82ª edição dos Jogos Vorazes escrita por Just a Writer, Kaleidoscope Eyes


Capítulo 9
Conhecendo os personagens- distrito 3


Notas iniciais do capítulo

Oieee, está aqui o cap do distrito 3, boa leitura! _|||_



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POV Katherine

Acordei com um grito agudo. Suspirei, me levantando. Eu tinha que sair dali. Era o dia da colheita. Eu morava no orfanato do D3, e, desde que consigo me lembrar, nesse mesmo dia eu não conseguia dormir com os gritos. Todos tem pesadelos no dia da colheita, eu também, mas estou tão acostumada com eles que nem me importo mais.

Pego uma maçã no refeitório e me dirijo a biblioteca. Lá tudo estava no mais completo silêncio, e a única outra pessoa lá era a bibliotecária, que apenas levantou rapidamente os olhos de seu livro, logo os baixando novamente.

Caminhei entre as prateleiras, pensando. Aqui era o meu refúgio, o lugar que era quase o meu lar. Nunca tive amigos, sempre era a excluída, meus amigos eram os livros. Escolhi meu favorito, Harry Potter, da época pré- panem. Estava todo surrado e amassado, mas era o meu favorito. Eu lia para tentar esquecer da capital, de panem e dos jogos vorazes, entrando em um mundo feliz.

O garoto da história era como eu, nunca conheceu os pais, mas ele tinha uma família (péssima, mas tinha) e eu vivo aqui, sozinha, sem saber nada do seu passado, e de certeza que nenhum gigante vai aparecer dizendo que sou uma bruxa e me tirar desse lugar horrível.

Me sentei num dos pufes confortáveis, tentando entrar naquele mundo fantástico, e nem reparei na bibliotecária, que parou na minha frente, que depois de longos minutos, pigarreou, finalmente chamando minha atenção.

– Algum problema, Madame Helena?

– Nenhum, Katherine. É que... eu tenho algo para te contar. É sobre seus pais.

Fiquei paralisada. Como assim, sempre perguntei a muitas pessoas e todos diziam que não conheciam meus pais.

– Como assim? Você os conheceu?

– Sim. - ela disse, se sentando no pufe ao meu lado- Eu era amiga da sua mãe.

– Porque nunca me disse isso?

– Eu precisava que você tivesse idade o suficiente para entender.

– Como assim?

Ela suspira, e começa a falar, e percebo que ela está guardando isso há muito tempo.

–Quando éramos pequenas, eu e sua mãe éramos inseparáveis. Até a tensão dos jogos diminuía quando estávamos juntas. Aos 15 anos, um garoto vivia cantando ela, que nunca ligava.

Ela sorriu, e continua.

– Mas eu simpatizei com o garoto, vi que ele gostava mesmo da Eileen.

– Esse... esse era o nome da minha mãe? - disse, em choque.

– Você não sabia nem disso? - ela disse, com raiva. - Aqueles... - ela baixou a voz- quando disseram que eu não podia contar, achei que sabia o básico! Por Deus!

– Aqueles quem?

Ela parou, parecendo lembrar que eu estava ali.

– Desculpe. Então, eu ajudei Edmundo a conquistar a sua mãe, e eles começaram a namorar, ficando assim por 3 anos. Ele ia pedi- la em casamento depois da colheita, mas...

Engoli em seco, já sabendo o que vinha a seguir.

– Ele foi selecionado. Sua mãe ficou em prantos, e pior, no mesmo dia descobriu que estava grávida.

Meu coração se apertou. Meus pais...

– Seu pai lutou bravamente. Ele ia vencer, mas... foi longe demais. Quase começou uma rebelião.

– COMO???

– Fale baixo, Katherine! Os idealizadores dos jogos mataram ele, e fizeram o D3 “esquecer” que ele existiu.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas. Meu pai...

– Sua mãe entrou em depressão. Após seu nascimento, ela morreu. Eu era, e sou... sua madrinha.

– O que??

– Sim, eu sou. Eu já trabalhava aqui na época, e te coloquei no orfanato. Me desculpe por não dizer nada, a capital não queria que eu te contasse, ficaram com medo de você recomeçar a rebelião.

– Eu?

– Sim, você. Você é muito parecida com seu pai.

Agora as lágrimas corriam livremente pelo meu rosto.

– Como... como eles eram?

– Seu pai tinha cabelos castanhos, o seu cabelo ruivo veio da sua mãe. Mas ele tinha os seus olhos... nossa! São iguaizinhos. - ela diz olhando para mim. - Na personalidade... bom, você é esperta como a sua mãe, mas o temperamento veio do seu pai. Ele era muito explosivo.

– Não sou explosiva!

– Tá, então porque você bateu em uma garota que te chamou de cabeça de cenoura?

– Eu tinha 10 anos! - me defendi.

Ela somente ergueu uma sobrancelha.

– Tá... talvez eu seja um pouquinho explosiva.

Ela deu uma gargalhada, e em seguida eu também. Depois que paramos de rir, as lágrimas voltam, mas de alegria, porque eu finalmente sabia quem era. Me levantei e a abracei.

– Obrigada Helena! Por tudo...

– Não há de que querida. - ela disse acariciando meu cabelo.

E, pela primeira vez em muitos anos, eu me senti em paz. Quando fui selecionada, me limitei a um pequeno sorriso. Esses jogos vão ser interessantes, pode apostar, a morte do meu pai não será em vão...

POV Robb

Acordo de mais um pesadelo, no chão do meu quarto. Não aguentando mais, vou para o chuveiro, tomando um banho de água fria. Saindo do banho, começo a estudar qualquer coisa. Isso pode parecer ridículo, mas me acalma. Horas mais tarde, a porta do meu quarto se abre lentamente, revelando a pequena cascata de cabelos negros de minha irmã.

Sorrio, e me levanto pegando a pequenina no colo.

– Porque acordou tão cedo? - Ela diz, fazendo aquela carinha fofa típica de criancinhas.

– Pesadelos. - eu digo, e ela fica preocupada na hora. - Mas está tudo bem agora, ok? - acrescento.

– Tá bom – ela diz, saindo do meu colo. - Faz meu café da manha?

– Ok, preguiçosa. - digo revirando os olhos e indo em direção a cozinha.

Aqui em casa somos eu, minha mãe e minha irmã, de 6 anos. Todo ano, eu tenho pesadelos com medo de ser selecionado, não podia deixá-las. E, quando Debbie fizer 12 anos, com certeza também terei com ela indo para lá.

Suspiro. É horrível ter que conviver com esse medo ano após ano. O pior, é que se eu for para a arena, não vou conseguir ganhar. Pensando nisso, me abaixo, ficando da altura da Debbie, que se assusta com a minha parada.

– Debbie, se eu for para lá... seja forte, ok? - eu digo e ela assente. Novamente fico irritado, aos 6 anos ela tem que passar por isso, não deixamos ela ver os jogos, mas ela sabe que muitas pessoas vão e não voltam mais.

–Eu te amo, irmão. - ela diz, me abraçando. A abraço de volta, tentando ignorar a sensação de que essa é a última vez que ela vai me abraçar. * (leiam as notas finais)


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Notas finais do capítulo

* Já que as autoras sem criatividade não conseguiram criar uma frase final mais legal, finjam que no D3 as famílias não tem aquele tempo pra se despedir, ok?

Lembrando, vocês que escolhem o próximo POV! _|||_



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