Take Care escrita por iamthesavior


Capítulo 12
Décimo Segundo Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, que mês de tortura foi este?
Explicando resumidamente o que aconteceu, eu violei a principal regra do Nyah e postei a tradução de Popcorn Love aqui, e isso fez com que eles banissem minha conta durante um mês (btw, quem denunciou a história: espero que você encontre luz na sua vida pra iluminar essa sua falta do que fazer).
Enfim, a conta está de volta, porém a tradução foi apagada (pra quem lia a história, ela está sendo postada no FFNET e sim, já tem atualização e o link será postado nas notas finais desse capítulo). Take Care continuará e eu não postarei mais a tradução de PPCRNLV aqui de maneira nenhuma, assim como nenhuma outra tradução (estou traduzindo mais histórias que serão postadas na minha conta do ffnet futuramente).
Espero que vocês gostem da história depois desse longo período sem ela, e do fundo do coração, espero que não desistam dela!
Beijos pra vocês e obrigada a todos que estão lendo pelo apoio e paciência!
Enjoy it!



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Emma dirigiu o mais rápido que o motor de seu velho fusca podia aguentar sem ceder. Seus pensamentos não passavam de uma confusão de palavras, sentimentos e sensações, e a única coisa que fazia sentido era a ideia de que ela havia mais uma vez estragado tudo.

Ela não tinha total certeza do porquê havia fugido. A ideia de que havia sido apenas por respeito à Regina não a convencia completamente. Emma sabia que sentia algo pela mulher e realmente preferia deixar que as coisas acontecessem naturalmente entre elas, e se o sexo era a forma de aproximação, então não havia porquê todo aquela confusão. Era algo natural. Mas por que parecia tão confuso?

Conhecendo Regina, ainda que pouco, ela sabia que a morena não a perdoaria facilmente por tê-la deixado de mãos abanando, excitada e confusa em sua cama. Mas aquilo foi necessário para que ela realmente não apenas seguisse seus instintos, e sim soubesse o que eles significavam.

Suas intenções com Regina nunca foram apenas sedução e sexo, e Emma se sentia completamente sufocada com o fato de que era aquilo que realmente parecia. Ela queria que Regina soubesse que ela queria conhecê-la ainda mais, construir um vínculo a mais do que apenas deitar e rolar por mero prazer. Além de tudo, havia o fato de que a mulher estava enferma, necessitando de cuidados especiais e observação. Emma sabia, não apenas por sua faculdade, que o estresse não ajuda em nada em sua recuperação.

O fato principal era Emma não ter a menor ideia do que Regina pretendia ou sentia. Ela podia ver nos olhos da mulher que ela tinha algum efeito sobre ela, que ela estava lhe trazendo um pouco de alegria e motivação. Mas quanto era necessário para derrubar as paredes de Regina Mills?

A loira diminuiu a velocidade do carro ao perceber se se aproximava da cidade, e abriu os vidros para movimentar o ar de dentro do fusca. Ela vagou sua mente para a mansão que havia acabado de fugir, se deleitando na lembrança do modo como Regina sorria e falava sobre as coisas que gostava. Pela primeira vez, Emma pensava em algo além do físico de Regina.

O modo misterioso com que Regina agia e falava, a forma com que a mulher lidava com sua realidade e acreditava em si mesma era completamente intrigante. Emma se viu presa na maneira com que a mulher se abria lentamente, como se temesse o que essa pequena demonstração de quem realmente era pudesse trazer. A loira não podia deixar de notar que Regina confiava nela, e isso fazia com que ela se sentisse ainda pior por ter deixado a mulher minutos atrás.

Por muitas vezes, Emma pensou em dar a volta com o carro e retornar a mansão, ajoelhar ao lado da cama de Regina, pedir perdão por ter sido covarde, subir em seu colo e beijá-la até convencê-la que gostava dela o suficiente para não ferrar tudo mais uma vez. Mas Emma estava a menos de dois quarteirões de seu apartamento, e decidiu que aquele era o lugar perfeito para descansar a mente e pensar exatamente no que fazer.

