P.O.V. Camile

Camile era uma garota forte e determinada que vivia no distrito 2, ela treinava na academia de seu distrito todos os dias, nessas ultimas semanas, ela treinou mais, ela treinou 16 horas por dia, pois esse ano era o ano dela, esse ano ela se voluntariaria.

Ela chegou em casa as 21:00, bem no toque de recolher. Esse seria seu ultimo treino, pois amanha seria a colheita, ela morava na Vila dos Vitoriosos, pois seu pai já vencera os jogos, ela morava com sua mãe, seu pai, e seus dois irmãos mais novos, uma de 9 anos e um de 3.

O garotinho de três, logo que ela abriu a porta, veio correndo com um a espada de brinquedo na mão, tentando lutar contra Camile, rapidamente ela desvia e pega um guarda-chuva pendurado perto da porta e os dois começam a brincar de lutinha até que são interrompidos pela mãe deles.

– Parem de brigar e venham jantar!

– um dia você ainda me ganha pirralho!

Eles sentam-se à mesa e jantam, a mãe de Camile estava falando muito pouco com ela durante as ultimas semanas, e se falasse, fala num tom grosso, pois ela não aceitava a idéia de se voluntariar pros jogos da filha, já o pai nem ligava, pois ele tinha feito o mesmo, e depois voltou pra casa.

Os pais levaram o garoto para dormir, Camile e sua irmã sentaram em um sofá e começaram a conversar.

–Eai pirralha, tudo bem? – pergunta Camile

– mais ou menos... – fala a garota triste

–porque? Você só vai para a arena em 3 anos! Não tem com o que se preocupar! – a morena olha para sua irmã, seus cabelos estão caindo em seu rosto, a morena tira a franjada garota de seus olhos, os olhos castanhos dela estavam encharcados, ela deixou cair uma lágrima do olho esquerdo, Camile tirou a almofada azul que as separava e abraçou a irmã.

–Não vai! – diz a loira

– pra onde? Do que você ta falando?

– da colheita! Eu sei que você vai se candidatar! Não faz isso! Por mim... – Camile fica boquiaberta e não sabe o que dizer, a irmã sai de perto dela e entra no seu quarto. Camile fica pensando bastante e decide não se voluntariar, mas quando seu nome foi chamado, não conseguiu escapar, afinal, todos já sabiam que o ano seria dela.

POV Jorddan

Acordei com o despertador tocando. 6 da manhã. Bufei. Acho que sou o único garoto que tem que acordar cedo na colheita.

Chegando ao centro de treinamento (vazio), vou direto para o arco e flecha. Quase posso ouvir meu pai buzinando em meu ouvido: Você é um carreirista ou não é? Toma vergonha na cara e vai treinar com uma espada! Sempre que ouço isso penso no que eu gostaria de dizer: Pai, eu não quero ser um carreirista! Não quero matar crianças! Suspiro.

Sempre fui diferente no D2, porque vejo os jogos vorazes como eles realmente são, horríveis. Mas, meu pai venceu os jogos, e tive que treinar desde que me conheço por gente, me preparando pra isso. Ele passou esse tempo todo tentando me fazer ser como ele. E olhe pra mim: uso um arco e flecha, tenho pena de matar... só falta eu me apaixonar! Pelo menos falta dois anos pra eu ser obrigado a me voluntariar. E, por mais estranho que isso possa parecer, se eu for pros jogos, não serei um assassino.

Quero fazer diferente. Me lembrei de uma das cenas gravadas da 74 edição, eu tinha 2 anos, mas meu pai grava todos os jogos, enfim, o tributo do 12 diz: Quero ser mais que uma peça nos jogos deles.

Sorrio. Que os jogos comecem.