As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 2
Capítulo 2 – Um Cheiro Familiar (Atualizado).


Notas iniciais do capítulo

Hoje deixo com vocês os primeiros dois capítulos. Esse não possuí música, mas imagem todos terão xD



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Rapidamente ela desviou de mais um ataque que passou a poucos centímetros de sua cabeça. Se fosse atingida seria seu fim. Tudo seria mais fácil se sua atenção não estivesse dividida entre os monstros. Até agora, o brutamontes verde avançava e o azul apenas impedia que ela saísse daí.

Mais uma vez ela foi obrigada a desviar de um machado, que passou zunindo por sua orelha. Dando um salto para trás, ela alcançou os galhos mais altos de uma árvore e preparou seu contra-ataque. Só preciso de uma distração para escapar. Concentrou energia nas mãos criando uma esfera e utilizando o impulso do galho, pulou e arremessou a bola na direção de seu atacante.

A criatura era muito lenta para desviar e receberia o ataque direto no peito. Isso! Mas quando ela pensava que conseguiria, o gigante azul se interpôs entre a esfera e seu parceiro. A esfera se chocou com sua pele azulada e foi completamente absorvida, não possuindo efeito algum.

— Hahaha, magia não vai funcionar contra mim. – debochou.

— Quem disse que era para ter efeito? – Ela deu um sorriso de lado.

Foi quando o brutamonte entendeu: no momento em que correu para ajudar o parceiro, deixou uma abertura para que ela pudesse escapar. A jovem, aproveitando a oportunidade, correu para longe, buscando tomar distância deles. Mas para seu lamento, um machado veio em sua direção e ela teve de saltar para trás, evitando assim, ser partida ao meio. Mal teve tempo de se estabilizar e já teve saltar para o lado, desviando do segundo machado atirado, mas desta vez não saiu ilesa. O machado provocou um corte no braço, mas para sua sorte, não era nada profundo.

— Não vai fugir tão fácil desta vez. – Falou o verde, que havia arremessado o machado.

— Tsc. – Exclamou a garota.                                                 

Não teria jeito. Já os enfrentara antes, mas sempre conseguia fugir por enfrentar um de cada vez. Mas desta vez eram os dois contra ela e suas chances não pareciam boas. Ela sacou sua espada. Era fina, comprida e ligeiramente curva. A katana reluzia à luz do sol.

— Óó, resolver lutar, e parou de fugir como o rato que é? – Debochou o azul.

— Bem, finalmente posso me divertir um pouco. – Falou o verde.

— Só não exagere, ele a quer viva. – Relembrou o azul.

— Exatamente, tem que estar viva e não inteira. – Sorriu maliciosamente, acompanhado pelo parceiro.

Ela apertou a bainha da katana entre os dedos e avançou para cima do azul. Ele girou o porrete de madeira e se preparou para acertá-la, mas a jovem, com sua velocidade superior, desviou para o lado e pulou em direção a seu peito, preparando um corte transversal. Mas foi antecipada por seu segundo inimigo, que empurrou o companheiro e tomou o golpe em seu lugar. Entretanto, o local onde deveria ter um corte, não havia nada. O golpe não surtira efeito.

Ao tocar o chão, ela preparou outra esfera e estava prestes a arremessar contra o esverdeado, quando o azul deferiu um golpe com seu porrete. Ela só tivera tempo de desviar de um golpe certeiro. A arma batera com uma força estrondosa no chão ao seu lado, arremessando-a para chocar-se de costas contra uma árvore. Que força! Pensou ela enquanto recobrava os sentidos.

— Droga! – Ela se levantou lentamente, amparada pela árvore.

Segurou a katana com ambas as mãos a sua frente. Precisava pensar num plano para derrotá-los, já que fugir estava fora de cogitação.

— Hehe. Desista, boneca. Se entregue logo e prometemos não ser muito cruéis com você. – Zombava o verde, enquanto recuperava um dos machados que outrora havia jogado longe.

Ela sabia que estava fraquejando. Não comia há tempos e esse último golpe foi mais forte do que esperava. Se continuasse nesse rimo, logo ficaria completamente esgotada e seu outro lado surgiria. Isso não seria nada bom no meio de uma batalha.

Tudo dependeria daquela investida. Segurou mais forte a arma e pulou para cima dos inimigos. Aproximou-se do azul e saltou para atacá-lo de cima. Recuou a lâmina para trás de si e se preparou para golpear. Semelhante a antes, o azul recuou e o verde se colocou no meio para receber o golpe. Assim como ela previra.

A katana começou a brilhar azul.

 Quando os gigantes perceberam o que estava por vir, era tarde demais. Não teriam tempo de defender. Fazendo um meio arco para frente com a lâmina brilhando, ela liberou a energia em forma de meia lua na direção dos gigantes, que foram atingidos em cheio, arremessando-os para trás.

