– Pansy, não sei se você sabe, mas Hermione namora. Namora Ronald Weasley! Ela jamais deixaria ele para ter um “caso” comigo. Ela é fiel demais para fazer algo do tipo. E se quer saber a verdade, eu não quero gostar dela, não quero me apaixonar por ela, não quero sofrer por ela. - falei.

– Draco, não sei se você sabe, mas a gente não escolhe de quem gostar. A gente não manda no coração!

P.O.V Draco

Já se passaram duas semanas. Duas semanas sem falar com ela. É estranho, nunca me senti assim, mas não vê-la, aliais vê-la e não poder falar com ela era horrível. Nas rondas nunca nos encontrávamos, na biblioteca, assim que ela me via tomava um rumo diferente, no Salão Principal toda vez que nossos olhares se cruzavam ela abaixava a cabeça de imediato, nas aulas sentava o mais longe possível de mim. Eu sei que isso é bom, para ela. Quer dizer, ela que quis que fosse assim, podíamos ser amigos se eu não fosse tão impulsivo! Como sou burro! Nessas suas ultimas semanas eu não havia conseguido, ou melhor, tido coragem de ficar com ninguém...

– Draco? – disse Nott, interrompendo meus pensamentos. Olhei para ele e ele continuou – Estamos indo ao jardim, quer vir também?

– Hmm, acho que não. É melhor eu ficar aqui, preciso estudar um pouco. – dei uma desculpa qualquer. Não é que eu não quisesse ficar com meus amigos, mas eu estava muito cansado e nem um pouco a fim de sair do castelo.

– Ah, tudo bem, vou encontrar Pansy e Blas, caso você mude de idéia sabe onde nos encontrar. Ate mais tarde. – disse ele. Acenei com a cabeça e disse “Até mais, Nott”.

Passaram-se uns dez minutos e eu continuava ali, sentado na poltrona do Salão Comunal, com o livro de Runas Antigas no colo. Eu já estava me sentindo completamente entediado e decidi dar uma volta pelo castelo, quem sabe dar uma passadinha na biblioteca ou na Torre de Astronomia. E foi o que fiz, fui andando pelos corredores em direção a Torre, subi as escadas e ouvi um som estranho, parecia uma pessoa chorando, diminui o ritmo e andei mais de vagar, sem fazer barulho. Quando cheguei lá vi uma menina de cabelos castanhos e volumosos. Era ela e ela estava chorando, e muito.

Aproximei-me lentamente e toquei seu ombro, ela levou um susto e virou-se para mim. Seu rosto e olhos estavam vermelhos, marcas de lagrimas era visíveis em sua face e ela tinha um papel na mão, um bilhete talvez?

– O que faz aqui? – perguntou com a voz estranha por causa do choro. – Veio caçoar de mim? Pois perdeu seu tempo, Malfoy, já estou mal o suficiente! Saia daqui!

– Primeiro, não vim caçoar de você. Segundo, eu não sabia que você estava aqui. Terceiro, não vou a lugar nenhum ate que me diga por que ou por quem está chorando. – respondi e perguntei: O que aconteceu Hermione?

– Não é da sua conta, doninha, agora saia daqui! – desta vez ela praticamente gritou.

– Não! – respondi firmemente – Não vou a lugar nenhum! Diga-me o que aconteceu! O que é esse papel em sua mão?

– É tudo sua culpa! Se você não tivesse feito o que fez aquele dia na biblioteca tudo estaria bem... Mas é claro que você tinha que estragar a minha vida, não é mesmo?!

– O QUE? Do que você esta falando? – perguntei sem entender.

Então ela simplesmente entregou-me a folha que segurava. Ela – a folha – estava muito amassada e um pouco molhada, provavelmente devido às lagrimas de Hermione. Comecei a ler. Era uma carta... De Ronald Weasley e dizia:

HERMIONE GRANGER,

Como pode fazer isso comigo??? Você BEIJOU o Malfoy??? Não tente negar, por que já sei da historia toda! Como teve coragem de fazer isso Hermione? Ele sempre foi nosso inimigo, sempre lhe xingou dos piores nomes imagináveis e agora você vai e tasca-lhe um BEIJO?

