Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olááá! Eu sei que demorei mais que uma semana, mas estava mesmo complicado!
O meu gato desapareceu e com ele foi a minha vontade de escrever nos primeiros dias, desculpem mesmo!
Mas vamos falar do capítulo, eu queria muito fazer um P.O.V do Kentin (e fiz né, mas queria o cap todo xD) mas como voces queriam muito ver o que acontecia com o Germano e a Anne eu resolvi meter os dois pontos de vista. Eu não gosto muito de trocar de narrador a meio de um cap, mas achei a parte do Ken tão fofa que não resisti em po-la xD
Caso tenha algum leitor que não joge amor doce alguns esclarecimentos (se tu jogas, ignorar esta parte e vai logo para onde diz "Boa Leitura!"): Na história do jogo, o Castiel e a Debrah namoraram, só que entretanto apereceu um contrato para os se lançarem no mundo musical. O problema foi que Debrah quis ter sucesso sozinha, por isso armou um plano para que o Castiel não fosse chamado. Isso resoltou num Castiel com um par de cornos, e uma Debrah feliz. Mais tarde, tudo aquilo que a rapariga fez é descoberto e o Castiel manda a Debrah para o caralhinho. Basicamente é isso que precisa de saber.
Sem mais demoraras, boa leitura! ^^

[Obs: Capítulo editado e resvisto a 8 de Janeiro de 2015]



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Kentin’s P.O.V.

Talvez eu esteja possuído, não sei. Mas desde que fiz as “pazes” com a Annelise, sinto-me mais feliz. E isso é estranho, porque já há algum tempo que isto não me acontecia. Agora vinha a parte em que eu falava do meu passado triste, mas estou demasiado alegre para o fazer.

No fundo, acho que o Germano consegue distinguir melhor as pessoas que eu. Diferenciar entre aquelas em que se deve investir das que devemos manter-nos sempre afastados. A Anne é um exemplo disso. Ela não é nada daquilo que eu achava e até o Castiel percebeu primeiro que eu.

E por mais estranho que possa parecer, estou deitado na cama a desejar não ter saído da casa da ervilha. Não que esteja com saudades, mas ela é uma boa companhia e faz com que não me sinta sozinho. Eu gosto disso, gosto muito.

Ouvi alguém a bater a porta. Ergui o tronco e vi a cabeça do Germano aparecer por detrás da mesma.

– Já estás aqui, que bom – entrou. – A Anne está em casa? – ergui a sobrancelha. Por que raio me está a perguntar isto? – Não faças essa cara Kentin! Pensava que já tinhas passado a fase de negar a miúda.

– Não é nada disso! Só não percebo o porquê de me estares a perguntar isso…

– Ah! Bem… Eu quero fazer-lhe uma espécie de surpresa – disse sentando-se na cama. – Por isso, ela está ou não?

– ‘Tás mesmo empenhado nela, não? Nunca te vi assim por alguém – soltei uma gargalhada. Torna-se até estranho ver o Gera tão interessado em alguém por mais de uma semana. Ele nunca foi muito virado para namoros. ’Pera, será que eles namoram? Ela ter-me-ia contado se o fizessem, certo? – Afinal que se passa entre vocês? – tentei manter a minha voz normal.

– Ah… Sei lá Kentin – suspirou e começou a encarar o teto. – Eu acho que 'tamos naquela parte em que ambos sabemos que gostamos um do outro, mas ninguém assume, sabes? – abanei com a cabeça em concordância, embora não seja verdade. Nunca tive nenhuma namorada ou fui correspondido. – Pronto, é isso… E... E eu estou a pensar fazer a “relação” ganhar forma percebes? Só que acho que enquanto houver o vosso noivado, ela não vai querer. Supostamente vai ‘tar a trair-te – soltei o ar que, sem saber, segurava.

– Acho que ela sabe que não vai estar a trair-me. Nós não temos nada para além desta nova amizade que estamos a tentar formar – disse num murmúrio, sentido cada palavra espetar-se em mim como uma faca.

– Ah, pois é! Vocês agora não discutem nem nada. Que aconteceu na casa de férias para vocês ficarem assim? – a sua voz foi ficando cada vez mais séria, assim como a sua expressão facial. Não sei porquê, mas o meu subconsciente gritou para que não lhe contasse. E pela primeira vez desde que voltei da escola militar, ouvi-o.

– Bem, nada de especial. Só achamos que como temos de conviver mais vale que o façamos a bem. Não achas? – a sua “aura negra” suavizou assim que acabei de falar. – Ciúmes Germano? – perguntei sorrindo de canto.

