Detenções escrita por The Corsarian


Capítulo 9
Quarta Detenção


Notas iniciais do capítulo

Heeey o/ Espero que gostem desse meu Cap. Pode ter rolado tudo um pouco rápido masok.
Gente, acho que esse é o último Cap :(
Depois vem o Epílogo, e pronto, acabou...
Mas digam que foi legal essa Fic. OK?
Enfim, enjoy ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/499833/chapter/9

POV Rose

Mal ouvi a porta que indicava que Scorpius saiu bater, professora Helock empurrou-me para fora do armário, e sem dizer nenhuma palavra, me chutou de sua sala e disse-me para avisar aos alunos que ela demoraria um pouco.

Enquanto descia as escadas para a sala, eu fiquei pensando no que tinha ouvido. Era mais do que óbvio, que se Scorpius tinha procurado a professora ele ainda gostava de mim, o que significava que ele não me odiava. Ainda.

Chegando à sala repassei o aviso da professora e me sentei em uma mesa afastada, longe de todos, e fiquei ali, sozinha com meus pensamentos. Suspirei.

Pensei no porque eu queria tanto Scorpius, e porque eu lutaria por ele, sendo que há menos de dois dias eu tinha transado com um cara que eu odiava por dúvida. Franzi a testa. Dúvida. Era isso que me incomodava. Eu ainda não sabia como me sentir em relação à Scorpius, mas sabia que eu não era indiferente a ele.

Afundei o rosto entre meus braços, ainda pensando. Mesmo que eu tentasse reconquistar Scorpius, como eu iria fazer para ter a confiança dele de volta? Sacudi a cabeça, pensaria nisso depois, quando eu estivesse mais calma.

Não demorou muito e logo a professora desceu as escadas com seu sorriso típico. Mas ela estava preocupada e isso era um pouco desconcertante. Como sempre, prestei atenção à aula dela, pois sempre amei Adivinhação, e sempre fui muito boa nessa matéria. E a professora era uma das únicas que nunca reclamava de mim.

Assim que saí daquela aula fui para a aula de Feitiços, onde me sentei lá no fundo e dormi, só acordei depois que o sinal bateu. Finalmente fui para a aula de Poções, onde Blace estaria. Era extremamente chato ficar sem ela nesses períodos em que se precisa de alguém para te xingar de estúpida.

Cheguei à sala de Poções, e logo vi Blace sentada em seu lugar, desenhando na carteira de madeira com um canivete. Assim que me sentei ao seu lado ela me olhou.

–O Malfoy tá depressivo. - Diz ela simplesmente. Ergo as sobrancelhas.

–Não diga? – Indago irônica. – O que eu fiz dessa vez?

–Dormiu com um idiota. – Ela respondeu entediada. Ri de leve.

–Um idiota bem-dotado. – Ouviu-se a voz de alguém. Logo na carteira da frente, Luke virou-se, com seu nojento e típico sorriso malicioso. – Bom dia, loira! Bom dia, gostosa!

–Repita isso e seus futuros filhos já eram. – Murmurou Blace com ódio, ainda rabiscando com um canivete na carteira.

–Sei, sei. Tô informado que você não é flor que se cheire, mas como deve ter percebido, o “gostosa” não foi para você, Blace. – Disse Zabini com seu sorriso maroto e então, voltou-se para mim. – Bom dia, gostosa!

–Repita isso, e não vão ser só seus futuros filhos que serão prejudicados. – Afirmo com frieza.

–É, vai ver o Malfoy tinha razão, sangue Weasley é foda... – Suspirou ele. Arregalo os olhos. Não, eu não podia ter ouvido aquilo direito.

–Quem tinha razão, sobre o que? – Perguntei avoada, olhando para Luke. O moreno sorriu.

–Bem, ontem, quando você resolveu que não gostava das minhas bolas e as chutou, eu contei para o Malfoy nosso pequeno drama, e então ele disse que deve ser o sangue Weasley! – Disse ele calmamente, com um sorriso preguiçoso no rosto.

–Você não fez isso... – Sussurrou Blace ameaçadora, apontando o canivete na direção de Luke.

–Quem disse que você tinha o direito de contar alguma coisa para alguém?! – Vociferei o mais baixo que pude. – Você é idiota por acaso?

–E você ainda pergunta? – Ironizou Blace.

–Quer saber, porque você não morre logo? – Gritei sussurrado para ele. Zabini só deu um sorriso de leve.

–Porque esse drama todo? – Ele perguntou. Então um sorriso de compreensão escapou de seus lábios. – Vocês estavam se pegando! Que fofo, e eu estraguei tudo? Uma pena você não poder brincar mais um pouco com o Malfoy...

–Cale a boca! – Nesse momento eu estou praticamente avançando em cima dele, mas Blace me segura.

