Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá anjos! *-*
Por momentos pensei que não ia consegui publicar o capitulo hoje, mas entretanto lá consegui.
Este capitulo é dedicado à Ninee. Obrigado pela favoritação e pelas tuas doces palavras! :DD
Bem, que tal um bocadinho de treta entre a Anne e o Ken? ahahahah xD
Boa Leitura!

[obs: Capítulo revisto e editado a 20 de Dezembro de 2014]



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Se houvesse uma palavra para descrever o beijo do Germano, eu diria explosivo. Não, as nossas bocas não foram pelo ar quando nos beijamos. Mas digamos que não conseguimos ficar no simples “bate-chapas” habitual para um primeiro beijo entre duas pessoas.

Quando reparei, já estava com a mão no cabelo dele e a empurrar-me contra ele enquanto tornávamos o beijo o mais selvagem que eu alguma vez presenciara. Nunca em toda a minha vida senti isto. O que era para ser um simples roçar de lábios acabou num beijo, hum… como dizer… Quente? É, talvez seja essa a melhor maneira para descreve-lo

Agora estamos os dois sentados no chão, encostados a uma árvore abraçados. É bom estar nos braços dele. Podia dizer que tenho a sensação de pertencer a este lugar, mas não é isso que sinto. Simplesmente sinto conforto. O que acho normal, afinal ainda não estou totalmente apaixonada por ele. Não que falte muito, ele conquista-me a cada segundo de maneira completamente diferente.

– Em que tanto pensas linda? – sussurrou enquanto acariciava o meu braço.

– Em nós – respondi timidamente. Ele sorriu e beijo o topo da minha cabeça.

– Já está a ficar tarde, é melhor levar-te a casa...

– Não quero ir – suspirei. – ‘Tou bem aqui…

– Eu também não quero, mas tem de ser – ergueu-se e ajudou-me a mim a fazer o mesmo, puxando-me depois contra ele para um abraço apertado.

– Têm mesmo? – perguntei contra o seu peito.

– Hum Hum – respondeu e voltou a beijar os meus cabelos. Desfez o abraço e agarrou a minha mão e levou-me para o carro, voltando a abrir-me a porta.

O caminho até casa foi silencioso, mas cheio de trocas de olhares e de sorrisos. Quando lá chegamos o Germano perguntou-me se queria que me abrisse a porta. Obviamente respondi-lhe que não.

– Eu sei que fazer isto aqui é perigoso – disse enquanto olhava para fora do carro – mas eu não aguento mais – pôs uma mão na minha bochecha e voltou a beijar-me. Mas desta vez mais suavemente. Quando nos separamos ele sussurrou um “adeus” ainda junto dos meus lábios e indicou para eu sair. E foi isso que eu fiz, não sem antes lhe dar um beijo na bochecha.

«»

Sabem a que horas o imbecil do Kentin me fez acordar? Sete e meia! Sete e meia da manhã! Eu não costumo ser uma pessoa muito bem-humorada de manhã, principalmente quando acordo cedo. E sabem qual foi a desculpa? “Vamos para a montanha”.

Neste momento, estamos dentro de um carro, a dirigir-nos para a tal casa que ele tem no monte que segundo a sua mãe é muito linda e eu vou adorar. Estou a tentar manter-me sossegada para não começar uma discussão com o Kentin. Afinal, só viemos os dois e estamos no meio do mato sozinhos, se ele me quiser matar, é o timing ideal.

– Se eu soubesse que te trazer para aqui te punha calada, já tinha vindo mais cedo – ignora Anne, ignora que ele cala-se. – Que foi? Não vais mandar nenhuma boca? Hum… – riu pelo nariz. – De qualquer das formas, não é por minha culpa que viemos. A minha mãe é que insistiu que te mostrasse a casa de férias. Ela fez um alto discurso de como era importante mostrar à – fez aspas com os dedos, o que me assustou porque tirou as mãos do volante – “futura senhora Petrov” tudo o que a família possui ou algo do género. Não estava muito atento, estranhamente a parede à minha frente era mais interessante que o discurso da minha mãe.

