[Jason]

Controlei os ventos a nossa volta para que girassem rápidos e que não permitissem que nenhum monstro chegasse perto. Nico arfava e usava o cetro como sustento, muitos mortos já estavam de pé, dentro e fora do meu pequeno tornado, mas estavam parados, não entrei controlá-los, não ia adiantar. Os mortos continuaram surgindo e ouvi a voz de Annabeth ao longe gritando para Frank, os mortos então passaram a se mover, fizeram uma espécie de circulo a minha volta e de Nico e eu parei os ventos respirando fundo e enxugando a testa, aquilo dava trabalho, principalmente por que os ventos dali parecem não saberem ao certo se me obedeceriam ou não. Olhei para Nico e ele continuava a invocar cada vez mais mortos, eles saiam um atrás do outro da terra em diferentes graus de decomposição. Nico fraquejou e caiu de joelhos, olhou determinado para o chão e apertou o cetro com força, o globo de mármore no topo voltou a brilhar mais forte e então se apagou totalmente, Nico caiu estatelado no chão e eu corri ate ele.

– Você esta bem? – Perguntei e ele riu uma risada cansada, mas com humor, enquanto se sentava.

– Acabei de invocar cinco ou seis gerações de exércitos de mortos da terra, o que você acha? – Tirei seu cabelo de frente de seu olhos, estavam empapados de suor.

– Não se lembra de Percy dizer para não forçar o corpo? – O repreendi e ele riu mais um pouco.

– Isso não importa, com esse exercito não precisaremos mais nos preocupar com os monstros, eles darão conta, o problema agora... - Ele se ajoelhou e apoiou o peso em uma das pernas e tentou se levantar, não conseguiu e fez uma cara de frustração. – São os gigantes e Gaia.

– Vou te lavar la pra cima. – O ajudei a levantar e o peguei no colo como se fosse uma garota, ele não discutiu, estava cansado de mais para isso. Voei sobre o campo de batalha sem prestar a devida atenção e pousei no topo da ladeira por onde chegamos, apoiei Nico na parede da caverna de onde saímos e la ele ficou, tirou ambrosia e um cantil com néctar da jaqueta e se serviu. Olhei para o campo de batalha, Percy lutava com os gêmeos junto com Annabeth, ela desaparecia e aparecia em torno deles os desferindo golpes, Percy os atacava enquanto eles a procuravam frustrados. Leo e Piper eram escoltados por mortos vivos que os defendiam de um dos gigantes, Leo jogava bolas de fogo nele vez por outra e o gigante fugia o mais rápido possível delas. Piper jogava comida no gigante, mas não aprecia estar fazendo muito efeito, alguns monstros que estavam os seguindo ate pararam de lutar para desfrutar da comida jogada. Frank estava em cima de uma elevação de terra que eu não havia notado antes, e ali, comandava os mortos, eles obedeciam fielmente e prontamente cada ordem. Senti que poderíamos sim vencer, que talvez as coisas finalmente estivessem virado ao nosso favor. Foi nesse momento que ouvi o grito de Hazel, ela estava lutando acompanhada de várias caveiras contra alguns monstros, mas um dos gigantes entrou na luta que ela travava com uma Campe. Ele a jogou longe com um soco, ela caiu estatelada no chão. Nico se levantou depressa de onde estava ao ouvir a irmã gritar e foi ate mim cambaleante, olhou o campo de batalha a procura dela e quando a encontrou arregalou os olhos.

– Eu vou ajudá-la. – Disse prontamente, guardando o cantil e desembainhando a espada negra. O segurei pelos ombros e o fiz olhar para mim.

– Vamos precisar de você para lutar contra os três chefões ali. – Apontei para os opostos dos nossos pais. Eles nos olhavam, a todos nós, como se fôssemos algo interessante, mas que já estivesse perdendo a graça. – Você não terá força nem de chegar a cinqüenta metros dela agora. – Olhei em seus olhos e ele rangeu os dentes.

– Não posso deixar que ela morra. Não... Eu a trouxe aqui, e eles não tem o direito de tentar mandá-la de volta ao mundo inferior! – Disse ele com raiva e medo.

– EU vou ajudá-la. – Eu disse apertando seus ombros. – E você vai ficar quietinho aqui ate que seja estritamente necessário que saia ou que esteja recuperado.

O soltei e dei dois passos para traz, me virei de costas e caminhei ate a borda da ladeira, olhei para baixo, para cada ponto onde as lutas de firmavam, ouvi os metais batendo e chocando, os gemidos de dor e raiva. Me virei para Nico novamente e corri ate ele, o segurei pela nuca e selei nossos lábios fechando com força os olhos. Ele ficou estático e sem reação, eu mesmo não sabia o que fazer, nem sei o que me deu para fazer isso em um momento desses, mas já que estamos assim... O segurei pela cintura e invadi sua boca com minha língua, ele pareceu acordar com isso, e ao invés de me afastar, como eu esperava, ele me abraçou pela cintura correspondendo o beijo. O soltei arfando e beijei sua testa segurando seu rosto, dei um sorriso para ele e corri para a borda novamente, pulei sem medo, controlei os ventos a minha volta e os obriguei a me levarem ate Hazel, transformei minha moeda em uma lança dourada e apartei o golpe do gigante antes a acertasse. O gigante cambaleou dois metros para traz e caiu de bunda no chão.

