Take Care escrita por iamthesavior


Capítulo 11
Décimo Primeiro Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, MIL PERDÕES pela demora para postar... Passei por uma fase emocional tensa e perdi minha maior fonte de inspiração para essa história.
Porém, tudo está de volta ao normal, e vocês terão atualizações de Take Care frequentemente novamente.
Espero que gostem do retorno!



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O barulho dos portões da mansão sendo abertos interromperam o sono de Emma. A loira abriu os olhos lentamente, tateando o colchão ao redor para procurar o corpo de Regina. Em um susto, ela se lembrou que a morena não havia dormido com ela, e ao se sentar na cama, percebeu que ainda não vestia suas roupas.

Apesar da dor de cabeça depois da cidra forte da noite anterior, os pensamentos de Emma se juntaram num baque forte demais para seus sentidos recém despertos. Ela se lembrou que, além de não estar vestida em suas roupas, elas provavelmente estavam espalhadas pelo chão da sala, e se aquele portão se abrindo era Mary Margaret chegando, ela tinha exatamente um minuto para recolher tudo aquilo antes que a amiga tirasse alguma conclusão precipitada.

A loira se levantou vestindo apenas calcinhas e correu escada abaixo, os degraus escuros sendo iluminados pela luz extremamente fraca do dia que ainda não havia nascido entrando pela janela. Emma disparou pela sala para recolher as peças espalhadas por todos os lados. Apesar da confusão e da ressaca, seus lábios não hesitaram em sorrir ao recolher a saia de Regina caída na beirada do sofá. Ela vestiu a camiseta branca que usara na noite anterior e pegou a última peça do chão—a calcinha de renda de sua chefe—antes de Mary Margaret entrar pela porta. Seu coração parou, recuperou os batimentos e disparou no mesmo milésimo de segundo.

"Emma?" Mary perguntou ao ver os cachos loiros e bagunçados escondidos atrás de uma pilha de roupas.

"Bom dia," Emma engoliu em seco, esperando o que viria a seguir.

"Bom dia," Mary respondeu com um sorriso, os olhos tomados em confusão. "O que faz acordada a essa hora? E que roupas são essas?"

"Ermm..." Emma pensou rapidamente, tentando encontrar uma desculpa plausível para estar parada ali, o silêncio era tão profundo que a loira pensou que a amiga pudesse ouvir o barulho de seus neurônios tentando trabalhar. "Precisava lavar essas roupas para usar... hoje a noite na faculdade... então acordei cedo para, você sabe, secar a tempo."

"É tão urgente assim?" As sobrancelhas da morena se franziram.

"É, sabe como é... não saio sem minha jaqueta." Emma respirou fundo esperando o próximo questionamento, mas para sua surpresa, Mary sorriu.

"Me deixe te ajudar então," disse Mary, caminhando até Emma com os braços estendidos para pegar as peças em seus braços.

"Não, Mary, não precisa!"

"Não seja tola, Emma, esse é meu trabalho," a morena sorriu e puxou a jaqueta de Emma dos braços da loira. Uma pequena peça caiu no chão enquanto Mary aninhava o couro vermelho em seu colo.

A calcinha de Regina.

"Isso é—"

"Ah, as roupas de Regina, é, esqueci de te contar que ela pediu que eu lavasse as roupas dela também, dá pra acreditar?"

Os olhos escuros de Mary se fecharam em pequenas fendas, e a mulher pequena se agachou para pegar o tecido de renda no chão sem nunca quebrar o contato visual com Emma.

"Pode subir, deixa que eu cuido disso," Mary disse lentamente, pegando o restante das roupas no colo da loira, que sorriu rapidamente e subiu as escadas em disparada.

Merda, essa foi quase.

A loira caminhou pelo corredor, parando na porta de Regina e abrindo-a de leve para não acorda-la. Para sua surpresa, a morena estava sentada na cama, seu sorriso iluminou o quarto escuro quando a cabeça loira de Emma entrou pela porta.

Emma tentou ignorar as borboletas em seu estômago ao olhar para o sorriso de Regina. Era tudo tão novo, tão único. Ela sorriu de volta e entrou pela porta, fechando-a atrás de si. Regina levantou a cabeça e se arrependeu no mesmo segundo, sentindo a pontada de leve após a bebedeira da noite anterior. Seus lábios se separaram em um sorriso imenso ao se lembrar, vagamente, das cenas das atividades das mulheres durante a madrugada.

"Bom dia, Miss Swan," ela sorriu conforme a loira se sentava em sua cama sem pedir permissão, como sempre fazia.

