Não sei se eu estava sonhando ou se estava acordada, mas o lugar que eu estava era escuro tinha uma neblina e uma grande floresta densa, eu não via nada que eu podia conhecer nem zumbis, e nem ninguém vivo, estava ficando cada vez mais frio e eu só estava com a roupa que entrei nos jogos, um calafrio subiu pela minha espinha quando eu comecei a entrar na floresta, eu continuava andando e não podia escutar nada o silencio que havia lá era extremamente macabro, e cada vez mais eu me sentia sozinha, eu andava mais e tudo parecia igual, algo em minha cabeça falava para eu voltar, para sair correndo e nunca mais voltar, mas dentro de mim alguma coisa falava que eu deveria continuar andando, a cada vez que eu chegava mais perto de coisa desconhecida ficava mais frio, e eu me abraçava cada vez mais, continuei andando por mais alguns minutos ou quem sabe horas e pude ver de muito longe uma grande mesa, era estranho uma mesa no meio de uma floresta, aquilo me dava arrepios, mas eu precisava saber o que tinha lá.

Ao ficar de frente para a mesa tinha um envelope com uma carta dentro que dizia “você não deveria ter feito isso, garota burra.” Uma bandeja com tampa apareceu em minha frente, era estranho, pois antes não tinha nada ali, com minha mão tremendo eu segurei a parte de cima da tampa e puxei o mais rápido o possível, e a visão que eu tive era da cabeça de minha mãe, eu fui andando para trás até que cai no chão, eu podia sentir as lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas, sequei as lágrimas e me levantei.

A mesa tinha sumido e eu já não sabia o que estava acontecendo, olhava para os lados para ver se encontrava alguém, senti como se alguém tivesse tocado no meu ombro e virei para trás, olhei para o horizonte e vi algo correndo, parecia ser um só, mas depois foi aumentando, e aumentando cada vez mais, eles estavam chegando cada vez mais perto, eu me virei e sai correndo, tudo parecia acontecer em câmera lenta, quando eu piscava esse sonho parecia se misturar com a realidade, eu podia ver o russo, a alemã, e Chris.

Eu não sabia para onde estava indo eu só corria, eu sei que depois de tanto correr eu não conseguia sentir mais o chão de baixo de meus pés, eu estava caindo, mas alguém segurou minha mão, eu não conseguia ver quem era uma corda foi jogada para mim e então eu pulei e me agarrei nela, eles me puxaram para cima do barranco, eu realmente não sabia mais distinguir a realidade do sonho que eu estava tendo, eu podia agora ver claramente quem estava lá, mas não conseguia escutar nada.

Eu tinha acordado meio tonta, estava escuro e minha katana estava ao meu lado, peguei-a e fui sorrateiramente por trás de uma das pessoas que estava lá e botei minha katana em sua garganta.

–-Leticia, não!—Escutei a voz de Julia.

Olhei para os lados e pude ver meu antigo grupo, eu agora realmente não sabia o que estava acontecendo, procurei o Nikolai, a Amélie, e o Chris e não achei nenhum deles, apertei mais a katana na garganta do garoto e falei:

–-Cadê os meus amigos?

–-Nós somos seus amigos. —Respondeu Helena.

–-Não! Cadê o Chris?

–-Leticia, ele sumiu. —Falou Julia.

–-Ele não sumiu, e eu vou cortar a garganta dele se vocês não me falarem a verdade.

–-Você quer mesmo saber a verdade, ok. Eu não sei como, mas ontem à noite enquanto todos nós dormíamos você no seu grupo, nós aqui, e Jack sei lá aonde se ele estiver vivo tivemos alguma coisa implantada em nossas veias, olha só para o seu antebraço, tem uma coisa piscando, isso não é normal. —Helena explicou, e olhei para o meu braço e pude ver aquilo.

–-Viu então nós ouvimos um grito vindo da floresta e fomos direto para lá, quando chegamos vimos Chris correndo carregando você e seus dois amigos mais atrás, seguimos vocês até o barranco onde o russo e a alemã caíram direto nas pedras e um deles teve o corpo atravessado por uma rocha pontiaguda, salvamos você e Chris mas depois de levantar ele e você desmaiar, ele saiu correndo direto para a floresta e nós trouxemos você de volta para o nosso acampamento.—Terminou Helena de explicar.

Eu tirei a katana do pescoço do garoto, me deitei no chão e respirei fundo, levantei meu antebraço para perto dos meus olhos e pude observar per minha pele um pequeno chip, joguei meu braço de volta para o chão e respirei fundo mais uma vez

–-Leticia.

Olhei para o lado e vi Renata ajoelhada.

–-Eu sei o que eu falei da ultima vez, e eu me arrependo, nós precisamos de você aqui, por favor, volta.

–-Ok, só me deixa em paz. —Respondi.

Ela sorriu e me deixou sozinha, pensando, e revendo tudo que aconteceu hoje, e lembrando que eu ainda precisava acabar com tudo aquilo matando Jack, e tinha que ser rápido.