Hermione, você sabe o que eu sinto por você e isso não ira mudar, mas nosso relacionamento não pode mais continuar. Você sabe que te amo, mas estou magoado e preciso que você saiba que, por mais que meus sentimentos sejam fortes, temos que dar um tempo. Estamos distantes um do outro, você em Hogwarts e eu no Ministério. Não lhe culpo por ter “ficado” com outra pessoa, mas acho que o fato de esse “alguém” ter sido o MALFOY me deixou extremamente irritados. Você sempre terá minha amizade, por que acima de tudo você é minha melhor amiga, mas o que nós chamávamos de “amor” não pode mais existir. Eu sinto muito.

P.S.: A culpa também é sua, claro. Creio que você me deva imensas desculpas!

Rony Weasley.

Droga! Ele havia terminado com ela e a culpa era toda minha. Ela estava chorando de novo e a culpa era minha. Por que você tem que sempre fazer burrada, Malfoy?

– Hermione, eu...

– Não se aproxime de mim! Por sua causa Rony terminou comigo! Sabe o que é isso, Malfoy? Sabe o que é a dor de um coração partido? – abri a boca para falar, mas ela me interrompeu. – Não, não sabe! Por que você é um monstro sem coração que adora estragar a felicidade dos outros!

– Hermione, por favor, me escute! Eu sinto muito por isso, sinto muito por ter causado o rompimento do seu namoro, por ter feito você sofrer e... Sinto muito por tudo! Eu não penso antes de agir, Hermione, e naquele dia foi a mesma coisa, agi por impulso e... Bom, estraguei tudo, como de costume.

– Malfoy, eu não quero mais falar com você. Agora sinto que o meu maior erro foi ter confiado em você, foi ter achado que realmente tinha mudado e...

– Mas eu mudei! – desta vez fui eu quem interrompeu – Eu mudei mesmo e quero provar isso, quero que as pessoas acreditem nisso, quero ser digno da sua confiança, Hermione. Por favor, me de mais uma chance, uma ultima chance.

– Como é que você quer que eu faça isso, Draco? – respondeu Hermione com lagrimas nos olhos – Acabei de levar um fora e agora vou aparecer andando para cima e para baixo com meu pior “inimigo”? As coisas não funcionam deste jeito, Draco!

– Hermione, por favor, ninguém precisa saber disso, eu não irei contar a ninguém! Não precisamos ser vistos em publico, podemos ser amigos em segredo. Só quero que me de mais uma chance. – falei, praticamente implorando a ela.

Hermione ficou em silencio por um longo tempo, olhou para o céu azul que iluminava aquele meio de tarde, encarou o chão e finalmente olhou nos meus olhos e disse:

– Esta bem, lhe darei uma terceira e ultima chance, Malfoy, mas é bom que não despedisse esta, por que não haverá uma quarta!

Abri um grande sorriso para ela, ela sorriu de volta e eu andei em sua direção com os braços abertos. Quando cheguei bem perto dela olhei-a nos olhos como se pedisse permissão e ela deu um leve aceno com a cabeça então coloque meus braços ao seu redor e a abracei. Ela, meio relutante no inicio, me abraçou também e ficamos um tempo assim ate que ela disse:

– Draco, eu preciso ir. Tenho que me encontrar com a Ginny.

– Tudo bem, até mais então – falei com um pouco de receio, não queria ter que me separar dela agora... Espere um pouco, o que?

– Até! Aliais, nos vemos nas rondas! – disse ela sorrindo, acenou para mim e saiu da torre. E eu fiquei ali, sorrindo que nem um bobão. O que essa garota fazia comigo? Eu agia como um tolo apaixonado quando estava perto dela, mas por quê? Eu não a amava... Não é mesmo? De repente algo que Pansy me falou dias atrás veio a minha cabeça: “A gente não manda no coração!”. Pois é Pansy Parkinson, acho que você acertou desta vez.