O Herdeiro escrita por GabrielaGQ


Capítulo 5
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Quantas cobranças, to postando!!!
Música: https://www.youtube.com/watch?v=wVyggTKDcOE

Vamos entender o que aconteceu :D



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Molly sabia que tinha algo de errado. Já fazia alguns dias que estava se sentindo estranha, mas pensou que talvez fosse seu corpo reagindo as muitas emoções sentidas nos últimos 3 meses. Ela agora estava casada. Com Sherlock Holmes. Sherlock Holmes. Dava pra acreditar? Não, nem ela acreditava. Às vezes se pegava olhando e admirando sua aliança, com um sorriso bobo no rosto, como se em algum momento ela pudesse desaparecer do seu dedo.

Mas por ela, nunca tiraria aquela aliança. Agora era o sinal do amor que os dois compartilhavam, não era só ela. Ele também a amava. Tinha demorado tanto para conseguir Sherlock para ela, que aquilo era o mínimo que ela podia ter. Mas agora já faziam 3 meses que era a Srta. Holmes e Molly não podia estar mais feliz.

Depois do casamento de Mary e John, Molly e Sherlock tinham se aproximado muito rapidamente. Talvez porque Sherlock se sentia sozinho sem a presença constante de John ou porque talvez, realmente precisasse de Molly. Toda essa situação tornou impossível que Molly continuasse noiva de Tom e quando Sherlock enfim se declarou para ela, não foi difícil escolher entre os dois. Sempre tinha sido Sherlock e sempre seria ele. Principalmente agora. Molly estava grávida.

Tinha acabado de fazer o teste ao sair do seu plantão no St. Bartholomew’s Hospital. O resultado positivo fez o coração de Molly gelar. Ainda se lembrava dos votos de Sherlock no dia de seu casamento:

Molly, minha querida Molly. Não vou mentir ou tentar te iludir com lindas palavras românticas como no casamento de John. Você sabe que eu nunca te iludi ou menti. Mas hoje, peço perdão novamente por todas as vezes que te magoei e fui intolerante. Então, aqui, na frente de todas essas pessoas, eu prometo tentar ser uma pessoa melhor para você. Eu te amo Molly e admitir isso foi a coisa mais difícil que eu tive de fazer. Mas apesar disso, eu não vou ser um marido exemplar. Vou tentar sim me importar mais com seus sentimentos, começar a realmente me importar e principalmente, vou me esforçar em ter uma família com você Molly. E ainda vai levar um tempo até eu me adaptar a ter você por perto, então, peço que seja paciente e por favor, não desista de mim. E assim, serei seu Sherlock Holmes, o único psicopata na sua vida”.

Lembrar do seu casamento apenas fazia Molly se apaixonar ainda mais por Sherlock. E ele realmente vinha se esforçando. Todas as noites ele a lembrava do quanto ele se importava e do quanto ele a amava. Durante os últimos 3 meses, a vida de Molly não poderia ter sido melhor. E agora, ela se dirigia em direção a Barker Street, que ainda era o “escritório” de seu marido para lhe surpreender com a novidade.

Molly estava morrendo de medo. Medo por estar grávida, por ter de começar a lutar com mais um desafio: ser mãe. E um medo ainda maior: em como Sherlock reagiria ao se tornar pai. Mas Molly seria paciente. Peço que seja paciente e por favor, não desista de mim. Eu não irei desistir Sherlock, ela pensava.

Enquanto subia as escadas em direção ao flat, sentia seu estômago embrulhar. Talvez fosse enjôo de grávida, mas Molly sentia algo estar errado. Precisava contar logo a Sherlock e rapidamente ser envolvida em um abraço que só ele era capaz de dar.

Ao terminar de subir as escadas, Molly notou que a porta se encontrava entre aberta. Sherlock precisa aprender a fechar essa porta, ela pensou. Ao empurrar lentamente a porta, com a intenção de não atrapalhar nenhum caso do seu marido, Molly sentiu como se levasse um tiro no estômago.

