– Caralho, ela é minha vizinha! – Pensei alto

Estava eufórico, quando vi ela entrar em sua casa, quase gritei. Entrei em casa, e foi aí que me lembrei da minha mãe, então procurei ela no quarto, na sala, e nada dela. Foi quando vi em cima de sua cama, um bilhete, logo no começo me assustei:

‘’ Querido filho, quem escreve é Jonh, ainda lembra de mim meu pequeno? Primeiramente queria dizer sobre sua mãe, você deve estar preocupado com ela. Bom, ela está bem, na verdade ontem de noite ela não passou muito bem quando me viu, e resolvi leva-la a um hospital, fique tranquilo, ela ‘’apenas’’ desmaiou, diz o médico que vai ficar internada pelo menos três dias, não entendi direito. Com certeza você deve estar querendo explicações (ou querendo me matar), então te explicarei tudo nessa carta mesmo: Depois que fui embora de casa, de coração partido alias, fui morar em Los Angeles e seguir minha profissão, fotografia. Ainda se lembra?

Tentei encontrar varias mulheres que me fizessem bem como sua mãe me fazia, mas nunca achei. Queria voltar para casa, quase entrei em depressão, porém, o amor pelo meu trabalho gritou mais alto ganhou a saudade que eu sentia de você e de sua mãe. Passei anos sofrendo, até que tive uma ‘’oferta’’ de fotografar justamente nessa cidade, na sua cidade. Não perdi tempo, resolvi que naquela noite iria para aquela casa que havia deixado para traz. Para minha surpresa, ainda eram vocês que moravam lá. Fiquei tão feliz filho! Enfim, toquei a campainha esperançoso, quem atendeu foi sua mãe, que me olhou sem dizer uma palavra, começou a ficar branca, mas quando fui dizer algo ela fechou a porta na minha cara e sem eu poder fazer nada fiquei na porta, parado, refletindo.’’

Parei um pouco de ler, estava chorando. Tudo estava claro, depois que minha mãe reviu meu pai, ela correu para o meu quarto, chorando. Resolvi voltar a leitura, soluçando um pouco:

‘’ Sua mãe não havia mudado nada, fiquei ainda mais apaixonado, e triste. Me encostei na porta, tentando prestar atenção nos mínimos barulhos. Ela chorava, bem baixo. Nunca consegui ouvir sua mãe chorar, para mim essa é a pior tortura. O pior de tudo, é que depois de um tempo tudo ficou silencioso e ouvi um grande barulho, fiquei desesperado coma situação, então sem pensar muito abri a porta, que ela não havia trancado, e corri para ver o que estava acontecendo. Sua mãe estava na sala, espatifada no chão, lembro de sua facilidade para desmaiar... Comecei a chorar igual uma criança, levei-a até o carro e fomos até o hospital, onde ela está até agora. Depois, fui novamente a sua casa, mas tive medo de entrar no seu quarto e você talvez surtar, então escrevi essa carta explicando tudo. Estou com saudades meu filho, por favor, não fiquei bravo comigo, eu te amo muito. Se puder me visitar, seria o homem mais feliz desse mundo. Deixarei o nome do hotel e meu telefone, venha a hora e o dia que quiser...

Te amo muito.

Atenciosamente, Seu pai.

Hotel Messina-877

Telefone: 1 800 556 56562

Não me mexia, estava desesperado. Queria dar um soco no meu próprio pai, até mata-lo eu desejava. O que ele pensa que é para chegar assim na minha vida? Quero ver minha mãe, quero abraça-la! O pior de tudo, é que ele não disse o hospital que ela está. Droga!