Corações Convergentes escrita por Anníssima, Willie Mellark


Capítulo 7
Capítulo 6 - FourTris I


Notas iniciais do capítulo

Notinha da Willie!!
Queridos Leitores...
Bom, gostaríamos de pedir nossas sinceras desculpas pela imensa pausa da FIC, porém foi algo fora de nosso alcance, nossa vida aqui fora ficou muito turbulenta, depois do episódio em que o Nyah estava “fora do ar”, estivemos Power ocupadas. Devido a Copa, Annie teve que finalizar toneladas de trabalhos e eu tive que estudar para o simulado do Enem da minha escola (estou quase encobrindo o fato que minha mão direita está enfaixada).
Muuuito obrigada pelos comentários e pelas favoritadas. Amamos cada um e vamos começar a respondê-los ainda hoje! Quer dizer, Annie hoje e eu assim que tirar a faixa da mão e puder digitar... Hehe
Entretanto, ao decorrer da fic os números de acompanhamentos só aumentam (isso é bom, claro). Porém o numero de Comentários, não.
Gostaríamos de saber suas opiniões, ter um papo literário e tudo mais...
Agradecemos a atenção...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/497964/chapter/7

Tobias permaneceu vários minutos caminhando pelos corredores do hospital, em um trajeto constante que o conduzia à porta do quarto de Tris e de volta à entrada principal. Sentia seu coração saltando contra suas costelas em golpes quase doloridos, sinalizando um clamor silencioso para os ouvidos próximos, mas contrariamente claro aos seus próprios sentidos. Ele precisava estar perto dela e, para isso, a divisória física que o pedaço de madeira sobre o qual acabara de inclinar sua testa tinha de ser ultrapassado porque seu interior gritava por Tris.

Recostado à porta, tudo lhe parecia incerto.

O despertar de Uriáh, as conversas com Marcus e com Zeke ainda rodeavam seus pensamentos. Foram tantas coisas que aconteceram naquele dia e tudo o que ele queria era poder acreditar que as coisas se resolveriam da melhor forma e, no fim, estaria com Tris - o seu bálsamo particular.

Ele sabia que ela era especial desde que seus olhos encontraram os dela. O azul mais brilhante e belo que havia visto era o que tingia os orbes da transferida da Abnegação. A careta que sem pedir licença e sem estardalhaço ocupou cada pedaço vazio de seu coração, preenchendo-o de amor.

Todas as vezes em que ela se colocava ou era colocada em risco, ele se sentia mais impotente diante da enormidade do seu sentimento porque sabia o quanto sofreria caso viesse a perde-la. Soube mesmo quando ela lhe dissera que se eles se perdessem, ainda que demorasse, ele faria o que era necessário e seguiria em frente. E essas palavras, agora, pareciam muito mais como um presságio do porvir, pois seus piores pesadelos se tornaram realidade. Ele sentia Tris escapando pelos vãos de seus dedos e, da mesma forma que é impossível segurar água em um punho fechado, não poderia mantê-la junto de si se esta não fosse a vontade da namorada.

Namorada...

Será que ela ainda era isso?

Os sentimentos românticos e coisas do tipo sempre foram uma incógnita em sua vida. Como uma folha lisa e em branco, Tris, sendo seu primeiro amor fora a única que havia escrito à tinta em seu coração quebrado. As palavras ditas e as imagens de lembranças vívidas em sua mente não poderiam ser apagadas nunca e nenhuma outra garota poderia ingressar em seu coração em substituição a ela. Para Tobias, ninguém se compararia à Tris que com força, sagacidade, sacrifício e amor curou suas feridas e aplacou suas incertezas.

Tocou a maçaneta e soltou-a em seguida. Desde que ingressara na Audácia, não se recordava de se acovardar a encontrar uma pessoa, com exceção talvez de Marcus. E mesmo na presença dele suportou ficar enquanto necessário. Todavia, quando se tratava de Tris, tudo era diferente. Ela foi e sempre seria uma exceção recorrente em sua vida. A detentora de todos os seus primeiros e melhores momentos.

Não era temor dela, principalmente porque não havia mais nada que ele quisesse com tanta intensidade do que estar com Tris. Tobias tinha receio de que o momento em que tivessem a conversa franca necessária, as coisas estariam definitivamente encerradas e Tris era uma etapa de sua vida que ele não queria que passasse.

Respirou e segurou com força a maçaneta. Decidiu que enfrentaria o que fosse e que Deus o ajudasse para que seus pedidos fossem atendidos.

