Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 44
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey ♡♡
Como estão meus anjos? ^^ Bem, eu espero.
Cá está um capítulozinho, um pouco atrasado, mas vá eu vim às 3.36 da manhã publica-lo para vocês, por isso, não se chateiem.
Penso que o próximo não deverá demorar muito para sair, porque já o tenho todo pensado, mas como já tenho um monte de coisas combinadas para a próxima semana, e uns trabalinhos de edição para fazer, não prometo nada, está bem?
Quero dedicar este capítulo à querida Miss Hopeless pela favoritação! Muito, muito, muito obrigada! Espero que gostes deste capítulo ♡♡
Bem, acho que não tenho mais nada a dizer, a não ser adicionem-me no twitter: @maya_thefangirl e falem comigo, eu não mordo, prometo! (desde que não sejam torradas, é claro)
Boa leitura! ^^

[obs: Capítulo não revisto, peço desculpa pelos erros]



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» Kentin «

Encarei o meu reflexo e tentei puxar um pouco o cabelo para cima, farto de usar sempre o mesmo penteado. Afastei-me do espelho e sai da divisão, pegando nas chaves que estavam pousadas na mesa, abandonando depois a casa.

Tenho um monte de coisas para tratar.

Não falo com a Annelise desde hoje de manhã, depois de termos passado a noite no seu jardim. Sorri ao lembrar-me da sensação de tê-la nos meus braços a madrugada toda; dos pequenos beijos que lhe fui dando pelo pescoço; das conversas sobre nada mas ao mesmo tempo sobre tudo; enfim, dela ali comigo, ou melhor, de nós.

Entrei no carro e liguei o rádio ao Spotify e pus uma das playlists que a Anne criou na minha conta, dizendo que eu iria adorar cada uma que estava ali. Obviamente, aquilo não passavam de músicas de rock que não faziam o meu estilo. No entanto, só o facto de ela ter perdido tempo a junta-las para mim, torna tudo mais especial e mais suportável de ouvir. Aquela rapariga faz de mim o que quer.

«»

Sai do carro e dirigi-me à entrada do edifício. Subi as escadas e empurrei a porta. Procurei o balcão de informações e fui até lá, mal o visionei. Atrás dele, encontrava-se sentada uma mulher loira, que escrevia freneticamente no teclado do computador. Quando me apercebi que não iria notar a minha presença, clareei a minha garganta. Ela pareceu acordar de um transe e ergueu a face, dando-me a possibilidade de ver o seu nome na placa da camisola, Daniela Martins.

— Boa tarde! Como posso ajuda-lo? — sorriu, embora o sorriso não lhe tenha chegado aos olhos.

— Eu marquei aqui uma reunião com… — tirei o papel do bolso que continha o nome da senhora —… a coordenadora Luísa Bessa. — finalizei, lendo. Devolvi o olhar à senhora, que me encarava como se eu tivesse feito a piada do ano — Algum problema? — ergui a sobrancelha.

— A doutora não marca reuniões com ninguém. Tem a certeza que não se enganou no nome? — disse, num tom enjoativo.

— Tenho, pois. Pode verificar — respondi, apontando para o telefone ao seu lado. Daniela pegou no mesmo e marcou o número que provavelmente daria para o gabinete da coordenadora.

— Luísa, tem aqui um jovem que diz ter uma reunião consigo. O seu nome? Espere um pouco... — afastou o telefone e tapou o microfone com a mão ­— Como se chama?

— Kentin Petrov — voltou a pegar no telefone.

— Kentin Petrov, senhora — Luísa falou qualquer coisa, à qual a funcionária apenas assentira. — Claro, irei pedir a alguém que o acompanhe até aí. Sim, não se preocupe. Com licença. ­— pousou o aparelho e correu os olhos pela sala, até que encontrou outra funcionária. Fez-lhe sinal para que esta se aproximasse — Leva o senhor à sala da doutora Luísa, por favor — a rapariga assentiu e encaminhou-me o caminho com aceno de cabeça.

