Profecia escrita por AgathadeLima


Capítulo 3
Mayana


Notas iniciais do capítulo

OIIIIII PIPOL!!!!!!!!
Então, hoje eu tô feliz.
Avisos do dia: os POV's são formais ou informais dependendo da situação e da pessoa, etc.
Então, leiam!



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–Vejamos... novata? -Perguntou a secretária.

Concordei com a cabeça, em meio a um suspiro cansado. É, provavelmente, a vigésima quinta vez que me perguntam isso. A mulher, parecendo compreender, me olhou preocupada e disse:

–Vai demorar um pouco. Se quiser sentar, tem umas cadeiras ali perto.

Dei um sorriso agradecido e fui até lá. Parei em frente das cadeiras. Eram cinco, e quatro estavam ocupadas. Na primeira á esquerda, estava uma menina loira de cabelos curtos e olhos verdes, que sorria abertamente, mas de vez em quando dava um longo bocejo. Do lado dela, estava uma menina completamente oposta: Pele cor de chocolate, olhos negros, cabelos igualmente escuros e ondulados, e parecia estar de um mau humor sem precedentes.

A cadeira entre a garota mau humorada e a próxima estava vazia, e sentei lá. Do meu lado esquerdo, estava um menininho de cabelos castanho escuro e olhos cinzentos, parecendo ter uns 6 anos, que ria e balançava as pernas que não alcançavam o chão. Do lado dele, estava uma menina que era, provavelmente, irmã do pequeno. Cabelos negros e lisos, extremamente longos eram diferentes apenas em cor e tamanho dos do garoto, a pele um tanto mais pálida, mas os olhos igualmente cinzentos. Outra prova era o sorriso e o olhar carinhoso que lançava para o menininho, e a maneira que falava com ele.

Todas elas, até mesmo o garotinho, me fizeram sentir extremamente simples e feia, com meus cabelos ruivos e cacheados e meus olhos caramelo comuns. Mas também me faziam sentir uma estranha sensação de... familiaridade. Mas nunca vi essas pessoas na vida. Devo estar nervosa demais.

–Meu Deus, Joseph, deixe de tanta ansiedade! -Reclamava, mas o tom de voz dela não combinava com a repreensão.

Ele revirou os olhos, subitamente irritado.

–Certo, mamãe. Como se você não estivesse ansiosa. -Comentou ele.

Ela riu, mas algo no olhar dela mudou. Um pouco do brilho pareceu sumir, e de repente imaginei que talvez ela não estivesse tão ansiosa assim.

–Seu irmão? -Perguntei para ela, apontando para Joseph.

Ela pareceu me notar, e sorriu ainda mais com a menção do nome do irmão.

–Sim. Somos novatos, sabe, ai o Joseph fica todo nervoso quando vai para uma escola nova... -Suspirou ela.

Ele fechou ainda mais a cara.

–Estou aqui, sabia?-Reclamou ele.

Eu dei um sorriso afetuoso estranhamente parecido com a da menina.

–Eu sei que está. -Assegurei. Minha voz saiu muito doce. Doce demais para mim. Olhei para Agatha sem mudar minha expressão. -E também sou novata, sei como é.

Ele me olhou curioso.

–Você parece muito com a Agatha. Tipo quando eu roubo o violão dela, ai ela briga comigo, eu devolvo e peço desculpas. Ela fica com essa cara ai. - Disse ele.

A menina, Agatha, franziu a testa e me observou, fazendo minha expressão de doçura desmanchar e a minha testa franzir. Mas conseguir voltar á expressão simpática do começo da conversa e perguntei.

–Então, an, Agatha, certo? -Agatha concordou com a cabeça. - Então, Agatha, toca violão?

Ela deu um leve sorriso.

–Toco, um pouco. Tive aulas dos 10 aos 12 anos. -Respondeu.

–Foi o presente de aceitação dela. -Afirmou Joseph.

Agatha lançou ao pobre garoto um olhar que faria eu me encolher, mas ele apenas devolveu quase com a mesma intensidade, acabando por perder.

–Afe, tá bom, desculpa. -E cruzou os braços, mas uma vez emburrado.

Decidi não perguntar o que era o presente de aceitação.

–Bem, que legal! Sempre quis tocar violão, mas a minha vocação é zero. -Admiti.