– Primeiro, não voltes a tirar as mãos do volante, ok?! A tua mãe é uma ótima pessoa, só tem um filho estúpido demais…

– Olha Anne, tudo bem que não gostes da minha companhia, eu também não gosto da tua. Mas já que temos de passar o dia juntos que tal tentarmos ser amigáveis?

– Ai agora já queres ser amigável? Vai-te foder Kentin – respondi enervada.

A partir daí não houve qualquer interação entre nós. Fiquei a encarar a paisagem e a cantarolar quando passava alguma música que gostava na rádio.

Depois de uma hora e meia de viagem, finalmente chegamos àquilo que a senhora linda denominou de “paraíso”. Não era nada mais que uma casa (leia-se: palácio) rodeado por árvores, a maior parte pinheiros, e um riacho um pouco mais afastado.

Tenho de admitir, o sítio é muito bonito e calmo, mas continuo a preferir férias na praia.

Dentro do palácio, havia duas empregadas a preparar o almoço. Penso até que só estavam ali para isso.

– Queres que te mostre a casa ou assim? – perguntou.

– Acho que pode ser, sei lá. Somos é capazes de demorar a manhã toda nisso – ele sorriu com o meu comentário e indicou com a cabeça a direção que tínhamos de tomar.

«»

Podia passar horas a descrever a beleza daquela habitação, mas entretanto vou só referir o que achei mais interessante. No fundo do andar de baixo, virado para o rio, tem uma pequena sala com vários instrumentos musicais. Um piano enorme lindo e uma variedade surpreendente de guitarras, desde acústicas a elétricas. Acho que não preciso dizer que os meus olhos brilharam, até o Kentin reparou nisso.

– Gostaste da sala foi? – disse num tão irónico.

– Sim, porquê? Não posso gostar de música? – ele riu-se pelo nariz.

– Tudo bem, vou para o ginásio que é aqui em frente, qualquer coisa é só ires lá, ‘tá bem? – assenti com a cabeça e ouvi-o a sair.

Sentei-me no piano e toquei algumas notas soltas. Desde pequena que gosto de tocar, seja piano ou guitarra. Gostava de poder seguir música na universidade, mas sei que não tem muita saída e além do mais os meus pais esperam que eu possa tomar conta dos negócios da família…

Um barulho fez-me desviar a atenção do piano. Vinha do outro lado do corredor, decidi ir ver o que se passava. Abri a porta do ginásio com cuidado e surpreendi-me com o que vi. O Kentin encontrava-se numa luta intensa com um saco de boxe. Ele estava sem camisola e com uma fita a prender a parte da frente do cabelo. Não pode deixar de admirar o seu corpo repleto de músculos. Principalmente os seus ombros largos. Jesus, como adoro aqueles ombros. Aquela barriga tipo tablete de chocolate, os olhos verdes focados no alvo, os movimentos precisos e sensuais que ele fazia. Acho que estou a ficar com calor, muito calor…

Se calhar é melhor sair daqui antes que ele me veja e goze com o meu estado. Virei-me para sair mas a sua voz fez-me ficar estática.

– Já vais Anne? Podes continuar a assistir, eu sei que gostas.

– Deixa de ser convencido, só vim ver o que se passava – continuei de costas. Ouvi-o a aproximar-se de mim. Agarrou-me o braço e virou-me para ele. Os olhos estavam ainda mais intensos que o costume. Já disse que por acaso que adoro a cor dos olhos dele? Annelise, foca-te em coisas importantes. Ele está a agarrar-te o braço, faz alguma coisa! Tentei puxar o meu braço de volta, mas não preciso de salientar que ele tem mais força que eu, n’é?

– Eu sei que mexo contigo Anne, podes admitir – fez aquele sorriso convencido um tanto habitual quando está comigo. – Sei até que se eu quisesse ficarias apanhadinha por mim.

– Menos Kentin – voltei a puxar o meu braço, mas mais uma vez não resultou. – Deixa de pensar que o mundo gira a tua volta ’tá bem? Só por teres um corpo bonito, não quer dizer que a tua personalidade o seja. Já te disse que de ti não quero nada. Agora larga-me, se fazes favor – em vez disso ele aproximou a sua cara da minha. Devia ser a parte em que eu fechava os olhos e o beijava não era? Mas como eu gosto de ser diferente, dei-lhe um estalo surpreendendo-o. Ele largou o meu braço e pôs a mão do lado onde eu lhe tinha acertado. Esta era minha deixa para fugir daqui, e foi o que fiz.

