ver. Ela estava caída com a cabeça virada ao contrario e Shikamaru correu para longe gritando que a guerra estava chegando e que lutar contra era inútil. Ficamos lá, mas Karin não se levantou como zumbi, eu a levei até o hospital, eles colocaram ela junto dos outros mortos no necrotério.

Ninguém disse nada. Não sei dizer o que se passava nas mentes de cada um, mas os rostos mostravam medo, raiva, tristeza e mais um coquetel de emoções que iam do sofrimento ao ódio. Me dei conta que estávamos todos chorando quando Ino se levantou limpando os olhos.

– Eu quero ir embora – anunciou fazendo todos a encarar – Não aguento mais isso, nossos amigos se tornaram monstros da noite para o dia e matam sem pena. Querem que a Sakura e a Hinata sejam entregues á essa Lolita, mas...

– Lilith – corrigi mais uma vez

– Quem é essa? – perguntou Kiba – Lolita Lilith que vocês falam e por que ela quer você?

Olhei para Ino, ela e todos os outros me encaravam se fazendo a mesma pergunta, me virei para Sai. Ele deu de ombros, traidor.

– Lilith é um demônio – falei, em caso de duvidas sempre diga a verdade.

Ouve uma época que eu desacreditei disso, da verdade, mas ela sempre me foi a melhor saída para tudo. Contei aos meus amigos o que achei importante que eles soubessem. Resumi que estava acontecendo uma guerra no inferno e que Lilith era uma feiticeira poderosa e o que ela havia feito com Konoha. Expliquei da melhor forma possível quem eu era entre os demônios e o porquê eles estarem atrás de mim.

– E Sasuke, Gaara, Hinata e Sai sabem disso. Estão me ajudando – terminei

Com exceção de Sai todos me olhavam como seu eu usasse uma melancia como chapéu. Naruto foi o primeiro a se pronunciar e sua resposta me deixou ao mesmo tempo aliviada e apavorada.

– Acredito em você – foi o que ele disse sem me olhar – Não tem nenhuma explicação lógica para o que está acontecendo, sua história faz mais sentido que qualquer coisa que eu tenha pensado.

Ficamos mais uma vez em completo silencio. Sei que todos tentavam encontrar uma explicação lógica para tudo ou apenas assimilar o que eu havia terminado de contar. Naruto murmurou que precisava de um banho e foi para seu quarto, os outros foram saindo cada um presos em seus pensamentos e me vi sozinha. Incrivelmente sozinha. Me deixei vagar por lembranças.

Até que ouvi estalitos, me virei procurando e me lembrei que era o modo de Gaara dizer que estava do lado de fora sem precisar gritar, ele estava jogando pedrinhas na janela. Corri para fora. Somente então percebi o quão avançado o dia estava, o sol já havia se posto e o céu estava se tingindo de um pálido tom de anil.

– Sakura eu...

– Onde você estava? – perguntei o abraçando – Você está bem? Naruto disse o que aconteceu. Fiquei preocupada, o que aconteceu com o Shikamaru? Ela está mesmo ajudando a Temari? Naruto disse que ele queria que me entregassem a ela. Por que...

– Sakura – Gaara segurou meu rosto com as duas as mãos – Devagar. Eu fui apenas dar uma volta, queria ver se encontrava o amigo de vocês para entender o que aconteceu com ele.

– O Shikamaru? Acho que ele endoidou, ele...

Não consegui dizer, ouvir o Naruto contando causava tristeza, mas repetir aquilo. Era muito mais doloroso. Senti um nó formando na minha garganta, e os braços de Gaara me envolvendo.

– Me diga que vai ficar tudo bem, que vou acordar e descobrir que foi só um pesadelo.

Ele não me respondeu, apenas me apertou mais em seus braços. Gaara me dissera que uma vez que não mentiria para mim, então recebi seu silencio como uma afirmação para meu desespero, nada ia ficar bem. Senti as lagrimas caindo pelo meu rosto, minha vida estava uma montanha russa agora era apenas um precipício sem fim na qual eu ainda caia. Ficamos abraçados ali fora, Gaara não podia entrar na casa sem Sasuke por perto e eu não queria encarar meus amigos.

– Essa não – ouvi Gaara murmurar

Me afastei dele o bastante para encara-lo, ele olhava algo por cima de minha cabeça. Me virei curiosa para ver o que tinha deixado ele de repente tenso. Sasuke tinha acabado de cruzar o portão principal junto dele vinha uma pessoa usando uma pintura no rosto, uma corda cinza em volta do pescoço e uma longa capa marrom-madeira.

Ela olhava para Gaara e quando Sasuke parou em nossa frente com um ar preocupado, ela se colocou atrás dele. Os olhos dela eram da mesma cor dos cabelos que eu confundi com uma corda, eram cinzentos, inexpressivos e vazios.

– Há quanto tempo – disse ela indiferente – Príncipe.

Olhei para Gaara, os olhos dele brilhavam de um modo que eu classificaria como insano, uma mistura de emoções ruins se refletiam nos olhos verdes que eu tanto amava, enquanto os olhos cinzentos da garota pareciam ter perdido o pouco de vida que restava, ela deu um leve sorriso quando Gaara murmurou sem emoção alguma:

– Alice.


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Notas finais do capítulo

Capitulo seguinte:
— O que está acontecendo com Shikamaru
— Quem é Esperança/Alice
— Uma breve história do passado de Gaara
— Revelações de alguns segredos



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