Pelas garras do gato

Ele olhou para a filha que entrava em sua sala, uma dentre centenas de filhos e ela era quem mais lhe agrada, não que os outros não tentassem, mas esta era diferente ela fazia as coisas de modo natural fazia por prazer e não para tentar o agradar. Era de todos os filhos a que mais se parecia com ele embora olhando fisicamente pudesse julgá-la por uma humana comum.

Hoje em especial usava um longo vestido preto que acentuava as curvas do delicado corpo muito parecido com o da mãe mais sem o mesmo charme. Usava os cabelos loiros curtos presos em um coque, ao seu lado como sempre estava seu companheiro de caça o garoto apenas alguns anos mais velho que ela a temia mais que a Ele próprio e não era para menos.

– O que quer? – perguntou ela sem menor intenção de ser gentil ou educada perante o pai

Ele jogou para ela uma pasta vermelho sangue. O amigo da garota baixou e pegou o envelope. Dentro havia uma foto.

– Por que eu? – perguntou entregando a foto para o rapaz que deu um sorriso malicioso ao ver a foto

– Ela esta sob proteção de um Nefelim.

Respondeu o pai suave e gentil como sempre. Ela fez uma rápida reverencia e saiu, gostava de caçar anjos, mata-los era ainda mais divertido. O rapaz de cabelos cinza e olhos negros jogou o envelope, por um ultimo segundo olhou a foto da garota de pele clara, olhos verdes e cabelos cor de rosa.

Sakura

Acordei com dor de cabeça e totalmente dolorida, não havia bebido o suficiente para perder as razoes de meus atos, mas o suficiente para ficar com uma ressaca terrível. Depois de horas debaixo do chuveiro desci xingando as escadas por existirem e amaldiçoando quem as inventou. Papai estava na sala com Shawn Spencer sua sombra particular um metido a espertalhão trapaceiro e mentiroso, Shirou Emiya meu quase irmão mais velho adotivo e o ruivo intrometido da noite passada, passei por como se nem os visse e fui beber refrigerante sei que um café da manha deve ser saudável, mas com essa ressaca... voltei resmungando por ter acordado cedo demais – eram quase 10 da manhã.

– Sakura venha aqui – disse meu pai quando eu já estava na metade das escadas, me virei e sentei ali mesmo onde estava os olhando, não ia descer tudo de novo.

– Pai eu não estou bem de saúde seja breve, por favor.

– Isso se chama ressaca é o que acontece quando bebe demais – disse Shirou debochado.

Pensei em um palavrão para responder, mas me calei quando notoi o olhar estranho do ruivo da boate, olhos verdes iguais aos que me perturbavam no sonho.

– Esse é o Gaara filha, mas isso você já sabia o que não sabe é que ele é seu novo guarda-costas.

Tive um ataque de risos e quase rolei pelas escadas.

– Isso é serio Sakura – disse papai em tom ríspido me obrigando a me recompor

– Não preciso de guarda costas papai, sei me cuidar bem sozinha e o senhor bem sabe.

– Pode mesmo tenho até um vídeo de você ontem a noite – disse Shirou me lançando uma piscadela.

– Pai eu estava zangada ontem e bebi demais foi só isso

Resolvi não menti pela dica de Shirou papai já sabia mais que eu pudesse esconder.

– Ainda não aceitei a proposta senhor – disse Gaara, gosto desse nome

– Mas aceitará, terá um bom salário e fora o episodio de ontem minha filha não causa maiores problemas.

Shirou começou a rir.

– Shiro pode muito bem fazer isso pai – protestei

– Shirou não é mais criança que você Sakura e vocês juntos me dão mais trabalho que preciso

– Shawn diga alguma coisa – apelei para o trapaceiro

– Desculpe Sakura, mas a decisão não cabe a mim ou a você...

– Cale a boca então, pai juro que faço mingau desse ai e sirvo para os cães. Eu não preciso de merda de segurança coisa nenhuma, se você aceitar garoto – desci os degraus até ficar frente a frente com o ruivo – eu juro que farei de sua vida um inferno.

Ele sorriu

– Vai ter que se esforçar para isso.

Senti um aperto no coração quando fiquei tão perto dele, fiquei tonta e me retirei para meu quarto, papai me chamou e tentaram me fazer sair do quarto, mas minha cabeça voltou a doer.

...

Desci para o jantar depois de ficar o dia todo trancada no quarto.

– O Gaara não aceitou ser seu segurança – disse papai em tom aborrecido

– Me desculpe pai, tentarei não te causar mais problemas

– Ele disse que se conheciam não pensei que se importaria em ser protegida por alguém que já conhece.

– Não quero ninguém me vigiando, nunca precisei disso – contei a meu pai o que aconteceu ontem, desde a festa na piscina até eu desmaiar na boate.

Ele me ouviu em silêncio e não disse nada. Fiquei apreensiva com isso papai sempre me da conselhos e bronca, mas hoje nada falou nem um castigo nem um sinto muito. Voltei para meu quarto e adormeci... Sonhei. O garoto da boate, Gaara, estava em meu sonho ele estava diferente, tinha uma tatuagem no canto da testa, anéis pretos em torno dos olhos e não tinha sobrancelhas.

Estava trancado em uma caixa de vidro ele batia e gritava algo que eu não ouvia. Estava desesperado socando o vidro que permanecia intacto, sua mão sangrava de tanto tentar quebrar o vidro e eu mantinha minha mão na parede transparente e fina que nos separava, ele gritava. Comecei a sentir-me pesada e cansada me sentei e logo meus olhos fechavam. Ele mantinha o mesmo ritmo frenético de gritos mudos e socos inúteis ultima coisa que vi antes de desmaiar foram seus olhos verdes... não era ele quem estava preso... Era eu.

Acordei com mais dor de cabeça e não se falou no assunto da boate e de guarda costas mais. falei com Ino ela disse que Hinata estava bem e que não guardava ressentimento sobre mim, contou-me também que Sasuke pediu desculpa caso tivesse dado esperança para ela, que era para parar com suas ilusões antes que ela se magoasse. Não acredito que ele tenha falado com essas palavras, mas é melhor que seja assim.

Não tenho falado com meu pai, não tenho saído de casa, não tenho visto ou falado com meus amigos além de um rápido telefonema uma vez por dia. As férias terminaram e amanhã voltamos ás aulas. Estou com mau pressentimento.