Medo de Amar escrita por valdz


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Cá estou eu, de novo! XD
Eu disse que talvez postaria hoje novamente u.u
Enfim, espero que gostem do cap. Tentei colocar umas fobias "leves" como início da maldição da Rox ç.ç
O significado de cada uma vai estar nas notas finais!!
Boa leitura.



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Capítulo 20 – Apenas medos uma ova!

***

Com um pulo, despertei-me dos meus doces sonhos, vendo duas silhuetas em minha frente. Com a visão desfocada, ficava um pouco difícil reconhecer qualquer um. Com o passar dos segundos, minha visão foi tomando cada vez mais foco.

Notei que estava novamente em um quarto de hospital. E no lugar das duas silhuetas que eu havia visto, estavam Phobos e Apolo. Encarei os dois, sem expressão ou palavras pra dizer. Os dois retribuíram com um olhar intenso.

Phobos me olhava com um intenso pavor, e Apolo com um intenso nada.

Tentei sorrir, mas minha boca estava seca, o que dificultou meu sorriso a se abrir sem ter que quebrar meus lábios ao meio. Apolo notou isso e me entregou um copo d’água. Balancei a cabeça em agradecimento, já que não conseguia sorrir.

Enquanto eu bebia a água, tentava ao máximo focar minha mente no fundo do copo. Não queria saber o que ocorreu enquanto eu estava fora, e nem o porquê dos dois estarem ali.

Assim que coloquei o copo vazio no colo, encarando o mesmo, sem soltá-lo, Phobos deu um passo na minha direção – pude notar por conta dos seus clássicos All Star negros.

– Oi.

Levantei o olhar para ele, descarregando todo o meu ódio por ele no olhar.

– Oi. – respondi um pouco seca.

– Talvez deva beber mais água. – disse ele com um sorriso nervoso – Está seca ainda.

– Então vá com a sua loirinha metida á besta! – exclamei, virando o rosto. – Aposto que a boca dela está toda molhadinha pra você!

Ele não respondeu de primeira.

Ouvi um suspiro da parte dele, e um “uou” de Apolo.

– Uou. – repetiu o deus do sol – Então você devorou a boca de uma garota na frente da Rox mesmo?! Uou.

– Cala a boca, idiota. – murmurou o garoto na minha frente, sentando-se na beirada da cama com mais um suspiro.

Phobos tirou o copo de minhas mãos – jogando-o em Apolo, que sumiu antes do copo alcança-lo – e hesitantemente segurou uma delas.

– Ei, pequena. – sussurrou ele, puxando-me pelo queixo com a mão livre – Desculpa, eu sei que fui um idiota.

– Um tremendo babaca. – murmurei.

– Isso também. – Sorriu de canto.

– E um otário sem coração que eu deveria dar um chute bem nas partes baixas. – Evitei um sorriso zombeteiro.

– Também, mas você não vai fazer isso. – implorou ele com os olhos.

Ri baixinho, negando com a cabeça. Ele suspirou aliviado.

– Bem, pelo que vejo você ficou duas semanas aqui no hospital, já que eu tive que fazer coisas desnecessárias para que Apolo te curasse mais rápido. – disse ele – Não vou falar o quê! – completou a me ver abrir a boca. Cruzei os braços, emburrada.

Ele apertou minha bochecha esquerda com um sorrisinho. – Pirralha mesmo, hein.

– Não sou pirralha! – Estapeei sua mão.

– Tá bem, pirralha. – Ele riu e eu lhe mostrei a língua. – Quer sair comigo? Nós nem aproveitamos o parque, já que você estava acompanha daquele moleque.

Revirei os olhos. – O nome dele é Alan!

– Dane-se o nome dele! – esbravejou, respirando fundo mais uma vez. – Quer ou não?

– Mas eu ainda tenho que ir pra casa e nem sei se levei alta...

– Apolo já cuidou disso tudo. – Ele sorriu de canto, levando minha mão aos lábios e beijando-a de leve. – Te vejo daqui meia hora, pirralha.

Sorri, revirando os olhos assim que o vi sumindo.

Então eu notei que estava no meu quarto.

Abaixei a cabeça, levantando a camisola de hospital e vendo que havia uma cicatriz na região da minha barriga e uma na minha coxa em forma de mordida. Larguei a peça de roupa, suspirando e levei meus pés ao chão frio, tomando impulso para levantar.

No começo, fiquei meio tonta, admito. Mas, graças aos deuses, em três segundos, já estava normal novamente. Mas, minha perna estava um pouco dolorida. Bufei, e mancando fui até o banheiro.

Tirei as únicas peças de roupa que usava e fui até o chuveiro.

Em poucos minutos, já estava enrolada na toalha. Fui até o espelho que havia ali e encarei-me. Não, eu não estava me encarando!

Gritei, socando o espelho em puro reflexo. Senti o vidro perfurar minha mão e algumas partes do meu pé.

Corri até o quarto, trancando a porta do banheiro.

– Roxanne? – ouvi alguém na porta do meu quarto e soltei outro grito. – Sou eu, papai!

Abri a porta, me jogando nos braços de meu pai. Ele sorriu, abraçando-me de volta. Seu carinho nos meus cabelos me acalmando aos poucos.

– Filhota... Quando chegou? – murmurou ele, me afastando o suficiente para ver meu rosto – E desde quando está bem? Pensei que estivesse no hospital...

Sua voz falhou. Sorri o mais doce que conseguia e fiz um carinho na bochecha do meu pai.

