As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 3
Capítulo 3 – A Primeira Impressão. (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Olá para os leitores que já estão me seguindo. Muito obrigada pelo apoio até agora xD Bem, espero que gostem deste capítulo e por favor, no final de tudo me digam se acharam a situação condizente com os personagens. xD



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Sesshoumaru ergueu a garota com o mínimo de delicadeza e a colocou em cima do ombro direito, não sabia se existiam mais inimigos, então decidiu sair dali. Alçou voo para pousar não muito longe, na floresta do lado contrário ao campo. Ao tocar o chão colocou a jovem encostada em uma árvore, de frente para si e reparou com mais calma em sua fisionomia.

A garota estampava um semblante sereno apesar de tudo. Seus cabelos negros escorriam pelos ombros. Na face tinha três finas marcas vermelhas, similares às suas próprias. E no topo da cabeça havia duas orelhas negras de gato, que até pouco tempo ele podia jurar que não existiam. Provavelmente simplesmente não tinha notado. Uma hanyou. Apenas isso.

Ela usava trajes chamativos. Um quimono curto vermelho, que realçava os seios e as longas pernas. Estava descalço e com alguns pequenos arranhados nos ombros, possivelmente adquiridos na luta contra os youkais brutamontes. Tinha um corte no braço, mas este já se cicatrizava. Hanyous tem rápida cicatrização, não como youkais, mas melhor que humanos. Carregava uma katana presa à cintura. A arma e o fato de ter enfrentado os youkais, chegando até a ferir um deles, indicavam que não era de todo indefesa. Mas a possibilidade de estar diante de uma lutadora de nada amedrontava o youkai, afinal, é de Sesshoumaru que estamos falando.

Sesshoumaru ia fazendo uma leitura da jovem, tentando entender o que o levou à ela e o que deveria esperar com isso. O cheiro que pensou vir dela sumiu, mas ele ainda achava que seu olfato não o havia enganado. Não seja tolo! Sua mente o está pregando peças, deixa-a e volte para o shiro. Sua razão o fazia recuar, mas seus instintos teimosos interiores não permitiam que saísse dali antes de compreender tudo.

Desistindo do debate consigo mesmo, caminhou até uma árvore oposta e sentou-se de frente para ela. Analisando mais atentamente, percebeu que a jovem era parecida com Rin. O porte físico e os cabelos eram semelhantes, mas o que se destacava era a expressão serena. A mesma que ele encontrava na face de Rin, quando ela dormia próxima dele.

Certa vez caminhava por território inimigo. Era época que estava reconstruindo o império de seu pai nas Terras do Oeste. Rin tinha por volta dos 14 anos e ele perguntou como conseguia dormir tranquilamente em território infestado de youkais inimigos. Lembrava-se dela sorrindo-lhe e dizendo: Só estou tranquila porque Sesshoumaru-sama está por perto me protegendo. Sei que não deixará nada acontecer comigo. Naquela época as palavras eram sinal de orgulho para Sesshoumaru, pois sua mera presença trazia segurança para Rin. Mas atualmente, apenas a recordação das palavras lhe doía o peito de culpa. Não havia conseguido cumprir com as expectativas delas...

Balançou a cabeça para afastar os pensamentos. Não seja idiota. Só as achou parecidas porque é o que deseja. Novamente caiu numa discussão interna, mas logo foi tirado de seus devaneios pelo movimento da garota começando a despertar. Ela gemeu baixo e começou a acordar. Dentro de poucos segundos, olhos amarelos o encaravam, confusos.

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Quando voltou a si, sentiu a cabeça latejar, mas nada insuportável. Foi abrindo os olhos aos poucos para se acostumar com a claridade do lugar. Olhou em volta, sem compreender onde estava ou como foi para ali. Logo, sua visão caiu sobre a figura sentada a sua frente. Era um belo youkai de cabelos prateados, usando um quimono branco com detalhes vermelhos, uma armadura por cima e no ombro direito uma pele felpuda. Carregava consigo duas katanas, o que a deixou apreensiva. De repente, lembrou-se de que fora ele o homem que a salvou dos youkais que, a propósito, não estavam por perto.

