Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Eu sei, demorei muito para voltar a postar. Mas estava mesmo sem inspiração...
Quero agradecer à Sofiag1 pela favoritação e dedicar-te o capítulo! Muito obrigada!
Este cap está um pouco chato, mas acho que era necessário para conhecerem melhor um pouco a Annelise.
Enfim, espero que gostem! Vejo-vos nas notas finais!
Boa Leitura! :D

[obs: Capítulo editado e revisto a 22 de Dezembro de 2014]



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Annelise’s P.O.V

– Posso saber o porquê de estarmos aqui? – perguntou enquanto se sentava.

– Não é óbvio? – ele abanou com a cabeça em negação. – Bem, se é para começar de novo, nada melhor que o sítio onde falamos pela primeira vez.

Estamos sentando no mesmo banco do meu jardim onde tudo começou. Daqui podemos ver a piscina ao fundo e o enorme jardim de rosas que a minha mãe faz questão de ter. No fundo até é um sítio bonito, não é dos meus preferidos mas não posso dizer que seja feio.

– Tudo bem – disse. – E como pretendes “começar de novo”? – fez aspas com os dedos.

– Agora era a parte em que me ajudavas, n’é? – ele soltou uma pequena gargalhada e voltou a negar com a cabeça. – Ó… Sei lá – suspirei. Eu já tinha planeado esta coisa toda ontem, antes de ir dormir, só me falta perder o medo de que ele possa gozar comigo. – Hum… Prometes que não gozas comigo? – ele fez que sim com a cabeça. Já estou a ficar farta da comunicação gestual dele! – Bem… Eu pensei que… podíamos, tipo… Er… Apresentarmo-nos outra vez – disse. Ele voltou a rir, mas desta vez levantou-se e pôs-se à minha frente estendendo a mão.

– Eu sou o Kentin Petrov, tenho dezoito anos feitos a seis de Março deste ano. Pretendo tornar-me militar e atualmente candidato a teu noivo – declarou num tom sério.

– Annelise Williams, dezassete feitos em a vinte e quatro de Maio deste ano. Não faço a mínima ideia do que quero ser e, pelos vistos, sou tua noiva – respondi na mesma pose séria apertando a sua mão. Acabamos por não resistir muito tempo e começamos a rir.

– E o que vamos fazer agora, Annelise? – perguntou com a sobrancelha arqueada.

– Talvez conhecermo-nos melhor…?

– Ó, não me digas! Eu quero é saber como! – afirmou divertido.

– Ah! Vem comigo então – ele achou estranho, mas seguiu-me na mesma – Queres começar pelo meu quarto ou pelos álbuns de fotografias?

«»

– ‘Pera, esta és mesmo tu? – ele ainda não tinha parado de rir. – Ó meu Deus! Qual é a criança que se veste de gafanhoto no carnaval? – continuou a rir.

Sim, ele preferiu começar pelos álbuns com era óbvio. Neste momento está a ver uma foto minha de quando tinha 6 anos.

– Eu não tenho culpa de gostar de gafanhotos! Não vês que eles saltam muito e são verdes? – argumentei.

– Sim, perfeitamente normal gostar de gafanhotos – disse, sarcástico. – Vá, mostra-me mais. Estou a gostar bué disto.

Fui buscar mais uma data de álbuns de fotos para ele, enquanto ele esperava sentado no sofá.

– Queres mais antigos ou mais recentes que esse? – perguntei enquanto vasculhava no armário.

– Mais recentes.

Peguei nuns e voltei a sentar-me. Ele começou a ver aquilo desatando a rir quando havia alguma foto vergonhosa. De repente, ficou em silêncio e deixou de virar as páginas. Olhei-o. Encontrava-se bastante sério, bastante sério mesmo!

– Quem são estes? – perguntou sem tirar aquela ar de chateado.

Olhei para a fotografia que ele estava a apontar.

– Bem, está aqui é a Camila – apontei para a miúda ao meu lado. – Este é o Pedro – indiquei sobre o rapaz moreno que estava ao lado da Camila – e aqui é o João – afirmei por fim.

– E este aqui? – apontou para o rapaz loiro que estava ao meu lado, com a mão por cima dos meus ombros. Desviei o olhar e suspirei.

– Esse é o Lucas – respondi ainda sem o encarar.

– Algum problema com ele?

– Não, nenhum… Vem, vamos ver o meu quarto! – declarei levantando-me e arrumando as fotos no sitio. Provavelmente notou a maneira brusca com que mudei de assunto, mas não interessa.

