Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 45
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Heeey abacates ♡
Sim, eu sei que já lá vão dois meses que não atualizo, mas deixem-me explicar antes de me matarem. Primeiro, eu quero dizer que neste espaço de tempo, muita coisa aconteceu. Bem, primeiro, eu arranjei um emprego! É em part-time, mas mesmo assim, é um emprego, e estou mesmo feliz por finalmente ver que as coisas estão a correr como eu quero. Espero daqui a um ano estar-vos a dizer que consegui entrar na universidade e que ainda estejamos juntos nessa altura, mesmo que não nesta história. Segundo, estive com um bloqueio terrível para escrever este capítulo, porque eu não sabia o que fazer na parte do “almoço”. E aviso-vos que o que vão ler aí, saiu completamente da minha cabeça, e que pode estar um pouco estranho, mas juro-vos que minha cabeça faz todo o sentido. Terceiro, eu estive, estou, neste últimos meses, com um monte de confusões sentimentais à minha volta, e finalmente estou a tentar aceitar as coisas como são, e a perceber aquilo que quero para mim. E quarto e último, e o que me impediu mesmo de vir aqui, o meu carregador do computador, ele queimou e só hoje( ou melhor ontem, porque são 4.30 da manhã aqui) é que chegou o novo. Ou seja, estive um mês sem computador, foi terrível.
Dito isto, se ainda me quiserem matar, peço que o façam depois de lerem e comentarem o capítulo, para eu pelo menos saber o que acharam antes de morrer xD
Agora, e sei que esta nota inicial vai ficar enorme, mas quero aproveitar para agradecer, abraçar virtualmente e partilhar as minhas torradas com o João (The Blue Wolf) pela maravilhosa recomendação que escreveu. Meu anjo, a minha sorte, foi estar no meio da minha família quando li, porque acredita, que se estivesse sozinha, tinha inundado a minha casa de tanto choro. Opa, isso não se faz! Eu não mereço algo tão lindo como isso que tu escreveste ♡ ♡ ♡ MUITO, MUITO OBRIADA ♡ Nunca na vida vou poder agradecer de forma suficiente pelo o apoio que me tens dado, seja através dos comentários, ou até da “publicidade” que fazes a fanfic de livre vontade. Opa, eu até te dava as minhas torradas todas, juro! Mas a sério, do fundo do coração, obrigada por tudo. Obrigada por tornares esta tripeira (denominação para rapariga que vive na área do Porto) uma escritora feliz. Muito, muito obrigada ♡ ♡ Por isso, ofereço-te com todo o carinho, o meu capítulo preferido da fanfic, que sei, ou pelo menos espero, que vais adorar tanto quanto eu. Mais uma vez, obrigada ♡
Um obrigada especial também à Madelin pela favoritação. Muito obrigada abacate, a sério!
E sem mais nada a acrescentar, a não ser um obrigada a todos os que ainda continuam comigo após estes dois meses, boa leitura! ♡ ♡

[Obs: peço desculpa se tiver algum erro. Eu revi um monte de vezes, mas como já passa das 4 da manhã, é provavel que alguma coisa me tenha escapado. Prometo que vou usar esta semana que vem para corrigir os capítulos todos que não estão revistos a 100%]



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» Anne «

Encarei o meu reflexo ao espelho e encostei a camisola ao meu tronco. Torci os lábios, reprovando. Voltei ao armário e trouxe mais um monte de camisola para a minha cama, repetindo o que tinha feito anteriormente. Tornei a negar as camisolas todas.

Desistindo, deitei-me na minha cama desarrumada e suspirei. Sinceramente, eu nem sei porque estou tão indecisa. Não é como se eu precisasse de impressionar o Kentin. Ele gosta de mim assim, certo?

Com esse pensamento, encarei o monte de roupa “deitado” ao meu lado e corri os olhos por ele. Uma camisola branca chamou-me atenção. Estava no conjunto daquelas que eu tinha recusado logo, pois não eram “chiques”. Estiquei o braço, agarrando no tecido e li a frase que estava lá escrita: “Music is the answer”; fitei-a durante algum tempo e decidi que devia ser aquela.