«»

Depois do almoço nada amigável entre mim o Kentin (quase que atirávamos comida um ao outro) nunca mais o vi. Nem às empregadas. Provavelmente foram depois que arrumaram tudo. Comecei por explorar sozinha a casa, mas não demorei muito tempo até voltar à sala de música. Desta vez peguei numa guitarra acústica. Já há algum tempo que não tocava. Veio-me à cabeça uma música, não muito conhecida, dos The Wanted.

Toquei os primeiros acordes e deixe-me levar. Sei que quando chegou à parte do Nathan Sykes, não resisti e comecei a cantar:

– Walk together through the night

The sky is clear, the stars are bright

I kiss her lips and hold her tight

Is that enough?

Saltei um parágrafo a frente e continuei. Adoro muito a voz do Nathan, e sei que só ouço o grupo mais por causa dele.

– Let's take a chance this time

Could be the best of our lives

I think you already know

– Could this be love?

I'm feeling drifting up

On the celing with your touch

Could this be love, love, love?

'Cause when we kiss

My heart drops like a bomb

I'm in pieces when you're gone

Could this be love, love, love?

– Could this be love?

Could this be love?

Could this be love?

Abri os olhos assim que acabei, e foquei na porta. O Kentin estava lá parado, feito estátua a olhar para mim com a boca ligeiramente aberta. Espantado diria eu. Podia gozar com ele agora, mas também já estou um pouca farta de discutir com ele. Sei também que o meu estalo deve ter doído, mas nesse aspeto a culpa é dele. Ninguém lhe mandou agarrar-me e quase assediar-me com aquele corpo de Deus grego. Ele piscou os olhos com mais força, como se tivesse a acordar de um transe e andou até à minha beira.

– Que música era essa? – disse ao sentar-se ao meu lado.

– Could this be love dos The Wanted – ele arqueou a sobrancelha. – Algum problema?

– Pensa que gostavas de rock, como Green Day ou assim.

– Os Green Day são os meus preferidos, mas ouço um pouco de tudo desde que a música me agrade, até One Direction. Acho que quando se gosta de uma música, não interessa quem canta. Eu gosto da combinação de vozes dos The Wanted, principalmente da voz de um deles. Nem os acho assim muito bonitos – suspirei. – Tu ouves música porque gostas, ou porque é uma miúda bonita que canta? – ele pareceu admirado com a minha resposta e demorou algum tempo a responder.

– É, tens razão. A que horas queres ir embora?

– Quando quiseres, tanto faz – ele sorriu e levantou-se.

– Então vou nadar um pouco e depois vamos, que dizes? – assenti com a cabeça e ele dirigiu-se para a porta. Virou-se para trás e encarou-me, parecia indeciso em alguma coisa. – Er… Queres vir também? – aguerralei os olhos. Era suposto ele estar chateado comigo certo? – E não Anne, não é nenhum plano para me vingar ok? Eu fui um pouco estúpido contigo… Bem, achei que devíamos tentar conviver um bocado o que dizes? – ele parecia sincero no que disse. Afinal que mal tem Annelise? Ele não te vai matar! Se quisesse já o tinha feito. Além do mais tem de parar com essa mania que ele te quer mal. Já está a ficar um pouco ridículo esse medo dele.

– Tudo bem, vamos.

Dirigimo-nos para exterior, para o lado do rio. Ele tirou de imediato a t-shirt e as sapatilhas e foi para a água mergulhando logo de seguida. Pus-me de biquíni e comecei a entrar no riacho. Acho que os meus pés morreram em contacto com a água gelada. O moreno voltou à superfície e pareceu divertir-se com a minha reação à temperatura da água.

– Até quero ver se tens coragem para mergulhar.