Dirigimo-nos para o meu quarto que ficava no andar de cima. Ao chegar lá, notei que o Kentin ficará um pouco surpreso com o que vira. Não sei o porquê, afinal não passa de um quarto normal. Tem uma cama de casal no meio do quarto. Uma mesinha de cabeceira de cada lado, repletas de tralhas como colares, anéis e papeis. Na parede em frente à entrada tem uma porta que dá à minha pequena varanda. Ao lado dessa porta, estão as minhas duas guitarras, a acústica e a elétrica. Depois ainda há uma secretária encostada à parede enfrente à cama. Assim como um armário ao lado da porta de entrada.

– Não era nada disto que eu estava à espera – disse, e dirigiu-se para a secretária. – Pensava que tinhas um monte de pósteres de bandas de rock. Que em vez de verde, a cor maioritária fosse preto. E estava à espera de uma coleção de instrumentos. Ou então pelo menos um piano – soltei uma gargalhada e sentei-me na ponta da cama.

– Afinal não sou nada do que achavas – ele começou a mexer em tudo por onde passava, como se estivesse à procura de um tesouro no meio das minhas coisas. Até que acabou por se sentar à minha beira.

– Juro que acho o teu quarto mesmo estranho – comentou. – Afinal como é que sabes tocar piano, se não tens nenhum em casa? – virou-se para mim para poder encarar-me.

– Aprendi no piano da casa da Camila, já que passo lá muito tempo quando os meus pais têm de ir a Inglaterra ou assim. Embora ultimamente eles não tenham ido.

– Porque não lhes pedes um? – suspirei. Já devia saber que ele ia acabar por fazer muitas perguntas.

– Eu já pedi… Mas eles acham que já chega ter as guitarras – ele pareceu estranhar a resposta, mas não falou mais nada.

Ficamos em silêncio durante algum tempo, até que ele notou um post-it colado no espelho ao lado do armário e levantou-se para ir vê-lo.

– “I'll wait all day just for a “maybe” / I'll be everything you need/I'm trying to find a way to be worthy 1. Não te esqueças, sim?” – Leu em voz alta – Porque tens isto aqui?

– Para não me esquecer, não é óbvio? – Porque raio tem de perguntar coisas que não lhe interessam?!

– Realmente, és mais estranha do que eu achava – declarou e voltou a sentar-se – e agora Anne?

– Não sei Kentin. Não sou nenhum poço de ideias – respondi.

– Tenho a impressão que alguma coisa te deixou mal-humorada – revirei os olhos. Ele saiu da cama e pôs-se à minha frente. – E eu não gosto nada de te ver assim – abaixou-se e esticou os braços na minha direção e sem que eu tivesse tempo de assimilar o que estava a acontecer, começou a fazer-me cocegas.

– Kentin! P-para! – disse enquanto me contorcia e soltava gargalhadas – P-por ... f-fav-vor – supliquei. Ele parou, olhou para mim e sorriu. Mas nem cinco segundos depois voltou a atacar-me. Quando reparei, já estava deitada na cama com ele por cima de mim a divertir-se às minhas custas – K-ken… Por favor – forcei a minha voz, mas uma vez – e-est-tou a-a –f-fic-car s-sem ar. – Ele ouviu as minhas preces e parou, mas não se mexeu e ficou a encarar-me.

Lembrei-me da posição em que estamos e desviei o olhar. Acho que fiquei vermelha. Ele soltou uma gargalhada e saiu de cima de mim, deitando-se ao meu lado.

– Acho que devias saber que ficas muito melhor a sorrir – falou após algum tempo em silêncio.

– Toda a gente fica melhor a sorrir Kentin – comentei divertida. Ele riu-se pelo nariz e abanou a cabeça.

– Fala-me de ti – pediu.

– De mim? Que queres saber?

– Qualquer coisa. Tenta descrever-te ou assim.

– Hum… – Que lhe digo? Falar de mim é muito mais complicado que falar dos outros. Jura Anne? Ninguém sabia isso. – Bem, eu gosto de torradas com muita manteiga, de tocar e de cantar. Adoro Green Day e Thirty Seconds to Mars. A minha música favorita deles é a “Stray Heart” e “City Of Angles”, respetivamente. Gosto de filmes de comédia, mas também daqueles que nos fazem chorar rios. Não sou grande adepta de flores, mas adoro tulipas. Sou muito deficiente quando estou com os meus amigos e só digo merda. Quando acordo odeio lavar a cara, porque é frio. Adoro mesmo gafanhotos – ele soltou uma gargalhada – mas também adoro gatos. Um dia gostava de ter um. A música que mais gosto de tocar é a “Amy” dos Green Day, e dos Thirty Seconds to Mars é a “100 suns” ou a “Alibi”, fico muito indecisa nessas duas. Gostava de ir morar para Inglaterra no futuro, aliás, o mais rápido que poder. Às vezes sinto que é lá que está a minha vida… Talvez por influências do meu pai que não gosta lá muito de Portugal, embora seja “um bom país para negócios” como ele diz. Não sei que mais te dizer Kentin – suspirei.