Ao tocar o chão, a jovem caiu sobre um joelho, apoiando-se na katana. O golpe lhe tomara todas as forças e ela estava de volta àquela forma. Simplesmente detestava. Sempre que perdia as energias se tornava ainda mais fraca. Sempre odiara ter essa parte tão... humana aflorando nos momentos mais inoportunos.

Arfando, ela se voltou para os gigantes caídos e constatou satisfeita que os havia derrotado. Devagar, se levantou, guardou a espada na bainha e se virou na direção oposta para se afastar o mais rápido possível. Sabia que não os havia matado, mas esperava tê-los detido o suficiente para ganhar distância.

Não podia estar mais errada.

Após alguns passos, ouviu um urro estrondoso. Surpresa, ela virou-se apenas a tempo de ver uma enorme mão agarrá-la e erguê-la no ar. O gigante azul estava diante de si, sem nem um arranhão e mais irritado do que nunca.

— Vadia! Como ousa fazer isso conosco?! – Esbravejou.

A mão começou a apertá-la, expulsando o ar de seus pulmões. Se continuasse daquele jeito, seus ossos seriam esmagados. E na sua forma atual, não aguentaria muito tempo. O gigante azul, movido pela raiva a arremessou para o lado na direção de uma árvore. O impacto era tanto, que ela atravessou a árvore, partindo o tronco em dois.

O impacto recaiu sobre seu ombro, que se deslocara, trazendo à tona uma dor aguda. Sua visão se tornou turva e já não tinha forçar para levantar. Para piorar sua situação, o gigante verde começara a levantar. Havia um corte do ombro direito até a cintura esquerda do monstro, causado por seu ataque anterior. Extremamente irritado, ele caminhou até sua direção. Enquanto isso, o azul se aproximou e a ergueu pelo pescoço.

— Eu vou matá-la! Não ligo pro que o chefe diz, vou dizer que foi um acidente! Não vou deixar essa passar, maldita!

— Apenas deixe um pouco para mim. – Exigiu o verde, com um sorriso cruel no rosto.

Ela se debatia e tentava soltar-se da mão que a segurava, mas pouco a pouco ia perdendo a consciência. Seus braços caíram ao lado do corpo e ela se preparava para o fim. Patético, pensava. Isso fora o mais longe que chegara. Era mesmo uma tola e uma fraca. Sua visão escurecia, seu fim chegava.

Chegou sua hora de morrer, pensou.

De repente, um clarão atingiu o gigante que a segurava. Ele a soltou e voou longe com o golpe tomado. Ela caiu de bruços no chão. A jovem estava tão surpresa quanto os gigantes. Queria ver de onde partira o ataque, mas sua visão falhava, e a consciência insistia em deixá-la. A última coisa que se lembrava era de ver um homem de cabelos prateados. Ele estava de costas para ela, se colocando entre ela e os gigantes.

Então, o nada a engoliu.

—_________________________XXXXX____________________________

Sesshoumaru ainda estava diante do túmulo, perdido em memórias e culpa. A espada Tenseiga, se tornava mais pesada na bainha. De que adiantava tê-la, se nos momentos que precisava, não passava de uma lâmina cega?

Como desejava ainda ter Rin ao seu lado. Sentir novamente o seu toque. Ver novamente aqueles olhos que o encantavam. Sentir seu cheiro. Contemplar novamente aquele sorriso, tão belo que ela tinha. Agora, não restava nada. E depois de tantos anos tinha medo. Medo de esquecer-se.

Uma vez quando criança, Rin havia perguntado se depois de sua morte, ele se esqueceria dela. Bastavam três letras, em sua forma mais irredutível para responder: não. Nunca. Não poderia esquecê-la jamais. Contudo, tinha medo da memória lhe falhar com os detalhes que tanto prezava. Tinha medo que com o tempo apenas a essência da jovem lhe restasse. Tinha receio de esquecer seu toque, seu calor, sua voz, seu cheiro. Por isso estava sempre relembrando, para nunca perder essas memórias. Isso lhe trazia paz, mas também reanimava a dor em seu peito.

Uma leve brisa tocou-lhe a face. Com um longo suspiro ele sorveu o aroma doce. Era igual ao de Rin. O cheiro de lírios pairava no ar. O cheiro igual ao dela. Ficou alguns segundos apreciando o aroma, até que espantou-se.

— Isso não é possível! – disse para si, confuso.

Esse não era parecido com o cheiro dela, era o cheiro dela. A princípio achava que era a mente lhe pregando peças, por ficar remoendo o passado, mas não. A brisa trazia consigo o cheiro de Rin. Mas isso era impossível! Ele se voltou na direção contrária à brisa e percebeu que o que quer que fosse, estaria na floresta. Incomodado, ele decidiu que precisava ver com os próprios olhos quem ou o que era.

Olhou uma última vez para a lápide e despediu-se mentalmente. Caminhou por entre as árvores em direção do cheiro ao mesmo tempo tão estranho e tão familiar. No meio do caminho passou a distinguir outros dois cheiros. Eram de youkais, e exalavam ira. Rapidamente passou a correr para o local, esperando não ser tarde demais.

