O Herdeiro escrita por GabrielaGQ


Capítulo 8
Em família


Notas iniciais do capítulo

gente, tô tão feliz com os cometários de vocês e que estão curtindo! Obrigado mesmo!
Agora, vamos tentar unir essa família.
Música: https://www.youtube.com/watch?v=lDK9QqIzhwk
Apertem play depois do ♫
Amei escrever esse capítulo! hahaha



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Molly se sentia revigorada depois de uma boa noite de sono. O dia ontem tinha sido inesquecível: ela tinha visto Sherlock, tinha abandonado sua “entrevista” de emprego, Will tinha sido internado e Sherlock descobrira que era pai. Só de pensar nisso seu estômago embrulhava. Nem tivera tempo de explicar nada para nenhum dos Williams e estava decidida a encerrar os dois assuntos hoje.

Ela tinha se dado uma folga. Ontem mesmo tinha ligado para Jack explicando todo o ocorrido, então marcaram um novo dia para o teste com a autópsia. Molly também tinha dado folga para Will. Ainda não era o dia certo para voltar para a escola, Molly ainda precisava conversar com a diretora sobre esse tal de Mark-valentão. Molly sentia um calor de raiva quando pensava em alguém querendo mexer com o seu pequeno.

Molly levantou devagar de sua cama e sem fazer barulho, tentando não esbarrar em nenhuma das caixas espalhadas por seu apartamento, foi até o quarto de Will.

Bom dia mãe! – Ele disse assim que ela empurrou levemente a porta. Molly quase pulou de susto. Seu filho já estava acordado, lendo seu livro “100 princípios básicos para saber se alguém está mentindo”. Agora Molly entendia porque o filho achou que ela estava mentindo; ele também estava ficando bom em estudá-la e em deduzir coisas.

Estou achando uma péssima idéia você ler esse livro! – Ela disse com uma voz rouca de personagem malvado do desenho enquanto se aproximava da cama de Will num tom de brincadeira. Suas mãos estavam simulando uma garra. –Preciso pegar ele pra mim!

William adorava quando a mãe brincava de ser o monstro devorador de livros. Era o único momento que Molly sentia o filho realmente ser uma criança. Se pudessem, eles corriam um atrás do outro o dia inteiro pelo apartamento: ela sendo o monstro malvado correndo atrás do jovem leitor mirim bonzinho.

Ah monstro comedor de livros, você jamais pegará esse livro! Ele é só meu, muahaha! – William disse, simulando uma risada maléfica. Rapidamente se pôs de pé, dando um pulo da sua cama e correndo com o livro na mão para fugir de Molly. Nada melhor que a sua mãe perfeita para ajudá-lo a esquecer do mundo perverso lá fora.

***

Sherlock não tinha dormido nada. Agora eram apenas 8h30 da manhã, mas ele já estava de pé ansioso para falar com Molly. Precisava esclarecer as coisas. Rapidamente devorou o café da manhã que a Sra. Hudson tinha acabado de trazer, colocou seu sobretudo e pegou um táxi. O endereço? Rua Convent Garden, 302, ou nesse caso, apartamento da Molly.

***

Molly e Will tinham corrido por entre as caixas do apartamento durante meia hora e agora os dois estavam largados no sofá, cansados. Molly podia ver o pulmão de William subir e descer com uma certa dificuldade. Isso a deixava um pouco preocupada. Não era capaz de se imaginar sem William agora.

De repente, Will se levantou e foi em direção ao som já instalado na estante. Era uma das poucas coisas que Molly já tinha organizado no lugar. Procurou entre os CDs que Molly tinha arrumado e colocou uma música que ele sabia que a mãe amava. Quando ouviu as palavras iniciais da música, Molly se pôs de pé, imitando o cantor:

Once upon a time
Not so long ago

Enquanto a música tocava, Molly começava dançar lentamente no meio da sala, fingindo cantar igual ao cantor. Will morria de rir quando sua mãe fazia isso.