Ela estacionou o carro e subiu as escadas até o terceiro andar do prédio, ignorando o olhar confuso do porteiro ao ver a pressa da loira em chegar rapidamente até seu apartamento. Emma abriu a porta e se sentiu confortável pela primeira vez naquele dia. Seu lar pequeno e aconchegante berrava Emma Swan em todos os detalhes, e ela se sentiu mais relaxada ao deitar em sua própria cama pela primeira vez em mais de um mês. Passou os dedos lentamente pelo pequeno cobertor de lã ao lado de seu travesseiro, se perguntando em sua mente quando na vida teria raízes em algum lugar. Mesmo que se sentisse em seu próprio ambiente, Emma nunca viu o pequeno apartamento como um lar definitivo. Ela imaginou que talvez, depois de se formar, pudesse finalmente trabalhar para ter seu próprio lugar e ter uma base fixa pelo resto da vida. Mas isso parecia cada vez mais distante e impossível, principalmente depois de estragar o trabalho mais bem remunerado de toda sua vida.

Havia a possibilidade que Regina a demitisse e ela tivesse que voltar ao spa, trabalhando trinta vezes mais por trinta vezes menos. A ideia só a fez se odiar mais ainda.

Aquilo precisava acabar, toda aquela frustração e confusão precisava de um ponto final. Ela ia conversar com Regina de uma vez por todas e decidir o que iriam fazer dali em diante. Mas não naquela hora. Naquele momento ela só precisava descansar.

O sol já havia se posto quando Regina ouviu o ronco do motor anunciando a chegada de Emma. O barulho disparou seu coração e a morena se perguntou se já havia se sentido assim em relação a alguém antes.

Ela tinha certeza absoluta que tinha sentimentos por Emma Swan. Ela era a garota que havia chego em sua casa sorrindo em uma segunda-feira e aliviado as dores de suas costas com a magia em seus dedos. A garota que ainda não havia parado de sorrir mesmo depois de mil tentavas de Regina para que ela parasse. A garota que ela conhecia a pouco mais de um mês, mas que pareciam anos. A garota que entrava em seu quarto sem bater na porta e se sentava em sua cama sem pedir autorização. A garota que roubou uma cadeira de rodas para lhe trazer um pouco de alegria. A garota que havia lhe deitado no tapete de sua sala e lhe dado o maior prazer que havia sentido na vida. A garota que a dava confiança o suficiente para se abrir sobre os mais variados e profundos fatos de sua vida. A garota que estava curando as feridas de um acidente trágico, e acima de tudo, a garota que cuidava das feridas de sua vida, as quais ela imaginou jamais capazes de serem fechadas.

Foi essa mesma garota que a deixou naquela mesma manhã se sentindo exposta, humilhada e abandonada. Ela não sabia mais o que fazer.

Regina não tinha certeza se deveria seguir suas vontades ou sua razão. Seu coração rezava para que Emma entrasse por aquela porta e implorasse perdão, para que pudessem ficar juntas novamente. Mas sua mente gritava que ela punisse Emma como era merecido, fazendo-a se arrepender por tudo o que havia feito.

Dois toques na porta interromperam os pensamentos de Regina, e a cabeça coberta de cachos loiros fez sua respiração morrer na garganta enquanto observava a mulher caminhar até sua cama. Emma não se sentou como de costume, apenas permaneceu de pé em um longo silêncio, olhando para Regina com olhos de quem precisava se desculpar.

Nada melhor para o ego de Regina do que um cão arrependido aos seus pés.

"Regina, eu..." Emma começou, mas parou em seguida.

"Sim?" disse Regina na defensiva, empinando o nariz.

"Eu tenho que te falar algumas coisas."

"Presumo que você comece com um pedido de desculpas?" Regina sugeriu, se odiando por frieza ser sua primeira reação em situações como aquela.

"Não acho que eu lhe deva desculpas," disse Emma, franzindo o cenho. "Se eu saí daqui mais cedo foi por respeito a você."

"Respeito? Você acha que não transar comigo é um ato respeitoso? Porque se é o que você acredita, acho que é um pouco tarde demais para pensar assim."

"Me desculpe por ter abandonado um dia de trabalho e faltado ao meu compromisso de te atender como o combinado em contrato. Desconte do meu salário e fique com a promessa de que jamais farei isso novamente," disse Emma, se lembrando de repente de sua reflexão. "Isso se você ainda quiser continuar sendo atendida por mim."

"Swan," disse Regina calmamente, levantando uma sobrancelha em descrença. "Não consigo entender o que houve de tão errado para que você acreditasse que eu seria cruel a ponto. Sei que você precisa de dinheiro."

