James Potter vira a página cor-de-rosa do diário e no lado de trás da folha se depara com um bilhete, grampeado por Teddy.

"Ted! Está ansioso pela apresentação dos campeões hoje? Eu estou! haha.

Nos vemos lá, está bem?

Tori."

Que panaca, pensa James, soltando uma risada, ele guardou tudo dela.

Embaixo da folha, continuou a leitura, ainda com um sorriso no rosto ao ler sobre a paixonite do amigo.

"Nos sentamos em um dos degraus da estação, que tinha vista para o vale.

–Nossa. É muito lindo aqui. - Victoire suspirou. Seus olhos brilhavam com o brilho do sol que eles refletiam.

–É. - Respondi, olhando para ela. Ela viu meu olhar, desconcertada, então eu me virei para a paisagem novamente. - É, tem razão. É lindo. As montanhas e tal...

Ela riu discretamente.

–Enfim... Quem era aquela? - Ela colocou uma mecha de cabelo azul atrás da orelha.

–Nicole.

–É sua namorada? - Perguntou com uma sobrancelha erguida. Senti meu rosto corar violentamente e ela soltou uma risadinha. - Ei, relaxa. É só uma pergunta.

–Ela.. Não é. Quer dizer.. Hã... Não.

–Ah, sim. Apenas amigos, oui? - Ela deu de ombros.

–Hã.. é. Oui.– Respondi. Ela riu da minha tentativa de dizer uma palavra em francês. Tentei mudar de assunto. - É bom saber que você não me odeia logo de cara.

Victoire franziu o cenho, confusa.

–Porque eu faria isso?

–Bom, com a competição e tudo mais...

Ela riu novamente, jogando a cabeça para trás.

–Ah, por isso? Teddy, não existe mais tanta competitividade assim. Só vim para me divertir.

Para se divertir? Nossa, que legal. Agora eu estou me sentindo muito corajoso, lembrando o quanto morri de medo quando fui selecionado.

–A questão é que minha mãe também participou. Eu achei que seria interessante também. - Sorriu. - Teddy... Quem são seus pais?

–Remo e Tonks Lupin. - Sorri. Nunca ficava triste ao falar dos meus pais. Eles me davam orgulho e morreram como heróis.

–Ah meu deus! - Ela arregalou os olhos. - Ted, seus pais... Foram incríveis.

–Eu sei.

Ela pegou meu braço, onde eu tinha uma tatuagem com as fases da lua.

–Isso é em homenagem à ele não é? - Ela me encarou. Eu acenei que sim. - Teddy. Isso é fantástico.

Eu não pude deixar de sorrir. Os olhos azuis dela se viraram em direção à paisagem, deixando um silêncio agradável no ar por alguns segundos. Então, ela se virou novamente pra mim, entusiasmada.

–Me conte sobre Hogwarts.

–Ahn... Bom... - Nessa hora, me esqueci de tudo sobre a escola que estudei a vida inteira. Só uma coisa me veio à cabeça. - Tem fantasmas...

–Fantasmas? Como assim? De quem? - Ela arregalou os olhos, curiosa. Com a expressão dela, eu me empolguei e comecei a contar tudo que ia lembrando.

Ela sorriu ao ouvir sobre Nick quase sem cabeça ("porque quase?" perguntou ela.) arregalou os olhos ao saber das criaturas que viviam na floresta ("centauros e aranhas gigantes, você disse?") e riu ao saber de pirraça. Pareciam que tinha passado minutos, mas quando olhamos a paisagem novamente, o sol já se punha no horizonte. Tínhamos ficado a tarde inteira conversando.

–Acho que eles estão esperando o jantar começar. - Ela falou. - Quero dizer, para apresentar os campeões e tudo mais.

–Deve ser. - Dei de ombros.

–Sr. Lupin e madmoiselle Weasley? - Ouvimos uma voz rouca chamar atrás de nós. Era o velho que havia aguardado conosco na estação. - Está na hora. Sigam-me.

Nos levantamos e caminhamos de volta à plataforma. Ao chegar lá, me deparei com mais pessoas do que eu me lembrava.

Haviam mais três garotos, todos com uniformes vermelhos de Durmstrang. Um deles era mais alto, bonitão e com uma cara de arrogante.

E Nicole sorria pra ele.

Assim que nos viu, ele se aproximou e estendeu a mão para mim.

–Olá. Sou Alek. Prazer em conhece-lo, Teddy. - Eu relutei em apertar a mão dele, mas no final cedi. Ele quase esmagou a minha mão.

–P-prazer. - massageei a mão dolorida, enquanto ele se virava em direção à três carruagens que eu não havia notado também.

–Então vamos lá. Bem vindos à Durmstrang. - Ela sorriu, abrindo a porta de uma das carruagens para Nicole. Eu a segui, decidido a não deixá-la sozinha, e Victoire foi em outra carruagem com sua torcida. - Mas primeiro temos de chegar lá.

E eu posso te dizer: descer uma colina inclinada em quase noventa graus, coberta de neve, puxada a cavalos invisíveis não era um passeio nada agradável"