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Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Mais um cap pra vcs, e aprendam com o Percy como fazer nico fugir U.U



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[Jason]

Já era quase noite quando Nico saiu para a proa do navio, dessa vez acordado e vestindo suas roupas normais. Eu, Leo, Percy e Frank estávamos jogando baralho quando ele se aproximou, Annabeth e Piper estavam fazendo qualquer outra coisa, e isso me deixava com uma pulga atrás da orelha. Eu não confio em Piper sozinha com Annabeth, não depois dela dizer para as garotas coisas constrangedoras que eu havia contado para ela por ser minha namorada e eu pensar que podia confiar. Ela me pediu perdão, claro, e eu perdoei, mas mesmo assim... Eu não posso confiar nela como eu pensei que podia.

– Olha! Você acordou! – Disse Percy olhando para Nico.

– Não Percy, eu sou sonâmbulo. – Disse ele, Leo olhou para todos da rodinha e Nico arregalou os olhos.

– Tenho uma novidade para você Nico... Você É sonâmbulo... - Disse Leo. Nico olhou para mim e confirmei. – E por acaso, você fala dormindo também...- Ok, Leo já estava fazendo Nico entrar em Panico.

– Senta aqui Nico. – Eu disse apontando o espaço entre mim e Percy.

– Jason, o que eu falei?- Perguntou se sentando mais perto de mim que de Percy. Por motivos óbvios para mim, e não para os outros, sobretudo para Percy, que reparou nessa distancia que Nico fez entre eles.

– Nada de mais. – Olhei para Percy e ele se encolheu, tenho certeza que se lembrou de mais cedo, Nico olhou para ele e ele desviou o olhar. Nico voltou a me encarar.

– Nada de mais ne...

– Nada de mais, Nico.

– Você falou sobre Bianca...- Soltou Percy baixinho, mas todos nos escutamos, Nico abaixou a cabeça enquanto Leo tossia e se levantava.

– Eu vou ver o que Festus tem de novo para contar, Frank, vem comigo?- Frank só faltou agradecer, agarrar o braço de Leo e sair correndo dali para se afastar do clima pesado que se estabeleceu.

– Educados...- Disse Nico revirando os olhos. Observei Nico e Percy ficarem em um clima estranho e me levantei, Nico me olhou assustado e segurou a barra da minha blusa. – Onde vai?

– Vocês têm que se resolver Nico. – Eu disse olhando para Percy. – Tome a iniciativa o mais corajoso. – Tirei as mãos dele da minha blusa delicadamente. – Ou o que se sentir mais culpado.

– Jason...- Percy se levantou e me chamou.

– Amanhã...- O interrompi. - Iremos encontrar algo que pode acabar com nossa vida. – Me virei para eles. – Somos uma equipe, e é impossível trabalhar cem por cento como uma tendo vocês dois se tratando de maneira tão evasiva. Se resolvam. – Sai andando tentando parecer certo do que dizia, mas eu estava com medo, coloquei os dois em uma situação delicada, um passo em falso, e tudo pode desmoronar. Mas se eu estiver certo, e Percy tiver mais culpa que Nico tem de coragem, as coisa podem melhorar. Se eu estiver errado... Vou me arrepender por toda a vida por ter dado o empurrão que falta para Nico se quebrar totalmente.

[Percy]

Jason se afastou de nos e Nico se encolheu, estendi a mão para ele.

– Vem comigo. – Ele hesitou por um momento antes de se levantar, mas não aceitou minha mão, a recolhi sem jeito e andei na frente, tendo de olhar de vez em quando para ter certeza que ele me seguia. Chegamos à popa do navio, Festus estava no extremo oposto assim como todo o resto da tripulação, ali, estávamos sozinhos.

– Por que me trouxe pra ca Percy? – Perguntou Nico mantendo certa distancia de mim. Olhei para ele.

– Quem é você exatamente? – Ele me olhou sem entender.

– Como assim?

– Você não é o garotinho nerd que eu conheci, nem o solitário que seguiu Minos pelo labirinto. Quem é você agora?

