Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 20
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá meus anjos! ^^
Não tenho grande coisa a dizer, a não ser que mais lá para baixo vou sugerir que coloquem uma música. Obviamente, não são obrigadas a faze-lo, mas foi essa música que me inspirou para escrever aquilo.
Quero dedicar o capítulo à BabyDoll, muito obrigada pela favoritação! :D
Vá, boa leitura! ^^

[obs: Capítulo editado e revisto a 30 de Janeiro de 2015]



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Durante o percurso nenhum de nós falou. A minha mente continuava confusa com tudo o que se estava a passar.

Por mais que estivesse chateado comigo, o Kentin que eu conheci nestes últimos dias – o por trás da fachada de revoltado – não seria capaz de fazer qualquer coisa de mal. Ele é um doce, um doce de pessoa. A única coisa que o faz mudar é a Matilde.

Será que é ela que está por trás disto? Se for, só posso dizer que o Kentin é um pau mandado nas mãos dela.

O carro parou, e o Germano saiu do carro, vindo abrir-me a porta. Encarei o edifico a nossa frente. Ergui uma sobrancelha e sem precisar de perguntar, ele explicou-me o porquê de estarmos no prédio do Kentin.

– Tenho tudo preparado lá em cima – ia perguntar-lhe o porquê, mas ele simplesmente me puxou até chegarmos ao elevador, que por sorte tinha acabado de descer. Entramos e ele carregou no botão do último andar.

Mais uma vez, preparei-me para questionar-lhe tudo. Porém, todas as minhas palavras desapareceram assim que senti o meu corpo ir contra a parede do elevador, sendo pressionada pelo seu musculado abdómen contido numa camisa preta justa.

– Assim não dá Anne – disse e começou a beijar-me. – Ficas demasiado sexy assim – murmurou no meu ouvido. Senti a minha pele arrepiar-se e ele voltou a investir os seus lábios contra os meus. As suas mãos foram para a minha cintura, apertando-a. Ele movimentou os lábios de maneira violenta, como se estivesse esfomeado. Por momentos senti que não ia conseguir acompanhar o seu ritmo. Ele agarrou as minhas pernas, fazendo com que as erguesse e as colocasse a sua volta. Ele agarrou-me de maneira a que não caísse e começou a beijar o meu pescoço. – Estava com tantas saudades, este fim-de-semana foi um inferno sem ti – voltou a beijar-me, sem me deixar responder. O meu corpo estava cada vez mais quente, a implorar por ele. Senti a sua mão subir nas minhas pernas, assustando-me. Estávamos a ir demasiado rápido…

Afastei a minha cara da dele. E ele pareceu perceber o que tinha acontecido e logo me pousou no chão. Baixei a minha cabeça. Nunca tinha feito nada assim com nenhum rapaz… Que vergonha, como vou olhar para ele agora?

– Desculpa – disse erguendo o meu queixo – acho que me entusiasmei demasiado – passou o polegar pela minha bochecha – perdoas-me, meu amor? – senti uma ponta no coração assim que o ouvi chamar-me assim. O meu estômago embrulhou-se, tentando vomitar-se. Como resistir a isto? Ah, Germano! Eu vou enlouquecer!

– E-Eu – olhos cinzentas, parem de me encarar! Respira Anne, acalma-te e formula uma frase. – Eu… Eu acho que não faz mal… Só achei que estamos a ir rápido demais – ele suspirou, e a sua expressão ficou ainda mais melancólica.

– Claro que faz. É como se eu estivesse a pressionar-te para algo que não queres! – disse, afastando-se de mim . A porta do elevado abriu-se. Ele começou a caminhar em direção à entrada do apartamento do Kentin. Tirou um molho de chaves e abriu-o. Entramos, ele apontou na direção do que pensei ser o quarto. Entrei lá e deparei-me com uma decoração simplesmente perfeita. Era tudo, mais uma vez em tons de verde. No entanto, não era um quarto masculino. Parecia uma espécie de casa para depois de casamento. E então tudo fez sentido na minha cabeça. Aquela casa era para mim e para o Kentin! Uma das mesinhas da cabeceira era para mim, um lado do armário era para colocar a minha roupa. Aquelas estantes na sala, eram para eu colocar os meus livros de músicas. Como é que o Kentin nunca percebeu isso? Aquilo era a nossa casa.

– O que achaste do vestido? – Que vestido?

Olhei melhor pelo quarto, parando sobre um pedaço de tecido azul estendido na cama. Era incrivelmente lindo. O top do vestido era um pouco transparente, contendo nas laterais uma espécie de bordado no tom azulado da saia. A cintura era demarcada por uma pequena barra e a saia era plissada. Peguei nele e encostei-o ao meu corpo, ficava um palmo acima do joelho.

