As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 27
Capítulo 27 – Promessas ao Vento. (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Olá, mina! Peço desculpas por não ter tido capítulo semana passada, bem, foi a semana de minha formatura então a casa encheu de parentes... Fazer o que? Tento me manter constante nas postagens, mas parece que a cada vez fica mais difícil. Para compensar, tem capítulo hoje e domingo. kkk Mas lembrem-se quero comentários. (isso para os fantasminhas de plantão kkk)
Nesse cap eu vou explorar mais a relação Tsukiyo/Akarin para que vocês entendam melhor as indecisões dela. Nunca havia demonstrado mais profundamente a relação dos dois e espero que dê uma introdução daquilo que foi...



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Decidindo aproveitar e fazer o que disse que faria, Tsukiyo verificou as redondezas para saber se não havia ninguém e despiu-se. Colocou as roupas nas margens do lago e entrou na água. Caminhou até que o pescoço ficasse coberto e relaxou alguns momentos torcendo para que a água fria lavasse não só o corpo, mas também o espírito, afastando as sensações que apertavam seu coração.

            Passou as mãos pelo corpo, tirando sujeira com as unhas e mergulhou para lavar o cabelo. Sentiu as orelhas se irritarem com a frieza da água, mas não se importou. Ela precisava de um tempo, havia muita coisa passando por sua cabeça. Estava pronta para executar o plano, apenas não sabia como fazê-lo ainda.

            Tsukiyo deixou a mente vagar, buscando o passado, pois nele estava a coragem e razão de fazer tudo aquilo. Precisava relembrar mais uma vez. Precisava rever sua inspirações.

Flashback...

            – Aahhh. Finalmente um descanso.

            Merioku afundou na água ao lado de Tsukiyo. A morena só pôde concordar. Estava exausta. Desde que o grupo decidiu dar o troco no clã de seu avô pelo que fez a sua família, Tsukiyo sentia-se viver numa guerra constante. Os treinamento diários eram brutais, porém, o mais difícil era chegar ao centro do clã, sempre muito bem guardado e com extensas fronteiras.

As garotas estavam se banhando em uma pequena terma que encontraram próximo ao território inimigo.

            – Sai de baixo!!! – Wendy chegou correndo e pulou na terma, espalhando água para todo o lado.

            A youkai, já havia crescido, mas às vezes mantinha comportamentos bem infantis. Para Tsukiyo, isso só deixava Wendy mais encantadora. Sempre alegre e extrovertida, a menina era a diversão do grupo. Agora, apesar de ser mais nova, parecia ter a mesma idade de Tsukiyo e Merioku na aparência. Era a mais baixa do grupo. Tinha longos cabelos, negros como uma noite sem lua, sua pele era pálida e lisa, seus olhos de um azul profundo e no ombro carregava o símbolo seu clã. Era muito bela, assim como o irmão. Tsukiyo chegava a achar que todos do clã dos Morcegos eram belos, quase que como para atrair suas presas sem esforço.

            Wendy era o tipo de youkai que atrairia quaisquer machos e os colocaria aos seus pés. Talvez o fizesse, se não fosse tão doce. Contudo, quando queria, Wendy podia se tornar feroz. Nas batalhas, seus olhos azuis ficavam carregados de fúria, parecendo o azul do céu que ardia no inferno como a chama azulada do fogo. Era extremamente habilidosa com adagas e sabia manipular o básico de seu yoki.

            – Cuidado, Wendy! – repreendeu-a Tsukiyo, como faria uma irmã mais velha. – Estamos aqui para relaxar.

            – Não esquenta, se você não tirou toda a água quando entrou, não serei eu a tirar. – a pequena riu acompanhada de Merioku.

            Tsukiyo tentava em vão ficar séria. As duas sempre a tiravam do sério. Pode-se dizer que Merioku era a mais sábia e a mais velha das três, mas quando se tratava de colocar ordem no grupo, ninguém vencia Tsukiyo. A morena era com certeza a “mãezona” do grupo.

            Quando finalmente pararam de rir, as três relaxaram na água quente. Já era noite e o céu estava carregado de estrelas. Não havia lua naquela noite e os diversos pontos luminosos criavam uma belíssima imagem.

            – Queria que fosse sempre assim. – comentou Merioku distraída.

            – Seria ótimo. – concordou Wendy. – Seria um mundo perfeito.

