Two Souls - Two Names escrita por Roberta Pereira


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Estou tentando adiantar a fanfic, então, talvez os capítulos sejam postados rapidamente.
Talvez os capítulos terão mais de 1.000 palavras...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/497219/chapter/2

Há muito tempo atrás, num reino muito distante...

Sério que precisamos disso? Eu sei que moro num laboratório, mas não posso chamá-lo de reino, apesar de parecer um. Um lugar meio chato.

Emfim. Meu nome é Julliane Marie e tenho 15 anos, mas prefiro que me chamem de Jully. Sou loira e tenho os olhos castanhos. Desde que tenho 7 anos, moro neste laboratório que eu chamo de lar. Ou pior, chamava. Hoje estou voltando para casa do meu pai. Vou te contar como a minha vida foi ruim.

Eu não conheço minha mãe. Ela morreu minutos depois de que eu nasci. Pelo menos foi o que meu pai, Fernandes Holmes disse, quando perguntei. Desde então, meu pai disse que nunca mais amaria uma mulher novamente, e desde então nutre um ódio por mim, já que eu lembrava muito ela. Logo se tornou um dependente de bebidas. Começou á ficar violento e agressivo, e de vez em quando me batia.

Assim que fiz 6 anos, eu ganhei uma companhia para mim. Quase que morro, mas Kyle não deixou, pois somos duas almas no mesmo corpo.

Kyle. Esse é o nome da minha companhia. Do meu único amigo. Ele era um protetor para mim, mas só eu o via. Era um tipo de fantasma, e como os fantasmas em geral os fantasmas são invisíveis, eu não conseguia vê-lo literalmente. Mas eu conseguia imaginar como era. Uma grande sombra negra, porém invisível. Ele era ligado por mim, como se fosse uma corda ou um cordão, e por isso, se ele faz um movimento brusco, ou vai para muito longe, eu acabo me machucando.

Meu pai não me amava. Quer dizer, ele me amava muito, eu sabia disso. Mas depois que minha mãe morreu, passou a me desprezar. Chegava a me deixar vários dias sem comer. Dizia que eu era a pior coisa que já havia acontecido na vida dele. Eu achei que isso era a pior coisa do mundo mas depois me acostumei, já que que eu não tinha amigos, me acostumei com a solidão. Logo após que Kyle chegou, eu achei que ele estava ali para me fazer companhia. Conversava comigo, e eu respondia, já que meu pai não ligava.

Mas Kyle era muito mais que isso. Me protegia de tudo. Além de ser o amigo e o pai que eu nunca tive. De noite na hora de dormir, monstros negros e grandes (que Kyle nomeava de pesadelos) tentavam me atacar. Mas depois de Kyle, eu nunca mais tive esses "pesadelos". Minhas noites já eram mais tranquilas, e os dias não eram diferentes.

"Eu estava conversando com Kyle um dia. Era uma tarde qualquer, e eu tinha 6 anos. Descobri que meu pai prestava atenção em mim mais do que eu pensava. Perguntou com quem eu conversava. Respondi que era ninguém, mas ele via quem era. Eu não sabia como, mas Kyle dizia que só eu sabia da sua existência, mas meu pai via. Ele me chamou para conversar.

Aquela era a conversa que eu já esperava. Kyle já havia me avisado que isso poderia acontecer, já que conversávamos muito. Meu pai me levou até seu escritório, mandou eu me sentar em uma cadeira e se sentou em outra. Começou perguntando novamente com quem eu falava. Resolvi contar, mesmo sabendo que isso iria trazer um problema pra mim. Ele só ouvia atentamente, mesmo com seu olhar incrédulo ao ouvir o nome de Kyle. Quando contei, para por um fim na minha fala, falei que ele era, resumidamente, um fantasma.