– Quê? – levantou-se. – ‘Tás tolo?! Óbvio que não! – comecei a rir-me da sua reação. Está mesmo com ciúmes. – Para de gozar comigo camelo! Olha, ainda não me disseste se ela está ou não em casa.

– Ela não me disse que ia sair, por isso suponho que ainda esteja – o rosto iluminou-se e vi-o sorrir como uma criança. Mas não se enganem, parecia uma criança diabólica! O Germano sempre teve um feitio maldoso nas suas expressões. Mas toda a gente sabe que ele é das pessoas mais bondosas que por aqui existe, por isso nunca ligamos muito. Além do mais, tal coisa nunca é vista quando ele está acompanhado por alguém do género feminino. Acho que ele tem mesmo um dom natural para seduzi-las.

– Que bom! Achas que ela ia gostar de um piquenique? – perguntou, num tom incerto. Claro que vai gostar burro! Ela adora coisas simples! Esta devia ser a resposta que devia ter saído da minha boca, no entanto o meu cérebro preferiu algo com menos facas afiadas:

– Acho que sim…

– Ainda bem, a Annelise é bastante imprevisível e tenho medo de desaponta-la ou assim… - Algo doeu ainda mais. Ele realmente preocupa-se com ela.

– Bem, eu acho que ela vai gostar. E devias mesmo tentar “dar forma” à vossa relação. Os olhos dela brilham sempre que és mencionado. E sei que ela ficou triste quando percebeu que eu já não preciso mais de motorista – a cada palavra dita, o meu peito ia se rasgando. Eles merecem ser felizes, e eu farei de tudo para os ajudar. – Não sei o que é que ainda estás aqui a fazer, vai lá ter com ela. – Como uma criança obediente ele saiu a correr pela porta, deixando-me deitado na cama, com uma dor esquisita na alma.

«»

Annelise’s P.O.V.

Saí de casa em direção ao parque em menos de dois minutos. O meu coração parece que vai ter um ataque cardíaco a qualquer momento quando o assunto é o Germano. É incrível a maneira com que ele me põe nervosa.

Assim que cheguei, corri a entrada toda com os olhos mas não o encontrei. Senti o telemóvel tremer.

“Espero que já tenhas chegado!

Bem, agora é só seguires as rosas! ;)

Como assim seguir as rosas?

Voltei a observar o parque à procura das tais rosas. Até que encontrei um caminho feito de pétalas. Será isto que ele quer? Decidi percorrer o trilho. Quanto mais andava, mais árvores apareciam. Nunca vim para este lado do parque. A minha mãe disse que aqui era o sítio dos namorados, então sempre evitei correr por aqui.

De repente, sinto uma presença atrás de mim. Antes que me possa virar, alguém me tapa os olhos com as mãos e aproxima a sua boca do meu ouvido, fazendo-me sentir a sua respiração. O meu coração voltou a agitar-se.

– Linda menina – sussurrou. – Acho que mereces uma recompensa – beijou levemente o meu ombro. – Vou tirar as mãos só para que te possas virar para mim – assim que me “soltou”, voltei-me para ele. Sorria como uma criança que recebeu aquilo que queria no Natal. Ele agarrou-me a cintura e ergueu-me no ar, rodopiando-me logo de seguida. – Senti tanto a tua falta – disse assim que posou no chão e me abraçou. Encostei a minha cabeça ao seu peito.

– Também tive saudades – murmurei.

– Que tal irmos andando? – encarei-o com uma sobrancelha arqueada. – Que foi? Achas que te mandava vir para aqui só para isto? – abanei a cabeça afirmativamente. – Então achas mal – segurou a minha mão e começou a puxar-me levemente.

Andamos mais alguns metros até chegarmos a uma tolha aos quadradinhos com uma cesta em cima. Sei que devo estar a sorrir como uma parva…

– Um piquenique? – não consegui esconder o entusiasmo. Virei-me para ele, também sorria.

– Bem, para mim é um lanche num parque. Mas acho que pode chamar-se disso também – afirmou enquanto coçava a cabeça. Puxou-me para a toalha e disse-me para me sentar. Começou a tirar as coisas da cesta. Havia uvas, sandes de queijo e fiambre, dois Ice Teas de manga e dois croissants. – Podia armar-me em príncipe ou algo do género, mas estou com preguiça. Por isso serve-te – soltei uma gargalhada e peguei naquilo que mais me chamou a atenção. Já comentei que adoro croissants?

«»

– Que vamos fazer agora? – perguntei assim que acabamos de arrumar tudo dentro da cesta.

