As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 7
Capítulo 7 – Coincidência ou Destino? (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Hi, mina! Estou de volta, deixando mais um capítulo para vocês =) Antes eu gostaria de fazer algumas observações.
A primeira é de que passei revisando os capítulos hoje, que tive tempo, consertando errinhos e arrumando algumas partes. Nada relevante para quem já leu até aqui, então não é necessária nenhuma releitura. Apenas para quem quiser, modifiquei o gif do capítulo 4. Finalmente encontrei a imagem do vilão e achei que esses olhos ficarão mais de acordo com o que desejo. Desculpe-me por mudar assim, mas acredito que ficará melhor xD
Segundo, quero agradecer a todos que estão acompanhando e comentando até agora. xD E um quero dar as boas vindas a novas leitoras que comentaram no último capítulo. Agradeço à Miss Sins, Rukia e à Lunna de Angell, que não apenas comentou em vários capítulos, mas também me concedeu a honra de minha primeira recomendação *___* Estou lisonjeada com tudo o que disse, linda! Você foi minha inspiração para escrever xD
Sem mais delongas, bom capítulo!!!



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Sesshoumaru levantou cedo no dia seguinte. Queria sair o quanto antes. Vestiu a armadura e prendeu as duas espadas na bainha. Assim que saiu de seu quarto, foi abordado por Suiryu que segurava um envelope entre os dedos. O youkai das águas entregou o objeto para o Lorde.

            – Sesshoumaru, que bom que já está de pé. Ia deixar em frente à sua porta. Este é o documento para a aliança a ser feita com os youkais do gelo. Precisa fazê-los assinar e oficializar o acordo. – explicou. – O mais difícil será convencê-los, mas aqui também mostra os direitos que vão conseguir se aliando conosco.

            – Quais os tipos de regalia. – questionou.

            Suiryu deu de ombros e falou:

            – Coisas simples: ajuda em guerras, algumas riquezas e outras poucas ofertas. Para nós não são nada, mas para um clã de pequenas proporções como o deles é significativo. – apontou para o envelope. – Está tudo aí. Se discordar, você tem toda a liberdade de retirar alguma do acordo, assim como pode acrescentar algo se necessário. Mais uma vantagem por ser você o mediador.

            – Entendo. – concordou. – Já enviaram uma mensagem alertando minha chegada? Não desejo causar nenhum conflito quando chegar ao vilarejo.

            – Será enviada assim que sair. – confirmou Suiryu. – Estava esperando a confirmação de sua partida. Enviaremos um falcão para nosso posto nas planícies e de lá devem enviar outro para o clã. Assim contornaremos a  montanha, mas garanto que a mensagem deve chegar antes de você.

            Sesshoumaru se limitou a acenar e ordenou.

            – Vou partir em minutos, já pode enviá-la.

            – Como desejar.

 Suiryu fez uma mesura enquanto Sesshoumaru passava ao seu lado e antes que o Lorde se distanciasse do estrategista, ouviu:

— Sesshoumaru. – o Dai-youkai parou, mas não se virou. Ficou esperando o restante da frase. – Sei que não está indo para o lugar porque achou que seria a melhor escolha.

Sesshoumaru congelou no lugar. Teria Hiryu falado algo com os generais? Imediatamente se lembrou do olhar que o amigo lhe deu antes de sair da sala de reuniões na noite anterior. Hiryu dificilmente iria discutir sobre isso com outras pessoas, mas sempre restava aquela dúvida.

Então se lembrou da excelente percepção e inteligência de Suiryu. E temeu ainda mais. Se o youkai das águas descobriu por si próprio, sem as explicações que Hiryu pudesse ter dado, seria mais complicado Sesshoumaru justificar-se para o racional youkai a sua frente.

Percebendo o silêncio do Lorde, Suiryu continuou.

— Não sei o verdadeiro motivo, e não é da minha conta. – Sesshoumaru soltou a respiração de alívio, sem perceber que a estava segurando. – Mas achei que devia lhe dizer: use esse tempo para resolver o que quer que o esteja incomodando. Só podem vencer a guerra aqueles que estão completamente focados.

Sesshoumaru refletiu alguns segundo. Ficou mais tranquilizado pelas palavras frias de Suiryu, mas nem por isso deixou de levá-las a sério.

— Deixo os assuntos aqui com você. – disse o Lorde ao recomeçar a caminhar em direção ao portão do shiro.

O estrategista virou-se para direção oposta, compreendendo que suas preocupações foram compreendidas, e começou a caminhar para o salão de reunião para começar o trabalho administrativo que lhe foi designado.