Tommy used to work on the docks
Union's been on strike
Hes down on his luck...
It's tough, so tough

Will então começou a imitar sua mãe e cantou a próxima parte:

Gina works the diner all day
Working for her man, she brings home her pay
For love - for love

Enquanto ouviam o toque se aproximando do refrão, os dois pularam e começaram a dançar cada vez mais no ritmo da música:

She says: We've got to hold on to what we've got
'Cause it doesn't make a difference
If we make it or not
We've got each other and that's a lot
For love - we'll give it a shot

Durante o refrão, os dois pularam mais uma vez, cantando cada vez mais alto:

Oh, we're half way there
Whoah, living on a prayer
Take my hand, we'll make it, I swear
Whoah, living on a prayer

Enquanto pegava a mão de Will, seguindo conforme a letra da música, Molly podia se sentir completa.

Nesse momento, Sherlock descia do táxi e subia as escadas em direção ao apartamento de Molly. De início, não conseguiu distinguir um barulho que vinha da porta, mas aos poucos percebeu que se tratava de uma música. E estava bem alta por sinal. Sherlock então percebeu que alguém estava gritando cantando a música. Não estranhou que todo esse barulho viesse do apartamento de Molly. Ela sempre teve a tendência por ouvir música no último volume. Não entendia como Molly podia gostar daqueles barulhos horríveis chamados de música. Quando ele tocava a música verdadeira no violino, ela era capaz de morrer de tédio.

Ao se aproximar da porta, Sherlock pensou em bater, mas viu que seria em vão. Ao tentar a maçaneta, descobriu que a porta estava aberta.

Sherlock por um segundo, pensou ter entrado no apartamento errado, pois deu de cara com uma mulher de cabelos castanhos, pulando pela sala, gritando e cantando, com um pequeno garoto de cabelos encaracolados preto fazendo exatamente o mesmo.

Sherlock então ficou ali na porta observando. Quando a música se aproximava do refrão, era cômico ver o jeito que Molly insistia em gritar mais alto que o próprio cantor. Ela dançava de mãos dadas com Will e o pequeno, apesar de quase ter morrido com asma, era um acompanhante e tanto na dança. Era óbvio que ela não tinha reparado que Sherlock estava ali, nenhum dos dois tinha visto um estranho observar o pequeno show de Will & Molly.

Quando a música terminou, Sherlock caiu na gargalhada. Riu como nunca tinha rido na vida. Molly se surpreendeu em vê-lo ali parado, dentro do seu apartamento rindo. Não era possível que Sherlock Holmes estivesse rindo. Ela estava completamente descabelada e ainda de pijama, era muito cedo para lidar com loucos. Mas antes que pudesse dizer alguma coisa, viu Will acompanhando Sherlock na risada. Era óbvio que juntar os dois Williams não ia dar certo.

Mas quando se apercebeu Molly também já estava rindo. E ficaram ali, os 3 rindo como se fossem uma família que passassem ótimos momentos juntos.

***

Enquanto trocava de roupa no seu quarto, Molly se perguntava o que Sherlock Holmes fazia em seu apartamento às 9 horas da manhã. Ainda com um sorriso no rosto, Molly lembrava da cena que Sherlock tinha acabado de ver. Molly nunca tinha dançado na frente de Sherlock e logo agora, depois de 5 anos, tinha feito um show completo para ele.

Além de tudo Molly estava feliz. Ela amava passar o seu tempo livre brincando com Will. Mas enquanto se lembrava do ataque de riso de alguns minutos atrás, Molly percebeu o quanto o filho sentia falta de ter um pai. A única vez que William questionou sobre o pai foi quando ele achou uma carta entre as coisas de Molly. Ele estava procurando algum livro para ler, quando viu um envelope branco escrito “Para minha querida Molly, por favor, não desista de mim. - SH”.

–Mamãe de quem é isso? – Ele rapidamente perguntou. –É do meu pai?

Molly ainda se lembrava de como fora difícil responder aquela pergunta. Agora mais do que nunca precisava resolver as coisas com os Williams. Ela devia isso a seu filho. A verdade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Dançaram com Will & Molly? hahahaha
Comentem!!!