– Bem, eu acho que nos podíamos sentar naquele banco – apontou com o queixo e puxou-me para lá, fazendo-me sentar no seu colo. – Eu preciso de falar contigo sobre algo que me tem atormentado estes últimos dias – encarei-o. Não me lembro de já ter visto o Germano assim tão sério alguma vez. Nem mesmo quando está a trabalhar.

– Então diz – ele suspirou algumas vezes.

– Olha, quanto tempo é que ainda tens de ter os encontros e essas coisas com o Ken? – Quê?! Isto é o assunto sério?

– Até ao fim do verão mais ou menos, porquê? – ele voltou a suspirar e desviou o olhar.

– Será que não podes antecipar a data?

– Porquê Germano? Não estou a perceber onde queres chegar! – levantei-me ficando de costas para ele. Ele imitou o meu ato, pondo os seus braços à minha volta.

– Eu… Eu quero ter-te só para mim! Quero poder dizer a toda a gente que gosto de ti e que tu gostas de mim. Quero pedir-te em namoro, dizer que te amo até enfrente aos teus pais se for preciso! Será que não percebes que me custa ver todos os dias o Kentin ir ter contigo e saber que ele pode tentar conquistar-te a vontade porque é teu noivo – disse a última parte num sussurro. De repente, tudo ficou claro para mim. É compreensível que ele se sinta inseguro por causa do noivado, embora eu não o leve muito a sério. Virei-me para ele, a apertei-o o mais que pude num abraço.

– Não precisas de ter medo German – murmurei contra o seu peito. – Eu gosto de ti, só de ti. Além do mais, eu e o Kentin não estamos a tentar apaixonar-nos um pelo outro. Aliás, ninguém pode obrigar o seu coração a amar alguém – ele puxou-me contra si. – Eu não posso adiantar nada, mesmo que quisesse – arrependi-me de imediato assim que as palavras saíram da minha boca. O Germano soltou-me com alguma brusquidão.

– Tu não queres?! Queres continuar com essa farsa de pré-casamento entre vocês?! Tu gostas dele, é isso?! – eu sabia que ele tinha intendido errado.

– Não é nada disso! Eu… Eu só acho que o Kentin precisa de alguém – ele voltou o seu olhar para mim. Os olhos azuis transmitiam raiva e dor. – Não dessa maneira que estás a pensar! Ele precisa de um amigo, e eu posso dar-lhe isso! Dar-lhe a amizade que ele precisa! Ele sente-se sozinho… E… E eu quero ajuda-lo… - Fui-me aproximando dele até finalmente poder voltar a abraça-lo.

– E não podes ser amiga dele mesmo sem o noivado? – a voz dele saía fria, monótona.

– Claro que posso, mas acho que ele ia fugir na primeira oportunidade. Ele tem medo de se relacionar e ao menos com isto ele é obrigado a estar comigo. Apesar disto, também não quero desiludir os meus pais… Eles conheceram-se desta maneira, e acho que iam ficar tristes se eu pelo menos não levar isto até ao fim – olhei para ele, agarrando-lhe a cara para que olhasse para mim. – Agora, onde está o Germano confiante que me encostou à parede e ao carro. Ah e também a uma árvore? –perguntei sorrindo. Ele sorriu também e beijou-me. Não seus tolos, não fizemos sexo com a boca! Foi um simples encostar de lábios, um gesto simplesmente carinhoso!

– Tudo bem. Mas prometes que assim que isto acabar serás minha? Só minha? - ele olhava para mim com esperança. E algo na minha mente gritou: Não faças promessas quando estás feliz, principalmente de coisas que não sabes se podes cumprir!

Quando ia responder, alguém interrompeu-nos.

– Olha se não é a minha anã enervada favorita! – a voz rouca do Castiel fez-nos afastar apressadamente. – Tu e o K- Espera! Esse é o Germano! – virei-me para o ruivo. Encontrava-se acompanhado por uma miúda de cabelo castanho, um pouco alta e com bastante maquilhagem. Notei o Germano ficar tenso ao meu lado. Seria pela presença do Castiel ou da tal morena que me avaliava de cima abaixo várias vezes? – Que estão aqui a fazer os dois?

– Acho que não é da tua conta, Castiel – respondeu o Germano com a voz mais arrogante que alguma vez ouvira vindo dele.