– No que isso vai te acrescentar? Isso não é realmente do seu interesse, é? – Suspirei e passei a mão pelo cabelo, me apoiei na amurada.

– Em nada, na verdade, acho que eu quero te entender...

– Você não precisa me entender. Ninguém na verdade precisa. - Sua expressão era dura.

– Viver sozinho não é bom para ninguém Nico. – Ele olhou para mim e sorriu seco.

– Bom, você não tem como saber isso. Vive cercado de pessoas que te amam e se importam. Eu não.

– Você ACHA que não tem, mas eu nunca vi duas pessoas tão preocupadas como Jason e Hazel quando você chegou naquele estado há dois dias.

– Eles são diferentes. Jason e eu fomos forçados a nos aproximar, eu dei a Hazel uma nova chance de viver. E mesmo assim... Eles chegaram há um ano apenas...

– E você ficou todo o tempo antes disso sozinho...- Ele desviou os olhos. – Me desculpe.

– Pelo o que?

– Por ter sido egoísta e te deixado ir...

– Eu ia de qualquer jeito. –Ele olhou para o chão. – Eu não ia conseguir ficar...

– Vou ser franco então. Eu não fui atrás de você por que eu não queria ter o peso da morte de Bianca em minhas costas. – Ele me olhou sem demonstrar emoção, mas seus olhos estavam turvos.

– Isso não me importa agora. Já está feito. – Ele deu as costas e eu corri para o puxar pelo braço.

– Para mim importa, agora, sobre tudo. Prometi a mim mesmo viver sem arrependimentos e agora estou concertando , se não a maior, uma das grandes burradas que fiz na vida. E você VAIouvir.

– Isso não vai mudar em nada. Guarde isso para você. Vai se sentir melhor assim...

– Eu não fui atrás de você por que sabia que você seria o único que me culparia pela morte de sua irmã, ao contrario dos outros que me veriam como herói. Não fui atrás de você por que me assustei com seus poderes, você era mais novo que eu, acabou de descobrir que é um meio sangue e já invoca esqueletos e abre uma cratera no chão, isso me assustou. – Ele puxou o braço me fazendo solta-lo.

– Não me toque. – Disse olhando para o lado e abraçando o próprio corpo.

– Eu deveria ter tido coragem e ido atrás de você, eu sabia que ia ser perigoso te deixar sozinho, sabia que você ia ficar com medo...- Nico fez uma careta e se virou pra mim com raiva.- Eu sabia... Acima de tudo, que você poderia morrer....

– Se sabia, por que me deixou ir? - Ele falou em um tom de voz mais elevado. - Por que não foi atrás de mim? Se sabia que eu ia ficar sozinho e corria Perigo?

– Eu fiquei com medo! – Ele rangeu os dentes, olhei para o chão. – Eu não queria mudar nada no meu mundo, estava tudo perfeito, eu tinha Annabeth e Grover, minha mãe e um acampamento cheio de pessoas que me viam como herói. Você não me veria assim... Você mudaria meu mundo e toda vez que eu te visse eu lembraria da promessa que quebrei...

– Percy, chega. Já acabou, já passou, estamos aqui agora. E isso não fará a menor diferença...- Ele olhava para o chão e eu virei seus ombros e o fiz olhar para mim.

– Vai fazer diferença sim! Toda vez que te vejo você é uma pessoa diferente da que eu me lembro, te conheço há tanto tempo e pra mim você é um completo desconhecido! Eu deveria ter cuidado de você quando Bianca me mandou mensagens do mundo inferior, eu deveria ter tomado o lugar dela e cuidado de você! Eu não o fiz. Toda vez que eu te via, eu deveria tentar me aproximar, mas eu fazia isso vagamente, você se afastava e ao invés de enxergar a dor que você sentia por estar sozinho no mundo, eu dava a costas e fingia que não via! – Nico tentou em empurrar e seus olhos derramavam lagrimas.

– Eu não preciso que você me diga que nunca se importa comigo! Eu sei disso! Sempre soube! Ninguém se importa realmente não é? – Ele deu tapas em meu peito. – Me solta!