"Bom dia, Srta Mills," Emma sorriu de volta, tocando o joelho da mulher por cima do edredom grosso.

"Voltamos as formalidades?" Regina arqueou a sobrancelha, a expressão irônica em seu rosto fez Emma querer beijá-la por parecer tão bonita mesmo de ressaca, mesmo tendo acabado de acordar.

"Nunca saímos dela."

"Não foi o que pareceu ontem á noite," Regina sorriu ainda maior, todos os dentes brancos se exibindo.

"Bom dia, Regina," Emma se rendeu, rindo suavemente com as lembranças da noite anterior.

"Muito melhor," Regina acenou com a cabeça, relaxando ao toque da loira em sua perna.

Emma deu de ombros, sem se importar com o fato da morena não lhe chamar pelo primeiro nome. Tudo isso fazia parte da personalidade intrigante de Regina e tornava a morena muito mais misteriosa. Ela se aproximou lentamente para plantar um beijo na testa de Regina e se levantar, caminhando em direção a porta.

"Vou te deixar voltar a dormir," a loira sorriu.

"Não," a morena disse rápido demais, arrancando um sorriso ainda maior de Emma. "Digo, pode ficar aqui se quiser," Regina disse dando de ombros, tentando parecer indiferente. Seus olhos percorreram as pernas de Emma e ela engoliu em seco, se lembrando vagamente de não ter aproveitado nada do corpo da loira na noite anterior.

Emma pensou por um segundo e caminhou até as janelas imensas na parede ao lado da cama e abriu as cortinas antes de se juntar à Regina no colchão novamente. Sua cabeça descansou nas pernas da mulher por sobre o cobertor e as mãos da morena foram até seus cabelos, acariciando os fios dourados de leve enquanto ambas assistiam o sol nascer lentamente em silêncio.

Regina sentiu medo de que seu coração estivesse batendo forte o suficiente para que Emma escutasse através da roupa de cama grossa. Ela contou até dez, tentando controlar a própria respiração para que Emma não notasse o quão eufórica ela estava. Quando a loira deslizou as mãos pela coberta e pousou uma delas em cima de sua própria, Regina quis gritar. Apesar do pouco tempo e de tudo aquilo parecer completa loucura, ela alimentava um sentimento por Emma a cada respiração que a loira dava, a cada piada sem graça que a loira fazia. Ela correu em círculos mentalmente, procurando uma saída de emergência em meio ao incêndio em seu coração naquele momento, em meio ao choque elétrico que percorria cada pequeno canto de seu corpo conforme Emma acariciava as costas de sua mão suavemente, despreocupadamente. Regina se sentia completamente tentada a perguntar no que a loira estava pensando, no tamanho da loucura que tudo aquilo estava se tornando. Queria perguntar se assim como ela, Emma não estava se importando com o quão esquisito aquilo tudo era. Queria perguntar se Emma realmente queria seguir com isso. Queria expor suas fraquezas para que Emma conhecesse cada canto mais escuro de sua alma e a iluminasse para que ela nunca mais tivesse que sofrer com seus defeitos. Ela respirou fundo, sem saber exatamente por onde começar.

"Emma?" Regina perguntou, chamando-a pelo seu nome pela primeira vez. Ela assistiu a cabeça da loira pousada em suas pernas, imóvel, sem responder ao seu chamado. A morena levantou a cabeça o suficiente para ver que Emma havia adormecido. Apesar do constrangimento, ela sorriu com a imagem. Regina decidiu voltar a dormir também, mas não conseguiu desacelerar seu coração, cedendo segundos depois e observando o sol subindo no horizonte pela janela.

A porta se abriu lentamente e Regina suspirou.

"Mary Margaret," Regina disse suavemente.

"Bom dia, Srta Mills," Mary disse um pouco alto demais, devido ao choque de ver Emma deitada de calcinha na cama de sua patroa. A loira se sentou rapidamente com um susto, os olhos arregalados e os cabelos encantadoramente bagunçados em seu susto.

"O QUE? O QUE ACONTECEU?" Emma disse olhando para o rosto das duas mulheres, virando sua cabeça para seguir o som da risada suave de Regina.

"Não aconteceu nada, Miss Swan, você adormeceu enquanto eu lhe passava o cronograma das nossas sessões essa semana," Regina respondeu conforme a mentira fluía naturalmente.

Emma corou fortemente e franziu as sobrancelhas com força, olhando para Mary, que também ria da situação. A loira se levantou e caminhou até a porta, acenando com a cabeça para as mulheres antes de disparar para seu quarto e se jogar em seu colchão.