✼✼✼✼✼

Presenciar Uriáh com a família trouxe, além de alegria e compaixão, uma crescente confiança de que as coisas poderiam ser consertadas não importando o quanto havia sido tirado dela. Tris sentia, em seu coração, que poderia voltar a ser feliz apesar da perda dos pais. E esse sentimento não era pelo que lhe diziam sobre coisas vãs de que tudo se acertaria e de que dias melhores viriam. Frases genéricas jamais seriam um consolo para ela. O algo mais – a esperança - residia na ansiedade da espera diária pelas visitas do garoto bonito.

Não disse a ninguém, nem mesmo à Christina que a interpelava repetidamente sobre seus sentimentos por Tobias, mas seu coração disparava cada vez que o via ou escutava sua voz. Seu timbre firme e a forma única com que ele dizia as mais simples e vagas coisas lhe causava arrepios no corpo. Mais cedo, quando ele a ajudou a se apoiar para sentar na cadeira de rodas e se juntar aos demais amigos de Uriáh, sentiu as palmas ficarem molhadas com o mais leve roçar dos dedos dele em seu cotovelo. Calor a percorreu, incendiando todo o caminho e foi, naquele momento, que soube que faria tudo o que estivesse ao seu alcance para lembrar e, se não pudesse, ainda assim o queria por perto.

Não entendia o que ele havia encontrado nela. Pelas informações fartas que obtivera em perguntas soltas e aparentemente desinteressadas que fazia às pessoas que a visitavam, reunira uma lista de qualidades de Tobias e cada outra nova que se somava a ela fazia crescer sua admiração e afeto pelo namorado. Ela sentia um certo orgulho idiota em pensar que mesmo ela sendo mais jovem, e claramente inferior esteticamente que ele, Tobias a escolheu e, a julgar pelo fato de que todos os dias ele a vinha ver, realmente gostava dela.

E, sim. Esta era uma coisa com a qual ela poderia felizmente se acostumar.

Sorriu sozinha com este pensamento e se distraiu do instante em que a porta foi aberta e quando notou a figura que estava junto à soleira não podia se sentir mais alegre. Tobias olhou para a garota pequena e magra piscando os grandes e belos olhos que faziam seu coração cativo e se sentiu completo. O seu encaixe perfeito estava diante de si. Tudo o que precisava para ser feliz se encontrava estruturado na garota que agora esboçava um enorme sorriso que, desta vez não era dividido com Caleb e seus amigos.

Tris estava contente em vê-lo. Sorria para ele, sem saber que com este gesto erodia as fundações da insegurança que o rapaz experimentou há pouco.

Em um átimo de impulsividade movida pela expressão calorosa dela, Tobias se aproximou e acariciou delicadamente a bochecha de Tris e a eletricidade do contato compartilhado não passou despercebido a nenhum dos dois.

A última semana havia se arrastado para ambos. Ela, perturbada pela atualização dos acontecimentos que sua mente bloqueara e pelo o número interminável de exames e questionamentos dos profissionais ocupados por seu caso. Ele, imerso em culpa e ressentimento tratou de se manter o mais distante possível de todos, tanto quanto fosse possível, dadas as circunstâncias. Mas agora que estavam juntos, expressavam a saudade insuportável que sentiam de formas distintas, mas seja pelas memórias dele ou a forma como o corpo dela o reconhecia, sabiam que um estava sob a pele do outro.

Tobias deixou a mão cair e se sentou na cadeira que era mantida ao lado do leito da garota.

– Você está bem? – Ele perguntou um pouco cauteloso e tímido pela forma frenética que seu coração batia quando tinha que demonstrar calma em seu exterior para não acuá-la. O olhar dela não havia se esquivado do dele nem um segundo desde que entrara no quarto e isso era um bom sinal. O toque que ele não conteve e que poderia ter sido excessivo foi bem recebido por Tris, mas ele tinha que se segurar mais. Por nada no mundo ele apressaria as coisas se o resultado final fosse o que ele tinha em mente.

– Sim. – Tris respondeu, ouvindo a única palavra dita como um eco distante. Queria se comportar normalmente, mas a presença de Tobias lhe causava sensações tão antagônicas que estava confusa.

– Deixou de ser a atração depois que Uriáh acordou... – Tobias disse gentilmente. – Como se sente quanto a isso?

– Acho que posso me acostumar de uma forma boa quanto a possibilidade de me esquecerem de vez. – Ela ri. – Você veio mais cedo hoje! – Tris cruzava e descruzava os dedos, fingindo prestar atenção a eles no processo, para desviar seus olhos de Tobias que, por sua vez, sorriu largo diante da percepção da garota que parecia empolgada com sua presença.