– Não vou soltar! E é exatamente por isso que eu estou falando isso, não vou mais te ignorar Nico! Eu me importo com você! - Ele parou de me bater e senti ele começar a soluçar.

–Por favor, Percy... Para...

– Não. Eu vou falar. Tudo. – Ele escondeu o rosto nas mãos. - Você sempre estava lá quando eu precisava e me ajudava de um jeito ou de outro, e eu nunca te agradeci direito por isso. Eu sinto muito por ter descumprindo minha promessa Nico, sinto muito por Bianca, mas eu sinto mais ainda por ter te abandonado quando você mais precisava de mim...

– Você quer que eu diga que te perdôo? – disse me empurrando mais uma vez e dessa vez eu o soltei, ele levantou o rosto e me olhou, ele parecia frágil. – Então eu te perdôo! Agora pare! Eu não preciso que você diga que se arrepende! Eu sei o que eu passei, sei o que eu senti, e você dizer que se arrepende agora não vai mudar isso!

– Eu sei.- Eu disse serio me aproximando dele novamente. – Não estou pedindo teu perdão Nico...- Dei mais um passo cuidadoso em sua direção.- O que eu fiz é imperdoável... – Parei de frente para ele e ele desviou o olhar. - Eu só quero que você saiba que eu me arrependo verdadeiramente do que eu não fiz por você, você poderia ser outra pessoa agora se eu não tivesse sido tão egoísta...Você poderia ser feliz.

– Eu sou feliz! Você não vê? – Ele riu, mesmo não parecendo achar graça alguma. – Sou a pessoa mais feliz do mundo! Tenho todos os motivos para isso! – Ele deu dois passos cambaleantes para traz. – Eu não posso ser feliz Percy...- Ele me olhou serio e enxugou as lagrimas. Voltei a tentar me aproximar, era mais difícil manter uma distancia curta entre nós que fazer ele aparentar emoção.

– Todo mundo tem o direito de ser feliz Nico, você também. – Ele puxou seus cabelos para trás olhando para cima e passou a controlar a respiração.

– Eu não Percy... Sempre a encontro algo que me faça feliz, ou esquecer um pouco os problemas... Ela é tirada de mim...- Levantei meus braços, e como se estivesse desarmando uma bomba, o abracei. Seu corpo se retesou.

– Me desculpe Nico...- Apertei seu corpo contra o meu e deixei lagrimas correrem pelo meu rosto. Ele não correspondeu meu abraço, apenas ficou parado por alguns segundos, então me empurrou com força me fazendo cair no chão. Ele já não soluçava, mas me olhava assustado, colocou as mãos na cabeça e abaixou o rosto.

– Depois disso tudo... Você já se sente melhor? – Ele perguntou, o olhei enquanto me levantava, ele deu mais um passo para traz.

– Um pouco... Eu acho... Você me deixou te tocar, mesmo que por alguns segundos e não saiu correndo... Já é um avanço quanto a antes dessa conversa. – Ele deu de ombros e voltou à antiga expressão neutra abaixando as mãos e levantando o rosto. Sem dizer nenhuma palavra a mais, ele colocou as mãos no bolso da jaqueta e saiu andando em direção oposta, em momento nenhum olhou para traz. Dei dois passos em sua direção e parei, respirei fundo e falei mais alto. –E você? – Ele parou. – Se sente melhor agora? – Ele não me olhou, nem se moveu.

– Digamos que foi um avanço quanto à antes. – Dei mais alguns passos em sua direção.

– Podemos ser amigos, de verdade, a partir de agora? Você não vai mais fugir de mim? – Perguntei a dois passos de distancia dele.

– Podemos tentar, mas não prometo nada. – Ele não esperou que eu falasse mais nada, desapareceu nas sombras ao seus pés. Suspirei, eu ia tentar dessa vez, me empenharei em recuperar todo o mal que permiti que ele sofresse.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim, não, indiferente? Quero saber meu povo! Comentem e me façam felizes! Sábado tem outro cap, ate lá.