Eu tinha caído no sono, acordei com dores nas costas e no pescoço pelo fato de ter dormido no chão, levantei com dificuldade, peguei minha katana e a levei comigo até onde todos estavam eles olharam para mim esperando que falasse algo que pudesse salvar a vida deles, e eu tinha que fazer isso, era mais que uma obrigação.

–-E então?—Falou Renata.

–-É, qual é o plano para sairmos daqui?—Perguntou Jp.

–-Vocês vão a cada terraço dos prédios que tem aqui e procurem um heliporto, pois o mar esta muito agitado hoje, eu vou atrás de Jack e acabo com aquele bastardo. —Respondi.

–-Mas e Chris? —Perguntou Julia.

–-Eu me resolvo. —Respondi de novo.

–-Tem certeza que você não precisa de ajuda?—Disse Helena.

–-Tenho.

Eles foram para o ultimo andar do prédio enquanto eu descia até o térreo para finalmente ir para o meio da floresta procurar os dois, quando cheguei a porta, se eu podia chamar aquele buraco vazio de porta, e respirei fundo antes de começar a correr para fora, mas eu parei. A floresta era grande e eles poderiam estar em qualquer lugar, eu resolvi ir para perto do centro da floresta onde eu pude ver Jack cobrindo uma manta ou uma fronha, sei lá o que era, mas era um tecido grande, de folhas e aquilo poderia ser uma armadilha, e eu tinha que fazer alguma coisa para desarmar ela.

Esperei ele sair do local, antes de ir para muito perto da armadilha eu olhei para todos os lados para ter certeza que ele não estava perto, quando tive certeza que ele não voltaria mais para cá eu puxei o grande tecido com força, pois as pontas estavam presas com pedras pequenas e então acabei caindo para trás e levando o tecido junto para cima de mim, tirei o tecido de cima de mim e fui para onde estava o pano, lá tinha um buraco, mas não era só um buraco dentro de lá tinha madeira com partes pontudas, pedras com pontas afiadas e vidro quebrado, qualquer um que caísse ali morreria na hora, não tinha como tentar desarmar aquilo e não tinha como esconder.

Eu comecei a correr e eu tinha que achar Jack e atrair ele para sua própria armadilha, um grito de socorro invadiu meus ouvidos, então eu parei e tentei escutar melhor de onde vinha, escutei novamente e fui correndo na direção, mas parecia que a cada passo que eu dava o som ficava mais longe e eu já não sabia mais o que fazer.

O ultimo grito que eu pude escutar foi no exato lugar onde estava a armadilha, corri de volta para onde eu estava, mas não tinha ninguém lá, até que uma mão se segurando me chamou atenção, olhei no buraco para ver de que de quem era e pude ver Chris.

Deitei no chão para ter um apoio melhor e segurei sua mão que tinha se soltado, ele olhou para cima e sorriu, seu rosto estava machucado e seus braços cortando por estar agarrado a parede que tinha cacos de vidro. Ele soltou a sua outra mão e a agarrei, mas ele era mais pesado que eu, então comecei a ser levada para dentro da armadilha com ele, finquei meus pés no chão e finalmente fiquei em um lugar parada.

Eu tentava puxá-lo, mas não tinha força para isso, meus braços começaram a doer já que eles roçavam nos vidro, a dor penetrava em mim como uma agulha, sangue começava a escorrer de meus braços e os cortes se tornavam piores.

–-Que lindo os dois pombinhos apaixonados, seria uma pena se um deles morresse, ou os dois morressem.

Jack falava atrás de mim, eu não podia me virar para ver seu rosto, mas eu sabia que era ele que estava ali, e eu não podia fazer nada, eu deixava alguém que eu amava morrer para finalmente ter a minha vingança ou continuava segurando Chris e ficava vulnerável para Jack.

Eu decidi continuar ali, pude escutar o riso de Jack que parecia procurar alguma coisa, podia escutar seus passos se aproximado, e quando ele estava perto pude sentir algo metálico passar pela minha espinha e isso logo foi fincado em meu ombro direito, que pela dor eu soltei a mão de Chris, que logo se segurou na mão esquerda.

(Nota da autora: coloquem essa musica para tocar até o final do capitulo e se acabar, bote para repetir)

Eu podia sentir as lagrimas escorrendo pelo meu rosto e caindo em meus braços e se misturando com o meu sangue, eu não estava mais aguentando, mas eu não deixaria Chris morrer, olhei para seu rosto e vi um sorriso, seus olhos já estavam ficando vermelhos, pois ele chorava com sua voz já muito fraca ele disse:

–-Quem diria que agora quem precisaria de ajuda era eu, mas eu não vou deixar que nada aconteça com você.

–-Chris, do que você esta falando?—Perguntei.

–-Eu vou te proteger, mesmo que eu não esteja do seu lado.

–-Não, você vai ficar ao meu lado, eu e você vamos sair daqui, juntos.

–-Eu nunca pensei que poderia encontrar o amor em um lugar desses, mas você estava aqui, eu sei que muitas vezes passou como se eu não gostasse de você, mas eu não gosto de você, eu te amo, e não me perdoaria se acontecesse algo com você.

–-Nada vai acontecer comigo.

–-Você precisa ir você tem que se salvar encontrar sua família. —Disse ele levemente soltando suas mãos.

–-Não! Eu não posso deixar isso acontecer. –Mas era tarde demais, ele já tinha soltado a mão, todo aquele momento parecia acontecer em câmera lenta e eu podia ver ele morrendo aos poucos.

Eu fechei minha mão e com força soquei o chão, era tudo culpa minha, ele morreu por mim, tirei os cacos de vidro da parede e comecei a jogar terra onde tinha partes pontudas para que eu pudesse descer sem me machucar, tirei a faca de meu ombro e desci para pegar seu corpo.

O levantei com toda força que eu não tinha então meus braços começaram a doer, voltei para a superfície e me sentei ao seu lado, abracei seu corpo morto com todas as forças pedindo para que ele voltasse e que não morresse em mim, mas nada adiantou, eu tinha que aceitar o terrível destino que isso tomou.