Subimos algumas escadas, e entramos depois numa porta que estava camuflada com a decoração. Depois de atravessar um longo corredor com enumeras portas, chegamos ao que pensei ser o escritório de Luísa. A funcionária, que não reparei no nome, bateu levemente na porta. Quando ouviu um “entre”, fez-me sinal para que entrasse. Assim o fiz, fechando a porta atrás de mim.

— Boa tarde, sente-se, por favor — apontou-me a cadeira à frente da sua secretária. Sentei-me — Senhor Petrov, suponho?

— Kentin, se não se importar. Senhor Petrov é o meu pai — sorri.

Ao contrário do que pensei, não se tratava de uma senhora com muita idade. A sua cara não demonstrava ruga alguma, e o seu cabelo castanho, sem uma única madeixa branca, dava a impressão de que tentava manter o aspeto mais jovem possível. Deve estar na casa dos quarenta, mas com aparência de trinta.

— Pois, claro. Bem, presumo que já tenha tudo planeado — murmurou, encarando uns papéis pousados na mesa.

— Sim, tenho até um papel com tudo escrito se quiser — respondi. Tirei o papel dobrado do bolso e entreguei-lhe.

— Estou a ver… — analisou a folha durante algum tempo. — Bem, penso que conseguimos arranjar isto tudo. Tem é de ser somente por uma hora. Acha que consegue traze-la aqui a tempo? — encarou-me.

— Eu não lhe vou dar a certeza, ela é um pouco imprevisível, e não quero contar-lhe nada para não estragar a surpresa. Mas penso que devo conseguir — a senhora concordou.

— Agora, preciso de saber se vai cumprir com a sua palavra. — proferiu com seriedade.

— Não se preocupe, já tratei de tudo com a minha mãe — abri a carteira e tirei de lá um cheque — Já sabe o que vai fazer com isso? — ela sorriu-me.

— Bem, eu já fiz a proposta ao meu chefe e pareceu-me que lhe agradou bastante — fez uma pousa e abriu ainda mais o sorriso — Penso que as crianças vão adorar os novos instrumentos que lhe vamos oferecer. Achei que o Kentin fosse gostar disso, e a menina também.

— Sim, ela provavelmente iria gostar de saber. Mas peço que não lhe diga nada — Luísa concordou.

— Compreendo. Acho que estamos esclarecidos então, Kentin — anui, e levantei. Ela fez o mesmo, despedindo-se de mim, com dois beijos e acompanhando-me até à porta — Penso que nos iremos cruzar amanha, afinal, não quero perder esse tão promissor espectáculo. — assenti — Espero que ela saiba que é uma menina com bastante sorte.

— Penso que o sortudo sou eu. — murmurei, fechando a porta

«»

Para Annie ♥:

«Estás ocupada?»

Bloqueie o telemóvel e encostei-me ao assento do carro. Estou praticamente à porta de casa dela. Obviamente que podia entrar sem lhe perguntar nada, mas não quero cruzar-me com o Lucas. Só iríamos torturar a pobre Anne com isso.

De Annie ♥:

«Não, porquê?»

Para Annie ♥:

«Estou aí em menos de cinco minutos, então ;)»

Liguei o motor do carro e arranquei, não querendo perder mais tempo longe dela. Mal cheguei aos portões da sua casa, Morgan abriu-me a porta, já conhecendo o carro. Estacionei em frente às escadas e saí do carro, subindo depois as mesmas. Toquei à campainha e esperei que alguém me abrisse a porta. Não demorou um minuto para que isso acontecesse.

— Boa tarde, Anastácia! Está tudo bem? — perguntei, enquanto entrava.

— Está sim, menino.

— A Annelise?

— No quarto, menino. Ela está um pouco sensível hoje, peço que tente não a incomodar, sim? — abriu um sorriso triste — Eu sei que o menino só tem boas intenções, mas tente ter cuidado, sim? — anui e caminhei até ao segundo andar.