– Talvez não seja, mas não deixa de ser estranho quando era suposto a Annelise estar com o Kentin e não contigo – notei que a outra (aquela que ainda não parou de me encarar) não estava a perceber nada e apertou um pouco o braço do Castiel, chamando-lhe à atenção. – Ah, pois é. Tu não estás apar disto, Debrah. Esta amostra de pessoa aqui – disse apontando para mim – é a Annelise. Ela está noiva do Kentin por causa de uma treta qualquer sobre uma tradição. Ela e o Kentin não se entendem e pelos vistos ela e o Germano entendem-se bem – notei o tom irónico na sua frase. – Será que podes trocar assim de noivo? Também me posso por na lista? – o habitual sorriso de canto formou-se assim que disse a ultima frase. Ia responder, mas o loiro não me deu tempo.

– Pensei que depois de tudo o que essa aí te fez, não fosse voltar a falar com ela. Pelos visto há quem goste de ser corno… – Ok, agora sinto-me a mais aqui…

– Como tu próprio dizes, isso não é da tua conta. Mas não Germano, ela veio para me fazer uma proposta e eu ia ouvi-la, embora já saiba a resposta – virou-se para a rapariga. – Debrah, diz de uma vez o que queres, qualquer tempo passado contigo é um desperdício – ela olhou-o mortalmente pelo comentário.

– Cast, lindo… Eu não acho que seja este o momento – nem sei o que é mais falso, se aquele peito cheio de algodão ou a voz “carinhosa” dela. Vomitando muito.

De qualquer maneira, o Castiel não gostou da resposta e soltou o braço que ela fazia intenção de segurar.

– Olha Debrah, tudo bem. Falamos depois então. Agora tenho uns assuntos a tratar com aquela ali – disse apontando para mim. De seguida, veio ter comigo e pegou-me como um saco de batatas. – Vamos anã, temos muito que conversar – antes que eu pudesse protestar, o Germano meteu-se a sua frente.

– Onde pensas que vais com ela? – eu não conseguia ver a sua cara, mas pela voz eu diria que ele está bastante assustador. O Castiel riu-se nasalmente e posou-me no chão. Torna-se estranho vê-lo desistir tão rápido. Antes de me soltar encostou a boca ao meu ouvido e sussurrou.

– Cuidado Anne, eu não posso estar sempre a proteger-te – largou-me e puxou a tal Debrah com certa força e foi embora.

Olhei para o Germano. Ele limitou-se a apontar com a cabeça o caminho para irmos embora. Fomos em silêncio até à entrada do parque. Como não estava a espera que dissesse nada, comecei a dirigir-me para casa, entretanto fui impedida por um abraço repentino.

– Desculpa… Eu… Eu não gosto muito do Castiel, nem sequer daquela rapariga… E bem… Fiquei com um pouco de raiva por eles terem estragado o “nosso” momento. Perdoas-me? – como resistir aquela voz sexy, hum? Assenti com a cabeça, levando-o a beijar-me. Mas desta vez um beijo a sério. Parecido com o nosso primeiro, porém muito melhor.

«»

– Menina Annelise, tem o telemóvel a tocar – Anastácia veio chamar-me a varanda. Ela está a arrumar-me o quarto, por isso vim para fora tocar guitarra para que ficasse à vontade. Levantei-me e pousei o instrumento. Entrei e pude logo ouvir a voz do Nathan Sykes a cantar “Sateliete”

We can take on the bodies of angels, away from everyone, touch as we circle the world, you and me, on the run – cantei junto com ele, é uma das minhas partes preferidas da música. Assim que ouvi o seu agudo, a minha mente esqueceu-se que tinha uma chamada para atender.

– Não vai atender menina? – perguntou Anastácia. Parei de cantar e corri até ao telemóvel antes que desligassem a chamada. Era um número desconhecido.

– Sim? – disse assim que atendi.

“Er… Olá Anne! É o Kentin… Eu peguei o teu número do telemóvel do Gera. Espero que não te importes…”

Deduzi que o “Gera” fosse mais uma alcunha para o Germano.

– Tudo bem – respondi. – Porque me ligaste?

“Bem… Era só para te dizer que amanhã vou buscar-te ai depois do almoço está bem? Quer dizer, claro que está bem! Vens e pronto!”

Soltei uma gargalhada assim como ele.

– Está bem Kentin, algum tipo de roupa específico? – vai que ele quer ir a algum sitio chique e eu apareço com uma das minhas camisolas dos Green Day e umas leggins.

“Roupa? Acho que não… Quer dizer, não sei… Er… Vem como te sentires à vontade”

– Ok – ri pelo nariz com o nervosismo dele.

“Pronto Anne, era só isso…” Supirou “Eu sei que ainda falta um bocado, mas… Dorme bem ervilha”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! E desculpem por andar a demorar mais a escrever, mas tou mesmo cheia de coisa para resolver!
Fico à vossa espera nos comentários! ^^