Chegando a frente do portão, Sesshoumaru se deparou com uma figura encostada na parede ao lado da saída. Não se surpreendeu pela presença e iria aproveitar para provocar-lhe, afinal, fazer isso era algo que sempre apreciava.

— Todos acordaram cedo apenas para me importunar?

A figura abriu os olhos e retrucou com um sorriso brincalhão nos lábios.

— Como não faríamos? Você é o youkai mais amigável que existe nessas terras. –ironizou.

— Primeiro Suiryu, agora você. Pergunto-me quem é o próximo: Arashi ou Tsubasa?

Sesshoumaru parou de frente para Hiryu, e apesar da aparente indiferença o youkai dragão pôde notar um pequeno brilho de divertimento nos olhos âmbar do amigo.

— Sinto muito, não terá a honra da presença deles hoje. – falou Hiryu. – Tsubasa, muito aplicado, já partiu para o norte cumprir a missão que você deu a ele. Mas se esperar um pouco pode ser que encontre Arashi. Depois das garrafas de vinhos de ontem, acredito que só vá acordar de tarde.

— E quanto a você? Não tem nada melhor para fazer?

— Ao contrário de você, vou esperar Arashi acordar antes de partir.

— Não sabia que era tão cavalheiro a ponto de esperá-la. – zombou Sesshoumaru.

— Tá brincando, se eu for e ela souber que não a esperei, vai me fatiar inteiro. – falou de forma derrotada. – Ela me dá mais medo que você.

— Sempre bom saber que tem medo de mim. – vangloriou-se.

— Isso só mostra porque é o youkai mais querido daqui. – debochou.

Deixando de lado as provocações, Hiryu franziu as sobrancelhas e olhou firmemente para o amigo.

— Realmente está indo?

— Já disse que sim. – respondeu ríspido, descontente com o novo rumo da conversa.

— E afirma que é apenas porque é a melhor opção? – indagou.

            Sesshoumaru nada disse, apenas sustentou seu olhar de forma séria e impassível. Não queria discutir novamente com o amigo sobre o assunto. Hiryu vendo que o amigo nada responderia, suspirou e olhou para o chão. Falou baixo e melancólico.

            – Não levará nem Jaken?

            – Seria apenas um estorvo, pretendo voltar rápido e ele me atrasaria. – havia dispensado a companhia do servo na noite anterior, para o desespero e tristeza do pequeno sapo.

            – Não precisa enfrentar tudo sozinho, Sesshoumaru. Sabe que o compreendo melhor que ninguém. – tentou convencê-lo.

O Dai-youkai permaneceu em silêncio e Hiryu, vendo seus esforços inúteis, desencostou da parede e caminhou de volta ao interior do shiro. Ao passar pelo amigo, parou apenas o suficiente para lhe falar.

            – Espero que supere tudo nesse tempo nas montanhas. Talvez para você o melhor seja ficar sozinho para pensar. – refletiu, sem olhar para Sesshoumaru.

            – Então me diga você, é assim que se supera? – questionou. Hiryu, em resposta, deu um sorriso fraco e voltou a andar.

            – Não. Creio que não...

            Sesshoumaru observou o amigo se afastar, pensando sobre a conversa. Depois, virou-se para a saída e levantou voo, indo em direção às montanhas do leste.

No caminho, sobrevoou o campo de lírio onde jazia toda sua alegria e tristeza. Desta vez não desceu, e afastou qualquer pensamento sobre o lugar. Estava decidido a bloquear qualquer um desses pensamentos e esperava que nesta viagem fosse capaz de esquecer ou ao menos enterrar tudo aquilo dentro de si, de modo a não ser mais incomodado por coisas que julgava inúteis.

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            Os raios de sol que atravessavam a janela a despertaram. Lentamente, Tsukiyo abriu os olhos e examinou o redor, demorando alguns segundos para se recordar onde estava. Ela se levantou e guardou o futon. A cama da amiga já estava vazia e ela se encontrava preparando algo no caldeirão. Quando percebeu a movimentação de Tsukiyo falou:

            – Bom dia, dorminhoca. – Merioku brincava, mas sabia o quanto essas noites bem dormidas significavam para Tsukiyo que vivia em constante fuga.

            – Bom dia. – falou esfregando os olhos.

            – Bem, sente-se aí. – apontou para uma das cadeiras da mesa. – o café já está quase pronto.

            – Assim ficarei mal acostumada. – fez o que mandou e riu.

            – Aqui está.

