The Forest City escrita por Senjougaha


Capítulo 42
Capítulo 42 - Amada


Notas iniciais do capítulo

Booooooooa tarde! Me desculpem mas sim, demorarei pra postar capítulos :(
Tento fazer eles maiores mas parece que uma linha é um quilômetro D:
Enfim, espero que gostem e aproveitem Delene! Beijos heheh.



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Bati a porta do armário com força e segurei um suspiro.

– Não vou - respondi mais uma vez depois de muitas outras naquele dia.

– Por que? - Yukina fez um beicinho - é importante pra você aprender alguma coisa…

Soltei o suspiro que me ficara preso e a encarei cansada.

– Na verdade, Yukina tem razão - a voz de Seth veio do meu lado - essa viagem vai trazer alguma coisa pra sua cabeça de jerico.

Ele sorriu torto e eu senti vontade de espancá-lo com o grampeador que se encontrava nas mãos de Michele... Que parou na nossa frente.

– Onde está o namorado esquisitão? - ela perguntou.

Minha reação foi soltar um “ahn?” que me fez parecer uma anta ambulante, e Yukina me deu uma cotovelada na costela.

– Daniel vai chegar atrasado hoje - ela respondeu por mim.

Michele empinou o nariz, fungou e virando as costas para nós, saiu.

– Se você não sabe, Daniel é seu namorado agora - Yukina disse enraivecida depois de alguns minutos de silêncio.

Ela abriu a boca indignada diante do meu olhar surpreso.

– Ai. Meu. Deus - ela passou a mão no rosto - ele não pediu?

Neguei com a cabeça.

– Vocês se beijaram alguma vez? - ela perguntou esperançosa.

Comprimi os lábios e me dei conta, nervosa, de que nunca sequer tinhamos nos beijado, mas Daniel me rotulava como propriedade dele.

– Ah não! Deuses! Não sei se é Daniel que é um tapado ou se você é a songamonga - Yukina esbravejou pelo corredor da escola e bufou, me deixando com Seth e batendo os pés enquanto entrava na sala enraivecida.

Franzi o cenho e Seth deu de ombros.

– Realmente, se fosse eu teríamos tido muito mais progresso - ele sussurrou com um olhar malicioso.

Revirei os olhos e o arrastei para a aula de geografia. Mas eu estava na verdade era tentando ignorar o fato de que eu QUERIA ir àquela viagem.

Seth alegava ter um iate e dizia ter vontade de navegar pelas águas do Caribe. Yukina disse que seria uma boa ideia, pois era temporada das sereias. Obviamente, eu não entendi merrecas, mas devia confessar que desde pequena, sempre tive fascínio por criaturas místicas e… Ter a chance de ver uma SEREIA bem na minha frente era… tentador.

“Foco, Selene”, eu disse à mim mesma. “Volte a ser a humanazinha medíocre e normal de antes”.

Estanquei no meio do caminho rumo à minha cadeira. Desde quando eu considerava a humanidade algo medíocre? Desde quando o que eu mais prezava em mim passou a se tornar algo… sem valor algum?

Seth parecia saber exatamente o que me incomodava. Ele me encarou com seus olhos violeta, mas ali não havia a malícia habitual. Havia compreensão.

Meu lábio inferior tremeu e embora eu raramente chorasse e sequer me lembrasse de como se chorava, sabia que esse era um dos meus sintomas.

Seth me puxou pelo cotovelo e me guiou até meu lugar. Felizmente, ele sabia que se me tirasse da sala eu ficaria pior.

Sussurrei um obrigada e pude ver pela visão periférica que ele assentiu e sorriu, para depois se sentar no seu lugar habitual (atras de mim).

Passaram-se horas daquela aula monótona que tinha um nome comprido mas que resumidamente, era Geografia.

Subitamente, me virei para Yukina e lancei-lhe um olhar significativo.

“Eu quero ir na viagem”, eu disse em sua mente.

Lentamente, o sorriso da japonesa baixinha e irritante foi se alargando.

– Não vai se arrepender - ela disse em tom de juramento e voltou a prestar atenção na aula.

