Confusions In The Enchanted World escrita por Catnip


Capítulo 5
Problemas familiares, pessoas interessantes e desgostos amorosos


Notas iniciais do capítulo

Hey! Ao que parece a Catnip consegui finalmente escrever algo "digno" de postagem.
Desculpem a demora, mas a inspiração não vinha.
Muito obrigada a quem se deu ao trabalho de comentar no capítulo passado. Fiquei extremamente feliz :3
Por estranho que pareça não tenho mais nada a dizer por agora.
Espero que gostem u.u



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Sexta-feira 13

Caleb Safiris

Há quem diga que reuniões de família são uma coisa má. Mas isso é porque não conhecem a minha.

Para quem faz parte da família Safiris, as reuniões não podem ser consideradas más e desagradáveis. Isso é pouco para as descrever. Adjetivos como sinistras ou horripilantes assentam muito melhor no nosso caso.

Não sei se sabem, mas ser filho da Rainha Má não é a coisa mais divertida do mundo. Sim, a minha mãe é a diretora da minha escola. Mas acreditem que isso nunca me trouxe qualquer vantagem durante o meu crescimento. Nem mesmo na altura em que peguei fogo no ginásio da escola.

E sim, é possível alguém ser idiota a esse ponto.

Olhem, eu era novo ok? Os meus poderes eram uma coisa nova para mim, e eu era apenas um rapazinho!

Mas como eu estava a dizer a minha querida mãe não me poupou do castigo. Passei cerca de dois meses a dormir e a limpar o calabouço.

Foi por volta dessa altura que começaram as reuniões de família. Todas as sextas-feiras à noite, eu, a minha mãe, e as minhas irmãs, Hannah e Erika reunimo-nos na cave secreta da casa.

Que é onde nos encontramos agora. O espaço não e muito grande. Apenas do tamanho de um quarto normal, com as paredes pintadas em tons escuros e quase todas cobertas com estantes cheias de livros. Além disso tinha apenas um sofá e um cadeirão de pele, de frente um para o outro, e uma mesinha de centro redonda. Parece-se mais com uma biblioteca secreta do que uma sala de reuniões.

A minha mãe está sentada no cadeirão (como sempre) e eu e as minhas irmãs lado a lado no sofá.

Acho que não preciso de dizer o quão irritada está a Hannah, a minha maninha mais nova. Pelos vistos hoje à noite haveria um baile na Mansão Azul, e ela queria muito lá estar.

A Erika estava simplesmente ali a olhar, como se nada lhe interessasse.

E por fim eu. Sentado entre as duas com cara de sono. É difícil sobreviver a uma semana de aulas na escola do mundo encantado e não ficar minimamente cansado no final da semana. Além disso, eu sou capitão da equipa de basquete voador, o que torna o meu dia-a-dia bem mais cansativo.

A minha mãe finalmente dá início à reunião:

– Acho que sabem porque estão aqui.- disse ela cheia de elegância. Dãh, estamos fazendo o mesmo de sempre, ficar sentados encarando o teto enquanto você fica aí toda cheia de si.

– Hoje, como espero que tenham reparado é véspera de lua cheia. – ok, parece que a coisa está mas séria do que eu pensava – o que significa que amanhã é dia de treino intensivo.

Hugh. Não acredito que me esqueci disto. Não me entendam mal, eu gosto de praticar magia e coisa e tal, mas praticar magia com a minha mãe a assistir, (que por acaso é considerada uma das feiticeiras mais poderosas e exigentes), não é a minha ideia de diversão.

A noite de lua cheia significa para mim e para a Hannah, feitiços e encantamentos de defesa e ataque. Enquanto para Erika, técnicas de controlo de mente e corpo. Ela tem a tarefa mais complicada, já que tentar não se transformar num tigre branco, não me parece algo particularmente fácil.

– Fizeram os vossos trabalhos como eu tinha pedido?- perguntou a minha mãe.

Não acredito que me esqueci. Outra vez.

Se continuar assim vou provavelmente voltar a ficar preso no calabouço.

Segunda-feira, de manhã

Helena Frost

– LYS! EMPRESTA-ME O TEU RÍMEL POR FAVOR! – gritei do meu quarto enquanto me via ao espelho.

– PORQUE NUNCA USAS AS TUAS COISAS?! – Gritou ela de volta.

– O MEU ACABOU! AINDA NÃO TIVE TEMPO DE COMPRAR MAIS!

– MAS É SEMPRE A MESMA COISA! – Voltou a gritar – TENS SEMPRE QUE PEDIR-ME A MIM! HÁ MAIS GENTE A USAR MAQUILHAGEM NESTA CASA SABIAS!?

– ACABOU A GRITARIA! – Desta vez foi a minha mãe que falou. Ups! Não era para tê-la incomodado –Lysbelle, fazes o favor de emprestar o que a tua irmã pediu?