Chegou ao local a tempo de ver dois youkais robustos, carregando armas brutais. Ambos eram bem parecidos, exceto pela cor, um era verde, outro azul. Esse último segurava uma jovem pelo pescoço e o verde caminhava na direção do parceiro. No início não parecia nada demais para Sesshoumaru, até perceber que o familiar cheiro vinha dela.

Num impulso, ele sacou Bakusaiga e mirou o golpe no gigante que a segurava. A onda de energia atingiu o youkai, fazendo-o voar longe e soltá-la. Então, o Lorde desceu e aterrissou no solo, se interpondo entre os monstros e a jovem, que agora jazia inconsciente no chão.

Para sua surpresa, o ataque não teve efeito algum no azulado. Normalmente bastava um ataque de sua espada para eliminar o inimigo, mas desta vez não foi assim. Agora tanto o azul, quanto o youkai verde, olhavam com ódio para Sesshoumaru, que mantinha a típica face inalterada.

— Maldito! O que pensa que está fazendo?! – Rosnou o verde.

— Isso não é da sua conta! Vá embora! – Berrou o azul.

Sesshoumaru limitou-se a preparar outro ataque e arremessá-lo contra os gigantes. Imediatamente o azul pulou na frente do verde e novamente absorveu o ataque. Sem dar espaço para contra-ataques, Sesshoumaru avançou, pretendendo transpassar o peito do youkai azul com a espada, mas este foi mais rápido: abaixou-se velozmente enquanto o verde, que estava atrás de si, segurou a espada do Dai-youkai com as mãos.

Surpreendido por não ter provocado corte algum nas mãos do verde, ele puxou a espada de volta e se afastou, bem a tempo de evitar um soco do azul. Parou alguns metros para analisar a situação.

— Seus ataques são inúteis. Não vão ter efeito em nós. – Glorificou-se o azul.

Sesshoumaru olhou para o ferimento do verde e constatou que mais parecia uma queimadura, não foi feito por uma lâmina. Enquanto o azul possuía um pequeno corte no ombro, provavelmente causado pelo impacto com o chão, na última vez que havia sido lançado. Entendo, concluiu Sesshoumaru. Após analisar a situação sabia exatamente como atacar.

Com um movimento da mão livre, criou seu chicote verde de energia e mirou o youkai verde, já sabendo que o azul o protegeria. Assim aconteceu: o azul colocou o braço na frente, permitindo o chicote enrolar-se sobre o antebraço, sem produzir dano nenhum.

— É tudo que pode fazer? Essa cordinha não é de nada. – debochou o azul. Sesshoumaru empunhou a espada e preparou outra rajada de energia. – Pode mandar! Seu show de luzes não tem efeito em mim.

Ele soltou a rajada e, imediatamente, puxou com força o chicote, fazendo com que o youkai azul tombasse no chão. A rajada de energia passou por cima dele, em direção a seu parceiro que, perplexo, não conseguiria desviar. A energia corrosiva de Bakusaiga, rapidamente aniquilou o inimigo, destruindo-o em instantes.

Em choque, o youkai azul olhava para o lugar onde seu companheiro havia estado segundo antes. Com um urro, ele arrebentou a corda que o prendia, sem grande esforço e avançou para cima de Sesshoumaru, que num piscar de olhos, apareceu atrás do gigante. Ele deferiu um golpe com a espada nas costas do azulado. Fazendo-o tombar para frente.

— C-como? – indagava.

— Vocês se acham invencíveis, mas suas fraquezas são obvias: você é capaz de absorver qualquer ataque de energia, mas não se defende dos físicos. Já seu parceiro é o contrário. – explicou desinteressado. – A maneira como lutam torna isso fácil de perceber.

— M-maldito! – Foram as últimas palavras do youkai antes de ter sua cabeça arrancada pela lâmina.

Após se certificar de que estava morto, Sesshoumaru finalmente pôde voltar sua atenção para a jovem caída mais a frente. Ao se aproximar, percebeu que o cheiro que tinha sentido desaparecera. Ele tinha certeza que quando chegou, o cheiro vinha dela, mas agora ela possuía um cheiro diferente. Ao se concentrar ele pôde ver que o aroma que o atraiu ainda estava lá, apenas mesclado com o cheiro dela, como se estivesse escondido no interior dela.

Apenas por curiosidade ele permaneceu ali. Queria respostas sobre o que aconteceu e descobrir porque seu cheiro era familiar. Além disso, Sesshoumaru percebeu que aqueles youkais em momento algum durante sua batalha redirecionaram ataques para a garota. Isso deixava uma dúvida: se não a queriam morta, o que poderiam ganhar com ela?

Trolls, azul e verde.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando? Consegui deixá-los curiosos? Espero que sim kkk Por favor, não deixem de comentar =)



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