            – Não existe algo assim. – a seriedade no tom de Tsukiyo espantou as amigas. – A ideia de um mundo perfeito beira o ridículo. Tudo é apenas reflexo do que as pessoas fazem. Enquanto houver bem e mal dentro das pessoas, um mundo perfeito nunca será criado. Sempre haverá aquele momento em que o mal irá sobrepor ao bem e coisas ruins acontecerão.

            Merioku e Wendy encaravam sem fala a amiga. Assim que percebeu a reação das duas, Tsukiyo percebera que falou aquilo sem pensar na forma com o fazia. O vapor da terma me fez filosofar até demais, repreendeu-se.

            Tentando consertar as palavras duras que dissera, ela deu um sorriso leve para elas e continuou.

            – O mundo não pode se tornar perfeito, mas... podemos tentar. – seu olhar tinha genuína sinceridade. – Por isso sempre temos que suprimir nosso lado ruim e trabalhar o lado bom. Quem sabe? Talvez se fizermos algo bom por alguém, esse alguém fará o mesmo por outra pessoa, até criar uma reação em cadeia. Dessa forma chegaríamos mais próximo de um mundo ideal, não é?

            Tsukiyo viu as amigas sorrirem e concordarem. Ela só pode sorrir e acompanhá-las.

            – Sabe, Tsuki-chan? Você falou igualzinho ao meu irmão. – falou Wendy.

            – Sério? Não achei parecido. Mas... – falou Tsukiyo com um dos dedos no queixo, pensativa. – É, acho que é algo que ele diria.        

            – Você viajou um pouco no começa, mas terminou igual sim. – respondeu Merioku. – Mas também, se eu admirasse alguém tanto quanto você admira o Akarin, também começaria a falar igual.

            – Os ideais dele visam o bem de todos e eu acho muito gentil da parte dele...

            Tsukiyo parou quando percebeu a expressão maliciosa das amigas. Seu rosto corou completamente quando percebeu o tipo de admiração que elas estavam falando. Imediatamente começou a balançar a cabeça e as mãos freneticamente. As palavras atropelavam umas a outras.

            – N-não é nada disso! Eu apenas admiro suas idéias! Não tem nada a ver com...

            – Ah, vamos, Tsuki! – cortou Merioku. – Não adianta esconder nada, está tudo estampado no seu rosto. Além disso, é impossível não ver os olhares que você manda para ele.

            – Ou os olhares que ele manda para você. – completou Wendy com malícia nos olhos azuis, fazendo Tsukiyo corar ainda mais.

            – Parem com isso vocês duas! Wendy, estamos falando do seu irmão! – repreendeu-a Tsukiyo.

            – Ora, o que é que tem? Vocês formam um belo casal. Se for de você que ele gosta, não me importo. – falou Wendy.

            – Não sei não, Wendy... Dizem que as mais quietas são as mais ferozes no relacionamento. – provocou Merioku.

            – Calem a boca, vocês duas! – Tsukiyo levantou-se irritada e saiu da terma, buscando suas roupas. – Não tem nada acontecendo e nada vai acontecer!

            Quando estava prestes a ir embora, quando ouviu Wendy lhe chamar. Seu erro foi olhar para trás para ver do que se tratava. A menina estava sorrindo com um polegar levantado em sinal positivo.

            – Tsuki-chan, eu aprovo o casamento! Quero lindo sobrinhos!

            Tsukiyo corou e deu as costas irritada, ela se afastou ainda escutando as risadas das amigas. Após se vestir, foi caminhando sem rumo, resmungando consigo mesma sobre a infantilidade das duas.

Era óbvio que gostava de Akarin, mas acreditava que o sentimento não era correspondido. Ele devia vê-la como uma irmã mais nova e Tsukiyo não se achava merecedora de ter o sentimento correspondido. Ela já havia feito horrores durante sua vida e seria sempre uma bomba relógio, nunca sabendo à hora em que perderia o controle novamente. Não podia confiar na espada para sempre, objetos se deterioram e quebram. E quando acontecesse, não queria os amigos perto para se ferirem. Não, Akarin merece alguém melhor., dizia para si mesma. Ele merece mais do que uma mestiça sem controle sobre si mesma, merece uma youkai forte e gentil, pois ele era a melhor pessoa que ela já havia conhecido.

— Tsukiyo?

Tsukiyo levantou a cabeça. Estava no limite da floresta, na beira de uma depressão coberta de árvores e grama. A sua frente havia uma bela vista dos campos abaixo. Sentado no limite da depressão, com os pés balançando no ar, estava Akarin.

O youkai a olhava intrigado.

— Akarin? O que está fazendo aqui?