            Merioku serviu-lhe algumas frutas e uma bebida quente muito bem-vinda pela morena. Comeram juntas e conversaram um pouco mais. Ao final da refeição, Tsukiyo ajudou a limpar e colocar tudo no lugar. Depois, começou a se despedir da amiga.

            – Tem mesmo que partir? Não poderia ficar um pouco mais? – questionou Merioku preocupada.

            – Sabe que tenho que ir. – falou triste.

            Não queria ir embora, mas receava que algum dos seus perseguidores a seguissem até ali. Não queria colocar a amiga em perigo por sua causa. Partiria logo e sentiria muita falta da amiga.

            – Bem, se é assim. – conformou-se, derrotada. – Boa sorte na viagem. Sei que vai encontrar o que procura. – disse de forma complacente.

            – Assim espero. – Tsukiyo sorriu e abraçou a amiga que, correspondendo o abraço, exclamou em voz baixa:

            – Sentirei sua falta.

            – Também sentirei. – afastou-se devagar e pôs-se a caminhar.

            – Não demore tanto para me visitar na próxima vez, certo?! – gritou Merioku quando a amiga começou a entrar na floresta.

            – Pode deixar! – berrou de volta.

            Em alguns segundos, Merioku viu a amiga avançar por entre as árvores, até perdê-la de vista. Melancólica, a Mestra das Poções levou uma das mãos ao peito e falou baixo, quase um sussurro, uma súplica aos céus.

            – Tenha cuidado...

            Tsukiyo continuou a caminhar por entre a floresta. Continuava sem ter ideia de para onde ir, mas o espírito estava renovado após a visita à amiga. Caminhou em direção leste, sem nenhuma razão específica. Esbarrou com poucos youkais no caminho e nenhum ofereceu perigo em potencial.

            Após algumas horas chegou a um grande campo. O capim estava alto e dançava com vento. Seco, sua cor dourada brilhava diante da luz do sol. Aos olhos de Tsukiyo, parecia um grande mar de ouro.

            Hesitante, ela começou a caminhar em meio ao capim, que já estava na metade de sua altura. Estava num local completamente aberto, muito exposta em sua opinião. Mas, infelizmente não havia outra opção. Ao longe podia enxergar a próxima floresta e esperava chegar lá antes do sol se por.

            Caminhou por horas, mas parecia que nunca chegaria ao outro lado. Estava próximo ao meio dia e o sol forte começava a incomodar-lhe a pele. Olhou ao redor procurando alguma coisa para se proteger e a única coisa que pôde achar foi uma enorme pedra ao longe. Melhor do que nada. Deu de ombros e foi até o local.

            A pedra era escura e ligeiramente irregular. Não era muito alta, mas conseguia proporcionar um pouco de sombra, apenas o suficiente para que cobrisse a cabeça e a parte superior do tórax. Tsukiyo se sentou e recostou a cabeça na pedra.

            Algum tempo depois, sentiu o estômago roncar. Lamentou-se por não trazer nada da casa de Merioku, mas não tinha como carregar. Além disso, peso extra a faria cansar mais rápido e não podia se dar ao luxo de parar o tempo todo. Podia pelo menos ter trago água. A boca seca reclamava e havia nada a se fazer. Sem querer, lembrou-se da sopa feita pela amiga na noite anterior. A memória do cheiro e gosto fez seu estômago roncar novamente.

            – Droga! – exclamou, socando a pedra, irritada consigo mesma.

            De repente, sentiu um tremor perto de si. A pedra começou a tremer. Imediatamente ela se afastou e levou a mão à espada. Pouco a pouco, ela viu a rocha se erguer. Braços e pernas robustos surgiram da lateral da rocha. Por último, surgiu uma cabeça redonda e cinza. A compreensão abateu-a finalmente: não era uma rocha, era um casco.

            Surpresa, ela viu dois olhos amarelos a encararem. A criatura se virou para ela. Era grande e cinza. Tinha a pele grossa, repleta de cicatrizes. Em suas mãos havia longas garras e aos seus pés encontrava-se uma bola de ferro repleta de espinho presa a uma corrente. O monstro alargou a boca num sorriso, deixando à mostra os dentes afiados e amarelados. Soltou uma gargalhada e disse com uma voz rouca:

            – Ora, ora. Se não é a garota que o chefe procura. – ele abaixou e pegou a corrente. – Achei que seria difícil de encontrar, mas quem diria que você viria até mim!

            – Tsc. – exclamou Tsukiyo colocando-se em posição de defesa. Merda, baixei minha guarda, repreendeu-se. – Não esperava que fosse esbarrar com um de vocês tão cedo.