Minha mãe estava no corredor à porta do quarto da minha gémea, enquanto esta vinha agora em minha direção com o pequeno tubo em mãos. Entregou-mo, e virou-me costas imediatamente, nem me dando tempo para agradecer.

Minha mãe olhou para Lys com desaprovação, enquanto esta se dirigia de volta ao quarto, e foi-se embora também.

Discussões entre irmãos são bastante comuns, mas não tanto quando são gémeos. Pelo menos não deveriam ser.

É estranho, dar-me mil vezes melhor com as minhas irmãs mais novas, Keira e Katherine do que com a minha própria gémea que devia ser a minha cara-metade.

Eu e Lys discutimos desde que me lembro. Quase sempre por motivos insignificantes como este. Mas as coisas pioraram realmente no nosso aniversário de dezasseis.

Quando a Lys teve a brilhante ideia de aparecer com os cabelos pintados de vermelho. Já para não falar na tatuagem.

Não sei muito bem o que lhe passou pela cabeça. Acho que ela só estava desesperada por atenção, já que não é como se os nossos pais tivessem muito tempo para nós. O papá Jack está constantemente em viagem, e a mãe sempre ocupada com os projetos e construções dela. Ela trabalha imenso, por isso é a arquiteta mais conceituada aqui do reino.

Isso deixa-nos a mim e às minhas irmãs entregues aos cuidados de Olaf, o mordomo da família.

Não me admira que pensem que a nossa família é virada do avesso. Quem é que confia num boneco de neve para uma tarefa tão importante? Mas também, não é como se mós não fossemos crescidinhas o suficiente para ficar em casa sozinhas sem supervisão.

Tirando todos estes assuntos desagradáveis, acho que o dia de hoje tem tudo para correr bem.

Vou finalmente declarar-me. Isso mesmo. Aqui a Helena encontra-se cheia de coragem para dar um passo à frente. Quando for hora de almoço, vou procura-lo e dizer tudo de uma vez.

Tenho o meu guião todo planeado, para não me esquecer de nada:

Primeiro ajoelho-me (sim, eu sei que os homens é que deviam fazer isso, mas caramba, estamos no século vinte e um!) e digo o que sinto por ele. Que o amo mais do que alguma vez amei alguém, e que tenho a certeza que nunca o poderei esquecer.

Ele fica com lágrimas nos olhos, assim como eu, e tenta em vão esconde-las, pois ele ansiava por este momento tanto quanto eu, apenas não tinha coragem de o fazer. Em seguida, ele estende-me a sua mão, suave como seda, e ajuda-me a levantar, puxando-me para os seus braços e beijando-me ardentemente. Eu correspondo imediatamente e toda a gente que se encontra a assistir aplaude.

Quando nos separamos, estamos ligeiramente ofegantes, mas não damos importância. Ele leva-me pela mão em direção à saída. E então fugimos no seu cavalo branco para um sítio super tranquilo e romântico.

Vai ser perfeito.

Segunda-feira, depois das aulas

Mellina Frog

– Ainda nem acredito que conseguimos – Dizia Erin, pela quadragésima vez naquele dia.

– Sim, eu sei – concordei com ela – Ainda parece um pouco irreal.

O ano tinha começado às mil maravilhas. Erin, a minha melhor amiga, tinha a maior parte das aulas junto comigo. E na passada sexta-feira, ambas tínhamos conseguido arranjar um lugar na claque da escola.

Dá para acreditar que duas caloiras conseguiram lugar na claque? E havia apenas três vagas!

Acho que é por isso que nenhuma de nós conseguia ainda acreditar que era verdade.

– Podíamos ter perguntado à Megan se ela queria vir cá connosco. Ela ia adorar o sorvete daqui.

Estávamos sentadas frente a frente, numa das mesas da Gelataria Reindeer. Ficava no centro da cidade, mesmo ao lado da loja de roupa personalizada da Gisele.

– Ela ia recusar, de certeza. – Justificou minha amiga – ultimamente passa mais tempo a nadar em apneia do que connosco – resmungou.

Tive de lhe dar razão nisso. Megan tem um gosto muito forte por tudo o que envolva atividades aquáticas. Mas isso provavelmente deve-se ao facto de a mãe dela, Ariel, ter sido uma sereia.

– Oh meu deus! – Exclamou Erin, ficando toda empolgada de repente – nem vais acreditar quem está aqui!

– O quê? Quem? – Perguntei, e em seguida e olhando para todos os lados procurando alguém fora do normal.

– Está atrás de ti sua pateta! Tenta ser discreta – diz-me.

Nesse mesmo momento viro a minha cabeça num ângulo quase mortal e nada discreto.

– Eu disse discreta! – Repreende-me. Olha quem fala, até parece que ela não costuma andar por aí a saltitar em vez de caminhar como alguém normal.

Mesmo com o meu grande esforço não consegui ver ninguém – afinal quem é que está ali?

– Aquele rapaz do outro dia, o do ginásio.