— Estou apenas observando a vista. – respondeu. – E você? Achei que ia tomar banho com as meninas.

            – Eu fui, mas já é o suficiente. – falou a jovem, tentando não se lembrar das provocações das amigas.

            – Sei. Aqui, sente-se, está uma bela noite. – Akarin indicou o lugar ao seu lado.

            Ela se aproximou e sentou-se ao lado dele. Era realmente uma bela noite. Apesar de não haver lua, as estrelas dominavam o céu. Ao longe, havia um lago que refletia o céu de tal forma que parecia que um pedaço deste havia caído na terra. Uma leve brisa agitou seus cabelos e Tsukiyo fechou os olhos para aproveitá-la melhor. Quando os abriu encontrou o youkai encarando-a, a expressão indecifrável. Seus cabelos pretos agitando-se ao vento e os olhos negros refletiam o brilho das estrelas, parecendo conter o céu no olhar.

            – É verdade aquilo que falou agora pouco com as meninas no banho?

            – D-do que está falando? – Tsukiyo sentiu-se corar. – V-você estava lá?!

            – N-não é isso q-que está pensando! – Akarin corou e tentou explicar. – E-eu apenas ouvi, n-não passei nem p-perto da terma, eu juro!

            Tsukiyo começou a rir, era bem incomum ver Akarin nessa situação. Ela sabia que provavelmente era verdade. Os youkais morcegos tinham excelente audição e ele não era o tipo de youkai que espiona mulheres nuas na terma. E mesmo que fosse não se arriscaria, Wendy acabaria com ele se tentasse.

            Vendo sua reação, ele relaxou um pouco e Tsukiyo lembrou-se do que ele teria escutado, então enrubesceu. Será que ele ouviu que eu...?

            – O-o q-que você ouviu? É um péssimo hábito ouvir a conversa dos outros! – repreendeu-o.

            – F-foi só sobre algo de um mundo perfeito! – ele voltou a negar com a cabeça e balançar as mãos. – N-não fiquei escutando a conversa, juro! Só passei por lá.

            Tsukiyo suspirou aliviada, mas algo em sua mente ainda indicava que havia mais nisso, mas deixou para lá. Ela voltou a olhar o céu quando Akarin perguntou-lhe, o tom baixo e sério.

            – Acha mesmo isso? – perguntou ele.

            – O que?

            – Que é possível criarmos um mundo melhor? – sua expressão era distante.

            – Quem diria que eu estaria dizendo isso para você. Costuma ser você dizendo essas coisas. – comentou Tsukiyo. Então seu tom tornou-se sério. – Não sei, mas prefiro pensar que seja possível. Do contrário, qual a razão de estarmos aqui?

            – Acho que tem razão... – falou ele já um pouco mais animado. – Só espero que o lado ruim do mundo não seja maior do que o bom.

            – Acha que se fosse assim, poderíamos ter essa vista? – questionou Tsukiyo apontando para o horizonte, onde o sol começava a aparecer e o céu tomava uma coloração rosada.

            Akarin sorriu, daquela forma como apenas ele fazia. Puro e cheio de expectativas para o futuro. Akarin era um sonhador nato e ela admirava essa qualidade. Tsukiyo sorriu também e um pensamento lhe ocorreu.

Sua expressão se modificou e seu tom tornou-se ligeiramente melancólico.

            – Ei, Akarin? Se algum dia meu lado ruim se tornar maior que o bom, você promete me impedir.

            – Tsukiyo o que está d...?

            – Quero ver um mundo melhor tanto quanto você, mas tenho medo que não possa me controlar sempre. Então.. me prometa que se acontecer, você vai me parar.

            Tsukiyo sabia estar fazendo um pedido difícil, pois ambos sabiam o que aquilo queria dizer. E se tivesse que acontecer, que fosse pelas mãos dele, aquele que ela amava e confiava a própria vida.

            Repentinamente, Akarin se aproximou e a abraçou de forma afetuosa e protetora. Tsukiyo sentiu-se segura como só sentia-se perto dele. A jovem fechou os olhos e retribuiu o gesto, enlaçando o youkai com os braços, enquanto escutava a voz de Akarin.

            – Eu não vou deixar isso acontecer.

            Tsukiyo ficava feliz por ele pensar assim e agir dessa maneira, mas tinha que ser realista.

            – Mas se acontecer, você o fará? – perguntou ela olhando nos olhos dele.

            – Porque a mim? Não me peça para fazer isso... – seus olhos eram preocupação e tristeza.