Isso foi a gota d'água. Meu pai falou que eu tinha esquizofrenia, e que iria me internar imediatamente, no dia seguinte. Comecei á chorar sem tentar esconder. Ele ia se levantar de onde estava sentado, e quando foi sair da sala onde estávamos, Kyle reagiu, acho que vendo meu estado. Ele imediatamente bateu a porta com força. Meu pai se virou para mim, vendo meu rosto que tinha uma cara de raiva, mesmo com as lágrimas saindo copiosamente dos meus olhos, sem o menor sinal que iria parar. Depois Kyle derrubou uns livros, e soprou todas as folhas da mesa. Meu pai olhou para mim muito assustado, e com medo:

–Acho melhor você não fazer isso papai. -Falei com a voz chorosa. -Pro seu bem.

Depois ele abriu a porta e saiu, com as pernas trêmulas. Parou na metade do corredor. Olhou pra mim mais uma vez. Vi que uma lágrima solitária do seu rosto.

–Minha filha é um monstro. -Falou. Aos poucos, sua expressão foi mudando de assustado pra inconformado. -Você é um monstro! Um monstro! Você é um monstro! -Foi aumentando o tom de voz, até estar gritando essa mesma frase, fazendo com que isso ficasse ecoando na minha cabeça. -Você foi sempre uma verdadeira inútil na minha vida, e agora é a porta pro inferno! Vai sair da minha casa ainda hoje. -Voltou para minha frente -Você não é mais minha filha! -Gritou. Parei de chorar. Apenas o encarei saindo pela porta.

Kyle começou a gritar comigo também. Ele ficava falando que precisava fazer alguma coisa, que não ia deixar isso passar a limpo, que de qualquer maneira eu era a filha dele, sendo assim ele não poderia fazer isso comigo. Quando meu pai sumiu pelo corredor, sussurrei para Kyle: "Vai. Por favor, o faça sentir o que eu posso fazer. Só não o mate. Só o assuste. Vamos". Rapidamente me levantei da cadeira. Segui meu pai, que estava andando até a cozinha.

Kyle finalmente fez alguma coisa. Pegou uma faca que estava largada em cima da mesa e começou a arranhar meu pai. Alguns cortes eram profundos, que deixavam sair um pouco de sangue á mais. Outros cortes eram mais fracos e só eram raspões. Kyle começou a cortar a cabeça, devagar, mas começou a aumentar o ritmo depois do pescoço. Enquanto cortava, meu pai dava um alto gemido, outros ele gritava. Quando Kyle terminou, pousou a faca, que estava lentamente ensanguentada, acima da mesa. Meu pai olhou pra mim com uma expressão de ódio. Fez que ia bater em mim, mas Kyle fez um tipo de escudo em minha volta, e então meu pai não consegui me atingir:

–Posso ser um monstro papai. -Falei, repetindo o que Kyle me mandava. -Mas você é mais."

Aquele dia nunca mais saiu da minha cabeça. Na mesma noite, saí com Kyle daquela casa. Ao invés do internato, fui levada até um departamento de estudos. Contei tudo o que eu podia sobre Kyle. Estudavam aquilo ainda mais.

Mas nem tudo lá era ruim. Fui tratada com respeito, assim como Kyle. Ganhei uma nova casa, na qual eu gostava. Ganhei alguns amigos na minha escola, que ficava bem perto do laboratório. Mesmo assim, alguns me achavam bem estranha. Mas me contentei.

Poucos anos antes d'eu fazer 15, fui avisada que iria voltar para casa do meu pai. Fiquei muito revoltada, mesmo depois de todos esses anos. Ele havia me tratado de um modo tão ruim... Eu reclamei, mas falaram que não havia jeito. A decisão já estava tomada. Tentei usar Kyle contra eles, pois ele estava com muito mais raiva que eu. Mas falaram que independente do que eu fizesse, não iria adiantar.

Acabei aceitando. Talvez meu pai tivesse mudado, ou então, eu podia dar uma chance pra ele. Eu só queria ter uma vida normal.

Ser normal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

...
Beijinhos! º3º



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Two Souls - Two Names" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.