Primeiro não percebo de quem está a falar, mas depois lembro-me de um loirinho raivoso que tínhamos visto a praticar box no outro dia.

– Ele é bem mais giro quando não está todo suado – diz ela, e eu tenho de concordar. - Pareço muito desesperada se for lá e perguntar se ele tem problemas de raiva? – Pergunta ela séria.

– Para quê? Nem o conheces!

– Pois não, mas aposto que é uma pessoa interessante.

– Como é que alguém que aparenta ser todo arrogante pode ser interessante?

– Porque, provavelmente existe uma razão para toda aquela raiva, e com certeza grave. Ele não deve ser o tipo de pessoa que fica esquentadinho por nada. Será que a namorada o traiu?

– Tu és é uma coscuvilheira – disse eu, começando a ficar sem paciência.

Claro que Erin e toda a sua maturidade ficaram emburradas comigo depois de eu dizer isto.

Era capaz de me preocupar, se já não soubesse que aquilo sempre passava depois de cinco minutos.

A experiência torna-nos mais sábios.

Segunda-feira, depois das aulas

Lena Montgomery

Querido diário,

as aulas ainda só começaram há duas semanas, mas parece que já preciso de férias outra vez. Os professores parecem mais chatos a cada dia que passa e os meus pais insistem que eu tenho de frequentar aulas de dança para melhorar a minha e coordenação física.

Para além disso, sinto-me muito sozinha ultimamente.

Desde que voltamos à escola, eu e Thomas mal nos falamos. Ele tem andado sempre em grupinho com os restantes rapazes da nossa classe, então só vem ter comigo quando eles não estão por perto. Perguntei-lhe se me andava a evitar porque tinha vergonha de ser visto comigo, mas ele disse-me que era outra coisa, e que me contava depois.

Nós estávamos a conversar no caminho de volta a casa quando ele se sai com esta:

“- Já alguma vez estiveste apaixonada?”

Aquela pergunta apanhou-me totalmente desprevenida, mas tentei disfarçar assim que recuperei a consciência:

“- Acho que não. Porquê a pergunta?”. Eu não podia simplesmente desatar a contar os meus sentimentos por ele assim não é? Principalmente correndo o sério risco de não ser correspondida.

“É que eu acho que talvez possa estar” Diz todo misterioso.

Uma pequenina chama esperançosa, de ver o meu amor ser retribuído acendeu-se no meu pequeno coração.

“Mas não acho que ela sinta o mesmo” Continua, passados uns segundos.

“Porque dizes isso?” A minha voz sai mais ansiosa do que eu pretendia.

“Nós nunca sequer nos falamos, eu só a conheço de vista, praticamente. Para além disso, ela é mais velha que nós dois anos”

E é nesta altura que o meu coraçãozinho frágil cai ao chão e se parte em mil bocadinhos.

“Eu conheço-a?” Não sei como arranjei coragem de perguntar.

“Acho que sim. Ela é amiga da Alyssa. Chama-se Daina” Diz ele todo contente. “Sabes quem é?” pergunta.

Daina e Aly, a minha irmã mais velha, são amigas desde o primeiro dia de escola. Ela costumava ir a nossa casa regularmente para e brincar com Aly, e vice-versa. Eu, como qualquer adorável irmã mais nova, queria fazer tudo o que Alyssa fazia, por isso seguia-as para todo o lado.

Daina adorava-me. Dizia que eu era como a irmã que ela nunca tivera, e invejava o cumprimento e cor do meu cabelo. Nem preciso de mencionar a quantidade de vezes que jogamos às cabeleireiras, ou desfiles de moda.

Mas agora, ao que parece, a minha heroína de infância tornou-se a minha rival do amor.

O mundo dá tantas voltas, diário.


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Notas finais do capítulo

Desculpem. É provável que encontrem vários erros pois não tive grande tempo para verificar.
Sei que não está grande coisa, mas já não postava há muito tempo, então não queria que pensassem que vos tinha abandonado.

Falando do cap em si:

O que acharam de Caleb? Não sei muito bem que imagem é que ele vos transpareceu, mas eu gosto dele :3
E da Erin? Quem sentiu a falta da filha da Rapunzel? Não lhe consegui dar muito destaque, mas tentarei melhorar no próximo cap.
O pov da Lena foi o meu favorito, para ser sincera :3 Coitadinha, viu o seu amor cair-lhe aos pés :/

Uma pequena coisinha: é provável que tenham notado que as minhas respostas nos comentários nem sempre façam muito sentido. O problema é que o meu PC tem corretor automático e não reconhece certas palavras. Ou seja ele acaba transformando as frases sozinho e saem coisas do tipo: "fostes de" em vez de "gostes de". Ou "Claro", em vez de Clary.

Mais uma vez desculpem este pedaço de confusão, mas espero que me perdoem :)
Beijinhos :3

P.S: Amanhã tentarei editar o capítulo para colocar os links ;)