Saltei da cama e fui ao armário tirar as minhas calças pretas e as minhas botas. Sim, eu sei que é verão, mas querem saber? I don’t care. Hoje vou usar tudo aquilo de que gosto, mas que nunca tive coragem de usar em conjunto. Peguei na prancha (chapinha) que estava na comoda e liguei-a à tomada. Comecei a andar de um lado para o outro fazendo tudo aquilo que precisava até finalmente estar vestida e calçada. Fui à caixinha dos acessórios, tirando de lá os óculos de sol que comprei da ultima vez que fui ao shopping com a Camila e a coroa de flores que esta me deu, quando fomos ambas à feira medieval. Pousei tudo ao lado do meu telemóvel e voltei para a beira da prancha, começando a esticar o cabelo.

Depois de uma longa meia hora a esticar o meu cabelo enorme, peguei no batom mais claro que tinha e usei, não querendo que os meus lábios estivessem no tom vermelho habitual. Não apliquei mais nenhum tipo de maquilhagem, e coloquei a coroa na cabeça. Admirei-me ao espelho e sorri, gostando do resultado.

Esta é a Annelise Williams.

«»

Entrei no seu carro, dando-lhe um beijo na bochecha, pondo o cinto depois.

— Para onde vamos? — perguntei, não conseguindo esconder o entusiasmo na minha voz.

Kentin encolheu os ombros e encarou-me.

— Tens fome? — anuí freneticamente com a cabeça, imitando uma criança. O que o levou a soltar uma gargalhada. — Então vamos “almoçar”. — fez aspas com os dedos na última palavra. Ligou o motor do carro e começou a conduzir.

— Como assim, “almoçar”? — imitei o seu gesto anterior.

— Depois vês, маленькая (pequena). — encarou-me por breves instantes e piscou-me o olho.

Encostei as costas ao acento e estiquei o braço para mudar de estação de rádio.

— Queres que ligue o Spotify? — respondi-lhe que sim. Ele logo o fez, deixando na playlist que eu lhe criara. Comecei a murmurar a letra da música, encostando a cabeça ao vidro.

— Para onde vamos Kentin?

— Para um café que descobri há pouco tempo. Acho que vais adora-lo.

Não demoramos mais que dez minutos a chegar lá. Assim que o Ken desligou o motor, saí do carro, curiosa.

Toasted Like Heaven”.

Li mentalmente o placar. Entretanto, Kentin aproximou-se de mim e entrelaçou os nossos dedos.

— Entramos? — concordei.

Começamos a caminhar para o estabelecimento e, já no seu interior, procuramos por uma mesa vaga.

Era impossível não sentir o cheiro a pão torrado e a manteiga derretida. De facto, o cheiro combinava com o local, já que o mesmo era em tons de torradas. As paredes atrás do balcão tinham uma cor acastanhada, contrastando com o branco das restantes paredes. A mobília era em madeira, pintada num amarelo pastel, e as almofadas das cadeiras na mesma cor que as paredes atrás do balcão. Quanto ao aspeto em geral, parecia um daqueles cafés que vemos nos filmes e séries americanas, com mesas em U e bancos almofadados.

Após nos sentarmos, peguei no menu e não pude evitar ficar com água na boca só pelos títulos das divisórias: Torradas Clássicas, Torradas Rústicas e Tostas. Antes que eu pudesse decidir-me, um dos empregados veio ter à nossa mesa, perguntando-nos o que queríamos.

— Eu vou querer uma tosta de frango e queijo, e uma Coca-Cola. E tu, Anne? — não desviei os olhos da ementa. Vocês tem a noção do quanto isto tudo parece delicioso? — Anne? — encarei o meu noivo com aquilo que achei ser um “está calado e não me apresses” olhar.

— Se está indecisa, recomendo que experimente o nosso recheio especial. — disse o empregado, com um sorriso acolhedor. — É o prato que mais vendemos, para além de ser diferente a cada dia. E devo dizer-lhe que o de hoje tem um aspeto divinal e cheira excepcionalmente bem. — claro que o rapazito só estava a tentar vender o seu peixe, ou neste caso, torrada. Mas disse aquilo com tanta convicção que acabou por fazer-me murmurar um “acho que pode ser” mal acabara de falar — Pão rústico ou clássico? — apertei o lábio um contra o outro, indecisa.

— Pode ser o rústico.

— Para beber? — questionou, enquanto apontava o meu pedido no seu bloco.

— Sumo de manga, tem? — acenou afirmativamente. — Quero então.