            – Sorte a minha, não? – debochou. – Naturalmente eu lhe daria a opção de vir pacificamente, mas dizem que você derrotou os gêmeos trolls. Estou ansioso para testar suas habilidades. – confessou o brutamonte, com sua voz rouca e grossa. – Veremos o quanto consegue me divertir.

            Dizendo isso, ele girou a bola espinhenta com a corrente e mirou em Tsukiyo. Se tivesse se demorado um segundo a mais para desviar, estaria completamente esmagada. Pulou para a direta e avançou para o youkai preparando um golpe certeiro.

            No entanto, ele virou-se de costas e parou o ataque com o casco. O impacto fez a espada de Tsukiyo tremer. Imediatamente, ela apoiou um dos pés no casco e saltou para trás, lançando uma rajada de energia com a espada que, assim como o ataque anterior, foi parada pelo casco. O youkai começou a girar a arma acima da cabeça e rir.

            – Hahaha! Nada que fizer vai funcionar em mim. Meu casco é impenetrável!

            Novamente Tsukiyo viu a massa indo na sua direção, dessa vez demorou um pouco mais para desviar, e os espinhos cortaram de leve seu braço esquerdo. Droga! Precisava pensar, tinha que achar alguma abertura em seu oponente. Desviou de mais um ataque e antes que o youkai pudesse recolher a arma, ela aplicou toda sua força num golpe de espada carregada com yoki (energia demoníaca). Levou a lâmina acima da cabeça e desceu com toda força, rompendo a corrente de metal que ligava o monstro à bola.

            O youkai ficou um tempo parado olhando para sua arma destruída. Lentamente virou a cabeça na direção de Tsukiyo e disse com a expressão irritada:

            – Eu gostava daquela arma, sabia? Vai se arrepender do que fez.

            A criatura avançou para cima dela com as garras prontas para cortá-la. Felizmente, ela era mais ágil que o youkai, desviando sem problemas de seus ataques. Aproveitando a brecha, ela atingia os braços e pernas expostos do youkai, que não conseguia se defender de todos os ataques. Os ataques não causavam muito dano, já que sua pele era muito grossa, mas ela continuava suas investidas.

            Foi repetindo a ação, numa tentativa de cansar o youkai, para conseguir atingi-lo num ponto vital, entretanto, sentia que a cada golpe e desvio suas forças também acabavam. E para ela, isso poderia significar a morte. Se voltasse àquela forma não seria capaz de se defender ou atacar.

            A luta prosseguir até chegar a um ponto em que o monstro cambaleou e desabou no chão. Suas pernas tinham diversos cortes e já não conseguiam sustentar seu peso. Tsukiyo não estava em melhores condições: tinha cortes nos braços, arranhões ao redor do corpo e um hematoma na coxa. Alguns já estavam se curando, mas ela não conseguiria lutar por mais tempo, estava exausta. Parece que estou mesmo fora de forma, brincou consigo.

            Podia ter conseguido derrubar o youkai, mas para sua infelicidade ele havia caído de bruços, portanto, estava protegido pelo casco, impedindo que ela acertasse qualquer ponto vital. Aproximou-se cuidadosamente e constatou que se encontrava desacordado.

Não estava feliz com aquilo, mas só havia uma maneira de impedir que viesse atrás de si novamente. Levantou a espada e concentrou yoki na lâmina, fazendo esta ganhar um aspecto luminoso azul. Ok, só mais esse golpe...

            Arfando, se preparou para dar o golpe final e cortar-lhe a cabeça. No entanto, o monstro despertou de súbito e preparou um soco para acertá-la. Nessa distancia, ela não conseguiria desviar.

—_________________________ XXXXX __________________________

            Sesshoumaru continuava em direção às montanhas do leste. Assim como havia feito na manhã anterior, estava curtindo o vento acima das nuvens. Havia deixado o campo de lírios há algum tempo atrás. Sem perceber havia se demorado um pouco ao passar por ele, apesar de suas tentativas de continuar em frente. As montanhas de gelo podiam ser avistadas a quilômetros dali. Se continuasse nesse ritmo, poderia alcançá-las antes da meia-noite. Talvez chegando à sua base, Sesshoumaru descansaria algumas horas antes de prosseguir. Sim, parecia um bom plano, pensava consigo, buscando ao máximo manter a mente ocupada.

Estava agora no limite da floresta, já conseguindo visualizar a planície dourada. O capim dobrava-se ao vento, mas ele estava focado demais para sequer se importar com a paisagem.  Pensava apenas na missão que tinha, afastando qualquer outro tipo de pensamento da mente. “Só podem vencer a guerra aqueles que estão completamente focados”. As palavras do estrategista ressoavam em sua mente.