Ele me trouxe até aqui? O terror tomou conta. Será que me viu na outra forma? Se ele souber meu segredo... Preciso sair daqui! Tentou se levantar, mas ao apoiar-se na árvore, sentiu uma forte pontada no ombro. A dor embaçou sua visão e ela caiu novamente de joelhos reprimindo um grito. Segurou o ombro com força. Devo ter deslocado na luta.

— Parece que deslocou o ombro. – disse o sujeito a sua frente. Ela nada disse, apenas o encarou confusa e apreensiva. Ele por sua vez suspirou e continuou. – Se eu quisesse lhe fazer mal já o teria feito.

Nisso ele está certo. Ela relaxou um pouco, mas continuou atenta a qualquer movimento suspeito. Decidiu ir direto ao ponto.

— O que quer comigo?

— Por que foi atacada? – cortou-a ríspido o youkai. Apesar da pergunta, sua expressão demonstrava desinteresse. Não parecia se importar muito com ela, aparentava apenas uma curiosidade vazia.

— Acho que perguntei primeiro. – rebateu. Sabia que não estava em condições de fazê-lo, mas não se deixaria parecer fraca, principalmente se ele soubesse seu segredo.

O youkai pareceu não gostar da resposta, pois franziu de leve as sobrancelhas e olhou intensamente para ela.

— Sabe com quem fala, hanyou? – indagou, pronunciando a última palavra quase como um insulto.

Contudo, aquelas palavras foram músicas para seus ouvidos. O que deveria ofendê-la trouxe apenas alívio. Ele pensa que sou apenas uma hanyou. Quer dizer que não viu nada anormal. Sorriu internamente e voltou sua atenção para o homem. Pela sua maneira de falar é bem arrogante, pensou. Ela permaneceu calada, sem intensão de responder a pergunta. Ele parece notar e prosseguiu num tom arrogante.

— Sou Sesshoumaru, Senhor das Terras do Oeste.

A garota arregalou os olhos. Agora sim estou perdida! Não há quem não conhecesse esse nome. Sesshoumaru, filho do grande Inu Taishou, e atual Senhor das Terras do Oeste. Possuidor das espadas Bakusaiga e Tenseiga, uma que destrói tudo deste mundo e outra, tudo que é de outro mundo. Um Dai-youkai tão frio como gelo. Um homem orgulhoso que presa o sangue puro youkai e despreza humanos. Se ele pensa que sou hanyou, o que fará comigo?!

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— Vejo que já ouviu falar. – continuou Sesshoumaru, com um brilho divertido no olhar, ao ver a reação da jovem ao ouvir seu nome. – Vou perguntar novamente: por que foi atacada?

A garota desviou o olhar e respondeu:

— E-eu não sei do que está falando. Apenas esbarrei com eles.

Ela está mentindo. Por alguma razão ela escondia a verdade, o que o deixou mais interessado, apesar de não demonstrar. Não ia dar para trás. Queria respostas e ela as daria. Então tentou outra abordagem.

— Eram apenas aqueles dois, ou existem mais?

— Por que isso lhe interessa? – retrucou. Aparentemente, nem a menção do seu nome a fez recuar. Ou é muito insolente ou muito corajosa. Seja qual for, ambos são ruins para mim. Ele viu que conseguir o que queria não seria fácil.

— Digo o mesmo. Qual é a diferencia eu saber ou não? – continuou ríspido, começando a se irritar.

— Se é sobre mim que pergunta, torna-se de meu interesse. – Sua expressão era determinada. Aqueles olhos amarelos que o encaravam, diziam que não tinham medo dele, apesar dela manter uma postura retraída. Ela estava com medo, mas insistia em não demonstrar. Sesshoumaru teve que reconhecer a atitude, no mínimo, como nobre.