Bati levemente na porta e entrei quando ouvi a sua voz a dizer que podia entrar. Ao contrário do habitual, Annelise não viera ter comigo quando entrei. Simplesmente se manteve deitada na cama, de barriga para baixo. Estranhando aquele comportamento, atirei-me para a cama, deitando-me ao seu lado, embora com o corpo virado de forma contrária.

— Anne? — murmurei, não obtendo resposta. — Annelise? — voltou a não responder. Inclinei o meu corpo, encostando o meu peito nas suas costas. Afastei o seu cabelo com a minha mão e beijei-lhe a bochecha — Que se passa? — voltou a não responder-me. Suspirei e deita a cabeça nas suas costas. Ficamos em silêncio durante algum tempo — Odeio ver-te assim, Annie — sussurrei, não aguentando ficar calado. Porém, isso não surtiu efeito. Ou pelo menos, não o que eu queria, já a miúda começou a chorar. Sem pensar muito, ergui-me e coloquei a pequena no meu colo — Hey, está tudo bem agora. Eu estou aqui — tentei acalma-la num tom de voz baixo.

A morena chorou durante alguns minutos, onde a única coisa que fiz foi acariciar o seu cabelo e sussurrar coisas para a tentar consolar. Quando finalmente sossegou, afastei-me um pouco de si e coloquei ambas as mãos na sua cara, fazendo-a encarar-me.

— Não precisas de me contar o que fez ficar assim, mas deixa-me ao menos ajudar-te a não pensares nisso — disse carinhosamente. Ela anuiu com um aceno de cabeça, fazendo-me sorrir sem mostrar os dentes. Tirei-a do meu colo e levantei-me, estendendo-lhe depois a mão — Vem — sorri. Anne aceitou a minha mão e levantou-se.

Encaminhei-nos para fora de sua casa e abri-lhe a porta do carro para que entrasse.

— Para onde vamos? — questionou, ao fim de alguns minutos em silêncio. Fiquei aliviado ao ouvir a sua voz, mesmo que frágil.

— Primeiro, vamos às compras, porque estou sem bolachas em casa. Queres mais alguma coisa para além das bolachas, aliás?

— Para mim qualquer coisa está bem, não tenho grande fome — murmurou.

— Isso é porque não tens nenhum pacote de bolachas à tua frente… — disse, num tom sério.

— Sim, porque a pessoa obcecada por bolachas aqui, sou eu — soltou uma pequena gargalhada.

— E não és? Eu bem vi o pacote vazio na tua mesinha de cabeceira — encarei-a por alguns segundos, erguendo a sobrancelha, antes de voltar a colocar os olhos na estrada.

— Isso foi porque não me apeteciam torradas — sussurrou, num tom infantil.

— Estás a admitir que as bolachas são melhores que torradas? — sorri de canto.

— Não! Isso nunca! Nada é melhor que torradas!

— Tens a certeza? — estacionei o carro e observei-a. Ela assentiu — Um dia ainda te vou provar o contrário — pisquei-lhe o olho.

«»

Pousei o saco das compras no balcão e fui ter com a Anne à sala, levando na mão o pacote de bolachas. Após abri-lo, tirei uma para mim e outra para ela. Sentei-me no banco do piano e fiz sinal para que se viesse sentar ao meu lado. Assim que o fez, entreguei-lhe a bolacha e sorri.

— Que tal experimentar-mos duas coisas que gostamos juntos? — ela franziu a testa — No meu caso, ouvir-te tocar e comer bolachas; no teu, tocar e comer bolachas — pisquei-lhe o olho.

— Não me apetece tocar, além disso, não sei o que tocar…

— Não te perguntei se te apetecia, e quanto ao resto, eu já tratei de tudo — disse, apontando para as partituras que estavam pousadas no piano. Ela pegou numa folha, e analisou durante algum tempo.

Pompeii dos Bastille? — ergueu uma sobrancelha.

— Que foi? Eu gosto da música — encolhi os ombros — Além disso, acho que ela combina com a tua voz.

— Eu também gosto dela, mas sei lá, o vocalista da banda tem uma voz muito característica não sei se vai ficar bem com a minha… — coloquei uma mão por cima da dela.