— Sim, senhora. Volto já com os vossos pedidos. — sorri simpaticamente para ele, acenando levemente com a cabeça.

Voltei a admirar o espaço onde me encontrava. Tenho a certeza que vou começar a vir aqui lanchar, sempre que puder. Senti a mão do Kentin por cima da minha e encarei-o. Ele sorriu- me e eu fiz-lhe o mesmo

— Como descobriste este lugar? — peguei na sua mão e comecei a brincar com os seus dedos.

— Tenho as minhas fontes… — piscou-me o olho. Revirei levemente o olhar, sem perder o sorriso.

— Sabes que eu vou acabar por descobrir, não sabes? — ele encolheu os ombros.

— Não vai interessar. — mantive-me em silencio há espera que completasse a sua frase. — Quem te trouxe aqui fui eu, logo, vais sempre lembrar-te de mim quando vieres cá. Não vai interessar como foi que descobri o sítio. — torci levemente os lábios.

— Sim, tens razão.

— Eu sei que provavelmente não me diz respeito, mas eu não consigo parar de pensar no que terá acontecido para ontem te ter encontrado a chorar… — murmurou. Suspirei e foquei a minha atenção nas nossas mãos. Já mencionei que a sua mão é dobro da minha? E que mesmo assim elas encaixam perfeitamente?

— Eu… Eu disse ao Lucas que já não sentia o mesmo por ele… Meio que acabei com ele — disse, num tom baixo — Eu sei que tomei a decisão certa, mas não deixa de doer, percebes? — voltei a encarar a sua iris verde. Ele apertou levemente a minha mão.

— Claro que percebo, Annie. No teu lugar também estaria assim, ou talvez pior, já que sou bastante dramático — soltou uma pequena gargalhada.

— O que queres dizer com isso? — ergui um sobrolho.

— Exatamente o que disse. Que sou dramático. Basta veres o tempo que andei atrás da Matilde, como se ela fosse a única mulher no planeta, ради Бога! — não desfiz a minha expressão por não perceber as suas últimas palavras da frase. — Significa “pelo amor de Deus” — completou, apercebendo-se. — Saiu-me, desculpa. Tenho falado em russo com o meu pai, nas chamadas que tenho feito, então, estou a falar tudo misturado. — riu-se. Não pude deixar de sorrir com isso.

— E está tudo bem com o teu pai?

— Sim, ele diz que mais duas semanas e está de volta — levou a mão à cara, coçando a barba.

— Ainda bem, fico feliz em saber isso. E quanto ao Germano? — o seu sorriso tremeu.

— Deve voltar a quando a ele… — assenti com a cabeça. — Porquê?

— Porque ele vai ter de voltar uma hora ou outra, e quanto mais cedo, melhor. Ao menos resolvo tudo com ele, não quero deixar nada pendente. — Avistei o empregado a aproximar-se da nossa mesa, com os pedidos e larguei a mão do Kentin.

— Ora, a tosta, — pousou o prato à frente do meu noivo — e a torrada — sorriu-me. Pousou também as bebidas.

— Obrigada. — murmurei. Ele respondeu um “de nada” e foi-se embora. Encarei o prato a minha frente, e não demorei muito até prova-lo. — Oh meu Deus, isto é maravilhoso — exclamei, ainda com comida na boca. Kentin sorriu, e começou também a comer.

«»

— Trouxeste-me à casa da música? — disse, ao perceber o sítio onde estávamos. E digo-vos que não esperava que me trouxesse até aqui.

— Sim, porquê? Já estiveste aqui? — neguei. — Então qual é o problema? — entrelacei as nossas mãos.

— Nenhum. Só estou surpreendida, Ken — respondi, encostando-me a si. — Mas vamos tipo fazer uma visita guiada? — ele assentiu. — Então acho que devíamos entrar, não? — comecei a puxa-lo em direção às escadas que davam acesso à porta de entrada. Eu sempre quis vir aqui, mas nunca pude e acabei por deixar de lado. — Espera, vamos tirar uma selfie! — parei a meio das escadas, tirando o telemóvel do bolso das calças. Desbloqueei-o e abri uma aplicação de filtros para fotos, escolhi um a preto e branco e estiquei o braço. O Kentin baixou-se um pouco, encostou a sua bochecha à minha e sorriu. Eu pus a língua de fora e fechei um dos olhos. — Pronto, vou por no insta, espera só um pouco — adicionei uma das minhas mais recentes letras à descrição da foto, identifiquei o Kentin e publiquei-a — Shall we? — ele concordou e continuamos a subir as escadas.