– Apolo me ajudou, papai – Beijei sua testa e ele sorriu. -, eu estou bem agora.

Mas seu sorriso se desfez junto com sua pergunta.

– Por que gritou, então?

– Foi apenas um sustinho, papai! – disse eu, tentando convencer os dois presentes no quarto. – Nada demais! Agora, se me dá licença, tenho que me vestir.

Ele assentiu, e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Fui até o banheiro, evitando olhar os cacos de vidro e concentrando-me apenas no closet e em que roupa vestir.

Eisoptrofobia, disse algo em minha mente. Franzi o cenho, terminando de me vestir.

Saí do quarto e tentei esquecer aquela palavra. Acabei me lembrando dos Wormann.

Ouvi algo tocar e me virei, dando de cara com um celular na minha cama.

Gritei, me afastando o máximo que pude do celular, sentindo minha respiração falhar.

Telefonofobia, ouvi a voz em minha mente novamente.

Fui até a escada de incêndio e dei outro grito.

– Caraca, de onde veio tanta altura?! – falei enquanto via o mundo girar a minha volta. Desci o mais rápido que pude - o que demorou bastante, na verdade.

Acrofobia, mais uma vez a voz ecoou lá dentro.

Na calçada, cada vez mais pessoas passavam por mim. Minha respiração não parecia mais existir, então eu fazia força para mantê-la. Meu coração estava a mil. Não conseguia mover os pés. Cada vez mais pessoas encostavam-se a mim, o que me fazia soltar gemidos de repulsa e nojo.

Sociofobia, quiraptofobia e misofobia.

Olhei para o céu, procurando a calma que parecia ter sumido, quando senti que ele iria cair sobre mim. Tentei não gritar, atravessando a rua. Era um cruzamento. Senti que nunca mais conseguiria respirar. Parei na outra ponta, encarando tudo ao redor. Mais pessoas, mais germes, mais nojo, mais tudo, menos calma.

Uranofobia e agirofobia.

Coloquei as mãos na cabeça, correndo até uma loja pequena. As janelas pareciam estar fechadas. A porta atrás de mim pareceu sumir. Estava tudo tão pequeno e escuro. Os bonecos que se encontravam em diversos lugares da loja pareciam me encarar. Arregalei os olhos, prestes a desmaiar.

Claustrofobia, escotofobia e automatonofobia.

Corri para fora da loja, sentindo que meu mundo estava desmoronando de tão sem sentindo que estava. Mas então a minha luz no fim do túnel apareceu, me abraçando com carinho, e eu não sentia mais nada. Não sentia medo. Só queria ficar ali pela eternidade. Só eu e ele naquele abraço apertado.

***

– Como me encontrou? – perguntei enquanto mordia o picolé de chocolate.

Phobos sorriu. – É fácil achar você. Só procurar um arco-íris ambulante.

Bufei, mostrando-lhe a língua. Ele riu e pareceu lembrar-se de algo.

– Ei, quer ganhar um ursinho de pelúcia? – Ele mal me deixou responder e saiu me puxando até uma barraca de ursos. Ele enfiou a mão no bolso da calça, procurando a carteira. – Droga, esqueci no carro.

– Você está de carro? – perguntei surpresa.

– Eu quero ser normal hoje. – Ele revirou os olhos. – Quero que nosso encontro seja normal. Que sejamos um casal comum.

Sorri pra ele, que me deu um aperto na mão.

– Fique aqui, eu vou lá buscar.

Assenti com a cabeça, mesmo que ele já tivesse sumido na multidão.

E então aquela sensação de repulsa e a falta de ar voltaram. Olhei para o sorvete, murmurando um “vou ficar gorda!” e jogando-o no chão. A madeira do palito se expôs, me causando calafrios.

Obesofobia e xilofobia, sussurrou a voz em minha mente.

Corri o mais longe possível da barraca, que continha enormes bonecos.

Parei hesitante, com medo de continuar correndo, aliás, é muita velocidade. Velocidade machuca, sempre machuca.

Tacofobia.

Dei um passo atrás, controlando a respiração, quando tropeço e caio de bunda em um carrinho. Ele começa a ganhar velocidade, o que me faz soltar um enorme grito, mas felizmente, a velocidade diminuiu.

– Uau, essa é a casa de horrores desse ano?! – ouvi um garoto dizer, á alguns carrinhos na frente – Dizem que é horripilante. Tenho pena de quem tiver aquela fobia sinistra de tudo.

O outro menino concordou. – Dizem que aqui tem de tudo. Vai ser torturante.

Eu não sabia do que eles falavam. Mas, a minha mente sabia.

Pantofobia.


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Notas finais do capítulo

Eisoptrofobia — medo de espelhos ou de se ver no espelho.
Telefonofobia — medo de telefone.
Acrofobia — medo irracional de lugares altos.
Misofobia — medo de germes.
Quiraptofobia — medo de ser tocada(o).
Sociofobia — medo da sociedade ou de pessoas em geral.
Uranofobia — medo do céu.
Agirofobia — medo de ruas ou cruzamento de ruas.
Claustrofobia — medo de espaços confinados ou lugares fechados.
Escotofobia — medo de escuro.
Automatonofobia — medo de bonecos de ventríloquo, criaturas animatrônicas, estátuas de cera (qualquer coisa que represente falsamente um ser sensível).
Obesofobia — medo de ganhar peso.
Xilofobia — medo de objetos de madeira ou de floresta.
Tacofobia ou Tachofobia — medo de velocidade.
Pantofobia — medo de tudo ou de todas as fobias.



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