– Ja-Jason... – Gaguejou Hazel se levantando com a ajuda da espata.

– Você está bem? – Perguntei e ela acenou que sim. – Ótimo. Que tal lutarmos juntos? Você parece estar com algum problema aqui. – Ela sorriu e se pôs ao meu lado levantando a arma em posição de ataque com as duas mãos. O gigante riu.

– Ora, se não é o Filho de Júpiter... Você me pegou desprevenido garoto, mas não vai me derrotar. Nem mesmo seu irmão, Hércules, conseguiu me derrotar sozinho.

– Eu não quero saber o que aquele idiota fez, o que eu quero saber é o que EU farei. E derrotar você é a primeira coisa da minha lista. – Eu disse com confiança, mais que eu achei que eu tinha e me surpreendi com a convicção que eu disse. O gigante riu e se levantou.

– Eu sou Hipólito, fui feito para me opor a Hermes, ou mercúrio, como preferir. Sou mais rápido que ele e minha recuperação é instantânea. – Ele gargalhou e levantou seu cajado, era feito de ferro retorcido e tinha pouco mais que todo o meu tamanho. – Sem a ajuda de um deus, e sem ter se lavado no rio sagrado, é impossível que você me vença.

– Não se ache assim! – Disse Hazel raivosa, a olhei surpreso. – Ele não está sozinho! – O gigante a olhou entretido.

– Ah, filha de plutão... Não era para você estar aqui... Digo, neste mundo. Sabe disso não é? – Hazel fez uma careta e o olhou surpresa, ele gargalhou jogando a cabeça para traz. – Pobre menina...

– Pobre uma ova! – Disse ela recompondo a postura. – Eu estou aqui, tive uma nova chance. Eu comecei isso ao ajudar Gaia, e eu vou ajudar os meus amigos a terminar! Tenho a chance de concertar meu erro e vou fazer isso! – Pedras preciosas despontaram em um circulo perfeito ao nosso redor e se estendendo a cinco metros de distancia de nós. – Não vou decepcionar meus amigos e nem meu irmão...- Sorri ao ouvi-la.

– Você ouviu a moça. – Eu disse apontando a lança para ele. – Vamos acabar com você. – Hipólito sorriu de lado e se empertigou girando o cajado no ar e o fincando na terra.

– Lutarei com vocês. – Ele manobrou seu cajado em nossa direção e o parei antes de nos acertar com a lança a segurando com as duas mãos, a girei a fim de fazê-lo soltar o cajado e torcer o pulso, mas o máximo que consegui foi fazê-lo dar um passo para traz puxando a arma. – Você é bom garoto. – Hazel havia corrido para traz dele e acertou atrás de seus joelhos no seu momento de distração, a armadura não cobria aquele lugar e ele caiu de joelhos no chão. – Pestinha!

Hazel correu para o lado quando ele girou o cajado para traz a fim de a acertar, mas ela foi mais rápida e se esquivou por pouco. Enquanto ele estava distraído o acertei no ombro com a ponta da lança e ele urrou de dor soltando o cajado, enfiei mais a lança ate que a ponta saísse do outro lado, Hazel enfiou a espata em seu outro ombro, mas não foi rápida o bastante, ele se levantou de uma vez e levou minha lança ainda incrustada em seu ombro junto. Hazel foi desequilibrada quando ele se levantou e acabou caindo do chão, ele a olhou com um sorriso diabólico no rosto e levantou o pé a fim de esmagá-la, ela se arrastou para traz assustada à medida que a sombra do pé de Hipólito se aproximava. Sem pensar duas vezes, pulei contra a lateral do corpo do gigante fiz o vento me dar um impulso maior. Caímos com um baque alto no chão e ele me um soco ao lado do corpo que me vez sair girando pelo chão para longe dele. Novamente de pé pude ver que minha lança nele parecia mais ser uma flecha um bocado grande, ele sorriu e a tirou dali e jogou em minha direção como se nem mesmo tivesse doido. O ferimento se fechou com rapidez.

– Parabéns garotos, vocês são bons. Mas lembrem-se, eu me curo mais rápido que vocês conseguem piscar. Não me derrotarão! - Hazel se colocou de pé e eu me levantei cambaleante. Senti algo escorrer ao lado de meu rosto e toquei o local sentindo dor, levei a mão a frente do rosto e vi que era sangue. Hipólitoriu. – Acho que não foi uma boa ideia a menina invocar tantas pedras pontudas não é? – Ele riu mais. Hazel me olhou com pesar.

– Não é culpa sua, ele sabia como te atingir, nervosa, você não controla isso. Eu sei...

–Mesmo assim... Me perdoe Jason, eu deveria ter mais cuidado...- A olhei e coloquei a mão em seu cabelo.

– Ta tudo bem. Olha, ainda temos que derrotar esse cara... Não temos tempo para pedir desculpas agora. – Transformei a lança em espada novamente e Hipólito já estava com o cajado na mão novamente. – Vamos acabar com ele. – Hazel concordou com a cabeça e partimos juntos para cima do gigante novamente.