–-Jack, p-para é s-serio. —Falei gaguejando.

–-Qual é amor, não sentiu minha falta?—Disse ele cochichando em minha orelha.

–-Não!—Finalmente falei com um mínimo de coragem.

–-O que você falou?—Disse ele apertando meu braço.

–-Eu disse que eu não senti a sua falta e nunca vou sentir, seu merda!—Finalmente eu estava voltando a ter alguma coragem.

Eu não sei oque eu pensei em tentar enfrentar o Jack, mas eu sei que ele sabia como revidar, ele me bateu de novo, tentei parecer forte e retruquei esse gesto dele:

–-Você acha mesmo que todos esses anos eu não treinei para me defender de alguém como você?—Nisso eu dei um soco na cara dele, minha mão doeu um pouco, mas eu finalmente me defendi dele.

–-Bom soco, mas não doeu nem um pouco. —Ele falou virando o rosto e limpando o pouco de sangue que saia do canto de sua boca.

Não deu nem tempo de eu pensar, Jack veio em minha direção, me levantou enquanto apertava meu pescoço e me imprensou na porta de vidro que tinha lá.

–-Nunca mais tente sumir ou fugir de mim, entendeu Bittencourt?—Falou ele apertando mais meu pescoço.

–-Jack! Solta ela agora!—Pude escutar Julia gritando com ele.

–-Não se meta no que não envolve você!—Ele falou.

–-Jack, eu vou chamar a policia!—Afirmou Helena.

–-A sua amiguinha também me bateu, então eu posso falar que eu matei ela para me defender. —O retrucou, enquanto apertava mais ainda meu pescoço.

Não sei quem foi, ou quem pediu, mas alguém foi para cima de Jack, mas eu não pude ver ele direito, por que o ar se cessava dos meus pulmões, Jack me soltou na hora, e a sensação de ar indo para os meus pulmões era a melhor, as meninas vieram na minha direção me ajudando a levantar, fomos para o salão onde as pessoas que estavam na festa se dividiam em conversas, algumas dançando e conversando normalmente e outras querendo saber o que estava acontecendo lá fora.

Um tempo depois a pessoa que me salvou chegou perto de nós, seu lábio estava sangrando, tinha um corte em seu nariz e o seu olho estava roxo, um pouco depois de ele parar ali Jack adentrava no local e passava por nós, então ele disse:

–-Você vai pagar por ter se metido onde não deveria, Walker!—E ele continuou andando até o elevador onde foi a ultima vez que eu o vi.

–-Eu acho que vou para o quarto. —Falei quebrando o silencio.

–-Tudo bem, é melhor você ir mesmo. —Respondeu Julia.

Sai andando, chamei o elevador, quando ele chegou eu entrei e mais alguém também.

–-Eu vou até o hotel com você.—Falou ele.

–-Não precisa.

–-Mas eu quero ir. Você acha que eu vou deixar aquele maluco tentar te matar de novo?

–-Você nem me conhece.

–-Pare de discutir e aceite que eu vou com você.

Soltei um riso nasalado. –Então tá, herói.

O elevador se abriu e nós fomos direto para a porta e quando saímos um ventou gelado tocou minha pele descoberta, tremi um pouco, aquela roupa não foi uma das melhores escolhas para uma noite fria em Nova York, ele deve ter percebido, por que senti algo pesando em minhas costas, ele tinha me emprestado o seu casaco, ficou um silencio muito constrangedor até que:

–-Meu nome é Chris, só para você saber.

–-Letícia.

–-Eu posso saber por que ele fez isso com você?

–-Eu e Jack... —Eu estava meio receosa em contar, mas eu resolvi que seria melhor. – Namorávamos, sabe, eu nunca fui muito popular na escola, então eu resolvi fazer um intercambio de dois anos aqui, viemos eu e as meninas e ficamos em uma casa de família, aquela coisa de sempre em um intercambio, mas na escola não era normal, por que quase não ia nenhum estrangeiro para lá, ou seja, nós éramos a maior sensação na escola.

–-E onde ele entra nisso?

–-Acho que não vai dar para contar, chegamos ao Hotel em que eu estou hospedada.

–-Mesmo morando aqui, eles me pediram para vir para esse hotel, e não duvido muito que seja o mesmo que o do Jack, então eu vou com você até o seu quarto.