Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 19
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey! ^^ Estou de volta! Mereço até um prémio por ter sido tão rápida, que dizem? xD
Quero agradecer à ZoeyBermanelly pela favoritação! Muito obrigada! Este capítulo é dedicado a ti!
Sem mais nada a dizer, só me resta desejar uma Boa Leitura! :D

[Obs: Capítulo editado e resvisto a 8 de Janeiro de 2015]



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Annelise's P.O.V.

Suspirei assim que ouvi a campainha. E agora? Como vou encara-lo?

– Oh! Menino Kentin! Seja bem-vindo!

– Olá Anastácia, como vai? – tremi ao ouvir a sua voz. Escondo-me? Não, isso é demasiado óbvio. Já sei, vou tocar. É isso.

– Vou bem menino! A menina Annelise encontra-se no quarto. Sabe o caminho?

– Sei sim, obrigado – a voz dele já se encontrava mais perto.

Levantei-me rapidamente, indo pegar na minha guitarra. Corri de volta para a cama. Comecei a tocar a primeira música que me veio à cabeça, e como se o meu subconsciente me quisesse pregar uma partida, comecei a tocar a “I Miss You” dos Blink182. Ah foda-se, agora vou parecer uma madalena deprimida.

Ele bateu à porta, mas deve ter percebido que estava a tocar e entrou. Não levantei os olhos da guitarra e comecei a cantar.

Hello there, the angel from my nightmare, the shadow in the background of the morgue – tentei controlar a minha voz, para que ele não notasse o meu nervosismo. Sei que me ficou a encarar durante algum tempo, mas acabou por se ir sentar na cadeira da secretária – The unsuspecting victim of darkness in the valley. We can live like Jack and Sally if we want – isto é demasiado estúpido, eu nem sequer estou apaixonada por ele. Por isso ele que não invente que eu lhe estou a dedicar uma música! Saltei uma parte da música, e foi logo para a que mais gosto - Where are you? And I’m so sorry. I cannot sleep, I cannot dream tonight. I need somebody and always this sick strange darkness. Comes creeping on so haunting every time .And as I stared, I counted webs from all the spiders, catching things and eating their insides like indecision to call you. And hear your voice of treason.Will you come home and stop this pain tonight. Stop this pain tonight– de repente, as lembranças do meu oitavo ano voltaram, atordoando-me ao ponto de querer logo acabar com a música – Don’t waste your time on me, you’re already the voice inside my head – sussurrando cantei a ultima parte – I miss you, I miss you.

Ergui o olhar, encontrando um par de esmeraldas a encarar-me. Sem me dar tempo de reagir, ele desvia o olhar e concentra-se no material em cima da secretária.

– Posso… Posso usar um lápis e uma folha? – perguntou, numa tentativa de fazer a sua voz suar firme. Ele está tão abalado quanto eu…

– Claro – respondi e voltei a concentrar-me no instrumento pousado no meu colo. Desta vez, comecei tocar a “She Will Be Loved” dos Maroon 5, mas sem cantar.

Nenhum de nós voltou a falar, só se ouvia o lápis e a minha guitarra. Pergunto-me o que raio estará ele a fazer.

«»

Ouvi alguém a bater à porta e murmurei um entre.

– Menina, o lanche está pronto. Quer que traga aqui ou vão comer lá para baixo? – parei de tocar a encarei a minha empregada.

– Podes trazer aqui se não te importares Anastácia – ela assentiu, e saiu.

Olhei para o Kentin, que se encontra de costas para mim. O braço mexe-se freneticamente, como se quisesse passar tudo para o papel antes que se esquecesse de tudo. Ele veste uma t-shirt preta, e posso ver a sua corrente de prata. Nunca olhei o suficiente para saber o que está escrito nas chapas da frente. Um dia hei-de tentar ver!