O aparente fato de que ela sentiu a sua ausência e que reparou nos horários em que ele fazia suas visitas encheu seu peito de expectativa. Ele queria se consumir nela. Beijar seus lábios e, assim, colocar para bem longe a tristeza que amargara todos esses dias. Queria dizer que antes de se despedirem no complexo, ele havia traçado planos sobre o futuro dos dois. Se pudesse, ou melhor, se não tivesse a certeza de que ultrapassaria os limites, diria à Tris que estava apaixonado por ela e que o ‘para sempre’ fazia todo o sentido cada vez que pensava em seu amor traduzido em cada linha bem traçada de seu rosto.

– Sim, eu vim mais cedo porque queria te ver. – Tobias pensou que ser honesto era a melhor opção e teve a certeza de que fez o certo ao ver o rubor surgir no rosto dela. Tão linda, pensou.

Ela está afetada como eu? Tobias se questionava.

O sentimento de ser a culpada pela infelicidade do rapaz que estava a sua frente corroía Tris. Em todas as suas visitas, Tobias a olhava com esperança, como se a qualquer momento ela fosse estender-lhe a mão e diria que estava tudo bem entre os dois; que poderiam retomar suas vidas. Uma grande parte de Tris queria isso ardorosamente.

– Sinto muito não me lembrar de você. – Ela sussurrou com os olhos marejados. – De nós dois.

Tobias abriu a boca e fez menção de abraçá-la, mas o medo de estragar a pouca proximidade que criaram ali, o freou. Não era como se ele não tivesse sentido este receio antes. Era o fantasma do mesmo medo que ele sentia quando era o instrutor na iniciação. Naquela época o risco era que Eric ou os outros líderes descobrissem sua proximidade e, após, seu relacionamento com Tris. Agora, o medo era de que qualquer palavra ou ato arruinasse suas perspectivas de fazê-los dar certo.

Ele se aproximou de Tris com cuidado e segurou suas mãos gentilmente, fitando-a com tamanha intensidade que ela podia ver todo um arco-íris de sentimentos passarem por seus olhos escuros. O azul mais escuro e especial que ela já vira.

– Tudo bem, eu tenho muitas lembranças. Elas bastam para mim e se quiser... – Tobias olhou para as mãos entrelaçadas às dela. – Se quiser, posso lembrar o suficiente por nós dois. – Ele disse desejando ter dito que gostaria de mais do que apenas lembrar pelos dois, mas se resignou em manter as coisas leves.

– Como foi que isso aconteceu? – E para pontuar a que se referia, Tris levantou as mãos unidas dos dois. - Todos resumem o que eu fiz, mas não contam muito sobre você ou quando e como começamos a namorar. – Ela sentiu dificuldades em dizer a parte do namoro. Contudo, não se deixou intimidar. - Como isso tudo aconteceu?

Ele sentia como se tivesse pulado de um trem em movimento sem verificar se havia terra firme para pousar os pés. Sempre foi o cara que analisava as probabilidades antes de tomar uma decisão. Não era de se ariscar, e colocar seu coração em jogo tinha sido muito difícil, antes de conhecer Tris. Então, justamente ela, com seus movimentos cuidadosos e uma lógica transbordante adentraram seu interior, tornando-o imprudente. Sem se importar com as consequências que adviriam mesmo durante o ataque e as lutas após ele.

Tris demonstrava querer voltar para a vida dele e, se assim fosse, ajudaria como pudesse, mesmo que apenas com informações do recente passado deles. Isso porque o amor é assim, uma força forjada pelo equilíbrio de duas almas que se encontram.

Tobias se acomodou melhor na cadeira antes de rememorar doces lembranças.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olha euzinha aqui!!! Seus leitores lindos, estamos ocupadinhas, mas não esquecemos de vcs não e Biiiiaaa a gente te ama!!! Sua querida, valeu msm pelas mp's!!!
Estamos eufóricas ainda com a vitória do Brasil e por mais que a Copa aqui tenha trazido uma série de inconvenientes para algumas pessoas, ficamos felizes com o resultado de ontem.
Então, o que acharam do capítulo?! Tá bom ou apaga tudo e faz melhor?
Isso me lembrou um dos livros do John Green. Tentativa-erro-tentativa. Digam o que pensam e a gnt pode trocar, quem sabe, para erro-tentativa-acerto.
Amanhã a gente tenta postar a continuação da conversa do casal!!!
Beijinhos e fiquem bem!!! ;D