— Vamos tentar? — Anne trincou o lábio inferior enquanto pensava.

— Tudo bem, mas a partir do momento em que eu achar que está a ficar uma bosta, eu paro, percebido? — concordei com um aceno de cabeça e dei-lhe espaço para que se sentasse melhor — Tens à musica no telemóvel, para eu ver como é, mais ou menos? — assenti e tirei o telemóvel do bolso, pondo de pois a faixa a dar — Bem, esta parte inicial não vou fazer, por isso, vamos ignorar — começou a ouvir a mesma parte repetidamente, e tocando teclas aleatórias, apontando aquelas que gostava. Parou a música e tocou aquilo que tinha apontado — o que achas? — encarei-a confuso. Ela só está a tocar duas notas no máximo.

— Isso não se parece nada com a música — murmurei.

— Eu sei que não, mas repara — voltou a tocar, mas desta vez cantou — I was left to my own devices. Many days fell away with nothing to show. E então, já parece? — anui com a cabeça, sem saber ao certo o que dizer. Aquilo soou ainda melhor do que o que eu achava.

— Como é que fizeste isso? — ela encarou-me com a testa franzida.

— Isso o quê?

— Ouvires a música e conseguires logo toca-la.

— Sei lá, é uma coisa de ouvido, nem sempre consigo fazer. Além do mais, já tinha visto as partituras. Eu só simplifiquei o que lá estava. Se fosse para só tocar, aquilo que tu arranjaste estava bem, porque sairia algo assim — olhou para as partituras e começou a tocar a parte inicial, fazendo-me ficar ainda mais surpreendido com a agilidade dos seus dedos — Percebes? Se eu fosse a cantar por cima disto, a minha voz não iria sobressair-se — fui acenando com a cabeça, fascinado pela maneira como ela estava a falar e a tocar — Mas esta partitura está bastante engraçada, vou praticar isto mais tarde para tocar. Acho que o meu pai ia gostar de ouvir. Ele gosta bastante dos Bastille, quer dizer, ele gosta de tudo que é britânico, desde que não sejam boysbands — soltou uma gargalhada. Ela ergueu o olhar até mim e ficamos por momentos a encaramo-nos — Que foi? — perguntou, quebrando o silencio.

— Nada. É só que é impossível não admirar-te quando falas assim ­— ela corou e desviou o olhar.

— Assim como? — observou-me pelo canto dos olhos.

— Feliz — encolhi os ombros. Voltou a ficar envergonhada e deixou que o cabelo lhe tapasse a cara. Levei as minhas mãos até ele, e afastei-o da sua bochecha. Depositei um beijo carinhoso na pele descoberta — És tão doce quando coras, Annie.

— Oh, cala-te… — sussurrou, fazendo-me sorrir. Respirou fundo e voltou a tocar mais um pouco — Vamos trabalhar nisto, então?

— Vamos? Sabes que eu não percebo nada música — murmurei. Anne pegou na minha mão e pouso-a no piano. Colocou a sua mão sobre a minha e tocou a parte inicial da música com os meus dedos. Depois, com a ajuda da sua outra mão continuou a tocar, usando a minha só para algumas notas.

And the walls kept tumbling down in the city that we love — murmurou — Great clouds roll over the hills bringing darkness from above. Vês? Não é difícil — sorriu. Agarrei a sua mão, entrelaçando os nossos dedos, puxei-a levemente para mim, beijando-lhe a ponta do nariz, encostando depois as nossas cabeças

— Contigo é tudo mais fácil, Annie — respondei, num tom carinhoso.


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Notas finais do capítulo

O que será que o Kentin anda a tramar, huh?
Opa, eles são uns doces os dois ♡♡ (mas eu ainda estou triste por causa do Lucas ;_;)
Estive a fazer versões das personagens no sims 4 e ficaram mesmo fofinhos ahahah (Sim, eu não tenho vida social .. xDDD)
Vá, fico à vossa espera nos comentários, beijinhos ♡♡