Confusions In The Enchanted World escrita por Catnip


Capítulo 6
Convites, encontros e situações desconsertantes


Notas iniciais do capítulo

Olhem só quem decidiu dar sinais de vida! Sim sou eu, Catnip, cheia de vergonha na cara, posta um capítulo, depois de imenso tempo fora.
Eu lamento imenso a espera, mas tenho estado super ocupada estes meses, e só agora perto da férias de Natal é que terei tempo de me dedicar à fic como deve ser.
O capítulo não está fantástico, mas estou moderadamente satisfeita com ele.
Peço novamente desculpa pera demora.
Boa leitura, e até às notas finais ;)



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Terça-feira, de manhã

Katherine Frost

OK, nada de pânico Kath. Não é nada de especial. É só um convite para jantar, nada demais. Apenas um convite normalíssimo, para um jantar normalíssimo em casa dos Safiris.

Mentira. Este tipo de jantar não pode ser considerado normal a partir do momento em que se destina a festejar o aniversário de Caleb, que por acaso é nada mais nada menos, que a minha paixão platónica (e secreta) desde criança. Só para não mencionar o facto de ele ser irmão da minha suposta melhor amiga.

– Katherine!! – ouço chamar.

– O que é? – pergunto. Hannah tem de parar de ser tão brusca.

– Parece que ficaste paralisada de repente – ralha-me - É só um convite para um jantar estúpido está bem? Não és obrigada a ir. Para além disso, acho que Caleb nem ia sentir a tua falta – remata, tão delicada com o espinho de uma rosa.

– Pensei que ele gostasse de mim.

– E gosta. Mas vocês não são assim tão chegados não é? Acho que ele só te convidou para que eu não me sentisse sozinha naquele jantar de gentinha do basquete.

Esqueço-me frequentemente de que Hannah não sabe nada sobre o tempo que passo com Caleb quando ela está ocupada.

Por exemplo, quando estamos a fazer um trabalho para a escola, e ela sai a meio do projeto. Ou quando me deixa plantada no meio do centro comercial. Ou quando liga a cancelar os nossos planos, tipo cinco minutos antes da hora marcada.

Geralmente diz coisas deste tipo para justificar: “ Tu percebes não é Kath? Preciso de ir ter com James. Não o posso deixar na mão”.

Eu respondo qualquer coisa dizendo que não há problema, e ela agradece: “Obrigada! És a melhor. Eu depois compenso-te, juro!”.

Ultimamente tem passado tanto tempo de volta de James Notre Dame, o namorado, que parece não ver nada para além dele. E eu, a amiga mostro-me sempre compreensiva.

Continuando, é nessas alturas que eu e Caleb aproveitamos para nos conhecer-mos melhor.

Às vezes vou ter com ele ao estábulo da casa dos Safiris, pois ele passa lá a maioria do tempo que está em casa. Eu fico sentada numa cadeira perdida que por lá ficou, enquanto ele trata de Embers, o cavalo dele.

Noutras circunstâncias, Caleb encontra-me no ringue de patinagem no gelo da cidade (projeto da minha mãe), e espera que eu acabe o treino para irmos dar uma volta por aí.

O melhor de estar com Caleb é que ele sabe sempre a coisa certa a dizer. Com ele a conversa acaba sempre comigo a rir de algo que ele disse, na maioria só para animar o meu estado de irritação para com Hannah.

No entanto, acho que ela é capaz de estar certa. Caleb provavelmente só me vê como a amiga da minha irmã. O pior é que não sei se consigo lidar com isso.

Terça-feira, à tarde

Letícia Dunbroch

Para variar, ele estava atrasado.

Não sei porque é que ainda tento, Jason é sempre o mesmo. Duvido que algo que eu faça vá mudar isso.

Tínhamos combinado às cinco horas, à entrada da floresta. Como de costume, o desgraçado deixou-me imenso tempo à espera, e o mais provável é não ter uma boa justificação para isso. Ou seja, fez-me faltar à última aula para nada.

Bom, já que ele não vai aparecer, eu vou sozinha. Não é nada a que não esteja habituada, caçar já faz parte da minha rotina há muito tempo, ainda que eu não faça de um modo convencional.

Levanto-me do pedregulho onde estava sentada e volto a montar Shadow, o cavalo de Ino.

Não era suposto eu andar com o cavalo dela, mas a ruiva minha irmã ficou doente e não tem vindo à escola estes dias. Assim pelo menos não tenho de ir a pé para todo o lado como seria normal (a minha mãe não confia em mim o suficiente para me deixar ter o meu próprio cavalo, ainda que seja eu quem faz a maioria do trabalho de estábulo do castelo).

Começo com um passo lento, já que este lado da floresta está cheio de armadilhas, e podemos tropeçar a qualquer momento.

Quando o caminho se torna mais amplo, apresso Shadow, para que comece uma passada mais rápida.

Continuo assim durante um tempo, sentindo um vento forte contra a minha cara, que acaba por desfazer o coque do meu cabelo, deixando-o solto e rebelde.

De repente, algo vindo de trás passa rente à minha orelha esquerda, e espeta-se numa árvore mais á frente. Uma flecha.

