Quarto ato –- Shiranui Kazuki –- Áries

– Por Paola Tchébrikov

Hoje eu posso dizer que a amo, porque eu posso protegê-la. Hoje eu posso estar ao seu lado, porque sei que farei meu melhor para não machucá-la, ou para que ela não se machuque.

Hoje eu posso sorrir verdadeiramente, porque um dia, lá no passado, ela me mostrou o que é sorrir, porque ela me mostrou o que é felicidade. Eu posso olhar para a minha frente sem qualquer medo ou receio, porque ela me mostrou que o passado apenas incrementou o meu presente para garantir o meu futuro.

Eu não me importo em me machucar, contanto que ela esteja bem. Ferir-me não é um problema se eu precisar pular em sua frente para que não seja atingida, o farei com todo o prazer.

Ela é minha vida, meu sol. Como eu poderia estar aqui hoje se ela não houvesse me salvado no passado? Aquele jeito infantil, recheado por um altruísmo e uma preocupação com um desconhecido me mostrou que nem tudo estava perdido, e ela me fez enxergar que eu era importante.

Sua presença fez uma enorme diferença na minha vida, ela apareceu na época em que eu mais precisava de apoio, embora eu nunca houvesse dito que precisava; ela, sem preocupar-se com as minhas vontades, se impôs, e me livrou do peso da solidão.

Mas eu era fraco, era fútil. Ela precisava de apoio, mas estar comigo era atrair o perigo, e quando eu a vi lá, por minha culpa, dentro daquele galpão, eu precisei fazer algo. E eu assumo: eu escolhi o que era mais fácil.

Eu sabia que não ficaria forte tão facilmente, sabia que precisaria de tempo, então eu me afastei. Pedi para que ela esquecesse tudo e sumi, porque era mais fácil mantê-la longe enquanto eu me esforçava para ficar mais forte.

Foi tudo por ela, e para ela.

Yahisa Tsukiko, você é delicada como uma flor.