Aquilo estava ficando fora de controle.

Emma passou a manhã inteira se desviando dos olhares de Mary Margaret, negando-se a manter uma conversa com medo do que o assunto poderia levar. Depois do banho e do café da manhã solitário na mesa da cozinha, Emma lavou as mãos e subiu as escadas, engolindo em seco ao entrar no quarto de Regina para a primeira sessão.

A mulher estava sentada na cama, teclando em seu notebook lentamente. Um par de óculos de aros finos descansavam suaves em seu nariz, dando a morena um ar incrivelmente sério e sexy. Emma engoliu um gemido que subiu por sua garganta, olhando fixo para a maca no canto da sala e caminhando até lá, ligando o forno das toalhas quentes e esticando o tecido na cadeira.

"Eu estou atolada de trabalho, Swan," Regina disse finalmente. "Sei que você não dormiu o suficiente, então sugiro que pulemos esta sessão."

Emma se sentiu envergonhada, respirando lentamente em meio ao sentimento de rejeição. Obviamente não é nada pessoal, Emma. Pare de ser idiota.

"Claro que não, Regina. Você precisa melhorar, assim vai ter tempo de sobra para trabalhar," Emma respondeu com um ar de indiferença, mas a preocupação com o bem estar da morena eram evidentes em sua voz. Regina sentiu o peito se encher de ar e sensações ao olhar para os olhos preocupados de Emma.

"Tudo isso é vontade de se livrar de mim?" Regina brincou, fechando seu notebook lentamente, tirando os óculos e colocando-os no criado ao lado da cama.

"A única coisa que precisamos nos livrar é da sua camiseta," disse Emma, percebendo tarde demais o modo com que a frase havia soado esquisita. Regina sentiu o choque atravessar seu corpo e se focar em um lugar particular em meio a suas pernas. Emma pigarreou e tossiu, se engasgando em suas próprias palavras e rubor. "Digo, pra massagem e tudo mais. Deus, isso soou estranho."

"Não se preocupe, Swan," Regina riu nervosamente, tentando sem sucesso conter a excitação que sentiu com as palavras da mulher mais nova. Ela puxou a camiseta lentamente pela cabeça, e olhou para Emma parada nos pés da cama, esperando o sinal para ajuda-la a ir até a cadeira.

Emma deu um passo até a mulher e a tomou nos braços, respirando fundo para conter a sensação da pele extremamente macia da mulher tocando a sua. Ela deitou Regina com as costas para cima, como de costume, e engoliu em seco antes de abrir o fecho do sutiã da mulher.

Rapidamente, suas mãos se atolaram de óleo e a loira entrou em seu frenesi favorito ao massagear a pele delicada e perfeita da mulher abaixo. Ela podia sentir cada pequeno e grande osso sob a pele perfeitamente esculpida, sentindo o tecido quente sob os dedos conforme eles percorriam da base das costas até o pescoço de Regina, que ronronava silenciosamente com a massagem. Ao invés de relaxar, o efeito estava sendo completamente contrário. Sem perceber, as mãos de Emma ficaram mais urgentes conforme a respiração de Regina se acelerava cada vez mais audível pelo quarto. Emma fixou a palma das mãos ao redor da cintura de Regina e moveu o polegar suavemente pela pele exposta, conforme as unhas curtas de seus dedos afundavam lentamente na barriga da mulher deitada. Sem muito esforço, Emma virou o corpo de Regina em um único movimento e se deitou em cima dela, apoiando o peso em seus joelhos e cotovelos, conforme suas mãos corriam desesperadas para arrancar o sutiã já aberto e joga-lo do outro lado do quarto.

A loira se inclinou para beijar Regina, que naquela altura já sentia a umidade crescer entre suas pernas gradativamente, consideravelmente. O beijo se aprofundou conforme Regina abriu os lábios de Emma com a língua, pedindo passagem, as mãos sorrateiras passeando por baixo da regata branca que a mulher mais nova usava.

Emma desceu os beijos pelo queixo de Regina, deslizando os lábios lentamente até sua orelha e descendo pelo pescoço, arrancando um suspiro pesado de seus lábios. Regina sentia a adrenalina correndo por todo seu corpo, sentia o fogo na ponta dos dedos percorrendo o corpo da massagista, sentia o desejo de tocá-la e ser tocada. Emma lambeu o mamilo rígido e sugou-o em seguida, lentamente, tortuosamente. Regina sorriu com a sensação maravilhosa dos lábios quentes e habilidosos em seus seios. A loira se afastou por um segundo para soprar levemente a carne molhada de seu peito, e Regina revirou os olhos, fincando os pés na maca para arquear as costas com o tesão violento que lhe chocou.

