Eu te odeio! Com amor, Quinn escrita por NallaTonks


Capítulo 8
Capítulo 8 -Ritmo de um sonho


Notas iniciais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=QkR4asPMip4



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— Se vocês me fizerem passar vergonha na frente de toda a escola eu juro que não vai mais existir um coral aqui porque eu vou matar cada um de vocês.

— Não se preocupe, treinadora. Nós trabalhamos nesse número há seis semanas e seus ensinamentos em sala mais a ajuda da senhorita Berry nos ensaios foram uma contribuição valiosa para executarmos o espetáculo que a senhorita e toda a escola verão muito em breve.

— Elise?

— Sim, treinadora.

— É melhor você estar certa porque será a sua cabeça que vou pendurar numa estaca.

Estávamos em uma espécie de camarim improvisado no vestiário do McKinley. Acima de nós estudantes, professores, pais e convidados esperavam para ver a primeira apresentação oficial do coral depois que assumi sua liderança.

Após o primeiro mash up os garotos se sentiram confiantes o bastante para organizar uma apresentação pelas minhas costas, - insolentes–, com a ajuda de Rachel, que passou a ajudar na orientação deles sempre que possível, em outras palavras, essa enxerida estava sempre no meu pé; 'Faça isso, não faça aquilo.', 'Você não pode ameaçar castrar um aluno. Vai acabar na cadeia'. Insuportável.

Duas semanas atrás eles me convenceram que estavam prontos para executar a musica para todos e, um projeto de gênio do mal chamado Elise Balkan, me convenceu de que não precisavam me mostrar e que eu deveria ver o show junto ao resto da escola.

Nada me tira da cabeça que de alguma forma ela conseguiu me enrolar.

— Muito bem. - Uma Rachel Berry vibrando de tanta agitação apareceu afobada. — Está na hora. Quinn, você sobe. Estamos sentadas ao lado do Mika, na primeira fila. Meninos, eu quero que saibam que independente de qualquer coisa, eu estou mais do que orgulhosa da evolução que vocês tiveram nessas ultimas semanas e eu estou muito feliz de ter tido a honra de presenciar isso. Eu quero que subam naquele palco com a certeza de que são os melhores que poderiam ser... Quebrem a perna.

Ela precisava chorar? Que papel ridículo…

— É bom, senão quem vai quebrá-los sou eu… - não pode evitar.

— QUINN! Vamos logo. - Ela saiu me puxando com ela para irmos aos nossos lugares.

— Você tem ouvidos supersônicos ou o que?

— Posso não ter entendido exatamente o que disse, mas eu te conheço e sei exatamente o significado dos seus resmungos. Agora cala a boca, quero ouvir os meninos.

Mortificada era pouco para descrever como eu me sinta. Quem esse pigmeu pensa que é para tratar Quinn Fabray dessa maneira?

— Quinn, você ainda está resmungando.

Chegamos aos nossos lugares e Mika estava lá nos esperando. A julgar pelo sorriso divertido em seu rosto eu não deveria estar com minha expressão mais simpática.

Rachel Berry ainda teve a audácia de piscar para ele fazendo seu sorriso ficar ainda maior.

Nas ultimas semanas Mika conseguiu virar o melhor amigo da Berry e, de quebra, fez com que ela se sentisse mais confortável com a minha presença.

Confortável demais em minha opinião.

Não se esqueça do plano Quinn, você lutou por isso. Não estrague tudo em razão do seu desejo incontrolável de colocar uma bala no meio da cabeça grande do anão de jardim hiperativo. Concentre-se, tudo no seu tempo.

A movimentação perto do palco improvisado no meio da quadra chamou a atenção de todos. Elise saiu por detrás de uma cortina vermelha e branca com o símbolo da escola.

— Boa tarde. Eu sou Elise Balkan e nós, do New Directions, agrademos a presença de todos vocês aqui. Queremos dedicar o número de hoje a Quinn Fabray, nossa treinadora, e a professora Rachel Berry. Vocês são nossa inspiração e esperamos que apreciem o show. Obrigada.