Agatha conseguiu rir. Mas a conversa esfriou com a falta de assunto, e voltamos a encarar a parede na nossa frente em vez de uma á outra. Uma risada sem humor veio pela minha direita.

–Presente de aceitação? -Perguntou a menina negra (N/A: Não tenho preconceito :3), em tom de deboche. -Por acaso você mora num orfanato?

A loira de repente pareceu prestar atenção á conversa. Joseph franziu a testa. Agatha lançou á menina um olhar gélido.

–Sim, por quê? -Perguntou, a voz tão fria quanto o olhar.

–Perguntei por perguntar. Gabrielle de Santos, prazer. -Respondeu, sem tirar o sorriso cruel do rosto.

–Agatha de Lima.-Disse, em resposta, secamente.

–Alice D'Candy. -Falou a loira, do nada.

Todas se viraram ao mesmo tempo para olhar para ela. Gabrielle continuava com a expressão de deboche. Agatha franzia a testa, confusa, e eu sorria simpaticamente.

–Mayana Lood. Mas pode me chamar de Maya. -Falei para ela.

–Pode me chamar de Ally. -Bocejou ela.

Agatha de repente travou, e arregalou os olhos para Alice. Mas depois, balançou a cabeça como que para espantar aquele pensamento, e deu um sorriso simpático.

–Agatha. Acho que não existe apelido para mim. -Comentou, envergonhada.

Alice lhe lançou um sorriso.

–Você não disse que seu nome é Agatha de Lima? Então... talvez Lim? -Tentou ela.

Agatha pareceu pensar.

–Pode ser. -Disse, finalmente.

Rimos as três juntas, e Joseph se encolheu na cadeira olhando para nós, os olhos arregalados:

–Possuídas. -Sussurrou.

Pela primeira vez Gabrielle olhou para ele e sorrindo maliciosamente, falou:

–Gostei de você, garoto.

O que só nos fez revirar os olhos.

****

–Possuída é a tal da Gabrielle, isso sim. -Murmurei, enquanto saíamos da sala para o recreio, lembrando do termo que Joseph usou.

Era bem óbvio que eu, Ally e Lim ficamos amigas quase instantaneamente, por três motivos: 1- ódio e repulsa iguais pela Gabrielle; 2- Somos todas novatas; 3- Fomos as únicas gentis de toda a escola uma com a outra. No entanto, a conversa deles duas é legal, e eu nunca me importei muito com as minhas companhias, desde que tivessem uma conversa legal. Além disso, gostamos das mesmas coisas, e eu ainda tenho a estranha sensação de familiaridade quando olho para elas.

–E eu não sei? Aquele mau humor dela não é normal. -Comentou Ally, para nós.

Achamos um banco perto da sala da próxima aula e pegamos nossos lanches. Outro ponto em comum: Trazemos sempre comida de casa.

Lim simplesmente deu uma risada tímida e disse:

–Só espero que ela não chegue perto do meu irmão.

Nessa pequena frase notei uma alerta de ameaça. Então mudei de assunto.

–Nossa, a aula de Biologia estava cansativa. -Reclamei.

Ally me olhou confusa, a bochecha levemente cheia.

–A de Biologia? Achei que você tivesse dito que a cansativa era a de História. -Disse, depois de engolir tudo de uma vez, o que eu achava que era fisicamente impossível.

Coloquei as mãos nos quadris, o sanduíche quase acabado em uma das mãos.

–Acredite, todas são cansativas.

Lim franziu a testa.

–Nisso eu tenho que concordar.

Arqueei a sobrancelha.

–Achei que você fosse uma nerd. E nerd que se preza não acha aula nenhuma cansativa. -Falei.

Ela riu, mas não respondeu nada.

Ally se espreguiçou, tendo terminado de comer.

–Meu Deus, que sono. -Reclamou.

Lim ergueu as sobrancelhas em forma de deboche, parecendo momentaneamente com Gabrielle.

–Você está sempre com sono, Ally.

Alice olhou para ela parecendo uma criança emburrada.

A cena me fez rir. Talvez esse ano seja melhor.

Até que olhei meu horário de aulas de novo.


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Notas finais do capítulo

então, esse capítulo foi mais feliz, eu acho.
De qualquer forma, até o próximo.
Embora não seja obrigatório, estarei esperando coments!



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