P.O.V. Rosalyn

Eu não conseguia pensar em nada, minha cabeça estava fervendo, meu coração estava a 1000 por hora, não sabia o que fazer quando o gongo soasse, seria meu fim? Um novo começo? Eu só sei de uma coisa, vou fazer de tudo pra vencer! Quero voltar pra casa, ver minha família, meus amigos, o Victor...

já tinham se passado 20 segundos, meu coração estava batendo mais forte a cada minuto, não conseguia respirar de ansiedade (ansiedade ruim, muito ruim) eu estava tonta, não conseguia ver muita coisa, só o que via era a cornucópia e um vulcão enorme na minha frente, atrás de mim tinha uma floresta, com certeza se eu fosse até a cornucópia eu morreria, então acho que vou pra lá.

Já tinha se passado 40 segundos, faltavam 20 segundos, ou seja, em 20 segundos, metade dos tributos estariam mortos, entre eles, eu, se não tivesse sorte.

Procuro por meus amigos na arena, por sorte, consigo ver todos. No treinamento fiz amizade com Melany, com a Brianna e com a Katherine e também dei umas conversadas com a Samara, mas aquelas três podem se considerar mais do que minhas aliadas, elas são minhas amigas.

O tempo continua rodando, incrível como em tão poucos segundos conseguimos refletir sobre tantas coisas, decidi me concentrar mais nos jogos nesses últimos segundos, que alias podem ser os últimos da minha vida, olho para a cornucópia, mesmo sabendo que não conseguirei correr até lá, vejo algumas mochilas em frente a ela, dentro dela vejo uma especie de prateleiras, expondo as armas, vejo um machado pendurado no canto direito, bem na minha direção, como se fosse feito pra mim, mas continuo com a ideia de fugir dali o mais rápido possível.

Vejo que os segundos estão acabando, de repente, do nada começo a chorar, não sei o que me dá se é nervosismo, se é medo, mas um barulho me faz voltar a si, um garoto foi explodido, acho que era do distrito 5, da Melany, fico paralisada de medo, eu simplesmente congelo, os segundos já se acabaram e já tem gente na cornucópia mas não sei o que aconteceu, é como se eu estivesse só assistindo! Mas é muito mais real que isso, eu tenho que saber de uma vez que isso não é um sonho, é real!

Volto para a realidade ouvindo gritos dos tributos, não da tempo nem de piscar, quando eu vejo, já estou indo pra floresta o mais rápido que eu posso, mesmo indo nesse ritmo, não pude deixar de ver alguns tributos caídos sem vida no chão, consegui ver só uma morte, é traumatizante, vejo Eric, o garoto do meu distrito, sendo atingido em cheio por um machado, não deu pra ver quem o atirou, só deu pra ver o machado, era aquele que eu tinha visto antes, não da pra esquecer de um machado se você vem do distrito 7!

Estou correndo o mais rápido que posso, mas parece que não vou chegar nunca, fiz a coisa mais errada que poderia ter feito, olhei pra trás, e pode acreditar, não foi nem um pouco agradável, quando me virei, vi sangue sendo jorrado pra todo lado, mas o pior não foi isso, quando me virei, eu parei por uns 3 segundos, tempo suficiente para um carreirista vir e tentar me matar, Marcelus, distrito 4, vinha atras de mim com uma adaga pontuda nas mãos, por sorte ele escorregou, mas não acabou por aí, eu também caí, nisso a perseguição continuou, mas eu simplesmente congelei de novo, não conseguia me mover do chão, a ultima coisa que lembro de ver antes de fechar os olhos é ele atirando a adaga, mas por algum motivo ela não me atinge, por sorte! Mas nem tanta para aquela garota, se não me engano era do distrito 6, ela era conhecida por ser meio louca, ela simplesmente apareceu na minha frente justo quando a faca estava vindo, ela olhou pra mim e disse algo que eu não entendi direito, era algo de ir para as montanhas, não entendi muito bem, mas não parou por ai, o carreirista continuou a me perseguir com aquela adaga até eu entrar na floresta, aí me distanciei dele.

Eu entrei na floresta e me lembrei que não tinha nem água, nem comida, nem armas, resumindo nada, e nenhum dos meus amigos estava lá. Perfeito! Comecei a ouvir passos, tinha alguém correndo em minha direção, só consegui ver os cabelos, achei que era Camile, pelos cabelos castanhos escuros, então sem pensar duas vezes corri o mais rápido que pude, e como minha “sorte” não para, esbarrei em um garoto, o garoto do 9, Jason, e saímos rolando ladeira abaixo, por sorte, ninguém nos viu, acho que conseguimos nos esconder por enquanto...