Assim que Elise terminou de falar os outros membros do coral entraram e se posicionaram atrás dela de cabeças abaixadas.

Seja o que Deus quiser.

De repente todos levantaram a cabeça ao mesmo tempo em que começaram a cantar com um batida forte, assustando os desprevenidos. Só então me dei conta de que eles estavam levando a ordem de ‘sem banda’ a serio. Era um número à capela.

Can you pay my bills / Can you pay my telephone bills / Can you pay my automo-bills / If you did then maybe we could chill / I don't think you do / So, you and me are through

— Mas que porra é essa? - Eu estava tendo um pesadelo. Tinha que ser.

— É Beyonce. Calada, Quinn.

— Oh meu Deus. Eu vou matar eles.

— Fica quieta.

Now that you're out of my life / I'm so much better / You thought that I'd be weak without you / But I'm stronger / You thought that I'd be broke without you / But I'm richer / Because my body's too bootylicious for you babe.

Mas o que…?

Demorou alguns segundos até que eu finalmente entendesse. Era um medley. Uma mistura de varias músicas encaixadas quase que com perfeição.

— Filhos de uma...

— Quinn, os modos. - Mas será que ela não me dá um minuto de folga?

Baby boy, you stay on my mind / Fulfill my fantasies / I think about you all the time / Ohh Boy you looking like, you like what you see / Won't you come over and check up on it, I'm gone let you work up on it / Ladies let em check up on it / Check on me tonight! /

Eles tiveram o cuidado de respeitar a minha escolha de solistas. As vozes que mais se destacavam eram as de Elise, obviamente, Chad, James e Stewart. Chang criou coreografias elaboradas, porém leves de modo a não atrapalhar os vocais do resto do grupo que sustentavam a harmonia com a sincronia de um relógio.

If I were a boy, I think I could understand, / how it feels to love a girl, / I swear I'd be a better / (Shawty, what ya'll name is?)

— Hey, Marsh, não sabia que estava levando o disfarce tão a sério. Parece que você leva mesmo talento para isso. - Ouvi Mika sussurrar em meu ouvi. Não sabia o que o comentário significava, mas descobriria. Depois.

I'm a, I'm a a Diva, I'm a, I'm a a Diva, I'm a, I'm a a Diva / I've got a big Ego, / Such a huge ego / You say you like my bag and the color of my nails / You can see that I got it goin' on (I've got a big ego) / I wanna make sure you remember me / So I'm a leave my number on your video phone

Conforme a música evoluía passei a ouvir cochichos ao meu redor:

— Eles são bons.

— Não achei que os perdedores soubessem mesmo cantar.

— Isso parece bem legal.

I'll be your baby, promise not to let you go. / Love you like crazy / I'm the best thing you never had. / (Bring the beat in) / Baby it's you, you're the one I love, you're the one I need, you're the only / Thing I see, baby, baby it's you / You're the one that gives your all / You're the one I can always call / When i need to make everything stop / Finally you put my love on top

Algumas pessoas se me mexiam com a música e outras até tentavam acompanhar as letras embaralhadas. Do outro lado da quadra consegui identificar o Hudson. Desde o dia em que foi expulso do auditório ele nunca mais apareceu nas aulas.

Que pena

— Eles são perfeitos, Quinn. Olha para eles. - Rachel ainda estava chorando. O olhar de orgulho que ela tinha assistindo a apresentação era quase bonito.

Não que isso importe coisa alguma.

— Tinha razão.

— O que? - Ela me olhou confusa. Continuei vendo a apresentação. Olhar para ela era dar o braço a torcer demais.

— Eles são muito bons. Estão prontos para competir. Não sei quanto a uma vitória, mas o segundo lugar nas Nacionais é o mínimo que eles têm que obter para que meu tempo com eles não se mostre uma perda total.