Ao terminar de abrir a porta, Molly viu na sala Sherlock, o seu Sherlock, beijando uma moça alta, morena, de longos cabelos encaracolados. Janine. Na realidade, Janine estava beijando Sherlock, mas esse detalhe não importava. O que ela estaria fazendo ali? Aquela cena fez Molly paralisar e lágrimas brotarem de seus olhos. O beijo não durou menos que 2 segundos, mas foram 2 segundos suficientes para acabar com a vida Molly.

Sherlock – ela sussurrou, já lutando para segurar as lágrimas. Nós vamos ter um filho, seu filho da mãe idiota. Como pode fazer isso comigo? O que essa mulher faz aqui? Como você pode beijá-la? “E assim, serei seu Sherlock Holmes, o único psicopata na sua vida”. Todos esses pensamentos vinham como um avalanche na cabeça de Molly, mas da sua boca não saía uma palavra.

Viu então que Sherlock a olhava, abismado com aquela situação. Parecia que nem ele entendia o que estava acontecendo. Rapidamente, tirou os braços de Janine de sua cintura, nem ele percebera como eles vieram parar lá e se endireitou em direção de Molly. Seus olhos suplicavam que ela se acalmasse.

Por favor, Molly, não é o que você está pensando. –Ele disse, estendendo a mão para tocá-la.

Não toque em mim. – ela disse quase gritando, explodindo de raiva. Janine só assistia a cena, um pouco mais atrás de Sherlock, com os dedos em direção a boca com um sorriso maléfico.

Acho que a sua esposinha chegou Sherly. –Disse num tom irônico. – Combinamos os detalhes depois? – Disse pegando sua bolsa que estava jogada no sofá e indo em direção a porta, passando por onde Molly estava. Antes de sair a encarou com um grande sorriso nos lábios, o que fez Molly querer explodir em cima daquela imprestável.

Por favor, Molly, me deixe explicar. – Sherlock implorava para Molly que agora estava sentada na poltrona que era de John, com a cabeça abaixada. Enquanto a olhava, desesperado, Sherlock via algumas lágrimas molharem a saia de Molly. Odiava vê-la naquele estado, ela tinha que deixá-lo se explicar. Longos minutos se passaram enquanto ele suplicava para ela olhar pra ele, mas a única coisa que saiu dos lábios de Molly foi:

Você prometeu ser uma pessoa melhor Sherlock. – ela sussurrou com a voz embargada. Molly sentia sua vida se desfazer depois daquela cena. Sherlock beijando outra mulher. –Isso é tentar ser uma pessoa melhor? – Disse a última frase o encarando, quase não conseguindo se controlar a chorar.

Me perdoe Molly, não é o que está pensando.

Então o que é? Você não estava beijando ela?

Sim, estava...quer dizer, não. Molly – ele disse suspirando- é complicado. Você precisa entender, não posso te contar, você precisa ser paciente.

Ao ouvir essas palavras Molly abaixou a cabeça e olhou para a aliança que brilhava no seu dedo. De repente, sentiu nojo de estar usando aquilo. Nós vamos ter um filho. “Eu não vou ser um marido exemplar”. Com um movimento rápido, Molly tirou a aliança do seu dedo e levantou da poltrona de supetão. Sentiu uma tontura e suas pernas tremerem, mas mesmo assim olhou no fundo dos olhos de Sherlock e decidiu que não seria mais a Molly de sempre:

Eu não quero entender Sherlock e não quero ser paciente. –Ao dizer isso, deixou a aliança na poltrona e saiu do 221B decidida a não voltar mais para Londres e muito menos para Sherlock.


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Notas finais do capítulo

Entenderam? Confessando que nunca gostei da Janine, mesmo sabendo depois o porque dela ter aparecido.

O que acharam? :)