Ou fingir que prestava.

Porque aquela expressão de Yukina, expressão de concentração, não era direcionada à aula. E sim a algum plano mirabolante que ela estava tendo para a tal viagem às águas do Caribe.

Assustada com a ideia de ela fazer algo insano e balançando a cabeça para afastar essa ideia da mente, observei a floresta depois do estacionamento através da janela e meu coração deu um pulo ao ver uma figura se mover rapidamente.

Se movia tão rápido que eu jamais teria enxergado se não tivesse visto aquilo (ou quem) antes.

A garota de pele morena e cabelos chocolate sorria e corria pelo estacionamento, fazendo os alarmes dispararem loucamente.

Pedrita sentiu meu olhar sobre ela e sorriu em minha direção.

Ok. Aquilo era um claro “estou te esperando”.

Neguei discretamente com a cabeça, e quando ela abriu a boca para pronunciar algo inaudível, alguém fechou bruscamente a cortina da sala.

Surpresa, me deparei com a expressão furiosa de Daniel, que não desviava o olhar de mim enquanto se desculpava com o professor pelo atraso.

Ele se sentou na carteira à minha frente, mas podia sentir sua mente zumbindo na minha.

“Você anda carrancudo demais ultimamente”, reclamei.

Ele me ignorou.

“Não haja de forma infantil. Como se eu fosse tão importante assim pra você”, pensei só pra mim. Afinal, se Pedrita queria mais do que conversar ou pedir favores (que era o que ele alegava), poderia muito bem ter outras formas de fazer isso.

Mas a forma indignada e o olhar frustrado que Daniel me lançou ao olhar para tras me pegaram de surpresa. Deixei a caneta cair no caderno e fiquei completamente hipnotizada pelo dourado que ameaçava explodir naqueles olhos castanhos. Senti que poderia derreter e ele sequer precisava me beijar pra aquilo acontecer.

Senti minhas bochechas corarem com o pensamento idiota que Yukina conseguira colocar em minha mente e mais uma vez, Sardene se sentiu uma completa idiota. Como aquelas de sagas e filmes, que caem de amores pelo protagonista gostosão e nem tentam esconder isso. Arrasada, Selene, arrasada.

“Você me acha gostosão?”, a voz de Daniel me despertou dos devaneios.

Ah. Meu. Deus. Ele estava em cada pensamento meu. Eu podia sentí-lo vibrando de divertimento e deleite diante da minha estupidez.

Ele soltou uma risada baixinha. Tão raras eram as vezes que Daniel realmente RIA, que fiquei ainda mais hipnotizada com o som.

Que foi interrompido pelo sinal indicando o fim da aula.

Me levantei assustada e desastrada, guardei minhas coisas e fui correndo para meu armário.

“Eu gosto”, ele insistiu em minha mente e pude sentir os pelos da minha nuca se arrepiarem. Ele estava me seguindo.

“Gosta do que? Da minha estupidez?!”, disparei sem olhar para tras e jogando livros, cadernos e meu estojo aberto no armário com força.

“Da forma que você pensa em mim”, ele ignorou meu comentário e continuou.

“Até quando você sonha, é linda”, Daniel não parou.

Congelei no lugar e o encarei incrédula.

“Eu te vejo pouco, Selene”, ele se desculpou “tive que encontrar meios de ver você e foi dormindo”.

Senti que todo o ar foi retirado dos meus pulmões e me encostei num armário qualquer.

“E eu te amo, nunca mais diga que não é importante pra mim. Já te disse: você é meu maior tesouro e eu sou um dragão que guarda as coisas muito bem” ele completou falando as palavras rapidamente e saiu apressado.

Passei a mão no rosto e me obriguei a esquecer o “e eu te amo…” que ecoava na minha mente. Pelo menos tentei.

Esse era o problema das conversas telepáticas. Uma vez que você as tenha, nunca mais as esquece. Gruda na mente pra sempre. Principalmente pra mim, e se era com Daniel. E se ele dizia que me amava.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem pelos possíveis erros de digitação.



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