Meio segundo depois eu senti um abraço apertado na lateral do meu corpo. O local que ela beijou em minha bochecha ficou formigando. Acho que tenho alergia ao batom dela…

— Adorável, Quinn. Eu sei que esse é o jeito de falar e aos poucos estou me acostumando com o seu senso de humor distorcido, ainda que ache que ele é extremamente inapropriado para um educador. Eu entendo que você está orgulhosa e eu estou feliz que esteja aceitando isso.

Alguém a faça calar a boca, pelo amor de Deus. Deveria ser inumanamente impossível cuspir tantas palavras por segundo.

(Ooooh) / I been on, I been on, I been on / Tell me who gone take me off / Take me off, take me off, take me off / You know the way I walk / Because I walk with vengeance / And they listen to me when I talk / Cause I ain't pretending / But I understand / Just where I'm going / I know the woman / I know who I am / Its about time I show it

Senti um forte aperto em minha mão esquerda. Rachel a segurava com força o bastante para machucar. Os olhos completamente arregalados acompanhavam o rosto pálido e a mão no peito. Kit completo de um ataque de nervos.

Era só o que faltava.

Seguindo seu olhar vidrado vi Stewart deixar de acompanhar por alguns segundos. Ele aproveitou um movimento da coreografia para se esconder atrás dos outros alunos. Por ser pequeno, ele quase sumiu entre os outros, somente alguns fios ruivos a vista. James e Chang, mais próximos, tentaram auxilia-lo discretamente.

O que quer que tenha acontecido com o garoto passou tão rápido quanto veio. Logo ele estava cantando na frente de novo. Rachel me encarou, assustada, no momento em que me virei para ela; chegamos a um acordo silencioso de saber o que estava acontecendo assim que a apresentação terminasse.

Com a saída - totalmente voluntária - do saco de batatas extra grande restavam doze pessoas, o numero mínimo exigido para competições de corais. Se eu ainda quisesse manter o emprego de fachada não poderia perder nenhum membro ou teria que arranjar um novo o mais depressa possível e, de um jeito ou de outro, haveria um grave desequilíbrio no grupo. A primeira competição era em oito semanas.

(Ooh) / Hit me like a ray of sun / Burning through my darkest night / You're the only one that I want / Think I'm addicted to your light / I was here (Halo) / I lived (I can see your halo) I loved. / I was here (Halo) / Halo /You're everything I need and more / It's written all over your face / Baby, I can feel your halo / Pray it won't fade away

Os garotos terminaram a apresentação na exata formação do inicio da musica. Rachel - acrescente um grande rolar de olhos – foi a primeira a se levantar, ainda preocupada, puxando as palmas. O resto da plateia não demorou a acompanhá-la.

Analisando melhor as pessoas consegui notar que a maioria dos alunos ainda era reticente com o coral mesmo que admitissem que eram bons.

— Não importa o talento deles. A imagem deles nesse colégio e, consequentemente, fora dele, é péssima. A minha imagem é prejudicada por associação. - Sussurrei de modo que apenas Mika pudesse ouvir.

— Com a competição se aproximando isso vai melhorar ao menos em parte. Eles passarão. - Ele tentou me tranquilizar. Porém sabia, assim como eu, que na minha posição atual isso era um risco. Ao longo dos anos conheci todo tipo de pessoas. Pessoas com quem tive problemas e que não hesitariam em usar qualquer tipo de brecha para me atacar.

A ideia de meu pai de ligar a um bando de garotos fora deveras ariscada. O fato de meu objetivo de vida seja me casar com Rachel Berry, matar e roubar sua família - cuja fortuna era nossa por direito - dizia uma coisa ou duas sobre o tipo de pessoa que eu era, mas eu tinha motivos para acabar com aquela família de ladrões. Apenas eles.

Essa sujeira não deveria respingar em adolescentes ignorantes do mundo a sua volta.


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Notas finais do capítulo

Depois de muito trabalhos, crises de estresse, cansaço, 4 reprovações e bloqueios criativos finalmente consegui concluir o capítulo.
Oremos.



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