Voltei a pousa-lo na cama. Reparei existiam também um monte de sacos em cima da cama, com a marca de uma loja de acessórios. Virei-me para encarar o Germano.

– Por que tens isto tudo aqui? – ele suspirou e coçou a parte de trás do pescoço.

– Eu estava a planear levar-te num jantar supressa amanhã – bufou – e como ia ser surpresa, arranjei esta roupa, para que fosse ainda mais especial… Mas parece que vou ter de pensar outra coisa…

Ó meu Deus, ele é tão querido!

Fui ter com ele e abracei-o fortemente. Ele correspondeu, puxando-me ainda mais contra si.

– Obrigada – falei baixinho. – Eu não sei o que fiz para merecer alguém tão bom como tu…

– Tu mereces o mundo Annelise, nunca penses o contrário.

«»

Assim que coloquei o vestido, abri os sacos retirando de lá um par de sapatos, uma pulseira, um conjunto de quatro anéis e uma bolsa pequenina.

Reprimi a minha vontade de ir de All Stars e comecei a calçar as sandálias pretas com um pouco de tacão. Eram aquele modelo Scarpin com plataforma ou qualquer coisa assim. Eu nunca tinha usado nada assim! Eu prefiro muito mais usar umas sapatilhas a isto, parece que vou cair a qualquer momento, que horror!

O Germano bateu à porta, entreabrindo-a.

– Posso? – assenti e ele encaminhou-se até a minha beira enfrente ao espelho. – Estás linda Anne, muito linda mesmo! – senti o meu rosto corar, e desviei o olhar. – Sentes-te confortável com os sapatos?

– Não muito – encarei-o através do espelho, vi a sua cara ficar triste. – Mas são lindos! E ficam mesmo bem com o vestido! – tentei remediar a situação, não gosto de vê-lo mal. Ele sorriu e foi até à cama, pegando na pulseira.

– Posso colocar-te? – perguntou com uma voz doce, todavia sensual. Abanei a cabeça em confirmação e ele começou a tira-la a da embalagem. Era uma espécie de corrente num tom prateado. – Eu… Eu pedi ajuda na loja para te comprar as coisas, mas esta pulseira foi a única coisa que quando pus os olhos soube que tinha de ser tua. Não te posso dar uma aliança, então aceita esta pulseira. Como uma espécie de símbolo para aquilo que eu sinto por ti, Anne – sorri, assim como ele. Pus os braços a volta do seu pescoço e dei-lhe um pequeno beijo. Sorri ainda mais depois que afastei os nossos lábios, afastei-me dele e dirigir-me à casa de banho.

Encarei a minha imagem no espelho. Que faço com está porcaria de cabelo agora? Soltei-o e comecei a penteá-lo com pente que encontrei num armário. Decidi que ia fazer uma trança de lado.

Assim que acabei, olhei-me mais uma vez. Provavelmente vou ser a única sem maquilhagem, e como diz a Camila, que se foda!

Fui ter à sala, onde o Germano se encontrava à minha espera.

– Vamos? – murmurei. Ele ergueu-se e começou a olhar-me de cima a baixo. Notando, que já estava à algum tempo a encarar-me, tossiu para aclarar a voz.

– Sim, claro – veio até mim e dobrou o braço para que encaixasse o meu.

«»

Ele estacionou o carro enfrente à entrada. Todos os outros sítios estavam ocupados com máquinas recém saídas da fábrica. Não sabia que era tanta gente!

Ele saiu para me abrir a porta e deu-me mais uma vez o braço. É tão mais fácil andar pendurada nele. Caminhámos até à porta. Antes que pudesse tocar à campainha, o Germano afastou-se e segurou a minha mão, impedindo-me.

– Eu não posso entrar por aqui. Deixa-me só despedir-me de ti, ‘tá bem? – assenti. Ele colou gentilmente os seus lábios nos meus, para um beijo calmo e carinhoso. – Vou vigiar-te o tempo todo, qualquer coisa que precises, faz-me um sinal. Tudo bem?

– Claro – sorri.

– Cuida-te, e não deixes que aquele idiota te aborreça linda – deu-me um beijo na testa e partiu em direção à porta dos fundos.

Toquei à campainha e esperei que me abrissem a porta. Estava à espera que fosse a Morgana, no entanto foi a senhora Linda que me abriu a porta.

– Ó! Chegaste Annelise! Que bom! – abraçou-me. – Estás maravilhosa!

– Muito obrigada Linda.

– Vem, vamos entrar.

Ela indicou-me para a divisão que segundo o Kentin era o salão de festas. Este nome faz-me lembrar os bailes de quando ainda havia príncipes e princesas. Lembro que quando ainda morava em Inglaterra, ia a bastantes “bailes” com os meus pais. A minha família britânica gosta bastante de manter as tradições.

