O Herdeiro escrita por GabrielaGQ


Capítulo 6
Papai


Notas iniciais do capítulo

Depois dos capítulos tristes, vamos para o grande momento :D

A música é opcional nesse capítulo: http://www.youtube.com/watch?v=Oextk-If8HQ&feature=kp#aid=P-e7sMdpZrs

Enjoy Sherlolly!!!



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Molly não tinha imaginado que seu dia seria assim. A sua pequena reunião com o seu novo chefe Jack, incluía o procedimento padrão de realizar uma autópsia só para “demonstrar que ela estava apta para o cargo”. Como se ela já não tivesse trabalhado no St. Bartholomew’s Hospital por 6 anos. Mas tudo bem, ela sabia que era apta para o cargo e já tinha realizado muitas autópsias.

Molly só não contava com o elemento surpresa. Sherlock estava no necrotério analisando sabia lá que corpo para sabia lá que caso. Ou seja: ela estaria no mesmo local que Sherlock uma segunda vez durante esse dia. Já tinha bastado o encontro mega estranho no elevador, agora teria que examinar um cadáver na companhia do seu marido. Velhos tempos.

Bom Molly você já deve conhecer o Sr. Sherlock Holmes. –Jack fez questão de fazer as apresentações - Ele está esperando o resultado do exame para determinar a causa da morte do Senhor... – ele se abaixou ao lado da mesa para olhar a ficha -...Gregory. Então, boa sorte, volto em 20 minutos!

O que? Você não vai ficar? – Molly perguntou surpresa enquanto tirava seu terninho para vestir o seu bom e velho jaleco branco. Ficava um charme com sua blusa branca com o grande laço, ela tinha que admitir.

Não, preciso analisar uns casos da emergência. Mas Sherlock pediu para te analisar e como ele é o perito dos peritos em corpos, eu autorizei. – Jack disse com um sorriso de ter feito uma boa escolha e deixou o necrotério. O casal se encontrava sozinho. Em termos.

Molly não podia acreditar. Sherlock com certeza ainda tinha seus métodos, ela conseguia ver no sorrisinho presente no canto da boca dele. Ela sempre amou aquele sorriso. FOCO: cadáver. Termine isso logo, a mente dela a repreendeu.

Enquanto pegava o bisturi e iniciava mais uma autópsia de rotina, Molly podia sentir os olhos de Sherlock a examinando. É, realmente os velhos tempos tinham voltado. E ele se sentia maravilhado de poder enxergá-la de novo. Molly sempre tinha sido uma incógnita fácil de resolver, mas completamente imprevisível e ele adorava isso nela.

Você ainda se lembra do dia em que nos conhecemos? – Ele perguntou de repente. A pergunta fez Molly parar e o encarar com os olhos castanhos arregalados e uma sobrancelha levantada. Claro que ela se recordava daquele dia. Como poderia esquecer?

Mas antes que ela pudesse responder, ouviu seu celular tocar no bolso do seu terninho pendurado na cadeira. Rapidamente Molly retirou suas luvas e ajeitou uns fios de cabelo que caíram atrás da orelha. Já não se incomodava que Sherlock a observasse. Mesmo depois de 5 anos, aquilo ainda era normal para ela.

O número era da escola de Will. Molly sentiu um aperto no coração. Ao dizer “Alô”, sua voz estremecia e de novo, Molly sentiu o medo de perder mais um William.

***

Enquanto observava Molly do outro lado do necrotério falando ao celular, Sherlock estava encostado na parede tentando colocar seus pensamentos em ordem. Somente Molly era capaz de desarrumar e arrumar seu palácio mental. Agora que ela estava ali, somente uns 3 metros longe dele, ele então percebeu o quanto sentira falta dela em sua vida.

Depois do episódio com Janine, Sherlock não imaginava como viveria sem Molly depois que ela o abandonou deixando para trás somente sua aliança e um Sherlock despedaçado. Nunca tinha conversado sobre o ocorrido com ninguém. Nem mesmo com John. Tinha guardado toda sua angústia, mágoa e remorso somente para ele. Às vezes, em meio ao seu arrependimento, se decidia a esquecer Molly de uma vez por todas e voltar a ser o Sherlock que não se importava, mas ele nunca era capaz de retirar a aliança. Era a única ligação que ele tinha com Molly e apesar de tudo, ele nunca quis perdê-la. Molly não voltou sozinha. Sherlock se lembrava da raiva em que sentiu ao ler a mensagem de John. Não ficara surpreso por Molly ter arrumado alguém. Ela era uma pessoa incrível, quem não gostaria de ficar perto dela?

E ao ver Molly aflita, falando no celular e ao mesmo tempo tirando o jaleco, se ajeitando para ir embora, percebeu que alguma coisa tinha acontecido com o “companheiro” de Molly. Ele nem teve tempo de perguntar o que aconteceu e sentiu Molly passar por ele na porta, abandonando-o no necrotério, sozinho com o Sr. Gregory entre aberto.

Com um grande impulso mal pensado, Sherlock seguiu Molly que se dirigia para a Ala Norte do St. Bartholomew’s Hospital. Emergência.

***

Crise de asma. De novo não! Molly não agüentava ver seu filho naquela situação. Tão pequeno, tão inteligente e tão cheio de personalidade, dependendo de um aparelho para respirar. O chão de Molly sumiu quando a diretora explicou pelo celular que William tinha se metido numa briga e que estava sendo levado para a emergência do Hospital. Seu pequeno mundo tinha desabado.

Molly sempre se surpreendia quando via Will com seus livros de mais de 300 páginas, empilhados na mesinha do quarto dele como se fossem um muro. Tinha apenas 5 anos e já sabia ler. O fato mais interessante era que ele tinha aprendido sozinho e às vezes, até a ensinava algumas coisas. Nessas horas, Molly ouvia atentamente com um sorriso nos lábios, enquanto acariciava os cabelos encaracolados de seu filho, lembrando o quão parecido ele era com o pai.

Molly nem teve tempo de se despedir de Sherlock no necrotério e muitos menos, tinha percebido durante a correria que a Sherlock a tinha seguido.

O quarto que Will estava tinha uma janela de vidro que dava para o corredor possibilitando os amigos e familiares, acompanharem todo o procedimento médico. Molly não tinha desgrudado um segundo sequer da janela desde o momento em que chegara, assim, não percebeu Sherlock parado atrás dela, também observando o quarto do pequeno menino de cabelos encaracolados.

Sherlock não podia acreditar no que seus olhos viam. Já tinha visto um menino similar nas fotos que sua mãe guardava nos famosos “álbuns de família”. Nunca entendia porque sua mãe gostava tanto de se apegar ao passado. Mas, pela primeira vez, entendeu o quanto o passado estava influenciando no seu presente. Ali na frente dele, estava uma cópia do pequeno Sherlock, amigo de Redbeard.

Após 5 anos, Sherlock descobria que era pai.


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Notas finais do capítulo

Como acham que Sherlock vai reagir? Comentem!
Ah, e aviso: não se esqueçam do Jack!