P.O.V Katherine

Quando a arena apareceu, a primeira coisa que eu pensei foi que essa não podia ser a arena. Estamos com calça comprida e blusa de manga curta com um fino casaco, a arena não podia ser feita de gelo! E não deu outra, 4 grandes áreas eram o principal da arena. Olhei ao redor avaliando qual seria a melhor rota de fuga. Uma área de água? Não sei nadar, e a água deve estar cheia de bestantes. Uma planície com um vulcão? Estão subestimando nossa inteligência. Nesse momento ocorre uma explosão, o garoto do 5 saiu do pedestal! Pensando bem, acho que tem gente burra o bastante pra ir pro vulcão.

Foi ai que eu me toquei que faltavam 2 segundos pra começar! Rapidamente analiso a cornucópia e vejo uma mochila de tamanho aceitável a uns 7 metros de mim. É minha, penso ao mesmo tempo em que o gongo soa. Saio correndo, por sorte a maioria estava atordoada com a explosão. Coloco a mochila nas costas e saio correndo na direção contrária. A minha esquerda tem uma floresta, e a direita montanhas. Vejo a maioria dos tributos correndo para a floresta em busca de recursos e corro na direção das montanhas. Posso manter o ritmo por um bom tempo.

Uma meia hora depois soam os canhões. 10 mortos. Me lembro de Rosalyn, de quem fiquei amiga no treinamento, que droga! Fiquei atordoada com a arena e não me lembrei de aliados! Burra, burra!

Finalmente chego no topo de uma montanha da qual tenho uma ótima vista da arena toda. Os 4 elementos, penso. Uma jogada interessante, devem ter surpresinhas por todo lado. Pensando nisso, escolho uma caverna pequena, mas com uma fonte de água potável, mas que não chama muita atenção, já basta esse cabelo ruivo que diz: estou aqui! Me mate! Abro a mochila, tem um cantil (vazio), algumas vitaminas e frutas, um casaco extra (do qual vou precisar, aqui tem uma névoa densa e muito vento), uma pequena faca e uma zarabatana com dardos envenenados, minha especialidade. Sorrio. Talvez eu consiga sair daqui viva afinal.

P.O.V Jason

30 segundos, esse era o tempo restante, eu estava nervoso, muito nervoso, já vi muitas edições dos jogos, e pode acreditar, não gostei nem um pouco.

Nos dias de treinamento, escolhi treinar o machado, porque já sabia um pouco de lança, quando terminei, cedi meu lugar pra garota do 7, ela parecia frágil e meiguinha, mas quando eu vi ela treinando com aquele machado, nossa! Me surpreendi bastante, mesmo ela sendo do distrito da madeira, nunca vi ninguém usar o machado como ela! Mas chega de pensar nela isso tá muito repetitivo e estranho! Comecei a bater em mim mesmo, admito isso foi muito otário, alguns tributos olham pra mim bem na hora, e não deixam de rir, malditos!

Faltavam 10 segundos e decidi já me preparar para o pior, eu sabia que não podia sair dali sem nada, mas tambem sabia que se eu fosse até a cornucópia eu morreria, então decidi procurar algo mais próximos, uma mochila talvez, sim era isso, e tinha uma perfeita, ela era toda preta com detalhes amarelos, mas o que mais me chamou a atenção foi algo prateado brilhando do lado de fora, pelo que vejo é um cantil, e se tiver água dentro estou feito!

O relógio marca 0, muitos tributos ainda não saíram dos pedestais por causa do Nicholas, um louco suicida que simplesmente decidiu se atirar pra fora do pedestal antes da hora, eu por outro lado tive sorte, ninguém queria a mochila amarela que eu visualizei, foi muito mais tranquilo do que eu imaginei, exceto por uma coisa, logo saindo, vejo que Robb, um garoto meio nerd do distrito 3, estava sendo quase mutilado pelo garoto do 11, o mesmo quando percebe a minha presença começa a me perseguir, meu plano inicial era ir pras montanhas, mas com o 11 me perseguindo, então tomo o caminho mais curto, que é a boa e velha floresta. Quando acho que já o despistei, esbarro na garota do 7 e saímos rolando ladeira abaixo, por um lado despistei o 11, mas não sei se a 7 irá me matar ou não...