Quando entramos, o Kentin já sabia para onde tínhamos de ir, como se tivesse tudo completamente organizado. Uma senhora já se encontrava à nossa espera, e entregou-nos uns bilhetes que diziam “Casa da Música, visita guiada”. Juntamo-nos a um grupo de turistas de vários países, e graças a isso a nossa guia falava em inglês para que toda a gente pudesse compreender o máximo possível.

Começamos pela sala Renascença, onde era para ser feito um café, mas devido a uns problemas, passou a ser somente um ponto de passagem entre dois dos espaços mais importantes da casa, a Cibermúsica e o Foyer Poente. O nome da sala, Renascença, vêm dos azulejos, brancos, azuis e verdes que restevem a sala. Os azulejos, fazem um padrão que nos dá a sensação três D da parede. Ela mencionou um nome mais correto, algo como perspetiva cavaleira.

Após essa sala, fomos para o Foyer Poente, que achei mesmo bonito, porque era basicamente feito de vidro de ambos os lados. Vidros estes, ondulados, para que conseguissem suportar-se e, mesmo assim, “fornecer” luz natural para a sala principal.

Após isso, entramos na sala, onde eu e o Kentin acabamos por ficar, devido ao “escorrega” que lá havia. Não era como um escorrega normal, mas sim, uma espécie de pirâmide, cortada a meio, onde tu subias até ao vértice mais alto, sentavas-te e deixavas-te ir. E sabem que a minha criança interior não resistiu a isso.

— Não achas que já estamos aqui há demasiado tempo? — disse, assim que voltei a descer.

— Mas perdemos a guia, para onde é suposto irmos? — pus-me de pé ao seu lado.

— Não te preocupes, ela disse que esperava por nós ali na sala a seguir, — estendeu-me a mão — Vamos? — assenti.

Assim que o Kentin abriu a porta e me deixou passar, fiquei surpreendida com o que vi. Tratava-se de uma sala completamente roxa. Sim, roxa. Acho que até podem adivinhar o nome da sala.

Yup, sala Roxa.

Como fomos o últimos a chegar, tivemos de nos sentar no topo das escadas. Todas as paredes, incluindo o teto, eram almofadadas, dando um ar descontraído à sala. A cor só por si era relaxante, mas a maneira como a sala está feita, de forma tão aconchegante e fofa, fez com que me deitasse para trás e ficasse a admirar o teto.

— Acho que acabei de achar a minha sala preferida — murmurei. Kentin deitou-se ao meu lado e ergueu o braço para que me encostasse no seu peito. Fiz-lhe a vontade, e suspirei, sentindo-me mesmo bem.

— Também é a minha preferida, Annie — disse, depositando depois um beijo na minha cabeça. Após alguns minutos, que pareceram poucos, voltou a erguer-se — Anda, ainda tem mais uma coisa que quero que faças — estendeu-me a mão e puxou-me para seguir o grupo.

Chegamos por fim à sala principal, ou melhor, a sala Suggia. Enquanto caminhávamos para lá, ouvi alguns dos turistas murmurar que era uma sorte terem conseguido apanhar a sala principal aberta, já que normalmente está sempre fechada, por causa dos concertos.

A nossa guia parou numa ponta da sala, mas o Kentin continuou a puxar-me, até estarmos no meio do palco, em frente a um piano.

— Para que é isto? — perguntei, estranhando ver um piano sozinho no meio do palco. Ele sorriu-me e despenteou-me o cabelo.

— É para ti, ervilha. — encarei-o confusa.

— Como assim? — levou-me até ao banco e forçou-me a sentar.

— Quero que toques o que tivemos a praticar ontem. — encolheu os ombros.

— Aqui? Tu está tolo, só pode. Nem pensar — ele sentou-se ao meu lado e colocou as minhas mãos no meio das suas.

— Annie, é mesma coisa que se estivéssemos os dois em casa. — notei que ele falara “em casa” e não “na minha casa”, mas decidi ignorar. Soou bastante bem — Só tens de fechar os olhos e deixar-te levar, está bem? Eu sei que consegues — murmurou, depositando um beijo na ponta do meu nariz. Levantou-se, deixando-me sozinha no piano.