Viro a minha cabeça, para encontrar Eric Hood, aramado com um arco, também ele a cavalgar, uns metros trás de mim.

Faço Shadow abrandar o passo, e em seguida parar, para que o moreno nos consiga alcançar.

Não era preciso ser tão brusco – digo enquanto, arranco a seta do tronco, e lha entrego.

– Não seria, se tivesses ouvido quando te chamei umas trinta vezes – replica com um sorriso irónico – o que fazes por aqui, ainda por cima sem a companhia do teu amigo macaquinho?

– Vim só dar uma volta. E Jason não e nenhum macaquinho – digo irritada – Não sei porque é tao difícil aceitar que ele simplesmente gosta de subir ás arvores.

Desde sempre que as pessoas julgam Jason por causa do modo como ele age. Eu admito, ele é meio excêntrico, sempre irrequieto, e eu diria que as suas tendências primatas são um pouco perturbadoras. No entanto não é razão para estarem constantemente a atirar-lho à cara.

– Pronto já cá não está quem falou – diz ele, levantando as mão em sinal de rendição – que tal uma corridinha. E deixo-te ganhar, para me redimir?

– Ná, não me parece. Acho que vou só ficar por aqui mesmo. – não vou nem comentar o facto de ele ser um convencido.

– Ok em então. Nada de corrida. Mas há um sítio por ali que te quero mostrar – diz apontando o dedo, para o que seria o atalho para o tal “sítio” – é um descampado enorme e verde. O meu pai costumava levar-me a mim e a Jake para lá, quando eramos mais novos. E tem um lago pequeno lá perto. A água costuma estar quente.

Jake é o irmão mais velho de Eric, mas só o conheço de vista lá da escola.

– Vamos lá então. Não é como se tivesse algo melhor para fazer.

Ele vai à minha frente para mostrar o caminho, e eu sigo-o.

Eric parece-me mais calmo que o normal. Como passei o verão fora da cidade, só voltei a vê-lo quando as aulas recomeçaram, e mesmo assim quase nem nos pudemos falar. Talvez seja só impressão, mas não é provável. O Eric de quem me tornei amiga antes do verão, não era assim. Ainda que as roupas de rockeiro o fizessem parecer pouco amigável, Eric era super atencioso. Andava sempre a cantarolar qualquer coisa, e sorria para toda a gente.

Este Eric que se encontrava à minha frente, não sei, tinha qualquer coisa de diferente.

Acho que me cabe a mim fazer o papel de amiga prestável desta vez, e perguntar-lhe o que se passa.

Depois das Aulas

Seth Malefic

– O que achas? Branco ou rosa? – pergunta Alyssa.

– Escolhe o que mais gostares.

– Mas o presente é para Lena.

– Então leva o que ela mais gosta.

– Mas eu não sei qual é que ela mais gosta.

– Então não sei – digo perdendo a paciência que me restava.

– Deixa lá. Volto cá depois – diz de ar desanimado.

Não acredito nisto. Trinta minutos a encarar a mesma prateleira, para no fim não dar em nada.

Pelo menos estamos a ir embora.

– Afinal porquê tanto desespero para comprar alguma coisa para Lena? Ela não fez anos ou fez?

– Não, mas tem andado muito em baixo – responde-me – Achei que fosse animá-la, mas se não encontro a prenda perfeita então mais vale não oferecer nada.

– Em baixo porquê? – Lena é das meninas mais alegres que conheço, não me lembro da última vez que a vi triste. E eu vejo-a muitas vezes.

– Coisas de mulheres, não ias entender.

– Hugh, imagino que não - Com certeza não quero ouvir falar do período menstrual da irmã da minha melhor amiga.

– Não é esse tipo de problema! – reclama Aly indignada – as mulheres têm mais preocupações para além disso sabias?

– Não imagino o quê – replico – Tais criaturas sempre me pareceram limitadas a pensar em flores e ciclos de fertilidade – pisco o olho em seguida para que perceba que estou a brincar.

Alyssa dá um sorriso mínimo e continua a andar em direção a casa.

– Como conseguiste que Edward não te seguisse hoje? – mudo de assunto.

– Tem estado entretido com Lena estes dias. E como sabia que vinhas comigo, achou que eu estava fora de perigo. Parece-me que ele não te vê como meu possível pretendente – Explica ela.

– Bom saber que o teu irmão só me vê como o teu amiguinho gay. – o que não deixa de ter alguma verdade. Quer dizer, eu não sou gay ou coisa do tipo, mas não podia estar menos interessado numa relação romântica com Alyssa.

Como Aurora e a minha mãe, Maléfica, sempre foram chegadas, eu e todos os herdeiros Montgomery crescemos juntos. E por isso, digamos que ter uma imagem clara de como Aly era quando usava fraldas, anula qualquer tipo de atração que pudéssemos vir a sentir um pelo outro.

É uma pena que minha mãe não esteja interessada em divulgar verdadeira história da Bela Adormecida. Ela diz que não se importa com o que os outros dizem, porque as pessoas que valem a pena, saberão ignorar os boatos, e procurar saber a verdade. Mas se seguirmos esse raciocínio parece que ninguém vale a pena, já que o circulo social da minha mãe continua limitado aos Montgomery e às criaturas de Moors.

