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Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi galera, mais um cap, agora só quinta que vem...



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[Jason]

Nico não apareceu para jantar e não estava no quarto, então pensei no único lugar que ele poderia estar, onde ninguém o incomoda. Peguei um dos pratos mágicos gregos e fui ate o mastro, olhei para cima e pude vê-lo sentado na cesta. Fiz o vento me circular e levitei ate parar na sua frente, ele estava encolhido com as costas apoiadas na madeira, quando me viu fechou a cara e eu senti uma vontade súbita de sair correndo, ou voar, no caso.

– Não tiveram uma conversa legal imagino... - Eu disse ainda flutuando, não vou arriscar, Nico com raiva não é muito melhor que monstros e gigantes.

– Ele disse coisas que eu preferia esquecer, me lembrou de tempos que eu enterrei na mente, me fez perder o controle e lembrar de todo o ódio e confusão que senti quando fugi do acampamento... – Ele apertou os joelhos.

– Mas... Isso não te ajudou... Nem um tiquinho? – Ele levantou o rosto.

– Vai ficar flutuando até quando? Esta me incomodado. – Ele arredou para o lado, constatei que ele não ia me matar e sentei ao seu lado. Ele suspirou. – De certa forma... Esclarecemos as coisas. Tipo, sobre Bianca e minha fuga...

– Você não contou pra ele? – No prato apareceram cookies e eu peguei um no mesmo tempo que ele, nossas mãos roçaram uma na outra por um instante, Nico pareceu não se importar, mas para mim foi como se tivesse recebido uma descarga elétrica. Nico abalançou a cabeça.

– Eu não teria coragem. Duvido que um dia eu tenha na verdade...- Ele olhou para o céu estrelado, a lua estava azul essa noite.

– Prefere ficar guardando isso para você? Vai conseguir aguentar isso? – Ele me olhou sem expressão, pegou mais um biscoito e o quebrou nos dentes. Voltou a olhas as estrelas.

– Bem... Agora eu tenho você para dividir um pouco a carga... – O olhei meio espantado e corei um pouco. – Mesmo que eu não tenha escolhido isso... Eu agradeço, de certa forma, por ter alguém para conversar e que não me julga...

–Eu...- Olhei para a madeira de proteção na minha frente, eu estava encabulado... Serio? Por ele simplesmente falar isso? – Eu fico feliz em poder ajudar. – Ele revirou os olhos e sorriu.

– Obrigado. – Senti meu coração parar, eu nunca vi Nico sorrir, não... De verdade. Quando ele riu na casa de Hades parecia um psicopata. Mas agora... Ele sorria de uma maneira... Não sei explicar... Só sei que meu coração se aqueceu e subitamente tive de sorrir de volta. Ficamos em silencio por alguns minutos confortáveis, os biscoitos acabaram e só quando comi o ultimo que percebi que eles eram azuis. Olhei para Nico que parecia, de uma forma estranha e esquisita, feliz.

Olhei novamente para o biscoito azul e senti uma melancolia me atingir ao me perguntar quanto tempo mais esse garoto vai ficar feliz, o que ele fará quando tudo acabar? Comi o biscoito. Ele ainda ama Percy, obviamente, em dez dias ele não ia esquecer ele. Ele vem a anos tentando fazer isso e não conseguiu, não ia ser agora que ia não é?

– Então...- Ele começou me tirando do devaneio. – Nossa ultima noite... – Me recostei na madeira do mastro e coloquei os pés em cima da madeira de segurança. – Como se sente ao caminhar para a forca caro filho de Júpiter? – Sorri de lado para ele.

– Meu caro embaixador de Plutão, eu me sinto ate bem. Não tenho expectativas... Só um plano. – Ele me olhou e se virou pra mim dobrando as pernas como um índio e apoiando o cotovelo no joelho e o queixo no punho.

– Conte-me sobre isso senhor pretor...

– Ex-pretor...- Eu disse ainda sorrindo, mas ele desbotou aos poucos, dando lugar a seriedade que eu encarava aquilo que eu diria. – O único plano que eu tenho é não deixar nenhum de vocês morrer. A única certeza que eu tenho, é que darei minha vida para proteger a de qualquer um de vocês e fazer com que Gaia volte a dormir...

– Esta dizendo que esta pronto para morrer? – Ele perguntou serio, e eu juro que vi certa nota de tristeza.

– Eu não diria assim... Mas, bem, se fosse necessário... Eu não hesitaria, por exemplo, em me atirar na frente de você caso estivesse na linha de fogo de algum gigante.

– Se isso acontecer... Eu vou te odiar pelo resto da vida por ter se colocado na minha frente. – Sua voz estava seca e pesada. Olhei para seu rosto e seus olhos tinham um brilho estranho.

– Então você quer morrer? – Perguntei serio ficando na mesma posição que ele e de frente um para o outro. – Não está com nem um pouco de medo? – Ele deu de ombros.

