The Forest City escrita por Senjougaha


Capítulo 24
Capítulo 24 - Sem despedida


Notas iniciais do capítulo

Este é um capítulo curto pela falta de tempo! :(
Me desculpem se tiverem alguns erros de português...



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Os elfos reverenciavam minha mãe com tanto vigor e histeria que me perguntei como mantinham suas costas eretas depois de tanto se curvar. A comida era completamente diferente de tudo o que eu já tinha comido antes. Algumas eram incomparáveis às humanas, outras não chegavam aos pés de um hambúrguer.
Por mais que estivesse satisfeita com o bolo gigantesco que estava à minha frente e com a felicidade radiante de Solara por me ter ali, eu queria ir pra casa. Pra caramba. Mais especificamente, queria estar na sala de Daniel com Yukina falando sem parar sobre o baile de inverno e com Seth fazendo Sethzice. E com Daniel sorrindo pra mim inesperadamente.
Adalind não abria a boca pra nada além de reprovar ou dizer "sim", "não", enquanto Solara recompensava seu vocabulário espartano com uma tagarelice sem fim.
– ... e Selene estava estudando numa escola humana! - ela exclamou como se meu feito fosse... misericordioso, louvável.
– Dizem que os humanos estudam coisas banais - uma elfa peituda disse com desgosto - como Vossa Alteza pôde suportar?
Ela estava se dirigindo à mim?
– Ah... - tentei dizer engolindo o pedaço de bolo.
Se é que ali se chamava "bolo".
– Eu... gosto de estar entre eles, eu acho - respondi procurando pelo canto se Solara aprovava o que eu dissera.
– Ela CRESCEU lá - completou ela.
A elfa peituda me lançou um olhar curioso. A única palavra que pude associar à ela foi "babaca". Torci para que elfos não tivessem por passatempo a leitura de mentes, ou eu estaria ferrada.
As horas passaram dolorosamente lentas e por mais que eu preenchesse meu estômago com comida, o sentia vazio. Já estava ficando aflita e com medo de entrar em crise ali na mesa do jantar quando Adalind se levantou e encerrou o jantar com um gesto.
Enquanto ia para o meu quarto, pensei em muitas coisas de uma vez. Em como o castelo apesar de ser de gelo, não era gelado. Em como minha mãe ficava exuberante dentro dele, mas ainda assim não parecia menos gélida. Em como Solara era a luz ali dentro. Em como eu estava mais do que desesperada para sair dali. Não me sentia em um lar, me sentia em uma cadeia de luxo e só.
Será que se eu fosse a Rainha construiria um castelo repleto de sombras? Quase ri com o pensamento e revirei os olhos.
Levei um susto quando abri a porta do quarto e as criadas estavam lá cochichando e apontando para algo branco emcima da cama.
– O que é isso? - perguntei fazendo-as se sobressaltar.
– Chegou... - a mais nova conseguiu dizer.
Cheguei mais perto da cama e notei que era um papel. Um envelope, na verdade. Quem me mandaria cartas ali?
Abri e observei a caligrafia, dizendo a mim mesma que estava delirando. Era a letra de Yukina. Apesar de desleixada como se escrevesse rápido e ansiosa (podia imaginar ela a escrevendo), a caligrafia continuava impecável.
"Sel!
Já faz um mês que você está aí. Prometeu que voltaria, lembra???!
Amamos você.
Quero dizer, Daniel me mandou apagar a parte do "amamos você" e Seth pediu pra eu escrever "vem logo esquentar as coisas aqui", mas resumindo tudo isso posso traduzir sim como um "amamos você".
Estamos aflitos, volte logo!
Com amor, sua melhor amiga Yukina.
PS: Melhor e única!
PS2: Um dia na Cidade Floresta são iguais a um mês no mundo humano.
PS3: FALTAM DOIS DIAS PRO BAILE, MULHER! LIAM NÃO PARA DE PERGUNTAR SOBRE VOCÊ!"
Soltei uma risada triste. Mas depois reli a parte do "um dia na Cidade Floresta são iguais a um mês no mundo humano"...
– Solara! - gritei e para a minha surpresa, ela já estava ao meu lado.
Arqueou uma sobrancelha como se perguntasse o que era de tão importante pra ser chamada aos berros. Esfreguei a carta na cara dela.
– Pensei que já sabia - ela deu de ombros - ou que talvez não fosse assim tão importante.
Abri e fechei a boca diversas vezes procurando algo ideal pra se dizer no momento. Porque de frases não adequadas para a hora e o lugar, minha mente estava cheia. Eu devia xingá-la?
– Quero ir embora - foi tudo o que consegui pronunciar, cruzando os braços.
Solara me olhou de forma triste e assentiu. Pegou minha mão e em dez segundos estávamos atras da minha verdadeira casa. Numa floresta úmida e familiar.
Respirei fundo e sorri. Solara já havia partido sem que eu percebesse, então simplesmente dei de ombros e entrei na casa vitoriana pela janela.
Só então notei o buraco de saudades que me corroía. Foi tamanha a surpresa e falta de costume a ter sentimentos fortes, que me debrucei na cama e choraminguei.
Passei a noite assim até dormir e ter o mesmo sonho. AQUELE sonho. Onde dois dragões planavam no céu. Então mais uma coisa eu percebi. Mais do que tudo, quis estar lá com eles.


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