            – Justamente por ser você que eu... que eu quero que faça. Quero que se lembre de mim como sou agora, não como uma besta sem controle. – sua voz tremia.

            – Faria o mesmo por mim?

            – V-você não precisa disso. Você é um youkai completo, nunca acontecerá com você. – como Tsukiyo poderia dizer que não conseguiria matá-lo uma vez que o amava.

            – Mas se acontecer, você conseguirá? – perguntou-lhe, encarando-a profundamente nos olhos.

Doía só de pensar na possibilidade. Tsukiyo sentiu lágrimas começarem a se formar nos olhos.

            – Não. Eu não poderia porque eu...

            As palavras foram caladas em sua boca quando os lábios do youkai encontraram os seus. No instante seguinte, Tsukiyo se viu nas nuvens. O toque de Akarin era quente doce, de uma forma aconchegante. Seu beijo era delicado, mas carregava um sentimento tão intenso que Tsukiyo soube:

Ele correspondia seus sentimentos.

            Pura alegria e alívio inundaram o peito da jovem ao passo que o coração batia mais rápido devido a proximidade do youkai. Quando se separaram, Akarin a olhava com ternura e seus olhos transmitiam tudo que as palavras não conseguiam dizer.

            – Então também não me peça para fazê-lo, a não ser que possa prometer o mesmo. – falou ele. – E se ainda achar que vai acontecer, tem que prometer ficar ao meu lado o resto da sua vida, para que todos os dias eu possa criar mais memórias de como você é agora e de como sou feliz ao seu lado.

            Tsukiyo deixou as lágrimas escorrerem pela face. Um sorriso dominou sua face e a de Akarin. Eles se encararam alguns segundos até que ela respondeu com toda a sinceridade.

            – Eu prometo. – seu tom então tornou-se brincalhão. – Parece que vai me aguentar pelo resto de sua vida, Sr. Eu-escuto-conversas-privadas-de-damas-nas-termas.

            O youkai sorriu.

            – Então eu também prometo fazer o que tiver que fazer quando necessário. E prometo fazê-la a mulher mais feliz do mundo até lá. E que demore a eternidade para que aconteça.

            Como quando faziam quando crianças, eles entrelaçaram os mindinhos e encostaram as testas. Com os olhos fechados, eles proferiram em uníssono:

            – É uma promessa!

            Ele se inclinou novamente e seus lábios se tocaram. Num beijo mais intenso que o interior, como que selando as promessas de cada um e ligando aquelas almas para todo o sempre.

...Flashback

            Tsukiyo abriu os olhos. Estava novamente no lago gelado. Ao contrário do que imaginara, aquelas memórias não foram dolorosas. Foram felizes. E resgataram a coragem necessária para fazer o que era necessário. Tsukiyo saiu da água e vestiu sua roupa novamente. Preciso garantir que aquela promessa simplesmente seja jogada ao vento...

            Começou a caminhar de volta ao local onde Sesshoumaru havia dito que passariam a noite. Seu plano era ridiculamente simples, ela só podia torcer que Sesshoumaru estivesse confuso o suficiente para não perceber. Também não havia tempo para elabora nada mais complicado. Dizem que o mais óbvio de se fazer é aquilo que menos esperam. Tsukiyo estava contando com isso.

            Tsukiyo sentia-se determinada, mas para melhor atuação precisava fazer uma expressão triste e desolada, como alguém traída ficaria. Incrível como não teve qualquer dificuldade.

É fácil atuar quando se sente igual ao que se deseja passar.

—_________________________XXXXX____________________________

Sesshoumaru estava sentado na grama na típica posição indiferente, mas sua cabeça não refletia o mesmo que o corpo. Sua mente estava a mil, com imagens passadas e presentes rondando a mente numa tentativa de desvendar os próprios sentimentos. O que realmente sentia?

E mais importante: por quem sentia?

O youkai chegou a pensar que a jovem estava se demorando no banho, mas não ousou fazer qualquer movimento. Primeiro porque o gesto poderia causar mal entendidos indesejados e bem... o que exatamente ele diria a ela quando se encontrassem? Que ele sentia muito? Que ela entendera errado? Que ele se arrepende? Não havia como descrever ou se explicar quando nem mesmo Sesshoumaru compreendia.

Perdido em seus próprios erros ou acertos, seja lá o que ele pensava disso tudo, Sesshoumaru mal notou a aproximação da jovem. Quando ela chegou a poucos passos de si, finalmente ele voltou a si e encarou-a.