– Vemo-nos amanhã? - diz Aly parada à soleira da porta do seu palácio.

– Ya claro – nem dei pelo tempo passar – Espero-te no portão da escola pode ser?

Ela acena e sorri em despedida, entrando de seguida.

Volto-me na direção oposta à cidade e corro um pouco para ganhar velocidade. Abro as minhas asas que até então tinha mantido escondidas, lançando-me num voo a alta velocidade de regresso a casa.

Quarta de manhã

Erika Safiris

Depois de um pequeno almoço particularmente sombrio, em que a minha mãe insistiu em lembrar-me da minha falta de amigos, boas notas, educação e bom humor, estou a caminho da escola, para mais um dia entediante.

Toda esta agitação escolar de gentinha mimada e de vida perfeita irrita-me profundamente. Meninas ricas a chorar a aqui, e meninos idiotas a arranjar o cabelo acolá. Este tipo de ambiente não é para mim, mas acho que sou a única que percebe isso.

Toda a gente me diz para fazer um esforço para me integrar, e que assim as coisas correrão melhor. Dizem que se eu for mais simpática e delicada, talvez as pessoas deixem de ter medo de mim.

No entanto é bem óbvio que isso não vai acontecer. Quer dizer olhem para mim: aparência de gótica frustrada, sem perspetivas de uma vida prometedora e feliz. Condenada à infelicidade de um final infeliz, traçado devido aos laços de sangue que partilho com a minha mãe., a Rainha Má.

É claro, os meus irmãos também são filhos dela e nem por isso são tão problemáticos. Mas a verdade é que eles são meus meios irmãos, frutos da única relação saudável que a minha mãe já teve com algum homem, que mais tarde encontrou o seu próprio final feliz, bem longe da nossa família. Acho que isto tem algo a ver com genes, e enquanto que os meus ficaram condenados a toda esta tragédia, Caleb e Hannah, ainda podem ter esperança.

No meio destes pensamentos chego ao inferno disfarçado de instituição de escolaridade, onde serei obrigada a permanecer pelo menos até à hora do almoço.

Até agora descrevi os hábitos e acontecimentos normais do que é um dia normal na minha vida, e continuaria se não fosse pelos acontecimentos dos cinco minutos seguintes.

Porque aquela estúpida tinha mesmo que vir contra mim. A idiota da Torkin não podia escolher outro alvo para empurrar e derramar sumo de laranja em cima.

Não demorou nem dois segundos e eu já a tinha deitado ao chão, e prendido os seus braços e pernas com os meus, tal como as horas de treino me educaram a fazer.

A criatura estava atónita, e á beira das lágrimas.

Claro que tal imagem não me comoveu nem um pouco. Pelo contrário, deixou os meus instintos de predadora mais acesos.

Teria com certeza deixado a cara da loira roxa se alguém não me tivesse arrastado de cima dela bruscamente, mesmo no preciso instante em que o meu punho descia até à cara de Clary.

– Calma Safira – ouço uma voz conhecida sussurrar ao ouvido. Como eu odeio que me chamem pelo meu segundo nome – se continuares a irritar-te desta maneira, ainda vão pensar que tens problemas de raiva.

Viro-me de frente para o dono da voz, encarando-o. Este afasta-se de mim e dirige-se à loira que ainda estava estendida no chão, ajudando-a a levantar-se com todo o cavalheirismo do mundo. O filho da mãe, mesmo de braço engessado conseguiu ser mais educado que qualquer um dos que estava a observar a cena.

A minha respiração que estava já acelerada, devido ao susto e raiva, não melhorou nada depois da piscadinha que William me mandou quando passou por mim, de braço dado com a loira.

É por isto que não tento ser simpática com as pessoas. Sou empurrada para o chão e encharcada de sumo de laranja em seguida, e a única coisa que ganho em consolação é uma piscadela de olho presunçosa, enquanto que a loirinha das maravilhas ganhou um “novo amigo”.

Se as coisas funcionam assim, para quê tentar?


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Notas finais do capítulo

Então? Bom? Mau? Péssimo? Digam-me o que pensam :)

Não sei se ficou percetível mas Jason e filho de Tarzan. Não consegui incluir isso no texto.


Tenho algo a declarar: não é novidade que esta é uma fic interativa. Não vou exigir um certo número de comentários por capítulo, mas não continuarei da dar destaque aos personagens cujos leitores não se interessarem por eles. O mínimo que peço é uma opinião sobre o que acharam do capítulo. E a quem for mais além disso, estarei grata, e mostrá-lo-ei nos capítulos como acho que se tem notado.
Talvez não achem justo eu postar pouco e estar a fazer exigências, mas para mim as vossas opiniões são essenciais por isso é que as peço constantemente.

Enfim, críticas, sugestões, opiniões e conselhos serão bem vindos, assim como dúvidas que possam ter acerca de qualquer palavra portuguesa. Não imaginam o tempo que eu demorei a perceber o que era um vagalume -.-'

Mil beijinhos e falamos mais nos comentários ^^