O Herdeiro escrita por GabrielaGQ


Capítulo 11
Londres e sua rotina


Notas iniciais do capítulo

Música após o ♫: https://www.youtube.com/watch?v=kz9UBfXmXsM

Here we go!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496219/chapter/11

Me desculpe Jack, por ter saído daquele jeito no necrotério. Como te expliquei Will foi pro Hospital e foi uma correria, me desculpe.

Era uma sexta feira quando Molly enfim pode conversar com seu chefe. Estavam no escritório de Jack, ao lado do escritório que seria de Molly. Estavam acertando os últimos detalhes antes de Molly começar a trabalhar na segunda. Várias papeladas do Hospital já se acumulavam esperando-a.

Tudo bem Molly. Então, analisando seus dados você é...casada? – Jack perguntou com um olhar surpreso. Molly não usava aliança e tinha acabado de chegar de Nova York, era o papel de Jack checar algumas informações. Molly corou e se sentiu desconcertada com a pergunta, mas tinha de responder:

Sim, sou casada no papel ainda. Alguns papéis do divórcio não saíram.

Seu marido é de Nova York? – Jack pareceu se interessar. Rapidamente, Molly começou a se perguntar o que todas aquelas perguntas tinham a ver com analisar fichas de obituário no Hospital, mas mesmo assim respondeu:

Não, ele é daqui mesmo de Londres. Você conhece ele. Sherlock Holmes. – Ela enfim disse, antes de receber mais uma pergunta. Molly viu o olhar de Jack passar de surpreso para compreensivo e então, para um olhar enigmático. Um frio percorreu a espinha de Molly, mas ela ignorou. O seu estado psicológico estava um caco depois da briga com Will e da proposta de Sherlock. Por que viver em Londres era tão difícil? Molly pensava enquanto saía para buscar William na escola.

Depois que soube que Sherlock era seu pai, William apenas ficava perto de Molly quando ia para escola. Assim que Molly o buscava e chegavam em casa, William se trancava no seu quarto como se fosse um adolescente rebelde. Molly entendia que apenas precisava dar tempo e espaço para ele colocar os pensamentos no lugar. Era igual com Sherlock e sempre funcionava.

Molly ainda analisava se iria aceitar a proposta e levar William para conhecer o Sr. E a Sra. Holmes. Tinha saudades da sua sogra, ela era a única que demonstrava um afeto não típico dos Holmes e Molly realmente sentia falta de ter uma família, principalmente uma mãe.

***

Londres já se preparava para diminuir seu ritmo e acender suas luzes quando Molly começou a preparar o jantar. Tinha ligado o rádio e ouviu uma canção tocada no piano acompanhado de uma voz suave. Deixou se levar pela melodia e vários pensamentos inundaram sua mente. Lembrou-se de quando estava no aeroporto em Londres, ainda se decidindo se iria embora ou não. O futuro era assustador. Teria que criar seu filho sozinha. Sozinha. Enquanto estava sentada no aeroporto, Molly esperava alguém, alguém vir correndo e pedir para ela ficar. Mas ninguém apareceu e então ela partiu.

Umas 39 semanas depois, Molly dava entrada no Times Square Hospital, onde trabalhava em Nova York. Estava em trabalho de parto e tinha resolvido não saber o sexo do bebê. Todas as colegas que tinha feito no Hospital estavam ali, dando força e ansiosas para que tudo desse certo. Assim que Molly viu o pequeno bebê nas mãos do médico, todo sujo, mas completamente perfeito vindo em sua direção, soube que nome o pequeno teria: William.

Os 2 primeiros meses não tinham sido fácil para Molly lidar com William. Foram várias noites acordadas com Will reclamando de cólicas e ela desesperada sem saber o que fazer. O apartamento que Molly tinha alugado era pequeno, com somente 3 cômodos, mas o suficiente para ela e Will. E conforme ele crescia, Molly sabia que tinha feita a escolha certa em criá-lo em Nova York. De vez em quando, ela se pegava pensando em Sherlock e em talvez ligar para dizer... dizer o quê? Ela tinha excluído Sherlock da sua vida e agora, em Londres, era tarde demais para recuperar todo o tempo passado.

Sherlock não tinha visto o filho nascer, não viu os primeiros passos e não ouviu a primeira palavra dele. Sherlock perdeu todos os choros causados por alguma queda ou um novo machucado e também não tinha visto nenhum sorriso que William dava enquanto dormia. Essa lembrança fez Molly sorrir enquanto arrumava a mesa para jantar. Foi quando foi surpreendida por uma voz:

Mãe... – William estava parado na entrada da cozinha com um olhar choroso e um rosto de dó. A voz saindo como um sussurro. Molly levou um pequeno susto ao ver o filho ali, mas sabia o que aquele olhar significava. Então se abaixou e abriu os braços para receber um abraço de William:

Me desculpe mãe, por ter sido mal educado com você – William dizia deixando algumas lágrimas escorrerem. Eram momentos assim em que Molly se lembrava por que adorava ser mãe.

Não se preocupe meu querido, está desculpado. E me perdoe também, por ter escondido a verdade de você. Não vou guardar mais nenhum segredo de você, ta bom? – Molly ergueu o dedo mindinho da mão esquerda como se preparasse para fazer um acordo.

Você promete? Mais nenhum segredo? – William perguntou com um olhar desconfiado.

Prometo. Palavra de escoteiro. – Molly então ergueu a mão direita como sinal de que estava falando a verdade. Com um sorriso, Will ergueu o dedo mindinho da sua mão esquerda e entrelaçou no de Molly. Rapidamente deu outro abraço em sua mãe.

Ah, já que não vamos mais guardar segredo nenhum um do outro, preciso te contar uma coisa então. – Molly começou a falar, já se sentando na mesa servindo um prato para Will.

O que?

Sherlock nos convidou para irmos amanhã conhecer os pais dele no interior de Londres. O que acha? – William olhou para Molly com um olhar surpreso e cheio de medo.

–Você quer dizer conhecer o meu avô e a minha avó?

–Sim Will. Você sabe que Sherlock não gosta de ser amigável com as pessoas, mas ele está se esforçando para talvez se aproximar de você. Então acho uma boa idéia você conhecer os pais dele.

–Hum. – Will disse pensativo. – Também vou ter de conhecer o irmão dele? - Molly riu quando se lembrou de que William sabia tudo sobre Sherlock. O Google era uma fonte e tanto para crianças curiosas.

– Talvez sim. Mas não faço questão de você gostar de Mycroft. Nem eu gosto. – Molly disse enquanto mastigava e sorria com o canto da boca para seu filho.

William riu com o que sua mãe disse, mas já estava preocupado em como seria chato ir para o interior. Já não sentia mais tanta admiração por Sherlock assim. Ele era muito diferente das pessoas e pela carta que ele tinha lido, Sherlock não fora tão bonzinho com Molly. Minha mãe. E agora, William não queria nem um pouco fazer parte da família Holmes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Will como sempre, um amor ♥
O que acharam? Comentem!!!