Seria mentira dizer que foi fácil sustentar seu olhar. A jovem estava em poucas palavras: arrasada. Não fisicamente, mas mentalmente. Os cabelos negros encontravam-se molhados e a expressão uma falha tentativa de parecer indiferente. Sesshoumaru podia ver com facilidade que ela estava magoada e pior, era evidente que sentia-se traída.

Ele queria dizer algo. Deuses, como ele queria! Mas nada saía de sua boca. As palavras morriam na garganta, pois não havia nada que pudesse dizer. Um silencio arrebatador reinou sobre eles, até que ela o quebrou. Seu tom era completamente vazio, mas as palavras não vacilaram.

— A água está boa. Devia aproveitar e banhar-se também.

A jovem então sentou-se do outro lado, desembainhou a espada e começou a lustrá-la com um pedaço de pano, o mesmo usado para fazer a tala que outrora segurava seu braço. Fazia tudo sem encará-lo ou mesmo dirigir-se a ele. Para Sesshoumaru ficou claro que sua fala era uma maneira sutil de dizer que ela queria ficar sozinha. Não seria ele a contestar quando queria o mesmo. Sesshoumaru se levantou, decidindo fazer o sugerido. Talvez um banho seria ideal para refrescar a mente.

O youkai começou a caminhar para longe.

— Melhor deixar a armadura. – falou a jovem, concentrada em sua própria arma. – A umidade está prejudicando as lâminas, principalmente depois de toda essa jornada. Como último favor, irei limpá-las para você.

Último favor? Refletiu Sesshoumaru. Então se deu conta que só poderia significar uma coisa: Ela vai embora. O youkai não podia culpá-la, mas ficou absorto com a notícia. Ao mesmo tempo que não queria que ela se fosse, também não havia motivos para fazê-la ficar. Um pensamento sombrio se apoderou dele quando acreditou, por fim, que seria melhor assim.

Confuso consigo mesmo, diante da decisão da jovem, Sesshoumaru nem ao menos se atentou realmente àquilo tudo. Apenas despiu a armadura e retirou as armas ainda nas respectivas bainhas. Colocou as espadas encostadas numa árvore e a armadura no chão.

Lançou uma última olhada para a jovem, mas ela continuava em sua tarefa árdua de cuidar da lâmina, que ele pode ver, tinha um pequeno trincado no centro. Cansado de mais dúvidas, ele abandonou o pensamento e foi em direção ao lago.

Logo despiu-se e entrou. A água, apesar de fria, estava convidativa. Sesshoumaru afundou na água e relaxou os músculos. Já não sentia dores, mas percebia o corpo tenso desde a queda da montanha. Não era para menos, afinal, quase morrera. No fundo sabia que havia algo mais responsável por toda essa tensão.

Sesshoumaru tentou pensar outras coisas: na guerra; em sua nova aliança; nas notícias dadas pelos generais; no que Hiryu iria pensar sobre sua demora; e como repreenderia Suiryu depois do estrategista ter escondido várias informações sobre a líder do gelo.

Não importava o que fizesse. Seus pensamentos sempre retornavam para a mesma coisa: a garota.

Irritado, ele saiu da água e vestiu novamente o quimono branco. Ficou poucos minutos no local, mas achou o suficiente. Sesshoumaru continuava sem saber como encarar a situação, mas já desistira de tentar. Em vez de tentar imaginar situações, esperaria os problemas chegarem para pensar em resolvê-los.

Voltando ao lugar onde deixara a jovem constatou que este encontrava-se vazio. Imediatamente sentiu uma tristeza abater sobre ele, bem como decepção. Já havia percebido que ela iria partir, mas continuava sem desejá-lo. Quando viu seu lugar vazio não pôde deixar de se perguntar porque ele não fizera nada para impedi-la e porque não parecia querer ir atrás dela.

É certo que não a obrigaria a ficar se ela não quisesse, mas sentia que precisava dela por perto. Apesar de saber que não desejava vê-la partir e seu instinto gritar para correr atrás dela e trazê-la de volta, Sesshoumaru estava tentado a aceitar o fato. Talvez seja para melhor, pensou ele, contrariando os sentimentos numa tentativa de fazer com que sua razão voltasse a dominá-lo.

Ele realmente estava tentado a ficar ali, mesmo sabendo que passaria o restante da vida esperando reencontrá-la, até que percebeu algo:

A jovem se foi e com ela algo mais...

Sua espada, Tenseiga, havia sumido.

Wendy.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?! Ahhhh não me deixem na mão, comentem!!!



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