O Herdeiro escrita por GabrielaGQ


Capítulo 7
Meu grande fã


Notas iniciais do capítulo

Pronto, chegou o capítulo tão esperado! Sherlock é pai, e agora?

Here we go!



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Srta Hooper, você já pode entrar para ver seu filho. – Um enfermeiro moreno do rosto redondo enfim trouxe boas notícias para Molly. – E o senhor também, se quiser. – Disse apontando para Sherlock, que mesmo depois de 2 horas, ainda estava lá parado, absorvendo as informações do cenário.

Enquanto caminhava para entrar no quarto, Molly ouviu o enfermeiro dirigindo essas palavras para alguém. Quando se virou para olhar, quase sentiu suas pernas desfalecerem. Sherlock estava ali. Era tarde demais: ele com certeza já descobrira a verdade.

Só de pensar nisso, Molly fechou os olhos como se não quisesse aceitar que tudo estava acontecendo tão rápido. Não era para ser assim, nada disso, ela pensava. Mas era impossível esconder alguma coisa de Sherlock Holmes. Principalmente em Londres.

Quando então abriu seus olhos, encontrou o olhar de Sherlock, que pela primeira vez, estava molhado com lágrimas. Enquanto se aproximava mais dela, os dois ignorando a presença do enfermeiro ali parado, Molly podia sentir seu corpo precisando de Sherlock. Então, num movimento inesperado, ele a abraçou. Molly demorou uns 2 segundos para entender de fato o que estava acontecendo e quando entendeu, percebeu que estava aos prantos. Chorava lágrimas guardadas há 5 anos. Chorou por Sherlock ter traído sua confiança, chorou por ela ter criado William sozinha e chorou, principalmente porque ainda era a Molly frágil e sensível que era louca por Sherlock.

Porque não me contou Molly? – ele disse com sua voz mais doce e ao mesmo tempo sexy. Eles já tinham desfeito o abraço, mas as mãos dele ainda secavam as lágrimas que insistiam em cair dos olhos de Molly. Ela o olhou da forma mais desesperada possível e depois de um longo suspiro, disse:

–Não sei Sherlock. Eu só sentia que não podia confiar em ninguém.

Enquanto conversavam na porta do quarto de William, foram interrompidos pelo enfermeiro que ainda continuava ali, lembrando-os de que podiam entrar no quarto e resolver o que tinham para resolver mais tarde.

Quando Molly se lembrou de que precisava ver William, se apercebeu de que seu filho a observava pela janela do quarto. Já não precisava mais do aparelho para o ajudar a respirar e ele estava sentado na grande cama que o instalaram. Assim que Molly entrou, seguida de Sherlock, William perguntou:

Mamãe, o que você estava fazendo abraçando aquele homem? – Disse de braços cruzados sobre o peito, lançando um olhar bravo em direção de Molly. Will era tão pequeno, que chegava a ser cômico Molly levar uma bronca dele. Antes que Molly pudesse responder, se sentou na beirada da cama do filho e viu o olhar dele rapidamente se transformando em admiração quando enfim, viu o homem que a mãe estava abraçando.

– Peraí, você estava abraçando Sherlock Holmes? – Will dizia com sua pequena mão apontando para Sherlock. Seu semblante se transformara para o mesmo do dia em que descobriu que John era o Dr. John Watson. Will estava radiante, como um grande fã.

Sherlock era o único que não entendia nada naquele quarto. Sentia seu coração acelerado e a sua mente dando voltas. Suas pernas tremiam e ele nem sabia o nome do seu filho. Até alguns minutos atrás, Sherlock nem sabia que era pai. Definitivamente, ele estava apavorado. E agora, tinha uma criança apontando um dedo minúsculo em sua direção.

William, vamos conversar uma coisa por vez. – Molly disse, com um sorriso no rosto. Nunca entendeu o porquê, mas quando conversava com Will, sentia ter uma enorme paciência e paz consigo. – Sim, esse aqui é o meu...- Molly engasgou ao tentar apresentar Sherlock: marido, namorado, ex? - ...amigo, Sherlock Holmes.