– Disseste tanta coisa que eu não sei que te responder. Mas vou tentar falar de tudo –suspirou. – Não sou grande adepto de torradas, prefiro bolachas de chocolate. Aquelas que e tipo bolacha maria com chocolate no meio, sabes? – assenti. – Er… Que falaste a seguir? Ah, já sei! Não sei tocar nada para além de flauta que aprendi na escola. Sou horrível a cantar. Quanto a música, também gosto de Green Day, mas prefiro música mais eletrónica. Como Avicii ou Zedd. Gosto de filmes de terror e de comédia também. Não gosto de flores, t-

– Pois, és um machão, óbvio que não – interrompi a sua fala. Ele revirou os olhos e prosseguiu.

– Como eu estava a dizer – ele fazia cara de chateado, mas na sua voz dizia exatamente o contrário. – Toda a gente é deficiente quando está com os seus amigos. Tanto me faz gatos ou cães, gosto dos dois. Se nós fossemos realmente casar e estivéssemos apaixonados, eu provavelmente diria que poderíamos ter um gato quando morasse-mos juntos – sorri. Ele deve ser realmente um amor com a Matilde. Quem é a burra que não aproveita um rapaz como o Kentin? – Como já te disse, pretendo seguir a carreira militar, tal como o meu pai. Por isso, não tenho nenhum sítio específico que queria morar, estou bem aqui. E quanto ao achares que está lá a tua vida, gostava de saber o porquê, mas não te vou perguntar. Não te preocupes – respirei de alívio, não quero falar daquilo. Chega-lhe saber que quero ir para lá.

Ficamos mais alguns minutos em silêncio, deitados na minha cama a olhar para o teto. Ouvi-o suspirar.

– Bem, acho que vou embora. Quero dedicar algum tempo a treinar a sério, já não o faço há muito – levantou-se a estendeu-me a mão para me ajudar. Aceitei e deixei-me levar. E sem dúvida que foi uma má ideia... Agora estamos colados, se fosse mais alta acho que a minha cara chocava com a dele. Olhei para ele (leia-se para cima, porque ele é um gigante) e estava a encarar-me com um grande sorriso. – Ups… Acho que usei força a mais. Mas já que estamos assim, vou aproveitar-me da situação – puxou-me ainda mais e por fim abraçou-me. Ok, eu não estava à espera disto. Pelo menos assim tão rápido como se já nos conhecêssemos há séculos. Apesar disso deixei-me estar nos seus braços e abracei-o de volta. – Desculpa por estar a abraçar-te assim, mas estou mesmo feliz por seres minha amiga. Há algum tempo que não tinha alguém. Obrigado – beijo-me a testa e saiu do meu quarto.

Eu até ia atrás dele, se não estivesse paralisada pelas suas palavras. Como assim ele não tem ninguém há algum tempo? A Matilde não conta? E aquelas rapazes gémeos também não? Ele não parece o tipo de pessoa que seja rejeitado pelos outros. Tirando quanto está armado em parvalhão, é fácil conviver com ele. Além disso, o Kentin é bonito, muito bonito mesmo. Não faz sentido… A não ser que tenha a ver com aquilo que ele tanto esconde… Arg! Que rapaz mais confuso meu Deus!

Senti o meu telemóvel vibrar dentro do bolso dos meus calções. No ecrã dizia “Nova mensagem: Germano”

Estou no parque em frente à tua casa, tens 5 minutos

para chegares! :)”

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1“Eu esperarei o dia todo só para um “talvez” / Eu serei tudo o que precisas/ Estou a tentar encontrar uma maneira de valer a pena” – letra adaptada da “Lovestruck” dos The Vamps.


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, quero dizer-vos que publiquei uma one-shot "Rapariga do Norte", se quiserem ir ler está aqui o link: http://fanfiction.com.br/historia/524740/Rapariga_do_Norte/
Espero que tenham gostado, fico à vossa espera nos comentários. Beijinhos! ^^