Várias pessoas pararam o que estava a fazer e começaram a encarar-me. Os meus dedos ficaram trémulos e sem evitar olhei na direção do Kentin. Os seus olhos disseram tudo o que precisava, e a gesticulação dos seus lábios só veio comprovar isso.

“Tu consegues”

Respirei fundo mais uma vez e comecei a tocar a Pompeii. [musica]

— I was left to my own devices. Many days fell away with nothing To show. – a minha voz saiu um pouco trémula. Fechei os olhos e imaginei-me em casa sozinha, como se fosse só eu e o piano. – And the walls kept tumbling down in the city that we love. Great clouds roll over the hills bringing darkness from above. – voltei a respirar fundo. – But if you close your eyes, does it almost feel like nothing changed at all? And if you close your eyes, does it almost feel like you've been here before? How am I gonna be an optimist about this? How am I gonna be an optimist about this?

Aos poucos, a minha mente foi enchendo com memórias das coisas que fiz com o Kentin. De como começamos e de como estamos agora. Das discussões aos abraços. Todas a vezes que ele esteve lá para me apoiar e ouvir, para me ajudar. Lembrei das suas palavras no dia em que admitira o que sentia.

«Dá-me uma oportunidade. Deixa-me me mostrar que comigo também és feliz, que não tens de ter medo. Deixa-me fazer-te apaixonar por mim, por favor»

Assim que toquei a última nota da música, várias palmas foram ouvidas, despertando-me do meu “transe”. Abri os olhos e procurei o Kentin no meio das pessoas todas. Uma música chegara-me para perceber o que era óbvio.

No entanto, ele não estava em nenhum lado. Várias pessoas vieram ter comigo assim que me levantei, dando-me os parabéns, mas ignorei-as, dizendo somente um “obrigada” enquanto o procurava pela sala. Comecei a correr à procura dele, passando por todas as salas anteriores.

Onde é que ele está?

Lembrei-me de tudo o que fizemos hoje. Qual a sala que mais me agradou e a ele, e… Oh, era tão óbvio.

Sem perder tempo, corri até lá, tentando não chocar contra as pessoas. Não demorei muito a lá chegar, e quando entrei, encontrei-o sentado na última parte das escadas. Ele abriu um sorriso assim que me viu, e garanto-vos, se eu ainda tivesse alguma dúvida quanto ao que vou fazer, o seu sorriso teria sido o bastante para me dar a certeza.

Sem perder tempo, subi o mais rápido que pude até ele, atirando-me para os seus braços e juntando os nossos lábios. Ele pareceu surpreso, mas não demorou muito até perceber o que se estava a passar, colocando os seus braços na minha cintura e puxando-me para si. Aos poucos, os nossos lábios sincronizaram os movimentos, fazendo-me sentir borboletas, bolotas e tudo o que houvesse para sentir. Deixe de saber o que era respirar e muito menos pensar noutra coisa que não fosse ele e os seus lábios junto com os meus. O meu coração pareceu parar durante algum tempo, até que começou a bater como se não houvesse amanhã, como se quisesse sair do peito para comprovar que aquilo estava mesmo a acontecer.

O meu corpo foi pousado delicadamente no chão almofadado e logo o seu estava por cima do meu. Puxei-o para mim, agarrando a sua corrente, beijando-o novamente. As suas mãos começaram a apertar-me mais e as minhas foram para o seu cabelo, despenteando-o. O beijo ficou mais urgente, e os nossos lábios começaram a lutar entre si. O meu coração, que estava mil a hora, pareceu desistir de tentar bater mais devagar e deixou-se ficar naquele ritmo acelerado.

Infelizmente, o Kentin pareceu notar que eu já não estava a respirar há algum tempo, e começou a separar os nossos lábios, dando pequenos beijos à medida que se afastava. Por fim, depositou um último beijo na ponta do meu nariz, fazendo-me sorrir. Encostou as nossas testas e entre suspiros ofegantes murmurei aquilo que eu já devia ter dito há algum tempo:

— Eu não te posso dar uma oportunidade para me fazeres apaixonar por ti, Kentin. Tu já o fizeste, eu já me apaixonei.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Valeu a espera dos dois meses?
Este é o meu capítulo preferido de toda a fanfic, pelo menos do que já escrevi até agora.
Vá, beijinhos e fico à vossa espera nos comentários ♡ ♡