Não que tenha de lhe provar alguma coisa, mas sei que não sou medricas. Pelo menos nestas coisas. Por isso, preparei-me mentalmente e mergulhei em direção ao sítio onde ele estava. Não gosto de abrir os olhos debaixo de água, por isso calculei o melhor que pude a altura certa para voltar à superfície. O que fiz assim que achei que devia, mas para minha surpresa acabei perto demais dele, diria até colada. Ele ficou meio assustado com a nossa proximidade. Até eu estou. Ficamos a encarar-nos durante algum tempo, numa espécie de transe. A minha mente gritava para eu me afastar, que ele era perigo. Mas o meu corpo não obedecia. O que compreendo. Afinal vinha um calor tão bom do corpo do Kentin. Por momentos apeteceu-me abraça-lo. Mas entretanto a imagem do Germano veio à minha cabeça despertando-me e fazendo-me reagir. Decidi atirar-lhe água à cara e fugir. Assim que sentiu aquilo na cara, ele abanou a cabeça e um sorriso apareceu nos seus lábios.

– Tudo bem Anne, vamos brincar – e começou a atirar-me água também. É a segunda vez que nos entendemos e nas duas vezes foi na água. Começo a achar que ficamos bêbados ou assim quando nadamos. Mas no fundo, é bom quando ele está assim.

«»

Decidimos que tomaríamos banho cada um em sua casa, para não demorarmos muito mais tempo aqui. Afinal já são oito horas. Passamos a tarde toda na água a conviver como duas pessoas normais.

Estava sentada num banco à espera que o Kentin acabasse de fechar a casa para podermos ir embora.

– Vamos? – perguntou assim que chegou à minha beira.

Levantei-me e segui-o até ao carro. Entramos e pusemos o cinto. Ele começou a ligar o carro, mas ele não pegou. Tentou mais vinte vezes e nada. O carro não avariou, óbvio que não. Deve ser por causa do frio ou assim. Calma Anne, não há nenhum problema.

– Que se passa Kentin?! – perguntei tentando, sem sucesso, controlar a minha voz.

– Não sei, o carro não pega.

– Ó, não me digas – olá ironia, há quanto tempo. – Eu quero é saber o porquê de não pegar!

– Não achas que se soubesse já não tinha resolvido?! Mantém-te só calada, ok?!

– O carro tem gasolina ao menos? – perguntei, para ver se o enervava mais. Não devia ser falta de gasolina, mas sim uma avaria qualquer.

– Claro que… – ele calou-se enquanto olhava para sitio onde indicava o nível de combustível – … não tem – continuou num murmúrio.

– O quê?! Só podes estar a gozar comigo Kentin! Como é possível não teres posto gasolina suficiente?! Ó meu Deus, como podes ser tão burro?! – suspirei tentando acalmar-me. – O que vamos fazer agora? – falei com a voz mais baixa.

– Não sei, vou ligar à minha mãe para ver o que ela pode fazer… – pegou no telemóvel e fez a chamada – ‘Tou mãe? Olha, er… Nós… Quer dizer eu, não pus gasolina suficiente para fazer a viagem de volta para ai – afastou o telemóvel do ouvido e pude ouvir o grito da sua mãe “O quê?! Vocês estão onde?! Ficaram a meio do caminho?! Estão bem?! Kentin! Responde-me!” – Calma mãe! Nós ainda não saímos da casa. E está tudo bem, só quero saber se podes mandar vir aqui o Germano ou assim ainda hoje – como assim ainda hoje?! É óbvio que tem de ser hoje, não vou passar a noite em baixo do mesmo teto com o Kentin outra vez. Ainda nós matamos ou assim. Lá estás tu a exagerar outra vez Annelise… – Tudo bem mãe, eu percebo. Sim, nós vamos ter. Sim. Beijinho, também te adoro – desligou a chamada e encostou-se no banco. Suspirou e virou-se para mim – vamos ter de passar aqui a noite. A minha mãe diz que não vale a pena mandar vir ninguém a esta hora, que temos coisas suficientes em casa para sobrevivermos até amanhã. Por isso Anne, vais ter de me aturar por mais umas horinhas.


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Notas finais do capítulo

Vai dar merda, de certeza que vai ahahahah xD
Espero que tenham gostado! Fico à vossa espera nos comentários xD
Beijinhos e até à proxima! ^^

Está aqui o link da música caso queiram ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=jZ5n5WFvt6w