Assim que lá entramos, senti todas as cabeças se virarem para mim. Por momento quis fugir dali, odeio ser o centro das atenções. Assim que me preparei para baixar a cabeça, notei dois olhos verdes que eu conhecia muito bem encarar-me. Fixei o olhar no seu e dirigir-me até ele. Ele encontrava-se com a boca ligeiramente aberta começando a descer os olhos pelo meu corpo. Também odeio quando os rapazes fazem isso!

Por mais estranho que pareça, o seu olhar não parecia o de um predador. Tinha algo mais intenso naquele verde-esmeralda, um tipo de sentimento que não consegui decifrar.

– Kentin – sussurrei assim que fiquei a sua frente.

– Anni-Annelise – ele pareceu nervoso. – Eu… Eu…

– Tu?

– Que bom que vieste querida! – ouvi a voz de Marcus, virei-me para cumprimenta-lo, acabando por ignorar o que quer que fosse o Kentin dizer.

– Olá senhor Marcus, é uma honra estar aqui – respondi-lhe.

– Sendo assim acho que já pudemos começar o jantar.

Sentei-me ao lado do Kentin, em frente a Linda e do meu lado direito estava um rapaz que devia ter uns vinte anos. As empregadas começaram a servir uma comida qualquer que nunca ouvira falar.

– Strogonoff – murmurou o Kentin. – Já provaste alguma vez?

– Não, acho que já tinha ouvido falar. A Camila diz que é das melhores comidas que existem na Rússia.

– A Camila é russa?

– Não, só os pais. Mas ela vai lá muitas vezes.

– Vais gostar, este é de frango – de repente aquilo pareceu mais apetitoso. – Sei que adoras frango, por isso pedi a minha mãe para que fizessem antes este.

Desvie os olhos, para poder encara-lo.

– Kentin?

– Sim? – virou-se para mim.

– Como é que estamos? – eu só queria entender tudo, desde o que se passou na sexta (conversa maravilhosa sobre a Matilde até ao que aconteceu hoje queda e o porquê de ele não me ter falado do jantar.

– Anne… – murmurou – Eu…

– Kentin, chegas-me o sal por favor? – o rapaz ao meu lado pediu. Como o Kentin não se moveu, acabei por ser eu a entregar-lho. – Obrigado – sorriu e usou-o e ergue a sua mão para mim. – Mikhail, primo do Kentin.

– Annelise – cumprimentei-o.

– Então tu és a famosa noiva dele! – assenti. – Muito bonita, devo dizer. Sabes, esse nome faz-me lembrar a minha primeira ama. Ela chamava-se Elise, era muito querida. Gostava muito dela. Lembro até que foi com ela que comi a minha primeira sopa…

O tal de Mikhail – que se pronuncia Michael – começou a contar-me a sua vida toda. Sim, TODA! Quando falou a primeira vez; quando deu o primeiro passo; quando beijou a primeira vez; e a lista de primeiras vezes contínua. Felizmente não cheguei à sexual, porque uma voz divina interveio:

– Ei Mikhail, não achas que já chega? Estou fartinho de te ouvir – Vamos todos louvar o Kentin!

Aproximei-me do seu ouvido e sussurrei um “obrigada”. Ele enrijeceu, e afastou-se um pouco de mim.

– Soube que na tua família ainda realizam bailes. É verdade, querida? – Linda perguntou-me.

– É sim. Desde que viemos para Portugal, só temos participado no de Natal de Ano Novo. Mas há sempre um a cada dois meses. São realmente incríveis e diferentes uns dos outros. Deve ser das tradições que mais gosto.

– Foi com isso em mente que pensei neste jantar. Em realizar uma espécie de baile, para que te sentisses mais em casa. Sei que não está à altura daquilo que vocês fazem lá, mas espero que gostes.

Com isto, indicou que devíamos voltar para a salão. Toda a decoração tinha sido mudada, fazendo parecer que tínhamos mudado de época. Estava tudo decorado em tons de dourado, havendo mesas e cadeiras encostadas à parede. Ao lado da janela, encontravam-se um conjunto de instrumentos de orquestra.

– Agora que estamos aqui todos, e antes de abrir a pista de dança quero apresentar-vos os músicos – assim que disse a última palavra, um grupo de mais ou menos quinze pessoas entraram e Linda começou a apresenta-los. Entretanto, esse não era o assunto que me interessava, mas sim quem abriria o baile.

– Kentin, quem é que vai dançar primeiro? – perguntei perto da sua orelha. Afinal de tacão é muito mais fácil ali chegar.