Emma riu secamente, incrédula. "O que você está dizendo? Acha que faço isso por dinheiro?" Os olhos de Emma se endureceram e ela deu um passo em direção a cama. "Faço isso porque amo, Srta Mills, não porque apenas preciso."

"Posso ver que você aprecia seu trabalho, afinal, você parece ser do tipo que se aproveita das situações que ele lhe oferece," Regina rebateu, se odiando no segundo em que as palavras saíram de sua boca. Que merda ela havia acabado de dizer? Aquela era a confirmação da ideia absurda de Emma que dizia ter se aproveitado de sua fragilidade.

"Não seja ridícula, Regina," Emma cuspiu com ódio, se aproximando ainda mais da cama até que estava a menos de um passo do colchão. "Eu faço isso porque nasci para fazer isso, cresci para fazer isso e estou viva para fazer isso. Este é meu dom e é minha virtude. Nunca, jamais diga novamente que faço isso por qualquer outro motivo que não seja amor e devoção."

"Por que estamos tendo essa discussão, afinal?" Regina disse ríspida, sem quebrar o contato visual em momento algum. Sentiu o ímã dos lábios de Emma atraindo os seus, traindo seus sentidos, mas se focou em seus olhos esmeralda escavando os seus e bagunçando sua mente.

"Porque você decidiu entrar nela," disse Emma. "Eu não estou aqui para ver você insultar meu trabalho e meu modo de exercê-lo."

"Está aqui para quê então? Tirar minha roupa e sair correndo como quem viu assombração?" Regina desafiou, sentindo o sangue ferver em seu coração com o ódio que sentia de si mesma por não poder controlar seus sentimentos naquele momento.

Emma se aproximou muito lentamente, até que seus lábios roçaram o mais suavemente possível, e Regina pode sentir o hálito de Emma em sua boca quando a loira murmurou, "Vá se foder."

"Perdão?" Regina disse recuando, a raiva que brilhava em seus olhos se assemelhava a de Emma. "Você tem alguma noção de que está falando com a mulher que paga suas contas?"

"Não estou não," disse Emma se afastando. "Estou indo embora daqui agora mesmo."

Regina congelou em seu lugar. Ela não podia ir embora, elas precisavam se resolver. "Pois vá."

"Irei," disse Emma, caminhando até a porta. "Aproveite a solidão durante sua recuperação."

"Você não vai sair daqui!" Regina aumentou o tom de voz em uma ordem. "Você tem um contrato a cumprir."

"Rasgue a droga do contato, Regina," disse Emma, sentindo seu rosto queimar com a raiva.

"Se você sair por essa porta eu juro que jamais verá a cor do dinheiro que tem a receber," disse Regina em tom de ameaça, sabendo que estava pegando pesado.

"Pare de jogar a merda do seu dinheiro na história!" Emma gritou, não podendo mais controlar as lágrimas em seus olhos naquele momento.

A garganta de Regina se fechou com a visão das lágrimas de Emma escorrendo por seu rosto. Ela tinha plena consciência de que havia tocado numa ferida sem necessidade, mas havia ido longe demais para pedir desculpas. A bagunça estava feita.

"Você é muito diferente de quem acreditei que você poderia ser," disse Emma, secando a lágrima que correu antes que atingisse sua bochecha. "Eu não sei como pude ver algo bom em você."

Regina sentiu seu peito se rasgar em mil pedaços. Como ela havia feito aquilo? A única pessoa a qual havia visto algo bom em seu coração estava lhe dizendo com todas as letras que ela não valia a pena. "Eu te vejo amanhã ás 8h," disse a morena calmamente, deitando a cabeça em seu travesseiro e fingindo uma tranquilidade que ela não sentia.

Emma saiu incrédula, batendo a porta atrás de si. Mary Margaret esperava no corredor, e a loira apenas levantou a mão para indicar que não haveria conversa naquela hora. Antes mesmo de fechar a porta de seu quarto, Emma sentiu um gemido de dor rasgar seu peito juntamente com as lágrimas, e desabou na cama ainda vestindo seus jeans e botas.

No quarto ao lado, Regina cobria a cabeça com um enorme travesseiro para abafar os soluços de seu choro.

Ela havia estragado tudo, e dessa vez não havia mais volta.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês não me matem por terem esperando tanto por uma cena de término.
Mas sério, muito ainda vai acontecer.
Pra quem quer continuar lendo Popcorn Love, o link é esse:
https://www.fanfiction.net/s/10421418/1/Popcorn-Love
Obrigadinha!