A única coisa que pensava era: Vou simplesmente esquecer. Sabia no fundo que era impossível. Mas dizem que se repetir diversas vezes a mesma mentira, você acaba acreditando nela. Então, assim o fez: ficou repetindo mentalmente a frase, como uma espécie de reza que, assim como todo mantra, foi aos poucos perdendo o significado.

Foi tirado de si pela brisa que trouxe um aroma familiar. Não é possível! Surpreso, Sesshoumaru esqueceu-se completamente do que estava fazendo e pôs-se a procurar a origem do cheiro. Condenou-se mentalmente pela facilidade com que se distraiu, mas não pode evitar. Sua razão lhe dizia para continuar em frente, mas sua besta interior rosnava para encontrá-la.

Não estava com o cheiro de Rin, e sim com aquele que ele sentiu depois de salvá-la. Não era surpresa, já se conformara foi apenas sua imaginação pregando-lhe peças. Depois de vasculhar o campo com os olhos, encontrou ao longe um pequeno ponto.

Graças a sua excelente visão foi capaz de confirmar o que já sabia: era ela. A garota que ele salvara estava lá, há algumas centenas de metros abaixo de si. E não estava sozinha, havia um grande youkai próximo. Estão lutando, percebeu. Ficou algum tempo assistindo, em conflito sobre o que fazer. Caso se aproximasse, o objetivo daquela viagem seria completamente ignorado. Precisava ignorar o fato e seguir em frente. “Vou simplesmente esquecer”,  buscou reforçar seu novo mantra em sua cabeça.

Aparentemente, seus instintos lhe diziam o contrário.

Desceu até se aproximar o suficiente para ver melhor, mas não o bastante para que percebessem sua presença. Pensou em interferir na luta novamente, mas estava curioso para saber o poder da hanyou. Viu que não se saía mal. Havia acabado de quebrar a arma inimiga e agora deferia golpes para cansar o inimigo. Estratégia inteligente... Mas Sesshoumaru percebeu que ela se cansava também. Os golpes, antes muito rápidos começavam a perder velocidade e a força dos ataques diminuía. Através de uma rápida análise, ele constatou que ela era uma lutadora veloz, mas de pouco poder bruto, o que a colocava em desvantagem contra aquele youkai que parecia ser de resistência. Guerreiros como ela buscavam acabar com a luta o mais rápido possível, mas seu inimigo prolongava cada vez mais o combate.

Ele viu quando finalmente o youkai caíra e tinha que admitir: estava realmente impressionado com a percepção dela. Ela havia mantido a calma na luta e de forma inteligente, derrotou o inimigo. Sesshoumaru a viu caminhar até o youkai e prepara o golpe final. De repente, o youkai se ergueu subitamente e armou um golpe para acertá-la.

Num impulso irracional, o Lorde sacou Bakusaiga lançou uma rajada verde certeira na criatura. Quando se deu conta do que fez, viu o youkai, já sem vida, atingir o chão.

Sesshoumaru sentiu o olhar da garota em si e sustentou seu olhar. Não sabia se deveria se aproximar ou afastar-se de uma vez. O conflito se iniciava novamente no seu interior, deixando-o no meio do caminho. Tudo o que conseguiu fazer para se mover, foi descer ao chão, a metros de onde ela estava. Ele podia ver que a garota olhava surpresa para ele.

Assim como ele, ela não movera um músculo, fazendo Sesshoumaru imaginar se estava com o mesmo dilema que ele próprio. Ambos se encaravam, congelados em meio a um mar dourado. O vento soprou e agitou o capim do campo e os dois piscaram como se saíssem de um transe.

Depois de algum tempo, sua razão o trouxe de volta ao presente e o impeliu a continuar. Não seja mais estúpido do que já foi, volte para o seu caminho. Simplesmente esqueça! Novamente repetiu o mantra.

Não esperava encontrá-la novamente, muito menos ajudá-la. Não sabia se foi coincidência ou o destino zombando dele. Por fim, optou pela atitude mais fiel a si: fingiu que nada aconteceu e se virou, caminhando de volta ao seu destino. Mas ao contrário da noite passada, na qual caminhou sem olhar para trás, foi impedido pelo chamado da garota que corria em sua direção.

Suiryu, o estrategista do clã das águas.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Por favor, não deixem de comentar e se acham que mereço, sigam o exemplo da Lunna e recomendem a fic. xD (sim, vou mendigar reviews e recomendação, bem como favoritações em todos os capítulos ;P)