–Que foi, tá bravinha só porque eu estraguei seu plano de brincar com o moleque como um gato brinca com uma bola de lã? – Bem nesse momento, Scorpius passou por nós. Ele desacelerou quando ouviu seu nome. – É realmente uma pena eu não ter deixado você continuar com o seu joguinho... Seria muito divertido ver o cara correr atrás de você não é?

Mordi o lábio. Eu sabia que Scorpius tinha ouvido tudo. E obviamente acreditara em tudo que havia saído da maldita boca de Lucian Zabini. Blace ao meu lado rosnou e então agarrou a gola da blusa de Luke, apontando o canivete para seu pescoço. Todos estavam olhando nesse momento.

–Escuta aqui, seu verme mal acabado, só porque você brinca com as suas vadias, sai por aí fazendo tudo o que quer só porque é rico, não quer dizer que Rose seja assim. Ela fez merda uma vez, enquanto todas as realizações que você tem orgulho de ter feito na sua vida, foram bostas mal cheirosas. Você, Zabini, é uma bosta mal cheirosa. – Rosnou Blace, com o rosto tão perto do dele que eles poderiam se beijar.

Zabini poderia ser alto e forte, mas todos sabiam da fama de Blace no quesito “briga”, tanto na briga verbal, como na física. E ela parecia irritada, muito irritada.

–Agora, Zabini, mexa com a minha amiga de novo, e você verá porque a Durmstrang me mandou uma carta no ano passado. – Então Blace soltou a gola da camisa de Zabini, e se sentou furiosa, praticamente soltando fogo pelas narinas.

–Sério, não precisava. – Sussurro quando a sala ficou em silêncio, nos olhando.

–Eu não fiz isso por você, Wealsey. – Ela murmurou. Então olhou para os outros que nos olhavam. – Tão olhando o que? Tirem esses olhos curiosos daqui, e metam esses seus narizes oleosos só na onde foram chamados!

Todos abaixaram a cabeça, menos Scorpius, que ficou nos olhando por um tempo, e quando percebeu meu olhar, desviou o rosto.

POV Scorpius

Eu não sabia por que eu estava olhando tanto para Rose. Simplesmente era inevitável, e mesmo quando ela me flagrava, eu voltava a olhar naquela direção. Eu tinha visto aquela briga, e por algum motivo eu sabia que parte daquela discussão teve algo a ver comigo.

Mas eu espantei esse pensamento, porque não parecia muito do feitio de Rose e Blace brigarem pelas pessoas. Sacudi a cabeça e olhei para o professor, que tinha acabado de chegar, e tentei prestar o máximo de atenção em sua aula.

Depois disso o dia passou tranquilo, e cedo demais a noite chegou. Se ainda fosse ontem, eu estaria completamente animado para a detenção, mas hoje eu estava completamente desanimado, e preferiria qualquer coisa a ficar trancado naquela sala de troféus com aquele pedaço de mau caminho.

Vesti-me como sempre, e cheguei dez minutos antes à sala de troféus. Dessa vez não foi preciso esperar muito e logo Rose já estava ali, sentada no chão, limpando um dos últimos troféus da sala.

A minha vontade era de tentar esclarecer aquilo rápido, como tirar um curativo, para acabar logo com aquela agonia. Mas toda vez que eu tentava puxar assunto, toda vez que eu abria a boca, eu travava. Não conseguia dizer uma palavra sequer, e nem ao menos pronunciava uma letrinha.

Rose teria que começar aquele diálogo. Eu não era capaz.

–Boa noite. – Ela disse depois de um tempo. Achei estranho, mas respondi.

–Boa noite.

–Você está um pouco quieto hoje. Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou inocente. Mas ela sabia o que tinha acontecido. Suspirei.

–É, aconteceu. – Ela se virou para mim, seus olhos azuis fixos nos meus.

–O que aconteceu? – Ela indagou novamente. Sorri um pouco amargurado.

–Acho que você sabe...

Ela suspirou.

–É eu sei. Só estava me perguntando se você já sabia que eu sei. –Então ela franziu a testa.

–Bom, na verdade eu só disse por dizer. Não sabia se você realmente entenderia. – Murmuro. Ela coloca o troféu no chão.

–Então... – Ela diz num tom de pergunta depois de um tempo.

–Então, oque?

–Sei lá, você não vai perguntar nada? Não vai dizer que me odeia, ou talvez me desculpar? – Permaneci em silêncio. Nem mesmo eu sabia o que fazer. – Faz alguma coisa, isso é meio torturante!

–Eu não sei o que fazer. –Solto frustrado.

–Você não me odeia?

–Não.

–Não tem nada para perguntar?

–Nada que eu realmente precise saber.

–Não quer me perdoar?

Não respondi. Ela ficou me observando, talvez tentando decifrar o meu silêncio. Então Rose ficou de pé, e se aproximou de mim. Não tão próximo quanto ela ficava antes, mas mais próxima do que eu achava que ela teria coragem de ficar.