Mas você nunca me disse que era amiga de Sherlock Holmes mãe, você está mentindo.

Não fale assim comigo William, você sabe que eu não minto para você. Eu só não achei necessário comentar esse fato. – Molly disse tentando se esquivar da acusação. Enquanto falava, Molly podia sentir seu coração acelerar cada vez mais. Não imaginava de jeito nenhum que seria assim que apresentaria Will para Sherlock.

Ainda conhecia bem Sherlock e podia jurar que ele estava em pânico. Apesar de tudo, Molly foi surpreendida quando Sherlock disse numa voz controlada:

É um prazer conhecê-lo...William. – Porque Molly tinha escolhido aquele nome? Sherlock detestava o nome William. Mas pensando bem, era bem melhor que Scott. – Creio que sua mãe teve um bom motivo para não comentar o nosso relacionamento. – Quando disse essa última palavra, Molly virou e o encarou com os olhos arregalados. – Quero dizer, amizade. – Ele rapidamente corrigiu.

Quando terminou de falar, Mary e John entraram depressa no quarto de Will:

Meu Deus, o que aconteceu Molly? – Mary perguntava.

Oi tio Sherly! – Olivia que estava acompanhando o casal, ainda estava com sua mochila nas costas quando com os braços abertos, pedia colo para Sherlock.

Olá minha pequena Olivia! Como vai minha detetive “mais melhor”? – Sherlock disse se transformando no tio babão que Olivia amava. Molly mal podia acreditar no que seus olhos estavam vendo. Sherlock estava sendo...tio? E ainda por cima, um tio legal? Definitivamente, Londres estava mudada.

Não muito bem tio. Will ficou doente. – Olivia disse apontando para William, que sentado na sua grande cama de hospital, estava ficando nervoso com todas aquelas pessoas em volta dele.

Mamãe, eu quero ir pra casa! – William disse se aproximando de Molly que ainda estava sentada na beirada da cama. Molly encostou sua testa na pequena testa de William e sorriu ao olhar dentro daqueles lindos olhos azuis.

–Tudo bem amor! Já podemos ir para casa. Aí você vai poder me explicar direitinho como foi o seu dia hoje.

***

Enquanto voltava para Baker Street, Sherlock sentia-se estranho. Fora difícil se despedir de Molly e principalmente de Will, no hospital. Sherlock sentia uma vazio estranho se formando dentro dele. Ao descer do táxi, soube que precisava pensar. Tinha muitas informações para analisar.

Depois de pedir para Sra. Hudson não incomodá-lo, Sherlock pegou seu violino e começou a tocar várias melodias seguidas uma da outra. Seu cérebro estava a puro vapor.

Aos poucos, conseguia encaixar os acontecimentos diante do fato dele ter descoberto, de uma hora para outra, que era pai. Pai. E seu filho tinha o mesmo nome que ele. Que original.

“Eu adoro seu nome Sherlock! William. Que significa: O protetor absoluto. Podíamos dar esse nome para nosso filho não?” Sherlock se lembrava das palavras de Molly durante uma tarde chuvosa em que ambos ficaram o dia todo conversando. Tinham feito um mês de casados e era a primeira vez que Molly tocava no assunto de ter filhos. “Como não vamos ter filho nenhum, não preciso me preocupar com você dar esse nome horrível para ninguém”, tinha sido a resposta dele.

Sherlock sentia um aperto no coração, todas as vezes em que se lembrava de como fora rude com Molly. Não a culpava por ter ido embora. Molly tinha motivos de sobra para deixá-lo e o acontecido com Janine tinha sido o clímax.


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Notas finais do capítulo

Agradei? O que acharam? Comentem!!!
E agora que já sabem como Sherlock reagiu, não parem de acompanhar. Will precisa conhecer todos os Holmes ainda kkkkkk