Quinto ato -– Kanakubo Homare -– Touro

– Por Paola Tchébrikov

Aquela menina insegura e perdida, como um dia eu também estive, me encantou. Suas lágrimas abundantes e cristalinas, seus sentimentos expostos em sua personalidade aberta; tudo nela me encanta.

Ajudá-la quando ela precisou foi apenas um motivo para me aproximar mais dela, é um fato. Sempre muito esforçada, decidida, generosa. É a única menina em nosso meio, muito forte e corajosa, perfeita.

Ela era como o sol em nossas escuridões, na minha escuridão. Seu sorriso tímido e fofo sempre melhorava o meu dia como mais nada podia, e saber que eu a veria mais uma vez me fazia levantar da cama pela manhã sorridente e esperançoso.

Não há mal em querê-la bem e ao meu lado, não? Poucos eram capazes de vê-la triste, porque ela sempre se esforçava para que todos a vissem como forte e independente, uma flor que nasce entre pedregulhos, muito decidida.

Ela era apenas ela, e era isso que a fazia ser tão perfeita. Seu esforço era visível e nós apenas a queríamos bem, eu a queria bem, sorrindo, feliz.

Mesmo que fosse um sorriso simples de agradecimento quando eu lhe fizesse um chá tradicional, ou um pedido de desculpas por ter esbarrado em mim, distraída. Eu não me importo com os pormenores ou os motivos, apenas vê-la bem já me deixava satisfeito.

Seu arco vibrava em seu punho delicado, e sua flecha cortava o ar com elegância e precisão, e mesmo que ele não atingisse o alvo, ou não atingisse o que ela queria que atingisse, ainda assim ele era decisivo e refletia ela, seus atos, sua doçura.

Posso não tê-la para mim, mas só de poder vê-la eu já me sinto satisfeito. Poder interceder por ela e prezar por seu bem-estar, de longe, já era o suficiente para mim. E mesmo que eu seja apagado e colocado de escanteio por causa da minha personalidade calma e suave, ainda assim eu sei que ela me nota, por isso sorri para mim.

Yahisa Tsukiko, você é como um suave e delicioso aroma de uma rara flor.