Com o movimento, a dor aguda percorreu a espinha de Regina, fazendo-a gritar com a sensação de mil facas perfurando seus ossos. Seus olhos instantaneamente se encheram d'água, e Emma se afastou confusa para olhar para a mulher que ofegava de dor em baixo de si.

"Regina? Regina, você está bem?" Emma perguntou urgentemente, sentindo a cabeça pulsar no misto de excitação e preocupação.

"Sim, Swan, eu só..." Regina respirou fundo e se deitou na maca novamente, suspirando conforme a dor ia embora com a mesma pressa que chegara. Ela não sentia mais dor, mas a sensação aguda de pontada permanecia em seu consciente.

"Regina, eu... sinto muito... eu te machuquei? Me perdoe!" Emma tremeu, se afastando da mulher, que segurou na gola de sua camiseta e puxou-a para perto novamente. Seus lábios se encontraram novamente e Regina estava disposta a continuar da onde haviam parado, sendo mais cuidadosa do que antes. O calor se estabeleceu entre seus corpos novamente, mas Emma se afastou.

"Espere," ela disse ofegante. "Pare, Regina, isso é errado."

Emma suspirou e se afastou ainda mais, dando um passo para trás ao encarar a confusão nos olhos da morena.

"Não podemos fazer isso, não posso fazer isso," ela murmurava para si, e Regina a observava frustrada. "Eu não posso me aproveitar de você desse jeito."

"Não sei se você percebeu, Miss Swan, mas você não está se aproveitando de ninguém. Isso acontece com meu consentimento," Regina disse séria conforme seu peito subia e descia com a respiração acelerada.

"Eu não posso me aproveitar da sua fraqueza, Regina. Você precisa se recuperar, não é certo."

"Não nego que esteja se aproveitando, Swan," Regina sorriu diabolicamente. "Porém, não estou lhe negando o prazer de tal feito. Você tem total acesso ao meu corpo."

A última frase atropelou os sentidos de Emma. Seus olhos percorreram o corpo semi-nu de sua patroa como se quisessem confirmar o que ela havia acabado de afirmar, se fixando em seu núcleo, agora coberto apenas por uma fina renda preta, como na noite anterior. Ela estava tão perto...

O diabinho em seu ombro sussurrava para que ela se afundasse naquela mulher, se saciasse e lhe desse todo o prazer existente, mas o anjo gritava para que ela parasse de vez com aquela loucura.

Emma pegou Regina no colo, arrancando um sorriso de vitória do rosto da morena. A loira caminhou lentamente com a mulher mais velha nos braços até a cama e a deitou no colchão macio. Suas mãos deslizaram até a camiseta que Regina usava até minutos atrás e a colocou nas mãos da morena. Emma não conseguiu sorrir, apenas se virou e saiu do quarto. Sua cabeça e seu sexo pulsavam de confusão e excitação, e ela sabia acima de tudo que aquilo não estava certo; dormir com sua chefe, que por sinal estava de cama e deixá-la sozinha, excitada em sem respostas era um tanto quanto cruel da parte de Emma. Mas ela não podia encarar aquilo naquele momento. Desceu as escadas e pegou as chaves no balcão, sem responder Mary Margaret quando a amiga lhe perguntou aonde ela estava indo.

Regina ofegava na cama, tentando raciocinar o que acabara de acontecer. Suas mãos tremiam, sua cabeça doía, seus olhos se umedeciam novamente após ver a porta de seu quarto se fechar e não mais abrir. Ela esperou o surto passar, mas sem sucesso. A sensação das mãos de Emma eu seu corpo ainda lhe afogavam, lhe empurravam para o fundo do oceano de todas as sensações que ela havia sentido naqueles últimos minutos. Por que Emma havia fugido? Por que ela decidiu se preocupar à aquela altura—depois de todas as barreiras terem sido quebradas—como se ela forçasse Regina a algo?

A morena deixou as lágrimas escaparem, sentindo a frustração de sua primeira rejeição em toda a vida. Acima de tudo, por ter sido rejeitada pela mulher que naquela mesma manhã, ela havia considerado construir uma história.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo conhecido e irritante som do fusca de Emma se afastando, até que não pudesse mais ser ouvido.


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Notas finais do capítulo

#chateada