O Herdeiro escrita por GabrielaGQ


Capítulo 9
Tal pai, tal filho


Notas iniciais do capítulo

A família está reunida, chegou o momento!!!

Here we go!



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William ainda estava de pijama sentado no sofá. Seu estômago estava roncando de fome, mas ele não ligava. Sherlock Holmes estava bem ali, na sua frente, sentado na grande poltrona bege. Seu grande ídolo. O grande detetive consultor. O único com a mente mais brilhante. O pequeno nem conseguia se controlar, um grande sorriso insistia em aparecer.

Sherlock estava ficando desconfortável em ficar sozinho com seu recém descoberto filho. O menino estava ficando com um sorriso assustador no rosto. Será que ele sabe que sou o pai dele?, Sherlock pensou. Impossível, então se lembrou do episódio no Hospital. Uma voz bem suave e baixa de criança trouxe Sherlock de volta a Terra:

Você sabe jogar xadrez? – Will perguntou, já com um tabuleiro e uma pequena caixa de madeira nas mãos. Quando ele foi pegar isso? Sherlock se assustou.

Mas é claro que sei. – Sherlock disse pensando em quão estúpida era aquela pergunta. – Não vai dizer que quer que eu te ensine?

Will riu, enquanto montava as peças no tabuleiro. Seria um sonho realizado jogar xadrez com Sherlock Holmes. Melhor ainda seria ganhar com um digno xeque mate. – Claro que não. Eu sei jogar e para sua informação, fui o campeão do 14º Torneio de Xadrez de Nova York. – Disse apontando com um olhar de superioridade para o grande troféu no canto da sala, ainda em uma caixa.

Por aquela Sherlock não esperava. Não ia deixar uma criança ganhar dele no xadrez. Nem mesmo seu filho.

Enquanto estava concentrado analisando que movimentos fazer, Sherlock sentiu o celular vibrar no bolso:

Soube que sua esposinha está de volta a Londres.

Não vá cometer o mesmo erro uma segunda vez irmãozinho.

Se importar não é uma vantagem.

Mycroft

Uma mensagem de Mycroft. Sherlock já estava no limite com seu irmão se intrometendo nos seus assuntos. Precisava dar um basta nisso, mas antes que pudesse pensar em qualquer coisa, Will o surpreendeu:

Xeque mate!

O olhar abismado de Sherlock era tudo o que William queria ver. Com um sorrisinho de vencedor, William cruzou os braços e ficou observando a reação de Sherlock.

Impossível! Sherlock disse como num sussurro, tentando convencer a si próprio de que não tinha perdido para um garoto de 5 anos.

Enquanto analisava o que o garoto tinha feito, Molly entrou na sala com um envelope branco na mão. Os dois Williams olharam para ela e puderam ver que Molly estava com os olhos vermelhos e uma expressão triste. Sherlock se ajeitou na poltrona e rapidamente reconheceu o envelope que Molly segurava. “Para minha querida Molly, por favor, não desista de mim”. Assim que selembrou do que estava escrito no envelope, Sherlock soube que tinha chegado a hora da verdade. Sherlock iria ser apresentado como pai de William. Então sentiu o medo tomar conta dele e seu coração acelerar. A mente domina o coração Sherlock, seja forte, sua consciência lembrava. Ele ainda não estava preparado para isso e rapidamente, assumiu a personalidade do Sherlock sério e indecifrável que Molly odiava tanto.

Demorei porque estava procurando isso. – Molly tentou sorrir enquanto olhava para William. – Você se lembra filho, quando achou essa carta? Enquanto Molly falava, Sherlock permanecia estático.

–Sim mãe. Você disse que meu pai tinha escrito para você 1 mês depois que vocês casaram. - Will respondeu, juntando as sobrancelhas. – Por que mãe?

É eu disse isso mesmo. E então não quis mais falar no assunto não foi? – Molly disse agora encarando Sherlock. O olhar dela expressava todo o sofrimento e angústia que ela tinha sofrido. Sherlock tentava se manter calmo, mas o olhar de Molly o matava por dentro.

Foi sim. – William respondeu, batendo a mão no sofá para Molly sentar do lado dele. Sherlock os encarava na poltrona em frente. – Mãe, você tem certeza de que quer falar nisso agora? – William perguntou, balançando levemente a cabeça em direção a Sherlock para indicar que ele estava ali. Apesar de tudo Molly riu. Amava quando seu filho tentava cuidar dela e ser o chefe da família.

Sim meu amor. – Então Molly tirou a carta de dentro do envelope. – Eu quero que essa carta fique com você William, porque é uma das melhores lembranças que tenho do seu pai. Olhe pra mim. Você sabe que a mamãe te ama muito e que você é a coisa mais importante para mim. Então eu não quero que existam mais segredos entre nós dois.

– Mas o papai escreveu a carta para você mamãe. – William respondeu com um olhar de não estar entendendo nada. – E porque estamos conversando tudo isso na frente de Sherlock Holmes? – William perguntou, automaticamente transformando seu olhar de dúvida num de preocupado. – O papai morreu? Por isso precisamos do Sherlock como detetive?

Assim que disse isso, Molly sorriu com a possível idéia de Sherlock estar morto. Não seria a primeira vez, ela pensou e pode ver que Sherlock também sorria. Molly sabia que Sherlock estava em pânico e nem ela podia perdurar aquilo ainda mais. A carta ainda estava entre as pequenas mãos de William e Molly ainda segurava o envelope.

Seu pai não está morto William.

Então porque ele não está aqui, com a gente?

Sherlock sentia seu coração acelerar no peito enquanto ouvia Molly e Will conversando.

Sherlock ainda podia ver o tabuleiro com as peças do xadrez em frente dele. Xeque mate. Então pode perceber o quanto William era parecido com ele. Não só fisicamente: pelo cabelo, olhos e tudo mais. Mas por apesar de ser tão pequeno, já ser corajoso e destemido. Ao se dar conta disso, Sherlock sentiu medo. Medo de como William reagiria a toda aquela situação.

Molly então soltou um longo suspiro e olhou em direção a Sherlock. Apesar de não ser tão boa em deduções, podia ver pelo olhar de Sherlock, que ele a amava. “Eu te amo Molly e admitir isso foi a coisa mais difícil que eu tive de fazer”. Ao se lembrar disso, Molly percebeu que não estava mais sozinha.

Seu pai Will sempre foi uma pessoa difícil de lidar e apesar de tudo eu tentei não desistir dele. Eu o amei e pelo jeito, vou sempre amar. – Molly disse as últimas palavras olhando para Sherlock. – Então eu me casei com ele e fomos felizes por um tempo. Pelo menos eu fui filho. Mas nem sempre as coisas dão certo e as pessoas cometem erros que não conseguimos perdoar.

Sherlock ouvia tudo calado. Com um suspiro quieto para tomar coragem, Molly disse:

Sherlock está aqui para que você mesmo filho, possa decidir se vai querer ter seu pai na sua vida ou se também vai desistir dele. - Molly disse isso olhando para Will, que a encarava com aqueles enormes olhos azuis – Então, já conseguiu deduzir o que as iniciais SH significam William?


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Notas finais do capítulo

Will é um garoto esperto, filho de Sherlock Holmes, será que ele desvenda esse mistério? hahahaha
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