Anastácia entra no quarto, atraindo toda a minha atenção para o tabuleiro cheio de bolachas de chocolate e de torradas acompanhadas por uma jarra de sumo.

– Aqui está menina, não deixe as torradas arrefecer – alertou-me. – Antes de ir, quero dizer-lhe que os seus pais ligaram a avisar que vão ficar mais tempo que o previsto na Inglaterra, e que só devem voltar sexta-feira – assenti com a cabeça. – Avisaram-me que o menino gosta muito destas bolachas, espero que sejam iguais às que come em sua casa. Se me der licença, vou-me retirar e volto mais tarde para recolher o tabuleiro – disse e saiu.

Assim que a porta é fechada, o Kentin levanta-se e vem sentar-se na cama, ficando entre mim e o tabuleiro. A esta altura, já ia na minha segunda torrada. Atrevi-me a encara-lo. Ele olhava para baixo devorando as bolachas umas atrás das outras. Sorri, ele parece uma criança assim.

Ele ergue a sua mão para pegar no sumo, acabando por também elevar o seu olhar. Assim que encontra os meus olhos, para tudo o que está a fazer. A bolacha ficou meia comida, o sumo ainda estava na sua mão e a sua respiração ficou acelerada. Tudo bem que ele esteja chateado comigo, mas isto não era a reação que eu estava à espera! Ele está a olhar-me de maneira tão estranha, tão intensa. E isto é muito esquisito, juro!

Sem aguentar mais, devolvi o meu olhar para a minha torrada e ouvi-o suspirar. Levantou-se e voltou para a secretária. Querendo arranjar um motivo para sair dali, peguei no tabuleiro e dirigi-me à cozinha.

Assim que lá cheguei, posei o tabuleiro e suspirei. Quem me dera nunca ter dito nada, pelo menos não sem provas.

Voltei a dirigir-me para o quarto, mas muito lentamente. Quando entrei na divisão, estava decidida a ver o ele fazia. Pus-me ao seu lado e tudo aconteceu muito rápido. Ele levantou-se, fazendo-me desequilibrar. Senti o meu corpo cair para trás e esperei o pior.

No entanto, em vez de sentir o piso frio, senti duas mãos quentes na minha cintura, puxando-me contra si. Abri os olhos – que foi um erro terrível! – e vi o Kentin mais perto do que alguma vez desejei. Senti a minha cara a ficar quente e tentei desviar o olhar. Tal só me foi possível assim que senti o meu corpo cair para trás mais uma vez. Voltei a fecha-los, e esperei mais uma vez (em vão) sentir o chão. Sei que quando reparei, tinha um corpo quente por baixo do meu. Sem precisar de olhar, soube que estava deitada sobre o peito do Kentin, um lugar que nunca pensei que fosse tão confortável como está a ser neste momento. Instintivamente, ajeitei-me para que ficasse mais confortável para ambos, e surpreendendo a mim mesma sussurrei:

– Desculpa… – Espero que ele perceba que estou a pedir desculpa pelo outro dia e não por te-lo feito cair, já que isso é culpa dele!

Ele estremeceu, parecendo que saiu de um transe. Apertou-me mais contra si. Pensei que ele não fosse responder, mas mais uma vez fui surpreendida.

– Porra Annelise… Porque tornas tudo difícil, hein? – a sua voz estava carregada de magoa. – Eu… Eu só queria uma amiga, será que nem isso posso ter? É pedir muito? – ouvi-lo falar assim, magoou-me mais do que qualquer queda que pudesse ter sofrido.

– Não Kentin, não é… Eu não vou negar aquilo que te disse no outro dia – senti os seus músculos ficarem tensos – mas admito que não devia ter dito aquilo, pelo menos não daquela maneira e sem provas… Eu não quero ficar assim contigo… Eu quero ser tua amiga… Podemos… Podemos tentar voltar ao que éramos?