— Acho que merecia mais respeito de sua parte. – sugeriu orgulhoso, com um tom de imposição.

— Por quê? Por que é o Senhor das Terras do Oeste? – disse desafiante, fingindo deboche. Sesshoumaru se inclinou para frente e falou firme.

— Porque fui eu que a salvei.

A jovem, diante do fato, envergonhou-se pela ingratidão. Suas maçãs do rosto coraram e ela desviou o olhar. Sesshoumaru, vendo que finalmente sua fala surtira algum efeito, continuou.

— Agora me diga: haviam mais deles?

Houve um instante de silencio, até que a jovem, rendida, falou baixo.

— Não sei dizer. Quando me atacaram eram só esses dois.

— Não é a primeira vez que os vê, não é? – indagou. A jovem apenas negou com a cabeça. – Por que estão atrás de você?

A jovem fechou os olhos e desviou o olhar. Não pretendia dizer mais nada. Ele, por sua vez, já estava cansado da discussão. Sesshoumaru deu um longo suspiro e mudou de assunto.

— O que fazia lá?

— Caçava. – respondeu seca, tentando encerrar a conversa.

— Onde mora?

— Não tenho casa fixa.

— Então, para onde ia?

— É relevante saber isso? – Ao ver a expressão impassível do youkai, ela suspirou alto e continuou. – Estava procurando um lugar.

— E onde isso seria?

— Não sei. – A resposta o fez ficar nervoso e franzir as sobrancelhas. Pensava que a garota estava testando sua paciência.

— Como está indo para um lugar que não sabe onde é?

— Eu sei que ele existe, mas ninguém nunca soube onde fica. Preciso ir até lá para completar meu objetivo. – responder convicta.

— E qual seria esse?

— Me desculpe, mas isso é algo meu.

Sesshoumaru ainda não havia tido todas as respostas que queria, mas já não pretendia estender o diálogo. Já era tarde e ele precisava voltar ao shiro, seus generais estavam esperando por ele. Tentou uma última vez tocar no assunto do cheiro que ela havia apresentado, mas as palavras não saíam de sua boca. Falar sobre isso era falar sobre Rin, e falar sobre Rin era demonstrar fraqueza a uma desconhecida.

Devagar, ele se levantou e caminhou até ela. A jovem começou a apresentar uma expressão preocupada, mas não fez nenhum movimento para atacá-lo, então ele se agachou próximo a ela e segurou seu ombro ferido.

— Isso vai doer um pouco.

Sem esperar consentimento, Sesshoumaru pressionou o ombro e o recolocou no lugar, fazendo a garota reprimir um grito. Em seguida, ele rasgou uma parte da própria manga do quimono e fez uma tipóia improvisada, para manter o braço dela numa só posição. Por fim, ele se levantou e disse:

— Use apenas até o ombro melhorar. Amanhã já poderá retirar.

Ao terminar, ele começou a caminhar em direção oposta a dela. Não havia mais nada a se fazer ali. Ainda não entendia tudo sobre a garota, mas ela não tinha motivos para lhe contar mais e ele não tinha desculpas para exigir que o fizesse. Começou a achar que tudo foi apenas sua mente desesperada lhe enganando.

Estava a alguns metros, prestes a sumir entre as árvores, quando escutou.

— Tsukiyo. – Ele voltou-se confuso para ela. – Meu nome é Tsukiyo. – Ela abriu um sorriso sincero. – Obrigada.

Ele se voltou para frente e continuou a caminhar, deixando-a para trás a cada passo. Mas algo permaneceu na mente. Quando ela sorriu, ele viu, mesmo que por um instante, Rin sorrindo para ele. Ele viu Rin, nas faces da jovem.

Sesshoumaru caminhava feliz e confuso. Mas o Dai-youkai não deu meia-volta. Continuou caminhando até chegar ao shiro.

Tsukiyo, a misteriosa hanyou.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Alguém conhece a personagem da imagem? Se conhece, saiba que me inspirei na aparência dela para criar Tsuki =D



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