–É só pedir, eu falo qualquer coisa. – Ela sussurrou num fio de voz, como seu não quisesse que as outras pessoas ouvissem.

–Nenhum dos meus pedidos quer fazer bem para mim. - Respondo no mesmo tom. Ela agarrou meu rosto com as mãos, fazendo-me olhar em seus olhos.

–Peça. – Era quase como um comando. Mas sua voz estava suave, macia e gostosa de ouvir.

–Por quê? –Deixei a palavra pairar no ar. Rose saberia o que ela significava.

–Porque eu sou estúpida. Não fiz aquilo em sã consciência, e me odeio por ter feito. – Ela disse calma, mas algo em sua voz me dizia que ela falava a verdade.

– Porque eu deveria acreditar nisso? – Deixei a pergunta escapar. Rose não deixou transparecer, mas soube que ela tinha ficado ofendida.

–Não acredite. Faça o que quiser. Eu sou realmente muito estúpida, mereço um “não” como resposta pelo menos uma vez na vida. – Diz ela, com a voz macia novamente.

Olhei para seus olhos. Ela me olhava um pouco preocupada. Olhando para aquele rosto angelical esqueci-me de tudo que ela poderia ter feito contra mim. Ela poderia ter matado minha família, que naquele momento eu não ligaria.

Foi então que entendi a frase da professora Helock.

Aquele que ama, é estúpido o suficiente para sofrer o quanto aguentar, se isso significar ter o direito de amar o quanto puder.

–Vamos ser estúpidos juntos então. – Murmurei e puxei-a para mim, beijando seus lábios.

Naquele momento tudo parecia perfeito. Não parecia que tínhamos tido algum tipo de desentendimento. Eu não estava magoado com ela. E ela parecia tudo para mim naquele momento.

Parecia que se ela não se apertasse mais contra mim eu perderia a razão. Parecia que se Rose não agarrasse meu rosto com mais força eu iria adoecer. Que se sua língua não se entrosasse com a minha eu morreria.

Senti-a se abaixando, ficando da minha altura, ajoelhando no chão, mas logo ela teve que se levantar, pois eu saí de cima do banquinho. Rose logo já estava se entrosando comigo de novo, beijando-me de sua forma viciante e hipnótica.

Não demorou muito, nos afastamos, arquejando, pedindo por mais ar. Ela olhou em volta.

–Eu deveria estar limpando esses troféus...

Sorri e sacudi a varinha. Em questão de segundos os troféus estavam brilhantes. Rose sorriu para mim.

–Isso não é errado? – Ela indagou divertida.

–E quem se importa? – Respondo, e volto a beija-la.

Senti uma de suas mãos afoitas começarem a abrir os botões da minha camisa, enquanto a outra agarrava meu cabelo com força. Logo estávamos sem oxigênio de novo, mas Rose não perdeu tempo, e ainda desabotoando minha camisa, seus lábios foram para meu pescoço, mordendo com delicadeza ali.

Eu podia sentir seus dedos me provocando cócegas, e sua língua acariciando de leve minha orelha. E aquilo era simplesmente a coisa mais deliciosa do mundo. Sem mesmo eu perceber, minhas mãos imitavam o gesto de Rose, puxando de leve sua blusa para cima, arranhando sua barriga lisa, subindo um pouco mais a cada botão que ela abria.

POV Rose

Eu não conseguia entender aquilo. Meu corpo não me obedecia. Eu dizia para minhas mãos pararem, mas elas iam mais rápido. Eu dizia para minha língua não provocar, mas ela logo se mexia mais afoita.

Mesmo eu querendo aquele momento, muito mesmo, eu não podia, eu tinha que parar. Aquilo não era certo, e era simplesmente sem sentido.

Mas desde quando eu gostava das coisas certas?

Sorri comigo mesma, quando as mãos de Scorpius se infiltraram em minha blusa. Não demorou muito e a camisa dele estava no chão. Eu não acreditava que íamos fazer aquilo numa sala de troféus.

Aquilo era tão estranho, errado, e delicioso.

Em segundos minha blusa estava no chão, junto meu short, e a calça de Scorpius. A cada beijo perdíamos uma peça de roupa, e logo estávamos nus.

Eu deveria me sentir culpada e estranha, por fazer aquilo logo depois da bela merda que eu tinha feito. Mas mesmo que eu quisesse parar, eu não conseguiria.

Eu gostava de mexer com fogo. Gostava de atiçar o que já estava queimando. Eu gostava do proibido, e definitivamente, o que era errado sempre tinha me atraído.

Afinal, desde sempre o proibido é mais gostoso.

E foi por isso que o maior amor das minha vida começou com as detenções. Oh, sim, como amo detenções agora. Simplesmente eu me sentia calma e feliz quando eu estava com Scorpius, e tudo tinha começado porque eu tinha feito algo proibido.

Ah, detenções, eu amo vocês!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Enfim, gente, espero que tenham gostado, posto o epílogo depois ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Detenções" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.