Em vez de me responder, ele pega em mim como se eu nem sequer pesasse e pousa-me ao seu lado no chão. Levanta-se, coloca o lápis na secretária e sai do quarto.

Quando finalmente reagi, fui atrás dele. Corri até a entrada da casa, mas quando lá cheguei ouvi o motor de um carro que supôs ser o dele e desisti, deixando a minha mão quase a tocar na maçaneta da porta de entrada.

Resumidamente: Eu ia cair; o Kentin agarrou-me mas acabamos por cair os dois; eu passei por cima do meu orgulho e pedi desculpa; ele foi-se embora sem nem me responder.

É Annelise, as vezes mais vale deixares a tua curiosidade de lado. Impulsivamente, corri escadas à cima, assim que me lembrei do desenho.

Olhei espantada para o papel. Espantada tanto pela sua incrível capacidade de desenho como pelo facto de ele me ter desenhado .

«»

Senti o bolso das minhas calças vibrar. Peguei no telemóvel e desbloqueei-o, abrindo a mensagem.

German: Olá linda :)

Daqui a cinco minutos passo aí para te trazer

para o jantar. Espera à frente do portão.

Respondi um “ok” e levantei-me sem pensar muito naquilo. Fui ver-me ao espelho. O meu cabelo está preso num rabo de cabelo todo mal feito, estou com a cara horrível e a vestir uma das minhas camisolas enormes dos Green Day. Até me custa a crer que deixei o Kentin ver-me assim.

Superei. Não tenho tempo para trocar de roupa, por isso que se lixe. Vou só ajeitar este cabelo horrível. Tentei, dentro do possível, prender novamente o cabelo. Mas é óbvio, que com este tamanho todo – até ao meio das costas – que ficou todo torto na mesma. Um torto apresentável, acho eu.

Peguei no telemóvel juntamente com a carteira e desci as escadas a correr. Quando me viu, Anastácia perguntou onde ia, e sorriu assim que ouviu o nome “Kentin” proferido ao lado da palavra “jantar”. Fui em passo acelerado até chegar ao portão. Um carro preto, que reconheci ser dos senhores Petrov, já lá estava. Como não sabia o que havia lá dentro, devido aos vidros escuros, entrei para a parte de trás. Olhei para o sítio do condutor, sentindo os meus lábios rasgarem num sorriso assim que avistei a cabeleira loira. Fechei a porta do carro e ele virou-se para trás.

– Pelos vistos o Kentin não te falou mesmo do jantar – riu-se. Pensado bem, ele não falou mesmo! – A tua sorte é que eu conheço alguém que nos pode ajudar.

Agora que raciocino, ele não falou comigo a tarde toda, e pelos vistos vou lá jantar. E pela mensagem do Germano, eu devia saber que ia!

– Podes explicar-me o que se está a passar? – tentei não soar histérica. Ele riu-se mais um pouco, e pôs o carro a trabalhar.

– Os pais do Kentin pensam que ele te convidou para um jantar que vai haver cheio de militares na casa deles – Ok, se eles forem todos ricos como aquela família, então eu aparecer num jantar cheio de narizes empinados com uma camisola dos Green Day e uns calções aos coraçõezinhos que só reparei agora que estou a usar. – Só que devido às circunstâncias, ele não te disse nada. Mas não te preocupes, se ele queria que causasses má impressão, eu não deixo que isso aconteça. Ainda temos algum tempo para chegar lá.

O Kentin seria mesmo capaz disso, de tentar humilhar-me? Só por eu ter dito aquelas coisas sobre a Matilde? Ele não era capaz, era?


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Notas finais do capítulo

Então o que acham? Será que o Ken realmente queria que ela fosse humilhada?
Bem, eu cheguei à conclusão no outro dia que quero conhecer melhor as minhas leitores(as), e por isso, pensei em fazer uma pergunta no final de cada capitulo. O que acham? :/
Fico à vossa espera nos comentários! Beijinhos e até à próxima! ^^