– Não sei, porquê?

– Porque normalmente quem abre os bailes é sempre o anfitrião. Ele pode escolher qualquer pessoa para o acompanhar na dança. É uma honra enorme para qualquer mulher ser a escolhida. Muitas vezes, os homens usam isso para demonstrarem os seus sentimentos pela parceira, ou até mesmo numa tentativa de flerte. Mas voltando à mulher, ser a primeira a dançar significa que ela, de entre tantas e talvez mais velhas, aquela pessoa reparou nela. Que de alguma forma, aquela mulher significou alguma coisa para ele, percebes?

– Sim – ele abanou a cabeça – já alguma vez abriste um baile? – perguntou com um sorriso de canto.

– Não, sempre fui muito nova para que pudesse ser escolhida.

– E agora já podes? – assenti com a cabeça. Ele não disse mais nada e começou a prestar atenção naquilo que a mãe dizia.

– Bem, agora que já está tudo introduzido, que tal começarmos? Kentin? – ele foi até à beira dos músicos e comentou qualquer coisa. A seguir, foi até à rapariga que presumi ser a cantora, por estar à beira do microfone. Ela anuiu e sorriu-lhe de maneira doce. Kentin foi até ao centro, e percorreu os olhos pelo salão, parando em mim. Começou a caminha na minha dança, e fez uma pequena reverência.

– Dás-me a honra de uma dança?

– S-sim – murmurei, agarrando a sua mão. Levou-me até ao centro e pôs a uma mão nas minhas costas, puxando-me para si.

[N/a: ponham a música se quiserem]

Uma melodia suave de um piano começou a tocar, seguindo-se a voz doce da rapariga. Começamos a mexer-nos lentamente, presos no olhar um do outro. Ele conduzia-me sem precisar de muito esforço, como se tivesse treinado a vida toda para isso.

Senti-o seu toque ficar mais preciso sobre o tecido transparente, ruborizei.

Ele tem as mãos tão quentes, tão confortáveis.

Sorriu-me de maneira terna e aproximou a sua cara da minha.

– Estás linda – disse baixinho. Sei que fiquei mais vermelha e não consegui formular nenhuma frase coerente, não com ele a olhar-me tão intensamente. Deixei a minha cabeça ir até ao seu ombro, posando de maneira a ficar com o nariz perto do seu pescoço. Notei a sua pele ficar arrepiada com a minha respiração, sorri. Senti o seu perfume viciante e enrosquei mais a minha cabeça para perto do seu pescoço, querendo cheira-lo mais.

Baixou a sua mão para a minha cintura, fazendo pequenos movimentos circulares com o polegar. Ergui a cabeça, e voltei a encarar as suas orbes verdes.

– Os teus olhos são tão lindos Kentin – murmurei, sem me conter. Voltei a encostar-me com vergonha e ele puxou-me ainda mais para si. – Eu não queria que as coisas estivessem assim entre nós… Eu gosto muito de ti Kentin, não quero que estejas chateado comigo…

Ouvi-o suspirar e de seguida pôs a sua cabeça por cima da minha.

– Acho que mesmo que quisesse, eu não ia conseguir ficar chateado contigo Anne… - os meus lábios abriram-se num sorriso.

Um monte de pares começou a dançar à nossa volta.

Encarei-o e inclinei-me para ele, dando-lhe um suave beijo na bochecha. Ele corou, e tentou esconder a sua cara no meu pescoço. Para o impedir, pus uma mão na sua cara, acariciando a bochecha.

– Tu mereces mais que ela Kentin – disse, tentado fazer a cara mais carinhosa que conseguia. Ele desviou os seus olhos de mim. Não querendo constrange-lo mais, voltei a pousa a minha cabeça e deixei-me guiar por ele – I’m telling you, to take your shot ,it might be scary. Hearts are gonna break – murmurei contra a sua pele.

– Não utilizes a tua voz maravilhosa para me persuadir – disse, num tom divertido.

Together we can just let go, pretend like there’s no one else here that we know – continuei. – Está a resultar? – perguntei já olhando para ele. Ele soltou uma pequena gargalhada e fez que não com a cabeça. – Vou ter de continua a cantar? – ele voltou a negar. – Então? – ele parou de dançar e abraçou-me.

– Fica só aqui comigo, isso já chega.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Muito lamechas? xD
No proximo já vamos ter o ponto de vista do Kentin, e uma grande "revelação" por parte dele ahaha xD
Tem aqui a roupa dela, se quiserem ver: http://www.polyvore.com/annelise_cap.18/set?id=133100354
Vá, beijinhos! Fico à vossa espera nos comentários!
ps: acho que estou a deixar-vos mal habituadas por tar a postar capítulos tão rápido xDD