– Eu já me sentia morto... Não é como se tivesse algo realmente importante aqui que valha a pena viver... – Coloquei a mão em seu ombro, esquecendo por um segundo que ela podia ser decepada, mas Nico me surpreendeu em não se afastar, me dando confiança para falar.

– Você tem coisas aqui sim, Nico. Tem a mim e a Hazel, nós nos importamos muito com você. Sou seu amigo, não suportaria sua morte. Hazel é sua irmã, imagine o quanto ela sofrerá.... E Percy...- Nico desviou o olhar. – Ele se importa com você Nico, ao menos agora...

– Mesmo assim... Eu sei que vou voltar a sentir tudo aquilo de novo... E tenho medo.

– Mas dessa vez você me terá ao seu lado para desabafar e ajudar... Você mesmo acabou de dizer isso, lembra? - Ele balançou a cabeça negativamente, mas pude ver que sorria minimamente. – Olha, não sou o melhor conselheiro, nem nada... – Ele olhou para mim e eu olhei para a lua. – Mas eu já ouvi falar que só se supera um amor tendo outro... É a maneira mais fácil... – Ele deu uma risada seca.

– Então depois que tudo isso acabar, você me sugere que eu saia por ai pegando geral a fim de esquecer Percy?

– Estou dizendo que talvez eu vá com você...- Eu disse sorrindo para ele.

– Está tão ruim assim com a Piper? – Ele perguntou.

– Você não é o único com problemas amorosos caveirinha... – Ele se arrastou ate a beira da grade de proteção, passou suas pernas pelas frestas e começou a balançá-las como uma criança.

– É estranho...- Ele disse.

– O que? – Ele balançou a cabeça.

– Você fala comigo sobre esquecer um homem como se fosse normal se apaixonar por um. Me trata como um amigo e não tem medo de chegar perto... É quase como se eu fosse normal.

– Você é normal Nico... Pelo menos nesse quesito...- Ele riu.

– Gostar de um cara não é normal Jason...

– Não se escolhe por quem se apaixona. Acontece...- Disse observando suas costas.

– Eu sei bem disso... – Ele olhou para a lua.

– E por que eu te trataria diferente? Você continua o mesmo cara medonho de antes... Só que eu agora sei o porquê e te entendo um pouco...

– Por achar que entende você não se afasta?

– Por saber que você precisa de alguém e por saber o que é se sentir abandonado eu fico.- Ele riu amargamente.

– Quando você se sentiu abandonado, filho de júpiter ?

– Caso não se lembre, eu achei que minha mãe me abandonou, o que é verdade, mas achei que minha irmã também não me queria. Por anos me martirizei por isso pensando no que eu fiz de errado para elas me deixarem sem avisos...

– E como superou isso? – Ele parecia quase interessado.

– Dei o melhor de mim por minha legião. Jurei mostrar a todos que eu era mais que o filho de júpiter e dar orgulho para meu pai ao mesmo tempo, já que era o único que não havia me abandonado totalmente ainda... Consegui me tornar pretor e para mostrar como estava orgulhoso, meu pai me deu essa moeda...- Tirei o dracma do bolso. – Depois de mostrar meu valor, as pessoas passaram a se aproximar de mim realmente e me reconhecer como Jason, e não só como o filho do senhor do Olímpio.

– Devia escrever um livro de alto ajuda...- Disse ele sínico.

– Talvez quando tudo isso acabar e você resolver os seus problemas também, podemos fazer uma parceria e contar nossas historias de superação. – Ele riu e ficamos mais uma vez em um silencio confortável. – Já está na hora de irmos pra cama...- comentei ao perceber como tudo estava silencioso.

– Pode ir... – Me lembrei que não havia quarto para ele e que seria muita sacanagem fazê-lo arrumar o do treinador há àquela hora depois de tudo que passou. Então me toquei que provavelmente ele esperasse que eu o deixasse ali ao relento.

– Você vai dormir no meu quarto. - Ele me olhou sem entender. – Anda, você ainda não se recuperou totalmente...

– já estou bem...- Revirei os olhos e o peguei pelo braço o levantando.

– Vai querer que eu te carregue? – Ele fez uma careta.

– não, obrigado. – Ele pulou da grade de proteção sem avisos e caiu agachado no chão, o olhei surpreso. Ele se levantou. – Vai ficar babando ou vai descer? – Fui ate ele e descemos para o andar inferior. – Eu durmo no seu quarto e...

– Eu posso dormir no de Percy, se você se sentir incomodado...- Ele se remexeu desconfortável.

– Seria injusto... – Acenei com a cabeça.

– Então eu espero que você não ronque. – Ele me deu um soco no braço e fomos para o quarto.


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Notas finais do capítulo

seguinte, postarei os caps agora so nas quintas e um por semana U.U... obrigada por lerem, agradeço a quem comenta e façam propaganda gente! Propaganda é a alma do negocio! Recomendem pra sua tia e pro cachorro da vizinha se for necessário! bjbj! E comentem!